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Sexta-feira, Junho 30, 2006

TPC: as patas todas na poça

Where art thou Muse that thou forget'st so long,
To speak of that which gives thee all thy might?
Spend'st thou thy fury on some worthless song,
Darkening thy power to lend base subjects light?

Return forgetful Muse, and straight redeem,
In gentle numbers time so idly spent;
Sing to the ear that doth thy lays esteem
And gives thy pen both skill and argument.

Rise, resty Muse, my love's sweet face survey,
If Time have any wrinkle graven there;
If any, be a satire to decay,
And make time's spoils despised every where.

Give my love fame faster than Time wastes life,
So thou prevent'st his scythe and crooked knife.

William Shakespeare
Não me falem de erros, por favor.
Agora, não.

para amanhã,

haja esperança
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e que a história se repita,

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ainda que com diferentes actores

Erros...

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.


Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.


Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.


De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!


Luís de Camões

Bem , não posso fazer minhas as palavras do Tio Luís. Mas de erros tenho um saco cheio.

Erro profissional: queria fazer História vou para LLM...e depois viro assistente social. Por causa do Cardia, do exame de aptidão e querer ter a certeza que entrava. E entrei. E depois de ter entrado não gostei e quis uma profissão que ajudasse o mundo.
O meu pai era pouco de conselhos mas achava que eu devia tirar direito. Se calhar eu até gostava.
Será erro não ter seguido o desejo dele?
Acabei por tirar jornalismo também. E agora faço uma mistura de tudo.

Erro afectivo mas também curricular: depois de ter terminado uma relação de quinze anos ou mais, começar outra quase logo a seguir. Errado foi, mas soube bem. e já acabou também. Neste momento a diferença entre ralação e relação para mim é inexistente:)

Erro de património, ter cedido a casa ao meu ex. Mas francamente preferi não me sentir mais culpada do que já estava a sentir. E odiava a casa. Que se lixem as conveniências.

Estes são só alguns. Mas tudo correu bem afinal. Erro foi ter nascido tão tarde....
Tenho a noção que sou uma natural erradora e errante. Tanto melhor.



TPC

Regresso ao futuro - este seria o momento crucial: Estava eu sentado no passeio da Universidade Nova da Av. Berna a candidatar-me para o ensino superior. Por talvez não ter coragem ou ainda não ter percebido do que gostava, escolhi a opção mais "sensata" e optei por Eng. Eletrotecnica devido a trabalho garantido através do meu pai. Demorei 10 anos a fazer um curso que não gostava. Foi um erro escolher um curso que não era realmente a minha paixão.
Talvez seria a unica coisa que mudaria na minha vida. Mas quem sabe? Se calhar, era pior. Passado é passado. O presente é que interessa...e o futuro.

O maior erro.

Em Março de 1994, andava eu no 12º ano, resolvi anular a matrícula a matemática. Consegui fazer a disciplina depois, mas essa decisão alterou tudo. Se me tivesse esforçado mais, se tivesse pensado melhor, talvez tivesse feito a coisa pela via normal, entrado noutra universidade e hoje a minha vida podia ser diferente. Não sei se melhor ou pior, mas diferente. De qualquer maneira, tenho a noção que anular a matrícula foi um erro.
Fizeram algum erro que vos alterou a vida?
Lulu a colocar tema se faz favor.

Quinta-feira, Junho 29, 2006

O meu sofá mais adorado:)

Este sofá foi o mais confortável que já tive na vida.
Requiescat in pace no céu dos sofás. . Obrigada Habitat:)

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Foto JM/ Tia a dormir sem parar.

Se eu fosse um sofá...

...podia ser o meu!

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É durinho mas bom para dormir, tem o tamanho ideal para duas pessoas aconchegadas.
Na imagem faltam as almofadas que a T me deu no Natal, para abrilhantar e dar conforto.

TPC: sofá

eu seria uma chaise longue como esta



nota: é favor não reparar nem no tapete, nem nos cortinados e muito menos no quadro pavoroso da parede

Vespeira ou não guardes para amanhã o amor que podes fazer hoje

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Sentir o medo da superfície branca...
Ficar fascinado com a provocação da brancura.
Atacar com raiva a sedução do branco,
sentindo o sabor do que não quero.
Algo começa na revelação do encontro
ou tudo acaba na destruição da procura.
Nasce uma ambiência...
É, não é?
As formas e cores começam a viver,
como se cumprissem um destino desconhecido.
Fecundar e ver nascer no mesmo instante.
Coisificar a surpresa...

Vespeira in Simumis, p 26

Há artistas que conseguem transmitir-se. E isto não tem só a ver com execução de obras de arte.Passa pelo afecto, pelo discurso, pelo relacionamento com os outros.
Assim foi Vespeira. Dizia ele: "A Arte Fascista faz mal à vista".
O primo Vespeira, segundo as primas Vespeirinhas que dele passam um testemunho rigoroso no catálogo da sua exposição na Valbom. É bom ir ver e refrescar a memória. Rir um bocadinho das colagens do Guterres, por exemplo...Ou ficarmos tocados por..

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A S. continuará a contar à filha a história da menina Lua.
Que prenda mais bonita se pode dar a quem gostamos?

TPC - sofa

Peço desculpa mas ainda nao descobri o sofá perfeito. Tambem diga-se que ainda nao tive necessidade de o procurar porque as casas onde vivi ate agora já vinham com sofas. :)
Quando descobrir, postarei. (mais 2-3 anos)
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O "meu" sofá

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Para além de confortável é docinho....

Morgaine
Que Sofá?

ESTE:

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fotografia incluída na série O Dia Em Que...

parece que é a minha vez... e antes que me caia o céu em cima, o tpc é: se fosses um sofá, qual gostarias de ser?

eu gostaria de ser este:


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ok.. mas bem no fundo todos gostaríamos de ser este...
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Avisos de navegação

Queria pedir a todos os postadores que evitem fazer upload directo das imagens com o blogger. Usem hospedeiros de imagens alternativos, como o Imageshack, ( ícone de cima à direita) ou outro qualquer que prefiram.
A maior parte das pessoas já faz isso, aliás. Quem quiser ajuda para perceber como se faz, é só dizer.
Abeijos e braços.

Suzanne Valadon

A propósito de Suzanne Valadon, a autora do primeiro quadro da maria (a mulher deitada na cama a fumar).

"She modeled for artists Edgar Degas, Henri de Toulouse-Lautrec, Pierre-Auguste Renoir and Pierre Puvis de Chavannes, and she had affairs with all of them. A smitten Satie proposed marriage after their first intimate night."

E alguém contou isto:

"after Maurice was born illegitimately to Suzanne Valadon, she went to Renoir, for whom she had modeled nine months previously. Renoir looked at the baby and said, 'He can't be mine, the color is terrible!' Next she went to Degas, for whom she had also modeled. He said, 'He can't be mine, the form is terrible!' At a cafe, Valadon saw an artist she knew named [Miguel] Utrillo, to whom she spilled her woes. The man told her to call the baby Utrillo: 'I would be glad to put my name to the work of either Renoir or Degas"

TPC

se eu fosse um quadro seria este

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e andaria muitas vezes por aqui

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acho que conseguiria postar mais uns quantos posts com outros quadros

TPC: Casa e eu pintados

A minha casa pintada é esta. A luz do quarto à esquerda é onde escrevo este post.

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Aqui em baixo é onde eu estarei, ou terei estado, quando me lerem. Sou o tipo de costas.

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Os motivos, esses, não vêm ao caso agora.

Quarta-feira, Junho 28, 2006

TPC da Lau

A Lau gostaria de estar neste quadro.

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TPC

Reformulo. A Lau diz, e bem, que eu gostaria é de estar neste quadro.

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TPC Quadros

Eu gostava de estar nestes quadros.

afrontamento autista ou negociação inteligente?


o processo de encerramento de algumas maternidades teve, até agora, por parte das autoridades municipais, dois tipos de aitudes:

1, o afrontamento populista-legalista com a chamada das populações aos directos televisivos e providências cautelares.
2., a negociação de contrapartidas pelo fecho dos blocos de partos.

no primeiro, temos os exemplos de elvas, barcelos, santo tirso, etc. com procissões de velas, gritos lancinantes, sirenes de bombeiros, enterros simbólicos. tudo em nome de nascer 'na terra' e de preferência a 5 minutos de casa, seja a que preço for.

no segundo, temos amarante, que sabendo da inevitabilidade do encerramento e jogando com a fragilidade do ministério, negociou a requalificação da sua unidade hospitalar e melhorando assim a qualidade dos serviços de saude prestados aos seus munícipes.

os resultados estão à vista:
uns têm apenas os seus blocos de partos fechados, os outros têm melhores cuidados de saúde.

Adivinha quem vem jogar

Bom, esta é mais difícil...

Liberdade

Em Que Quadro Queria Estar?

NESTE:



adoro a força deste beijo!

TPC

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Clyfford Still - Jamais

Ultimamente diria este. Ando fascinado com a agressividade deste quadro..

israel quer tanto a paz como eu quero que o benfica ganhe o próximo campeonato

militantes palestinianos cavaram um túnel de 500 metros para atacar um posto militar israelita em kerem shalom.
mataram dois soldados e fizeram um outro refém.

em resposta, israel manda o seu exército invadir a faiza de gaza, bombardear a principal central eléctrica, destruir pontes, matar dezenas de civis inocentes, tudo num aparato de centenas de tanques e milhares de homens protegidos pela sua força aérea a bombardear tudo o que mexe.

em resposta e para libertar o refém, dizem

claramente 'equilibrada', digo eu

e ao serviço dos esforços de paz na região.


Bal au moulin de la Galette, Montmartre por Pierre-Auguste Renoir

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Este é o quadro em que eu gosto de me imaginar. Estiraçada ao balcão provavelmente.
A conversar. A dizer mal...
Um dia vi um documentário inteirinho só sobre ele. Cada pormenor tinha uma história.
Gosto do Impressionismo. E das formas voluptuosas e quentes de Renoir.
Se tivesse que ficar retida numa tela, que fosse esta.

Learning to fly

Não lhes resisti!
Uma prá sobrinha, outra prá prima...
A verdade é que tb queria uma prá mim...

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pp: hand made by Multicalórica

pssst... TÁXI!

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pp: com dedicatória à Tzinha ;-)

delicatessen


o presidente da associação nacional de municípios e presidente da câmara municipal de viseu, afirmou ontem na sua assembleia municipal, depois do presidente da junta de silgueiros se ter queixado de ter sido autuado pelos vigilantes da natureza e depois condenado em tribunal, que os autarcas (era a eles que se estava a dirigir):

'arrangem lá um grupo a corram-nos à pedrada'

hoje, entrevistado em directo por uma televisão, e questionado sobre se mantinha a afirmação, o senhor fernando ruas afirmou que as declarações não deviam ser desviadas do contexto (eu ouvi as declarações do senhor ruas em que disse (e cito de memória): as populações reclamam por uma manilha para a àgua, nós construimos a manilha e vêm os fiscais multarem-nos. o que deviam fazer da próxima vez é arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada.
disse mais uma série de boçalidades como 'mas quem conheçe esses senhores?' (como se fosse o conhecimento público dum fiscal que o legitimasse..) e que quando o treinador de portugal fala em mata-mata não quer dizer matar (é preciso ter um qi abaixo de zero para se lembrar duma desculpa tão esfarrapada...)
a contexto é este, e mesmo que não fosse, o que isto mostra é que a insanidade alastra.


a insanidade e a impunidade.

Terça-feira, Junho 27, 2006

Vaya una copa?


Então quem será este pessoal?

Esta é fácil, mas há mais...

A Biblioteca a ARDER!



Afinal qual destas bibliotecas da Vieira da Silva está a arder?

Os livros lidos nas estantes são como quadros nos armazens dos museus.

Eu também tenho muita livralhada, mas agora antes prefiro dar os livros a quem deles goste do que tê-los a apodrecer e a criar pó e bicho nas prateleiras. Depois de lido, o livro, que sabemos não mais reler, deve passar de mão ou arder no fogo redentor, tal como fazia Pepe Carvalho, o detective de Montalban, também els extintos. As cinzas, ao menos essas, são potássio que sempre pode ajudar novos frutos a crescer e adoçar.

Guardarei agora só os meu livros de consulta, os que deixei para ler um dia, os de releitura, os de afecto e estima e muitos outros destinados, primeiro, ao purgatório e depois, ao Inferno. O purgatório é o sótão da velha casa, pois agora já nem as bibliotecas os querem; o inferno é o fogo eterno.

Os livros velhos agora estão na Internet; os novos nas livrarias!

E é o josef a mandar tema. Assim não se fica a rir da Maria.

o gordo já facturou

neste momento estamos aos 7 minutos do brasil-gana e o bombo da festa dos jornalistas brasileiros já se tornou o melhor marcador de sempre da história dos mundiais de futebol e simultâneamente o melhor marcador deste (a par com outro).
para gordo, pesado, adormecido e outros piropos... o ronaldo não está nada mal.
e lá vai sorrindo com aquele ar de 'falam para aí que eu vou marcando...'

O que fica

Do Portugal-Holanda, além de até eu ter ficado nervoso com a coisa, a imagem que me ficará passou muito fugazmente na televisão e não me consta que esteja em fotografia - pelo menos não a encontrei numa pesquisa rápida no Google.

Trata-se da imagem de Deco e Van Bronckhorst após as expulsões, sentados nuns degraus, com pinta de putos apanhados a ir à fruta e a achar que o mundo é injusto, conversando pacatamente. À direita de Deco, um pouco afastado e manifestamente acabrunhado (porventura por ter sido catrapiscado com mais fruta que os outros) Khalid Boulahrouz, o outro expulso da Holanda. Este trio tinha um ar tão infeliz que só apetecia mandar alguém lá dar-lhes mimo e dizer "vá lá, vá lá, depois passa...".

O resto, para mim, não lembrará. Ok, talvez o remate para golo do Maniche. Mas isso é o meu lado animal a vir ao de cima.
A Arrumação Livresca

arrumar livros, eis algo para o qual ainda não descobri um método que me permita a fácil descoberta do livro que busco! já tentei arrumá-los por género (romance, poesia, dicionários...), por nacionalidades (portugueses, espanhóis, franceses...), actualmente tento arrumá-los por autor... mas existe algo que nunca funciona bem. talvez seja por cada um ser do seu tamanho, por os livros serem algo irrequietos & não gostarem de paraem sempre na mesma prateleira... mas talvez um dia, eu consiga encontrar o livro que procuro em menos de 1 minuto!

a propósito do portugal-holanda de 2006, veio-me á memória o portugal-brasil de 1966


todos os países têm uma memória selectiva e um amnésia conveniente.

a propósito deste campeonato do mundo muito se tem falado do mundial de 66 e dos seus heróis.
dos choros do eusébio, do vicente que secou o pelé. da garra e da valentia, do roubo perante a inglaterra, da recuperação face à coreia do norte.

olhando hoje o resumo do jogo portugal-brasil desse campeonato a única coisa que nos devia fazer sentir era vergonha.
os jogadores portugueses massacraram literalmente os brasileiros.

pelé saiu em ombros a chorar e depois do jogo disse que não voltava a jogar futebol.
se aquele jogo tivesse sido hoje, portugal ia muito mais cedo para o balneário porque ao fim de 30 minutos já só teria os 7 jogadores que o impediam de continuar.
falar do mundial de 66 e esquecer o jogo mais vergonhoso da história do futebol português não nos fica bem.


mas ganhámos ao brasil, suprema glória

o eixo coimbra-figueira está a ficar insane...

o responsável da pj pela investigação ao crime económico em coimbra, que entre outras coisas é o responsável pelas investigações que caem sobre a associação académica de coimbra sad e o seu presidente, é o novo vice-presidente da naval 1º de maio, cujo presidente da direcção a que agora pertence é um dos arguidos do processo 'apito dourado'....

A estranha vida sexual dos livros

Eu acho que os meus livros têm vida sexual intensa e produtiva porque cada vez mais ocupam a casa toda.
Não sei o que acontece à noite. Penso que o Miller anda em frenética actividade. Encontrei a fotobiografia da Natália Correia caída no chão e parece que sopra sempre uma tremenda ventania nas estantes. Acho suspeito estarem sempre desalinhados. Às vezes noto-os corados. Ofegantes. Refastelados. Esvaziam-me as garrafas.( The piano has been drinking, not me, not me, not me, not me, not me...) Outro dia estava escrito na casa de banho " Exigimos uma maternidade para a Rua José Falcão!". Eu repliquei, como entidade patronal: " têm a Alfredo da Costa que é perto!". Malcriados.
Resultado , procriam em casa os impertinentes. Há também um lar de Terceira Idade julgo eu. E uma secção de pedaços de livros estropiados que tenho para colar. Estão sempre a reclamar aliás.
Quando trago livros novos para casa, passam por uma quarentena e ficam aparte enquanto os não leio. Depois tento integrá-los. Nunca é muito fácil. Os que já têm lugar cativo, recusam-se a desviar um pouco para os novos caberem. Tenho que forçar. Depois ameaçam com o Apoio à Vítima. Delatores.
Arrumá-los? Eu bem tento. Autores estrangeiros para um lado, Poesia para outro, Portugueses para lá, ficção científica para cá, policiais para outro, história, cinema, sei lá eu que mais. Mas eles convivem E são pouco ortodoxos e criteriosos nas escolhas de companhia. E depois às vezes escondem-se: dá-lhes gozo ver-me de cu para o ar ou empoleirada numa cadeira à procura dum deles. Às vezes ouço uns risinhos de gozo. "a gaja tá pitosga como o caraças".
Ontem à noite, antes de adormecer, ouvi de novo as vozes: "a gaja anda a fotografar-nos muito. E há aqui menores. Bora chamar o Diap?""Bora!!"....grrrrrrrrrrrrr!
A empregada disse-me : não consigo limpar o pó a todos. Mal ela sabe como eles são...

Era uma vez o rei Sócrates

Chegou a uma terrazinha alentejana e disse: Bom dia meus senhores...vamos lançar a banda larga..que vai ser uma revolução para Portugal, como foi a da electricidade no século dezoito..ops...dezanove!

(soubessem os revolucionários franceses da existência da electricidade e adeus guilhotina, viva a cadeira eléctrica).

TPC: Só se tiverem morrido...

Isto é, os livros. Eu arrumo-os por temas. Muito bem arrumadinhos.
Passado um tempo estão todos misturados. Juro que não faço nada para que tal aconteça. Espalham-se pelas prateleiras, aparecem sobre mesas, debaixo de móveis, suspeitamente aos pares e aos trios. Poesia misturada com livros sobre física quântica. Romances com a teoria do caos. Um livro de ensaios ensanduichado entre uma descrição da internet dos primeiros tempos e literatura do século XIX, sob o olhar atento de artigos sobre prevenção do cancro. Os livros do Philip Roth são dos piores, sendo vistos por vezes embrulhados em números antigos do Expresso e da Time.

Volto a arrumá-los. Passado um tempo a cena voltou ao mesmo.
Ah, sim, e os discos participam frequente na rebaldaria.... mas este post está a tornar-se perigosamente desviante.
É melhor ficar por aqui.

TPC : como arrumam os livros

Como se tem falado aqui imenso de livros, fiquei a matutar numa coisa, como é que vocês organizam os livros?
Eu ainda ando para descobrir a organização perfeita para mim, por muito que os tente arrumar por secções: prosa, poesia, livros ainda não lidos, a confusão instala-se passado menos que uma semana.
É terrível constatar que sou uma desorganizada que vive entre pilhas de livros que se misturam (ando com a séria impressão de que o meu livro de poesia da sexton anda apaixonado pelos cadernos da escola e que os da atwood se andam a entender com os do vila matas).
E enquanto escrevo este post, estou ladeada de duas pilhas pequeninas com os livros que uso mais para alimentar o meu blog.

as mulheres de barcelos mobilizaram a população para a porta da maternidade

espera-se uma grande noite de sexo para justificar a maternidade em funcionamento

Mais uma cega-rega: A FLOR NO CUME...

Como não consigo publicar o powerpoint que está giro, musicado e cantado, vai a letra. Mas quem quiser, é só pedir que envio por mail ou para quem possa publicar, já que o meu ftp se foi:




O CUME

No alto daquele cume
Plantei uma roseira
O vento no cume bate
A rosa no cume cheira.

Quando vem a chuva fina
Salpicos no cume caem
Formigas no cume entram
Abelhas do cume saem.

Quanto cai a chuva grossa
A água do cume desce
O barro do cume escorre
O mato no cume cresce.

Quando cessa a chuva
No cume volta a alegria
Pois torna a brilhar de novo
O sol que no cume ardia !!!

Segunda-feira, Junho 26, 2006

Vez da maria prantar tema. Et voilá.

tpc: leituras de wc

no wc geralmente leio revistecas daquelas corrosas e em falta disso a parte de trás dos produtos utilizados lá.



+

LeiTuRaS

tenho sempre um stock de literaturas, o pior que me poderia ocorrer era sentar-me e descobrir que nada tinha para ler... nem que seja o jornal daquela cadeia de supermercados alemã.

los de abajo, ou as ganas de cantar

imaginem a mistura dos mano negra/manu chao com os negresses vertes e os rage against machine.
tudo isto servido, com ska, mariachi, reggae, cumbia, mambo, merengue, salsa e rock.
o resultado é uma permanente festa combatente.

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os los de abajo foram roubar o seu nome a um dos míticos romances mexicanos.
'los de abajo' foi escrito por mariano azuela em 1915 e foi um dos percussores da literatura da revolução mexicana. mariano azuela trabalhou como médico de campanha junto das tropas revolucionárias mexicanas que combatiam o ditador victoriano huerta.

é deste romance que os 'los de abajo' vão buscar a fonte inspirativa para o nome e a acção.
é a defesa dos 'chilangos' contra os que ostentam nos seus carros "haz patria, mata un chilango"
(cybertropic chilango power é o seu segundo trabalho).

hoje, a banda sonora cá em casa é este grande disco
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um memoravel concerto em los angeles gravado em duplo cd para a posteridade.

e atenção ao verão... os los de abajo virão a portugal para animar as hostes.


a festa está garantida !!!

o proença

ao ler o blog do pinto de sá tive uma espécie de não sei o quê, que é melhor não dizer.
fala do seu passado conspirativo com os nomes reais das pessoas, publicas e não públicas, quer queiram que os seus nomes sejam publicados ou não relativamente a coisas que fizeram sem que quisessem que fossem conhecidas.

de repente comecei a ver falar de amigos que fizeram a instrução primária comigo, companheiros de discussões no muro dos 4 caminhos, no mina velha, no minabela.
ali estavam eles e as suas casas no bairro económico a vir ao público.

e lá estava o proença.

o zé manel (o proença) foi meu companheiro 4 anos na primária. fazia parte do grupo do bairro: o paulo, o beato, o mendes, o zé manel, o alexandre...

sempre foi um aluno brilhante.
aluno da primeira fila.
a professora sempre ordenou os alunos em função das suas classificações nas 'provas', para que houvesse uma espécie de competição permanente entre todos que começou no primeiro dias de aulas: alunos que já sabem ler para um lado, os que não sabem para o outro.
grandes futeboladas no terreiro das traseiras da escola, frente ao quartel. e na praça central do bairro.
quando acabámos a primária separamo-nos. eu fui trabalhar, ele continuou a estudar. raramente nos víamos. pelos nossos 18 anos voltamos a cruzar caminhos.
nos 4 caminhos que eram o centro do mundo de queluz.
uma passagem dele pelo coro de queluz voltou a cruzar-nos os caminhos que a partir daí sempre se voltaria a repetir com mais ou menos frequência. em queluz ou nos fins de semana no lizandro.
depois vieram os tempos dele do técnico, a sua ligação aos movimentos estudantis (onde se juntou ao irmão mais velho do paulo, nosso colega de primária... e ao pinto de sá).
sempre andámos por zonas divergentes. sempre fomos discutindo. os dois empenhados em mudar o mundo (os tansos. como diria agora o pinto de sá... ) por caminhos diferentes. mas sempre amigos.
pelos idos de 73 o bairro levou uma razia e uma boa parte dos meus amigos de lá foram presos.
sempre se disse quem foi o culpado de tal razia.
não posso nem quero garantir, mas também tenho as minhas razões para achar quem falou mais do que devia.

há poucos anos voltei a encontrar o paulo num restaurante de algés.
falámos horas sobre os anos que não nos víamos. e falava-me ele do zé-manel:
- tens visto o zé manel proença? está um trapo.
problemas familiares, laborais, bebida... tudo numa amálgama que tinham transformado completamente um homem brilhante. passado pouco tempo, ao beber um café na área de serviço da bp em massamá, aparece-me o zé manel ao lado.
barba de muitos dias por fazer, casaco de cabedal a pedir caixote do lixo. uma sombra triste do amigo que sempre conheci.
perguntei-lhe se estava tudo bem. dizia que sim com ar de dizer que não e de quem não se sentia bem ali.
saiu e nunca mais o vi.

ler sobre o proença nos escritos do pinto de sá, fizeram voltar as duas imagens do zé manel:
a do brilho e a da sombra.

Tepecê

Tenho um banquinho na casa de banho,frente ao trono, para guardar sempre qualquer coisa para ler.
O conteúdo é variável. E pouco ortodoxo.

Por mais que eu seja rápida nessas artes do deitar fora, sinto-me insegura caso não tenha nada em armazém para ler. Geralmente reler.

Quando era miúda, escondia no roupeiro da roupa suja, os livros do Jorge amado que não me deixavam ler. Isso é que eram horas na casa de banho. A minha mãe chegou a pensar que tinha prisão de ventre:)

Ultimamente dei em fotografar pilhas de livros...valha-me Deus:)

separados à nascença

Figo e Sam the Eagle



TPC

Eu tenho sempre à mão o jornal Público. As crónicas do eduardo prado coelho são excelentes, sobretudo para prisões de ventre, e quando falta o papel higiénico...

Porquê reler os clássicos

Neste caso rever. Ainda ontem revi 7 vezes seguidas este clássico e não me fartei.

TPC da T

T: não leio nada na casa de banho. Normalmente sou muito despachada, não tenho tempo para isso nem gosto, apesar de ter sempre PC Guias à mão.
Ainda bem que voltaste T, fazes-me muita falta e esta semana precisei muito de ti :)

tepecê: quem lê o quê no wc.

Falava o Henry Miller dos livros que todos lemos, às escondidas dos pais, quando miúdos.

O local do crime era a casa de banho. Diz que conversando com a mãe dele, tinham lido os mesmos livros na clandestinidade e no mesmo local.

Ora bem...TPC de hoje....o que estás a ler na casa de banho? Ou que reserva de leitura está lá armazenada...clandestina ou não. Contem à gente.
Patinhas? Poesia? Policiais? Ficção? O que facilita a evacuação ?
:)

Domingo, Junho 25, 2006

Agora, os ingleses

No scout dessa partida já se vê que foi a mais violenta da história das copas. Nunca antes uma partida havia terminado com quatro expulsões e treze cartões amarelos. (Os cartões, aliás, foram inventados por causa dos argentinos; no jogo deles com a Inglaterra, na copa de 66, Rattín, capitão argentino, foi expulso, mas não entendeu o que dizia o árbitro, e foi uma confusão para tirá-lo de campo. Daí inventarem os cartões, como códigos para advertências e expulsões.)

Eu acho que Portugal jogou muito bem, especialmente Miguel, Figo e Maniche. O Costinha foi expulso bobamente; já o Deco merecia ter ido para fora já na pancada criminosa que deu no holandês - assim como aquele holandês de nome impronunciável que quase matou o Cristiano Ronaldo também tinha que ter ido pro chuveiro mais cedo. Holandeses, aliás, que mostraram muita afobação e pouca cabeça, e foram muito deselegantes ao não devolver uma bola a Portugal, posta fora para atendimento médico. Perderam com justiça.

Parabéns aos amigos de Portugal. A Inglaterra, pelo que vi, não está jogando nada, e pode perfeitamente ser batida.

Gatos e futebol

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O Vicente caga no Mundial: eats, shoots & Leaves parece-lhe um melhor encosto.
.......

A mona arranjou poiso fofo para dormir. Não é futeboleira.
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A América sai ao padrinho Américo. Está à janela a namorar as bandeiras

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Fuerteventura/2006

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Este ano para já, Fuerteventura, Ilhas Canárias.
Uma ilha árida, comprida e a ser completamente destruída por uma noção de turismo dos anos 70.
Espero que os majorenos acordem a tempo. Nas fotos guardo a melhor das recordações. Mas existem alguns recantos a explorar.
E dou-vos uma secazita...para variar:)
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o direito à opinião, à resposta, e ao esclarecimentos das ideias

escrevi há uns dias um post sobre o livro de pinto de sá.
respondeu ele em comentário sobre o que achou bem ou mal no que escrevi e alguns esclarecimentos sobre o que pensa.

como os posts ficam aqui para sempre e os comentários não, aqui fica registado a opinião de pinto de sá.
e todas as que entender fazer sobre a sua pessoa serão passadas a post.
e, pela minha parte, se quiser juntar-se aos da casa, eu mando o convite para escrever.
nós gostamos da diversidade.

Caro Carlos, gostei do seu "blogado" desassombrado e sincero.Mas deixe-me só esclarecê-lo num ou dois pontos:1 - Não é verdade que "uma boa parte das pessoas que passaram pelas organizações m-l sinta frequentemente a necessidade de mostrar o seu arrependimento público". 32 anos após a queda do fascismo, creio que minha posição é a PRIMEIRA E ÚNICA. Pelo contrário, o que a grande maioria dos antigos m-l gosta de fazer é apresentar o seu passado como o de uma actividade libertária e pacifista, portanto percursora da democracia em que vivemos, o que como o livro demonstra, é uma reescrita da História.2 - Não é verdade que digam que digam que queriam pertencer aos grupos m-l para terem amigos. Dizem que o fizeram por causa de questões de consciência e convicção ideológica. EU É QUE DIGOPinto de Sá Email Homepage 06.25.06 - 11:03 am #

QUE ISSO é FALSO, no livro. Uns queriam-no por protagonismo e desejo de poder pessoal (os líderes), os tanso como eu é que queriam ter esses por amigos.3 - Também não é verdade que se todos tivessem feito como eu (falado na prisão) a dituadura ainda aí estaria. Na verdade, dos m-l 99% também traíram na PIDE, que desmantelava regularmente aqueles grupos m-l. Mas isso foi irrelevante para a permanência da ditadura, por que a deitou abaixo não foram os rsistentes mas sim o seu próprio pilar fundamental, as suas Forças Armadas.Cumprimentos cordiais,Pinto de Sá Email Homepage 06.25.06 - 11:07 am #


Agradeço, com efeito, que me emende as gralhas. Foram fruto de uma excessiva pressa na escrita.Quanto aos valores essenciais que menciona, deixe-me dizer-lhe que, modéstia àparte, é precisamente o que encontra no livro que escrevi. Relativamente à sua opinião das causas da queda da ditadura de que o MFA foi o instrumento, concordará que é só uma opinião e que a sua demonstração envolveria grandes dificuldades.Por outro lado, não nego o valor da resistência à ditadura, mas do ponto de vista moral. Do ponto de vista político, foi pouco relevante para a sua queda. Sem as Forças Armadas que aliás tinham sido quem criara a ditadura, esta não teria sido deposta tão cedo. Aguentara 50 anos e nada fazia prever que não estivesse capaz de aguentar muitos mais.Não pretendo desvalorizar o valor moral, repito, da resistência. Mas sejamos realistas...Pinto de Sá Email Homepage 06.25.06 - 12:56 pm #

Livros das minhas férias

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Pilha que seguiu na malinha de viagem. Toda lida ao oitavo dia.
Critério de selecção: não serem livros demasiado pesados (em quilos) e estarem em agendamento de leitura.
Deliciei-me com o Henry Miller.Já reli partes. Concorde-se ou não com os gostos dele e sendo o livro de certa forma datado (o livro é de 1952) tem uma vivacidade espantosa.
Dele retive várias coisas e sobretudo fez-me pensar em muitas outras e sobre mim mesma.
Retenho este excertos. Muitos se seguirão, este é um livro que me marcou.

Citando Giono, um dos seus autores favoritos :

"Quando uma pessoa tem um hálito puro", disse o meu pai, pode apagar feridas em seu redor como se fossem candeeiros".
Mas eu não estava tão certo assim e retorqui: "Se apagares todas as luzes, Paizinho, deixas de ver". Nesse momento os olhos de veludo estavam calmos e olhavam para lá da minha juventude radiosa . "É verdade", observou ele,"que as feridas iluminam . Isso é verdade. Passas muito tempo a ouvir Odripano. Ele tem experiência. Se consegue manter-se jovem entre nós , é por ser um poeta. Sabes o que é poesia? Sabes que o que ele diz é poesia? Sabes isso filho? É essencial que o percebas. Agora escuta. Também eu tive as minhas experiências, e digo-te que tens de apagar as feridas. Se, quando fores adulto , souberes estas duas coisas, a poesia e a ciência de eliminar as feridas, então serás um homem"

De certa forma esta passagem veio-me à cabeça por causa dos haikus belissimos do Josef. Ou do soneto do Azinho. É bom este condão que a leitura tem de interligar tudo. E não sei se vos acontece mas há sempre coincidências extraordinárias. Da vida e não sou só. Ler é mais do que reter ou debitar, é sermos iluminados pelo que lemos. E é esse gosto que torna a leitura um privilégio único.

Timor, hoje

ISTO NÃO É UM BOATO. Isto é verdade hoje.

Caríssima amiga,

Acabo de receber este e-mail do Sebastião Geraldes Barba (sgbarba@gmail.com), que está em Timor (..)

Como sabem, a situação em Timor não é das melhores, de momento… Há já cerca de um mês que grupos de civis armados têm estado a queimar casas, matar pessoas e saquear tudo o que seja possível, pertença do Governo ou privada. Não interessa quem é, o que é ou o que fazer com as coisas – interessa, sim, espalhar o terror, o medo, o pânico. Por isso, as pessoas têm fugido para campos de refugiados dentro da cidade ou nos arredores. Alguns foram tentar abrigar-se nas casas de familiares, nas montanhas fora de Díli, com a dificuldade de não haver nem espaço, nem comida para eles.

A situação destes refugiados é muito complicada: 1º- o medo em que vivem, muito fruto dos medos ressuscitados agora, de feridas reabertas, de sofrimentos mal sarados; 2º- a fome, frio, más condições de higiene, falta de privacidade… etc! A verdade é que o Governo, juntamente com a ONU e ONGs nacionais e internacionais, tem tentado distribuir comida pelos campos (essencialmente arroz), mas o stock está a chegar ao fim e há poucas possibilidades de conseguir repô-lo a tempo. Estamos preocupados!

Muitas destas famílias endividaram-se para poderem alugar "anggunas" (camiões) para fugir e, agora, não têm com que comprar géneros para sobreviver. Mesmo já havendo mercados e lojas abertas, como há pouca gente a trabalhar, há pouca gente a receber, logo, não há poder de compra. Isto leva a problemas gravíssimos que dificilmente terão solução a curto prazo.

