Havia o Lys. Ainda sobrevive, desviado para outro fim. O programa que hoje vos apresento é relativo ao filme a Pousada da Sexta Felicidade. Os anúncios dizem respeito à Avenida Almirante Reis e ao seu comércio local. Tonifiquem os olhos
Os melhores posts são os que saem do nada, aquilo que não se supõe que efeito possem provocar e de repente rebentam num turbilhão de recordações, de convivios, de olhares, que lhe fazem nascer uma lágrima, a tal furtiva lágrima. Pelos sitios por onde andou, pelos filmes que viu, e dos que estão no programa "em exibição" e a "seguir", viu os três. Os telefones ainda tinham cinco digitos, lembra-se disso, e considera que isso já foi há muito tempo. A saudade não é apenas uma palavra triste e estas recordações reconfortam. Chamem-lhe piegas que ele não se importa. Do comércio local da Avª Almirante Reis, publicitado no programa, falta o "Café Ribatejano", restaurante, café e bilhares, porta-aviões dos tempos em que não tinha aulas, ou a elas faltava. É bom estar nos "Dias Que Voam". Obrigado, Teresa.
durante uns 10 anos andei por estas zonas. antes da 'invenção' do metro e quando tinha que fazer a viagem do chile ao martim moniz antecedido duma corrida pela pereira carrilho abaixo e outra até à gare da estação do rossio para ir almoçar a queluz. algumas vezes andei pelo lys ainda na versão cadeiras de madeira (antes da versão 'sofás' verde alface). depois estive quase 20 anos no campo santana, e nunca deixei de frequentar essa zona. o cheiro do café acabado de moer é das coisas que mais ainda estão na memória (a par de uma outra casa no começo da rua misericórdia, ainda nos idos de 60's). acho que le mebro de cada uma dessas casas anunciadas no programa...
Se é o que ele está a pensar essa casa de café ficava no lado esquerdo quando se começa a subir a Rua da Misericórdia. Nessa esquina estava a "Leitaria Trevo", agora é um "come-em-pé", a seguir à casa de café está o edificio onde se situava o jornal do regime "A Voz" e onde mais tarde viveu a Luiz Neto Jorge e o Manuel João Gomes que, pelas tardes, namoravam, escreviam poemas, faziam traduções na "Parisiense", esquina da Rua do Alecrim com a Praça Luis de Camões. Ele trabalhava no Largo Barão de Quintela, fazia um "break" e ia tomar o gin da tarde. Prazeres acumulados: olhá-los, sentir-lhes a paixão, o deslizar do gin. o sabor de uma cigarrilha "Alto", o charuto ainda não estava generalizado vulgarizado.
sim. essa casa no começo da rua, do lado esquerdo. nesta pastelaria trabalhava, ao tempo um primo meu. eu era na rua da rosa (entre 62 e 70, altura em que mudei para o largo do leão por 10 anos). a essa loja de cafés ia eu buscar o café, dum lote especial que era feito a pedido. ao lado, foi o local onde abriu o primeiro 'supermercado' em portugal. uma coisa minúscula, mas com todo o conceito que faria hoje um supermercado e onde eu ia comprar o sal cerebos que era o único sal de mesa (como hoje os conhecemos) que existia. o largo barão de quintela era mais para ir ao j.a. da costa pina, na esquina.
quanto aos jornais, não tenho a certeza d'a voz (creio que era o jornal do episcopado). mas tenho a certeza do 'diário da manhã' e do seu sucessor 'época', um pouco mais acima, onde fui levar comida à redação algumas vezes. e do diário ilustrado (onde trabalhou um irmão meu) em frente ao república...
O jornal do episcopado era o "Novidades", "A Voz" era um jornal monárquico-católico-situacionista. A "Época" substituiu, apenas no nome, o "Diário da Manhã". Hoje está lá a sede da Associação 25 de Abril" Ainda conheceu a Rua da Misericórdia" como sendo "Rua do Mundo" e foi uma pena terem-lhe mudado o nome. Gostava mais deste.
É capaz de ser isso.Não recorda, agora, se alguma vez leu Rua do Mundo em vez de Rua da Misericórdia. Tão pouco sabe quando se terá dado a mudança de nome, se é que houve.
Rua da Misericórdia, repartida pelas freguesias do Sacramento e da Encarnação, foi atribuída por deliberação camarária de 12/08/1937 e respectivo Edital de 19/08/1937, para homenagear a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa cuja sede se encontra no largo que encima esta rua.
