TÃO CERTO como todos os anos haver Natal, e para que isso aconteça faltam 19 dias, estes dias do diabo teriam que começar com a sacramental pergunta:
“Manuel Dias Loureiro já se demitiu de conselheiro do Estado?”
Rui Tavares, em crónica no “Público”:“Cavaco Silva gostaria que Dias Loureiro o libertasse amistosamente deste assunto desagradável. Ao invés, disso Dias Loureiro utilizou Cavaco Silva como tábua de salvação. E ser tábua de salvação é muito desconfortável”.
O NÚMERO de processos de despedimento colectivo quase triplicou no terceiro trimestre de 2008, em comparação com igual período de 2007 e foram lançadas no desemprego mais do que o triplo das pessoas. Desde o princípio de 2008 até ao final de Setembro, verificaram-se tantos processos como no ano todo de 2007 e o número de pessoas atingidas é já maior que em 2007.
PREVÊ-SE para 11 de Dezembro a inauguração de uma nova livraria em Lisboa. Trata-se da nova “Buchholz”, no n.º 30 do Largo Rafael Bordalo Pinheiro.
Por aqui se pode ver que as livrarias podem morrer mas também podem ressuscitar. Ao contrário dos homens…
MORTE, em finais de Novembro, do editor Joaquim Figueiredo Magalhães, fundador da “Editora Ulisseia”.
Não o conhecia, nem sequer o nome, mas sabia que naquela editora, em tempos muito difíceis, havia alguém que gostava de livros. São da “Ulisseia” os primeiros livros que comprou de José Cardoso Pires, é da Ulisseia a edição da “Praça da Canção”, Maio de 1967, integrada numa colecção de poesia que revelou nomes como António Ramos Rosa, Raul Carvalho, Armando Silva Carvalho.
São homens como Joaquim Magalhães, a que Brecht chamava os imprescindíveis. Não andam em bicos de pés, não procuram os holofotes, mas fazem um trabalho meritório, de uma utilidade espantosa.
SEGUNDO as contas do fundador do Fórum de Davos, a crise já custou cinco biliões de dólares (3,8 biliões de euros, mais de vinte vezes a riqueza produzida em Portugal) à economia global. O homem de Davos disse que não está "dramaticamente pessimista quanto ao futuro, mas realisticamente pessimista"
PORTUGAL é um dos países europeus onde os cidadãos menos confiam nos outros, revelam os resultados do Inquérito Social Europeu, uma entidade que compara os valores e atitudes sociais na Europa. Os portugueses são ainda dos europeus mais tristes e descontentes com a política.
TRINTA deputados do PSD pisgaram-se para o Algarve, para o raio-que-os-parta , com o propósito de passarem o fim de semana prolongado, faltando à votação, na Assembleia da República de propostas sobre a avaliação de professores.
Manuela Ferreira Leite ficou indignada...
CADA CAVADELA cada minhoca. Manuel Dias Loureiro e Jorge Coelho são accionistas da Valor Alternativo, uma sociedade anónima gestora que administra e representa o Fundo de Investimento Imobiliário Valor Alcântara, que foi constituído com imóveis adquiridos com o produto de reembolsos ilícitos de IVA, no montante de 4,5 milhões de euros.
NO SEGUNDO caderno do “Público”, é pedido à Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que relate um bom momento. A Ministra diz que tem muitos e conta este. “Uma carta que recebi de um menino que recebeu um computador para ter em casa, não sei já em que circunstância, e escreveu-me a dizer: “Quando for grande, vou inscrever-me no PS. É tocante.”
Ah! Se o ridículo matasse!...
UMA PROFESSORA à reportagem do “Público”: “Há nos que não fazia greve. Mas achincalharam-nos tanto que a indignação veio ao de cima.”
TROPEÇÃO num artigo de Eça de Queiroz, publicado no “Distrito de Évora” em 1867:
“Ordinariamente, todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações, e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governando ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?»
1 comentário:
De um outro computador, não resisti a comentar alguns pontos:
- Dias Loureiro tem atingido uma visibilidade excessiva na tv a partir da "Grande Entrevista" dada a Judite de Sousa, até li algures que cantou com um grupo de amigos não sei onde, jantou com Bill Clinton não sei quando, é amigo de não sei quem... e daí? Também cantamos, jantamos e temos amigos...
- mais do que inauguração deste espaço de leitura, eu acredito numa revitalização da Bucholz, já tardava a medida;
- a Ulisseia será sempre uma grande editora, as pessoas mais marcantes não são normalmente as mais visíveis (penso eu "de que");
- a ministra também refere na mesma peça jornalística continuar com os seus ideais anarquistas, penso que os anarquistas é que não repararam em tal;
- conversa de cabeleireiro:"não sei quem terá razão, se a ministra se os professores" - resposta da interpelada: "não me quero alongar e só lhe faço uma pergunta, conseguiria avaliar colegas com quem tem uma ligação de amizade de 20 anos, com quem janta ou vai ao cinema de vez em quando e cujos filhos convivem regularmente? Encontra na medida rigor e seriedade?" (a questão inversa também é válida, apesar de haver um patamar de civilidade na ligação entre professores)
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