De momento, nós (Sebastião e Filipa) estamos a trabalhar juntamente com a HOPE (uma ONG local dedicada às crianças) e a UNHCR (United Nations High Comission for Refugees). Hoje, disseram-nos desta última que já não nos podiam ajudar mais, pois têm escassez de produtos! Vamos tentar a UNICEF, o Ministério do trabalho, a OXFAM (higiene) e o WFP (World Food Program) a partir de amanhã. De qualquer modo, pensamos que a ajuda dispensada ficará sempre aquém das verdadeiras necessidades! Parece que, por aqui, todos se preocupam muito em ter reuniões e almoços de negócios em sítios com ar condicionado e esquecem-se facilmente que há gente à chuva, a viver em condições degradantes e a morrer de doenças e fome! É incrível o pouco que se faz e o tanto que se parece fazer… É muito triste e deixa-nos muito desiludidos.

Até agora, fomos conseguindo arranjar algum dinheiro… Uma amiga nossa levantou 10.000 Dólares da sua própria conta e ontem já só tinha 800! Contudo, continua a não ser suficiente!! E nós só estamos a ajudar num campo de refugiados, em Metinaro, com cerca de 3000 pessoas e o orfanato desta nossa amiga, em Gleno, que tem cerca de 30 crianças e alguns adultos, mas que alimentam vários refugiados das redondezas.

Não tem sido fácil lidar com tantos sentimentos, especialmente com a impotência!

Por isso este e-mail! Gostaríamos de pedir a vossa ajuda e contribuição.
1Euro, 2, 3, 5, 10, 20, 50… o que puderem! De modo a que nós possamos
comprar alimentos (leite em pó, água potável, vegetais, massas, óleo de
cozinha e arroz – muito arroz!) e levar a estes dois locais, de modo a poder
chegar mais longe, a mais gente. Se pudermos ajudar pelo menos uma família,
já estamos a ajudar muito!

Não sabemos se em Portugal há alguma organização a recolher alimentos e outros bens primários para enviar para Timor. Caso saibam de alguma coisa, podem também sempre contribuir com géneros. Porém, estes bens, enviados agora por barco, demorariam 3 meses a chegar cá e a situação é urgente! Por isso pedirmos dinheiro por ser mais imediato.

A mãe da Filipa forneceu o número de conta dela, de modo a que possam depositar directamente, sem ter que estar com contactos e mais contactos.
Então, aqui vai:

Aqui vai o NIB certo! 0036 0036 99100342868 55

– Maria Luísa Vasconcelos Abreu Oliveira Martins. Depois ela deposita numa conta aqui de Timor, nós levantamos e fazemos o resto.

Desde já,

MUITO OBRIGADO por tudo! Pela ajuda, apoio, oração! Obrigada por nos ajudarem na nossa missão aqui!

Se quiserem passar a palavra a amigos, óptimo! Quantos mais souberem, melhor!

Um abraço muito amigo, saudoso,

Filipa e Sebastião

Muito cansada

Cheguei e coisa e tal. Viagem de dez horas, coisa pouca:)
O blog esteve belissimo:) Obrigado Josef e Maria!
Tpcs:
1- Sobre clitóris, gosto muito do meu.
2-Se um homem entrasse no café e coisa e tal...Nunca páro quieta num café, mas admitindo que estivesse a deglutir um pratinho de caracóis no Senhor e me aparecesse um gajo a dizer isso...bem..se fosse realmente interessante calava-se e deixava-me comer em paz.
E se me viesse com parpalatices sobre olhos e coisadas assim acho que o despachava logo para alguém com mais espírito caritativo do que eu.
3- Feiras: gosto de tudo o que é feiras mas em registo rápido. Cansa-me muita barraca e odeio regatear.
4- Acho que me faltam tpcs. E descobri um bom tema em férias. Mas amanhã trato disso.

as mawaca, ou mais uma banda de gajas

já aqui escrevi sobre muitas bandas de gajas.
as belgas laïs, as francesas, com meia equipa 'portuguesa', evasion, as galegas faltriqueira, as finlandesas värtina, e várias outras que eu gosto muito de bandos de gajas com pelo na venta e sangue na guelra.

hoje trago aqui as paulistas mawaca.

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este bando de gajas começou nos anos 90 a cantar à capella um vasto conjunto da chamada 'música do mundo', num leque que vai das portuguesíssimas 'as sete mulheres do minho' ou 'alvissaras', à musica sefardita, grega, japonesa, africana ou brasileira por particular destaque para a nordestina e de cordel.

ouvir angélica leutwiller, christina guiçá, cristiane miguel, magda pucci, sandra oak, susie mathias e zuzu abu abrir as goelas e montar o rico espectáculo visual (infelizmente só as conheço em vídeo) e sonoro é um deslumbramento.
e essa veia cénica levou-as a serem convidadas pela 'portuguesa' ruth escobar a compor e cantar a banda sonora do seu espectáculo 'lusíadas' em 2001.
as mawaca são um caso muito sério.. a seguir com muita atenção.


e este ano vêm cantar a portugal.

Sábado, Junho 24, 2006

Os Sonnets from the Portuguese e um delírio português

Deu-me para aqui hoje:

How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.

I love thee to the level of everyday’s
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.

I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood’s faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints, – I love thee with the breath,

Smiles, tears, of all my life! – and, if God choose,
I shall but love thee better after death.

Elizabeth Barrett Browning
Sonnets from the Portuguese

É um dos poemas da minha vida (e de muita gente, aliás). Por isso, resolvi dizê-lo eu:

De que modos te amo? Deixa-me contar-te.
Amo-te até ao fundo e extensão e altura
Que a minha alma alcança, quando se sente oculta
No recôndito do Ser e da ideal Graça.

Amo-te ao nível das mais plácidas necessidades
Do dia a dia, seja ao sol ou à luz da vela.
Amo-te livremente, como os homens lutam pelo Bem;
Amo-te puramente, como eles se afastam do Elogio.

Amo-te com a paixão gasta nos meus
Desgostos idos, e com a minha fé de criança.
Amo-te com um amor que parecia ter perdido
Com os meus santos antigos, – amo-te com o alento,

Sorrisos, lágrimas de toda a minha vida! – e, se Deus quiser,
Ainda te amarei melhor depois da morte.


2 horas - Inverno

tpc atrasado

estava no café
embrenhado a ler o jornal, como de costume.


na mesma mesa de sempre

de repente ela entra.
o andar sensual, o sorriso aberto e confiante.


olha-me com aqueles olhos deslumbrantes...
aproxima-se de mim..
baixa-se...
e diz-me olhando-me nos olhos:



- importa-se de desviar o jornal para eu me sentar?

Sexta-feira, Junho 23, 2006

O Bom, o Mau e o Vilão

Maquineta diz:

comprei o dvd do "o bom, o mau e o vilão"

Herr_k diz:

excelente filme

Herr_K diz:

melhor de tudo: sem mulherio!

Maquineta diz:

lol

Herr_K diz:

só se vê uma gaja durante o filme todo

Herr_K diz:

e leva logo uma bala na tromba

Lamechiches

Deve ser a cena mais batida de todos os tempos. E a mais lamechas. Do filme Aconteceu No Oeste, do Sergio Leone. Filme que não é um filme: é uma ópera.

Lembro-me assim: a Claudia Cardinalle chega, vestida de preto, cara de luto (e aqueles olhos imensos), a música de Morricone a abrir...Claudia olha para uma mesa com as pessoas (uma família) que tinham sido assassinadas pelos cowboys, e o olhar é dirigido num travelling ao longo da mesa até que, no pico de intensidade da música, chega ao rosto de uma criança assassinada; plano do rosto de cláudia e fecha-se a sequência.

Eu senti arrepios na espinha. E agora volto a sentir ao reouvir a banda sonora.

a lampreia mudou muito pouco nos últimos 100 milhões de anos

a lampreia mudou muito pouco nos últimos 100 milhões de anos...

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e espero que continue assim tão deliciosamente boa nos próximos 100 milhões.


não que eu espere viver tanto tempo...
...mas porque devemos deixar para os nossos descendentes algumas das melhores coisa da vida.



para os curiosos:
revista nature
the lancelet

TPC

Estou sentada numa mesa do seu café favorito. Um homem cativante senta-se à tua mesa sem pedir licença. Olha-me fixamente e diz:
- Há muito que a observo quando vem a este café. Gostaria de a conhecer melhor.
- Pois, também já o tinha visto por aqui, mas normalmente à noite (riso nervoso)...
(silêncio)
- Era capaz de jurar que a conhecia de outro sítio. Por acaso não vive no Cacém?
- Não, vivo aqui perto, numa rua paralela a esta.
- Não tem família em Freixo de Espada à Cinta?
- Não, tenho família no Norte, mas...
- Por acaso não se chama Isabel?
...
Toda a gente, quando me conhece, diz que conhece alguém parecido comigo num lugar distante do país, qualquer dia vou organizar um Encontro Nacional de Pessoas que se Parecem Comigo.
E toda a gente diz que tenho cara de Isabel.

tpc das visitas

o antónio do diário dócil mandou este tpc


Estou sentado numa mesa do meu café favorito. Uma mulher cativante senta-se à minha mesa sem pedir licença. Olha-me fixamente e diz:
- Há muito que o observo quando vem a este café. Gostaria de o conhecer melhor. Traz a braguilha aberta todos os dias e não acredito que seja por distracção: que religião milita?

