12 de março de 2008

A carta da guerra do Ultramar



Quando as vi na Feira da Ladra reconheci-os de imediato. Estavam empilhados e atados, uma série de envelopes amarelos, que tinham o patrocínio da Tap e edição do Movimento Nacional Feminino. Eram oferecidos aos soldados portugueses,que estavam na Guerra, para comunicarem com os entes queridos, sem custos.
Apaguei os nomes dos destinatários, mas o soldado destinava-as aos" pais e mana" Lisboa, Metrópole.

A carta é curta mas expressiva. Um rapaz que sonha com o fim da guerra e deseja que "ela não rebente cá para baixo. Isto está de mal a pior". Que se preocupa com o destino do Sporting. Que anseia por receber cartas. Que pede que lhe escrevam. Um miúdo com saudades da família e cheio de vontade de voltar.

O que lhe terá acontecido, não o saberemos. Importante é que relembremos que muitos destes rapazes não voltaram e muitos outros ficaram traumatizados ou incapacitados por esta guerra (perfeitamente inútil ,aliás como todas as outras).
Podem clicar nas imagens para lerem a carta, frente e verso.

Sem comentários: