No meio da onda de alegria, que varreu os “Dias Que Voam”, pelo nascimento da sobrinha-neta da Teresa, ocorreu-lhe que pelo Verão andara, por aí ,a tirar fotografias a girassóis que é uma flor de que muito gosta. Pensou em juntar o poema da “Fala do Homem Nascido “ do António Gedeão e assim compor um ramalhete de saudação a Amelie. Claro que fica a faltar uma ou duas “flutes” de espumante “Murganheira”, mas isso já é uma outra história.
“(Chega à boca da cena, e diz:)
Venho da terra assombrada,
do ventre da minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.
Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.”
1 comentário:
Lá virá o Murganheira. Muito obrigada Gin, a si e a todas as pessoas que compartilharam este momento comigo.
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