tpc

Estou sentada numa mesa do meu café favorito. Uma mulher cativante senta-se à minha mesa sem pedir licença. Olha-me fixamente e diz:
- Há muito que a observo quando vem a este café. Gostaria de a conhecer melhor. Olhe. Eu já fui tão gorda como a menina..até me caiam os sobrolhos com a gordura.
[silêncio]
A menina já conhece a dieta herbatreta, funciona às mil maravilhas!!!

depois dá-lhe um pequeno encontrão e aponta para o seu autocolante no peito e diz: «vá, vá, pergunte-me como»
(adenda do antónio do diário dócil)

enfrentar o boi pelos cornos, ou chutar para canto?


cerca de 80 000 cidadãos portugueses subscreveram uma petição à assembleia da república com vista à realização de um referendo sobre a lei da reprodução medicamente assistida.

podiam ter escolhido uma outra questão simples como a das células estaminais, mas escolheram esta... a facilidade de escolha em referendo de sim ou não é igualmente tão fácil.

perante esta petição, a assembleia da república teve duas alternativas:
tomar uma decisão
ou chutar para canto.

do meu ponto de vista, os dois partidos que tiveram a iniciativa de enquadrar os seus simpatizantes para que organizassem uma petição sobre este tema, revelam não apenas desonestidade política como total falta de bom senso e/ou um mínimo aceitável de massa encafálica utilizável.
fazer um referendo sobre uma matéria tão complexa do ponto de vista científico como legislativo é brincar com as pessoas, desprezar a ciência, é fazer golpada legislativa apelando ao sentido mais populista e temeroso dos portugueses.

mas que fazer perante tal situação?
a assembleia da republica fez o pleno da asneira.
não só não discutiu o assunto, como se recusou a dar resposta aos 80 000 cidadãos que democraticamente fizeram a petição a que têm direito e anda de adiamento em adiamento até que não seja possivel tomar uma decisão por ter acabado a sessão legislativa.

assim não vamos longe.
com a assembleia dividida entre deputados sem cérebro e sem tomates (alguns têm as duas caracteristicas), a coisa não se afigura fácil...

TPC

Estou sentado numa mesa do meu café favorito. Um homem cativante senta-se à minha mesa sem pedir licença. Olha-me fixamente e diz:

- Há muito que o observo quando vem a este café. Gostaria de o conhecer melhor.

- Joao...? Joao?! A tua mulher sabe que andas a engatar gajos nos cafés?!

- Não, pá! Achas?! Aquilo lá por casa tá mal... os filhos, o trabalho, a mulher... ainda bem que a minha sogra já morreu porque senão era mais uma a chatear!

- Fodido! Bem, queres ir beber umas cervejas e ir ao cinema?

- Ok!

- Entao, siga para bingo.

TPC

Estou sentado numa mesa do meu café favorito. Uma mulher cativante senta-se à minha mesa sem pedir licença. Olha-me fixamente e diz:

- Há muito que o observo quando vem a este café. Gostaria de o conhecer melhor.

- E isso fica por quanto?

- Estúpido! Adeus

-Adeus

TPC: E se um(a) desconhecido(a)...?

Estás sentado(a) numa mesa do seu café favorito. Um homem (mulher) cativante senta-se à tua mesa sem pedir licença. Olha-te fixamente e diz:

- Há muito que o(a) observo quando vem a este café. Gostaria de o(a) conhecer melhor.

Conta o resto da história. Pode ser o diálogo subsequente, pode ser a descrição de tudo o que se segue mais tarde.

A pessoa está a olhar-te nos olhos e espera a tua resposta. É a tua vez de construir o futuro.

Quinta-feira, Junho 22, 2006

Música preferida

Para quem gosta de saber os álbuns preferidos dos músicos.

Parte 1

Parte 2

tpc da tarde

os malcolm interview foram uma daquelas obscuras bandas semi-profissionais (ou semi-amadoras, como lhe quiserem chamar) que teve uma curtíssima carreira entre 85 e 89 (mudaram o nome depois disso para god's little monkeys quando se decidiram a uma carreira 'a sério').

a obscura carreira dos malcolm interview foi feita numa mistura de billy bragg com pogues:

folk/rock/punk/atitude na voz poderosa de jo swiss.

estranhamente, este muitísimo bom disco
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que chegou a ser votado como a 'novidade do ano' pela bíblia 'folk roots' em 88, desapareceu completamente do mercado, não sendo posível encontrá-lo... excepto nas mãos dos poucos que o têm.


felizmente sou um dos sortudos.

e o tpc da tarde é a sua digitalização.

Falando de bandeiras

O Brasil tem um hino à sua bandeira. Os primeiros versos talves sejam suportáveis: "Salve lindo pendão da esperança / Salve símbolo augusto da paz / Tua nobre presença a lembrança / Da grandeza da pátria nos traz". O resto desanda para menções ao nosso, dos brasileiros, peito juvenil, e etc. Não é feio; mas, enfim. Nos tempos da nossa ditadura, 1964-1984, tínhamos todas as sextas-feiras de cantá-lo, na escola. Era sempre o Hino Nacional (o velho e bom Virundum) e outro; às vezes o da Bandeira, às vezes o da Independência. Ou todos os três, se as turmas andassem falhando na disciplina. (O Hino da Independência, escrito por Dom Pedro, primeiro nosso, quarto de vocês, começa com aquele verso célebre, "Já podeis da pátria filhos", que todo mundo canta como "Japonês tem quatro filhos").

Até há algum tempo, era terminantemente proibido usar-se a bandeira para qualquer outra coisa que não fosse... bem, a própria bandeira. Dava cadeia usá-la para fazer uma camiseta ou uma bandana; rasgá-la, cuspi-la, maculá-la de algum modo era como um crime de lesa-pátria. Havia um tipo penal para vilipêndio aos símbolos nacionais. Não sei se ainda é assim; creio que não, porque já vi gravatas e biquínis feitos com ela. Mas é possível que nisso, como em tantas outras coisas, andemos relaxados.

Curioso notar que as cores da bandeira brasileira mantêm a lembrança da nobreza européia. O verde dela, por exemplo, é a cor da Casa de Bragança; o amarelo, se não me falha a memória, é a da Casa de Habsburgo. Quando da assunção da República, trocaram a esfera armilar lusitana pelo céu estrelado; e nossa divisa, "Ordem e Progresso", é afinal de um positivista francês, Augusto Comte. Difícil pensar em nacionalidade com uma bandeira tão cheia de importações.

Em todo caso, é o tal negócio: os países americanos, muito jovens e muito hesitantes quanto ao que sejam sob o sol, tendem mesmo a apoiar-se mais nessas coisas que as representem enquanto nações. Temos pouca história a nos legitimar: entre São Mamede e o nosso Grito do Ipiranga correram 794 anos...

Qualquer hora posto aqui as letras de alguns hinos nossos. É diversão garantida.

Flannery O'Connor

Aqui está um livro que fiquei com vontade de comprar. Ouvi a Clara Pinto Correia falar desta autora há muitos anos atrás. Contudo nunca cheguei a ver um livro da Flannery O' Connor numa livraria e com o tempo esqueci-me por completo. Graças à wikipedia relembrei. Mostrei à Maria que me mostrou esta tradução. Já pude ler um excerto aqui e pareceu-me excelente.

A frase que diz ser a maior escritora americana do século XX acho exagero, pois há autoras como a Carson McCullers. Mas eu nunca acredito no/a "maior".

Não. Não é literatura para mulheres.

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as bandeiras, os símbolos e as ortodoxias

as febres embandeirantes em épocas de grandes acontecimentos desportivas é um acontecimento relativamente novo (um pouco mais velho no brasil, tanto quanto sei).
ao contrário dos americanos que acham que família que não adore a bandeira como a cristo na cruz não é bom chefe de família, a tradição europeia sempre foi muito avessa à identificação bandeirística.
principalmente a esquerda europeia que sempre viu nisso uma manifestação nacionalista de mau gosto e pior ideologia.
por via do futebol (primeiro com os ingleses a transportar milhares de bandeiras para os estádios), as janelas da europa vão-se enchendo de bandeiras como afirmação de 'unidade nacional' do apoio à sua equipa ou de manifestação de orgulho por parte dos imigrantes em cada um dos países de acolhimento e com as correspondentes ruidosas manifestações de 'vingança' por cada vitória do seu 'pobre' país sobre o 'rico' acolhedor.

a resposta a esta nova febre tem tido, fundamentalmente, dois tipos de formas:
a repulsa pelo aviltar do símbolo nacional
e o desprezo que sempre mereceram tais símbolos, ainda por cima por tão reles motivo.

dois exemplos recentes ilustram bem essas reacções:
1. o psd propôs e fez aprovar na assembleia municipal de lisboa uma recomendação para que sejam retiradas da rua todas as bandeiras que tenham símbolos comerciais nelas inscritos.
2. a imprensa e os jornalistas do centro-esquerda do luxemburgo que acham uma manifestação intolerável de chauvinismo e de desrespeito pelo país de acolhimento a ostentação de bandeiras portuguesas nos carros e casas dos imigrantes lusos (aqui com o adicional da direita a exigir que se respeite a lei que obriga a que nenhuma bandeira estrangeira possa estar sózinha sem a correspondente tricolor luxemburguesa.

eu reconheço que continuo, sem razão, a associar esta bandeira à ditadura, porque foi assim que cresci com ela.
reconheço que acho relativamente irrelevante saber se a bandeira está virada do avesso ou de pernas para o ar ou se os castelos estão bem desenhados ou não.
que para mim é uma discussão de lã caprina saber se se deve respeitar a lei de fazer descer as bandeiras com o por do sol. e outras minudências parecidas como a percentagem de espaço destinado ao verde e ao vermelho, ou se fazem boxers ou t-shirts com as suas cores (coisa cnmpletamente ilegal ao abrigo da lei portuguesa...).
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aquilo que me faz ter atenção a esta questão, é a crescente importância que esquerda e direita estão a dar aos símbolos nacionais e a forma mais ou menos ortodoxa que encaram a sua apresentação pública..
e que, por exemplo, no luxemburgo ameaça tornar-se num foco de conflitos entre a comunidade portuguesa e os nacionais luxemburgueses.

