20 de julho de 2007
Grandjó
Ontem dei por mim com a reserva de vinhos esgotada. Ora nada que não se remedeie,lá vou eu ao armazém do fim da rua, que tem uma grande variedade vinícola que permite algumas descobertas interessantes. Lá estava o empregado, que é um verdadeiro gigante, a atender duas senhoras de idade muito emperlequitadas. Poderiam ser as émulas das célebres manas, mas o objectivo delas era preciso: quanto pesa uma garrafa de vinho e como se deve transportar em avião. Enquanto discutiam o assunto, eu viajava pelo Dão, Alentejo e outras regiões, continuando a preferir o novo Periquita Branco, que tão bem sabe a arinto. Garrafas seleccionadas, a conversa continuava, animadíssima por parte das senhoras, e fui bem acolhida pelo empregado que logo me despachou a todo o vapor. Quando saía ouço a senhora a debruçar-se sobre o umbigo do empregado, era por onde ela lhe dava,e perguntar em tom conspiratório: E Grandjó.... não sei se conhece mas haverá aqui? Ai o senhor não aguentou e esboçou um grande sorriso: Com certeza minha senhora, conseguimos arranjar.
E eu saí a rir e a recordar a outra empregada, que tem um ar sério e reservada,mas que quando fala de vinho se empolga e parece daqueles actores do Dona Maria a declamar Espanca.
Sempre o vinho é mais aromático que a poesia e eu ando em dias pragmáticos. Pelos vistos não sou só eu.
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