Anteriormente esta artéria tinha-se denominado Rua do Mundo (por delib. cam. de 27/10/1910 e edital de 18/11/1910), para perpetuar o nome do jornal que estava sediado neste arruamento e ainda antes designava-se Rua de São Roque (delib. cam. de 18/05/1889 e edital de 08/06/1889), e incialmente Rua Larga de S. Roque, em memória da Igreja e Convento de São Roque que támbém o topónimo inicial de Bairro Alto de São Roque.
Assim sendo trata-se de uma designação popular de nome de rua. É certo que desde miúdo sempre ouviu nomeá-la como do Mundo. Neste caso o jornal "A Voz", de que fala masi atrás,terá ocupado as instalações do jornal "Mundo"? Dá gosto anadra por aqui!
Acho que a casa dos cafés de que fala o Carlos ainda lá está. É «A Carioca» - não perca o papel de embrulho da dita, vizinha. Ainda lá me abasteço. Um tio meu, a minha avó e o meu pai falavam da Rua do Mundo e ainda convivi, em miúdo, na «Flor do Mundo» - café que ainda mantém o nome - com a malta dos jornais do Bairro Alto. Anos que voam...
Logo que liquidar a gripalahada que o atacou ao virar de uma esquina da cidade, e irá tirar uma fotografia à "Carioca", deliciar-se-á com o cheiro do café moído, trará a embalagem de que fala Politikos e aproveitará para tirar mais algumas fotografias. É que durante dez anos trabalhou por ali. Grande parte do comércio está largamente modificado. Já não existe, por exemplo, o tasco onde, por vezes, almoçava, que se chamava, ou a que chamávamos "Os Anarquistas", no lado direito da rua que agora não lembra o nome e que da Rua Misericórdia desemboca na "Barateira".
Pede desculpa mas "Os Anarquistas" ficavam no lado esquerdo da rua e não do lado direito, como por lapso escreveu. No lado direito está o Teatro da Trindade. Esta gripe... devia borrifar-se nos médicos e tratar isto a gins e conhaques...
16 comentários:
Os melhores posts são os que saem do nada, aquilo que não se supõe que efeito possem provocar e de repente rebentam num turbilhão de recordações, de convivios, de olhares, que lhe fazem nascer uma lágrima, a tal furtiva lágrima.
Pelos sitios por onde andou, pelos filmes que viu, e dos que estão no programa "em exibição" e a "seguir", viu os três.
Os telefones ainda tinham cinco digitos, lembra-se disso, e considera que isso já foi há muito tempo.
A saudade não é apenas uma palavra triste e estas recordações reconfortam. Chamem-lhe piegas que ele não se importa.
Do comércio local da Avª Almirante Reis, publicitado no programa, falta o "Café Ribatejano", restaurante, café e bilhares, porta-aviões dos tempos em que não tinha aulas, ou a elas faltava.
É bom estar nos "Dias Que Voam".
Obrigado, Teresa.
durante uns 10 anos andei por estas zonas.
antes da 'invenção' do metro e quando tinha que fazer a viagem do chile ao martim moniz antecedido duma corrida pela pereira carrilho abaixo e outra até à gare da estação do rossio para ir almoçar a queluz.
algumas vezes andei pelo lys ainda na versão cadeiras de madeira (antes da versão 'sofás' verde alface).
depois estive quase 20 anos no campo santana, e nunca deixei de frequentar essa zona.
o cheiro do café acabado de moer é das coisas que mais ainda estão na memória (a par de uma outra casa no começo da rua misericórdia, ainda nos idos de 60's). acho que le mebro de cada uma dessas casas anunciadas no programa...
Se é o que ele está a pensar essa casa de café ficava no lado esquerdo quando se começa a subir a Rua da Misericórdia. Nessa esquina estava a "Leitaria Trevo", agora é um "come-em-pé", a seguir à casa de café está o edificio onde se situava o jornal do regime "A Voz" e onde mais tarde viveu a Luiz Neto Jorge e o Manuel João Gomes que, pelas tardes, namoravam, escreviam poemas, faziam traduções na "Parisiense", esquina da Rua do Alecrim com a Praça Luis de Camões. Ele trabalhava no Largo Barão de Quintela, fazia um "break" e ia tomar o gin da tarde. Prazeres acumulados: olhá-los, sentir-lhes a paixão, o deslizar do gin. o sabor de uma cigarrilha "Alto", o charuto ainda não estava generalizado vulgarizado.
sim. essa casa no começo da rua, do lado esquerdo.
nesta pastelaria trabalhava, ao tempo um primo meu.
eu era na rua da rosa (entre 62 e 70, altura em que mudei para o largo do leão por 10 anos).
a essa loja de cafés ia eu buscar o café, dum lote especial que era feito a pedido. ao lado, foi o local onde abriu o primeiro 'supermercado' em portugal. uma coisa minúscula, mas com todo o conceito que faria hoje um supermercado e onde eu ia comprar o sal cerebos que era o único sal de mesa (como hoje os conhecemos) que existia.
o largo barão de quintela era mais para ir ao j.a. da costa pina, na esquina.
quanto aos jornais, não tenho a certeza d'a voz (creio que era o jornal do episcopado).
mas tenho a certeza do 'diário da manhã' e do seu sucessor 'época', um pouco mais acima, onde fui levar comida à redação algumas vezes. e do diário ilustrado (onde trabalhou um irmão meu) em frente ao república...
O jornal do episcopado era o "Novidades", "A Voz" era um jornal monárquico-católico-situacionista. A "Época" substituiu, apenas no nome, o "Diário da Manhã". Hoje está lá a sede da Associação 25 de Abril"
Ainda conheceu a Rua da Misericórdia" como sendo "Rua do Mundo" e foi uma pena terem-lhe mudado o nome. Gostava mais deste.
Eu é que agradeço caros amigos, por acompanharem o esvoaçar destes dias.
eu só conheci a 'rua do mundo' por ser assim que as gentes do bairro alto a tratavam.
tal como o largo trindade coelho sempre foi o de são roque
É capaz de ser isso.Não recorda, agora, se alguma vez leu Rua do Mundo em vez de Rua da Misericórdia. Tão pouco sabe quando se terá dado a mudança de nome, se é que houve.
Rua da Misericórdia, repartida pelas freguesias do Sacramento e da Encarnação, foi atribuída por deliberação camarária de 12/08/1937 e respectivo Edital de 19/08/1937, para homenagear a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa cuja sede se encontra no largo que encima esta rua.
Anteriormente esta artéria tinha-se denominado Rua do Mundo (por delib. cam. de 27/10/1910 e edital de 18/11/1910), para perpetuar o nome do jornal que estava sediado neste arruamento e ainda antes designava-se Rua de São Roque (delib. cam. de 18/05/1889 e edital de 08/06/1889), e incialmente Rua Larga de S. Roque, em memória da Igreja e Convento de São Roque que támbém o topónimo inicial de Bairro Alto de São Roque.
Assim sendo trata-se de uma designação popular de nome de rua. É certo que desde miúdo sempre ouviu nomeá-la como do Mundo.
Neste caso o jornal "A Voz", de que fala masi atrás,terá ocupado as instalações do jornal "Mundo"?
Dá gosto anadra por aqui!
Não sei dizer-lhe, mas conheço uma expert na matéria a quem perguntarei na sexta:)
Acho que a casa dos cafés de que fala o Carlos ainda lá está. É «A Carioca» - não perca o papel de embrulho da dita, vizinha. Ainda lá me abasteço.
Um tio meu, a minha avó e o meu pai falavam da Rua do Mundo e ainda convivi, em miúdo, na «Flor do Mundo» - café que ainda mantém o nome - com a malta dos jornais do Bairro Alto. Anos que voam...
sim. falo da 'carioca'
um cheiro a café acabado de moer que chega ao passeio.
os meus 8 anos de adolescente no bairro alto foram uma escola de vida...
(como já devem estar fartos de ter lido aqui...)
Logo que liquidar a gripalahada que o atacou ao virar de uma esquina da cidade, e irá tirar uma fotografia à "Carioca", deliciar-se-á com o cheiro do café moído, trará a embalagem de que fala Politikos e aproveitará para tirar mais algumas fotografias. É que durante dez anos trabalhou por ali. Grande parte do comércio está largamente modificado. Já não existe, por exemplo, o tasco onde, por vezes, almoçava, que se chamava, ou a que chamávamos "Os Anarquistas", no lado direito da rua que agora não lembra o nome e que da Rua Misericórdia desemboca na "Barateira".
Pede desculpa mas "Os Anarquistas" ficavam no lado esquerdo da rua e não do lado direito, como por lapso escreveu. No lado direito está o Teatro da Trindade. Esta gripe... devia borrifar-se nos médicos e tratar isto a gins e conhaques...
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