A utilidade dos inventos!

Parabéns

Não tive oportunidade de ver o jogo de Portugal contra o México. Começou às onze da manhã aqui no Brasil, pleno horário de trabalho. Vi dois minutos do final do primeiro tempo enquanto almoçava, o que não me deu idéia da partida (já ia em 2 a 1). Leio agora nos sítios que a vitória foi sofrida. Que importa? Venceram e é o que interessa. Classificaram-se merecidamente primeiros. Farão agora um jogo duro contra a Holanda, que será sem dúvida emocionante de se assistir.

Parabéns, amigos!

Quarta-feira, Junho 21, 2006

esforço, dedicação e recompensa

depois de ter feito, durante muitos anos, a sua carreira a ajudar os outros a ganhar,
depois de, nos últimos dois anos, ter sido o principal apoio de lance armstrong nas suas vitórias na volta à frança,
josé 'ace' azevedo torna-se no primeiro ciclista português a chegar a 'chefe-de-fila' de uma equipa considerada, nesse momento, a mais importante equipa de ciclismo mundial.


longe de significar que que isso o possa tornar o-melhor-do-que-quer-que-seja, esta escolha da equipa da discovery channel torna-o, isso sim, no ciclista que vai ser alvo das maiores atenções dos adversários e da comunicação social.

a ver vamos o que se passará nas estradas de frança com ian ulrich, ivan basso, popovich... e

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azevedo.


com esforço e combatividade poderemos contar.
com o resto...
daqui a duas semanas se verá

Cega-rega: Era e não era andava lavrando

Esta cega-rega tem várias versões. Esta vai corrigida de acordo com a que o meu pai recitava, que era mais sintética e ritmada, mas que infelizmente não decorei por inteiro.

Era e não era
Andava lavrando,
Chegou uma notícia
Que seu pai era D. Fernando.

Sentado de pé,
num banco de pau,
feito de pedra
Um jovem ancião
Bondoso e mau

A ler um jornal sem letras,
À luz de uma vela apagada,
Calado apregoava:
"A terra é uma bola quadrada"

E o pobre do Fernando,
lesto como o caracol,
sobe parede abaixo,
no seu jeito mole.

Bateu-lhe desafortunada a fortuna
e bem-afortunado o azar,
Antes do nascimento,
Sempre depois e nunca mais

Tinha o pai pra nascer
E a mãe pra morrer.
Que havia o moço de fazer?
Deitou os bois ás costas,
Pôs o arado a correr.

Quis saltar o valado,
Saltou um arado.
Se não era cão
Mordia-lhe um cajado.

Entrou numa horta,
Viu um pessegueiro
Carregado de maçãs,
Avelãs e fruta madura.

Veio de lá o dono dos pepinos:
- Ó ladrão dos meus marmelos!
Quem te mandou a tii andar a roubar as cerejas
Que tinha guardado
Prós meus meninos?

Agarrou num melão,
Atirou-lhe com um pepino

Acertou-lhe num artelho,
Fez-lhe sangue num joelho.

O elo que faltava: LINK da música francesa

antes, no intervalo, e garanto que após terminar, é este heargasm que me acompanha a tarde

richard thompson é um dos segredos mais bem guardados da história do rock.
aclamado como um dos mais brilhantes guitarristas e/ou compositores de historia da música popular, jamais atingiu um top de vendas onde quer que fosse.
aquele que é considerado um dos melhores albuns de sempre, e um dos meus favoritos heargasms (shoot out the lights), vendeu menos de 20 000 exemplares nos estados unidos, por exemplo...
tal como alguém afirmou a propósito dos velvet undergound, que só tinham meia dúzia de milhar de fans... mas que todos eles tinham formado uma banda, também com richard thompson a sua influência da música popular vai muito para além das vendas dos seus discos.
de bruce a david byrne é apontado como um dos expoentes do rock.

este disco
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junta aquilo que os seus compiladores consideraram o melhor da sua ligação com a ex-mulher linda.
para mim bastaria o shoot out the lights e mudar o nome para best of mas, ainda assim, aqui juntam-se quase 80 minutos de pérolas de primeira qualidade.
linda tem uma voz absolutamente deslumbrante (oiçam-na na banda sonora do gangs of new york a cantar divinalmente o paddy´s lamentation... ) e tem, de facto, aqui alguns dos seus melhores momentos (falta imperdoável: não estar incluído o walking on an wire, do shoot out the lights).

este disco é um heargasm.

tratem-no como tal.

Pintura Japonesa

Quem quiser ver a sensibilidade japonesa no domínio da pintura pode visitar este site. Tem MONTES de pinturas japonesas. Na pesquisa por obras introduzir "pintura japonesa".

Lembrei-me de pôr isto aqui a propósito dos Haikus do Joseph. Aliás, o Joseph depois tem que agrupar os Haikus num doc e mandar à gente. Isso são traduções tuas?

os conquistadores de almas ou a auto-redenção delas

josé luis pinto de sá (gosto destes autores com nomes compridos) escreveu um livro, editado esta semana, sobre os seus tempo de militância numa das chamadas organizações 'marxistas-leninistas' (m-l).

de acordo com o excerto da sua entrevista à televisão, o principal objectivo da pide era transformar os presos em informadores, ou dito de outra forma, os resistententes em traidores.
de acordo com a sua tese, mesmo que já soubessem tudo sobre determinada organização, a pide continuava a tentar a confissão dos presos para que estes fossem expulsos das organizações onde militavam e assim diminuir o seu número de militantes, já que os extremistas não voltavam a aceitar no seu seio aqueles que colaboravam com a pide.
em extremo, a pide estava mais preocupada em criar traidores e pessoas humanamente degradadas do que em defender a ditadura e combater a oposição (fosse a dos republicanos, fosse a dos maoistas)

ressalvo aqui que nunca estive (felizmente) presente em nenhum interrogatório 'à séria'. a única vez que fui interrogado foi em minha casa, durante um mandato de busca e apreensão, e mesmo sendo eles muitos, acredito que comparado com os interrogatórios na pide, aquilo foi uma coisa de meninos de coro... por isso a minha questão aqui é mais teórica que prática.

espanta-me que uma boa parte das pessoas que passaram pelas organizações m-l sinta frequentemente a necessidade de mostrar o seu arrependimento público pelos anos de ilusão em que, quais jovens impolutos e inocentes eram vítimas das tenebrosas engrenagens daquelas obscuras organizações e respectivos membros.
a classe política dirigente, bem como a da informação, em portugal está cheia de gente dessa.
todos (ou quase) entraram (dizem) para a resistência à ditadura porque queriam ter amigos e fazer parte do grupo (convenhamos que não abona muita em seu favor estas confissões públicas). uma espécie de street gangs da época da ditadura.
achar que durante o fascismo os membros das organizações eram sujeitos a 'uma repelente ditadura clandestina' como afirma o senhor rui ramos no público de hoje, é perceber tanto da resistência às ditaduras como de lagares de azeite.

por muito que custe a essa gente, a segurança era (tinha que ser) a regra chave.
por muito que custe a esta gente, não era possível a nenhuma organização manter no seu seio aqueles que tinha denunciado colegas.
a clandestinidade não era uma brincadera de meninos (ou de almas conquistadas): era tão importante como a firmeza perante a pide.
por muito que custe a esta gente, falar hoje de resistência ao fascismo não é exactamente a mesma coisa que tê-la vivido e mais que isso, ter-lhe sobrevivido.
se todos tivessem sido como o senhor pinto de sá quem teria sobrevivido, e bem, tinha sido a ditadura.

não li o livro (nem o tenciono fazer). falo apenas da entrevista ao seu autor e do que ela representa.
a auto-redenção das almas conquistadas

Nel Monteiro

Nel Monteiro acaba de nos dar uma canção de intervenção como não se ouvia há muito.

Porta Pimba


A cantiga é uma arma!

Terça-feira, Junho 20, 2006

TPC: o que significa o clítoris para ti?

é um órgão sexual feminino.

Nostalgia da Música Francesa: É fartar, vilanagem!


http://www.malhanga.com/musicafrancesa/


Muitas músicas, para quem gosta. Bom som, com letras E TUDO!

Divirtam-se francófonos e revivam ou aprendam como se faziam boas letras. Bom, nem todas. Algumas eram tão pepineiras como muitas de agora. Mas safava-se a música. Bom às vezes eram mais as letras. Já agora não há nada como fazer uma visitinha.

Publicidade

Aproveito para publicitar o meu blog com a maria. Ganhamos à comissão.

Alexander Alexeïeff

Tava aqui a pensar com os meus botões, depois de um rum com coca cola, que uma boa ideia é como um bom par de mamas. Por exemplo: a animação de Alexander Alexeïeff que inicia o filme "O Processo", do Orson Welles, apesar dessa ideia explicar porque um bom par de mamas está sempre off-side.

wikipedia

já viram a excelente imagem que ilustra o artigo "clítoris" na wikipedia?

Aqui

a janela para o mundo está embaciada (cont.)




a semana passada foi publicado um relatório sobre os índices de ozono da atmosfera.
de acordo com o dito, a localidade onde os valores mais altos foram identificados foi lamas de olmo.

foi patétito ver os 'jornalistas' televisivos de microfone em punho a perguntar aos atónitos habitantes:
'- sabia que esta aldeia é a mais poluída de portugal?'
'- ainda não sentiu alergias?'
'a mais poluída'??? 'ainda (!!!!!) não sentiu alergias'????

(alguns técnicos, que sabem bem mais do assunto que eu, afirmam que os outros poluentes, tipo azotos dos automóveis, funcionam como inibidores da permanência de índices de ozono e os fazem afastar para zonas onde o ozono se sente sozinho, e também a vegetação (particularmente existente no parque natural do alvão onde fica lamas de olmo) emite hidrocarbonetos indispensáveis para a formação do ozono, que é um poluente 'derivado')

seja como for, a poluição num determinado local nunca é medida por um único elemento poluente, mas sim pela soma de todos.
dizer na televisão que lamas de olmo é a povoação mais poluída de portugal deveria merecer humilhação pública, em pelourinho, dos jornalistas em causa.

se o ridiculo matasse, haveria imensas vagas nos meios de comunicação portugueses.


o kino lembrou aqui a entrevista ao doutor pulido valente na :2.
e lá fui olhar.
fiquei a saber que o doutor pulido gosta de heróis da direita que se batem por miragens.
e que acha que o marques mendes seria um bom primeiro ministro.

esclarecido.

Ó caralho! Ó caralho!

Bem, por agora é só isto.

O Mundial dos Filósofos

Segunda-feira, Junho 19, 2006

TPC

O que significa o clítoris para mim?

Isto:

Klitoro estas parto de seksorganoj en femala korpo de mamuloj. Videbla parto similiganta butonon estas lokigita en vulvo proksime de la ekstera kuniĝo de malgrandaj vulvaj lipoj|grandaj vulvaj lipoj, super vagina enirejo. Tasko de la klitoro estas elvoki seksan ekscitiĝon kaj orgasmon.

Perigo

Sempre um perigo de uma incomensurabilidade imprevisível quando uma mulher anuncia que vai cortar o cabelo. Isso e botas.

Capital Humano

O B. tem andado meses a investir na C.. Ele é idas ao teatro oferecidas, ele é viagens ao Portugal turístico e não turístico, ele é sessões de cinema independente, alternativo ou independente e alternativo. Ele é, até, declarações de. Ele é não ver que nunca nada, impossível. A A. tem andado meses a investir no B.. Ela é música, doces, comidas, surpresas, sorrisos, conversas, alegria. Ela é não saber que nada nunca e impossível porque também para o B. é nada nunca e impossível. Mas mesmo que não fosse, ainda assim também seria. E quem sabe senão pela mesma emoção.

Vinte e Cinco de Abril e Dez de Junho

Porque causará tanto desconforto ver alguém patinar de tronco nu no meio dos meninos vestidos com roupas de marcas e que andam de skate pior do que os pais?

Querida Moleskine:

Já tenho os dois cds do Antony & the Johnsons. Sinto-me feliz.

Voz

A minha voz não revela a minha viriladade possante, o meu sexual drive indomável. Não está em coerência comigo mas também faz um pouco parte de mim. Se fosse tão fácil como introduzir um siliconezinho, mudaria de voz.

O Azul e o Castanho

A minha cor favorita é o azul. Mas um daqueles testes não sérios e não científicos que li não sei onde dizia e era verdade que as pessoas com um charme sexual ao mesmo tempo discreto e interessante e que mais talento e harmonia revelam na cama vestem castanho.

Hoje em Lisboa Há Duas Mulheres

Hoje em Lisboa no metro há uma mulher que, não obstante ser portuguesa, comprou o Público como eu e leu a revista de economia do Público, como eu li, no metro.

Hoje em Lisboa há uma mulher de olhos verdes e cabelo alourado e com um casaco castanho que pediu uma alheira de Mirandela quando havia em opção arroz à Sevilhana. Desgostou-me ligeiramente não a ter acabado.


É bom o Verão recomeçado em Lisboa.

No Dez de Junho Houve

No 10 de Junho houve uma manifestação debaixo da estátua de Luís de Camões [em Lisboa]. Era uma manifestação de um partido que não diz que é fascista para não ser proibido. (Há muitas proibições, prescrições e injunções nos regimes democráticos). Aproximei-me e fiquei de frente e ao centro para quem do outro lado discursava. Tive medo que eles me batessem. Eu não teria lugar no Portugal deles. Ainda bem.

Dói-me Cada Vez Mais...

Dói-me cada vez mais a venda de cocaína no Bairro Alto. Sinto-me ofendido, insultado, humilhado, enxovalhado. Odeio a tolerância dos democratas.

O Que Tenho Andado Para Postar

A crónica de VPV sobre a lei anti-tabaco e a crónica do mesmo sobre as marchas populares: inimizades pessoais, desonestidade intelectual ou pura burrice? Gostava e ainda gosto muito de LER VPV mas essas crónicas caíram-me no goto.

A lei anti-tabaco vai ainda facilitar mais a fumarada em toda e qualquer parte, é daquelas leis que não se percebe se foram feitas por hipocrisia ou inépcia benévola. Se nunca ninguém iria coimar um restaurante por permitir o fumo quando não devia fazê-lo, muito menos se vai coimar agora um indivíduo no meio de dezenas deles que fumam em toda e qualquer parte. Esta é a terra do estacionamento no passeio, à frente da janela do rés-do-chão e por sobre a relva.

Ministério a ministério, o governo PS anda a trabalhar bem. Mas há três catástrofes: a desgraça do Ministério das Finanças, a desonestidade e imoralidade do Ministério da Economia e a maldade, ignorância e estupidez do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Cavaco Silva: assim é que é!

A SIC repulsa-me. É que aquilo ainda por cima tem cultura organizacional. Que nojo.

O Porto é uma cidade bonita. Agradou-me os altos e baixos e as casas, igrejas e monumentos escuros, a Ribeira, com relva do lado de lá, as pontes. E quase não se vê arrumadores. Ruas estreitas a subir e a descer, muitas sombras. E um belo rio. Gostei.

Refogados: já trato os refogados por tu.

Gostaria que o blog voltasse a indicar a hora, o minuto e o segundo em que cada post foi postado.

Rock in Rio em Números (3 de Junho)

Havia uma única passou que passou o dia desacompanhada.

Havia uma única pessoa que não fumou, que não bebeu e que não fumou.

Havia uma única pessoa que conhecia todas as letras e todas as músicas interpretadas pelos Red Hot Chili Peppers.

Maria

O que faz com que as pessoas não gostem do nome "Maria" é uma aversão anticlericalista de que as pessoas estão imbuídas. As pessoas foram industriadas a detestar a Igreja Católica e daí o não gostarem desse nome.

Mas tal como os homens que, quer queiram quer não, estão como que programados para desejar certas formas dos corpos das mulheres, certas redondezas, também é da nossa biologia gostar de certas combinações de sons e de certas melodias. É a natureza que leva todas as pessoas a atribuir o valor da beleza a certa melodia.

O nome de "Maria" é melodicamente belo e por isso agrada naturalmente a todas as pessoas. Aquelas que dizem que não gostam do nome, só o fazem porque foram programadas a rejeitar tudo o que é católico ou porque foram ensinadas a ter essa atitude um pouco ridícula de dizer que não gostam daquilo que é muito comum.

21 de Maio de 2006 21:48:52

Fátima Lopes

TPC: Feiras? Só se tiver de ser...

Não gosto especialmente de feiras, a não ser como janela sobre a espécie humana num cenário mais próximo de eras medievais.

As feiras apresentam artigos habitualmente de qualidade irregular ou, por definição, inferior ao das lojas convencionais. Situam-se em locais sujos, confusos, poeirentos, abagunçados. As cassetes piratas são mais baratas mas, até demonstração em contrário, são uma vigarice. A roupa dá para disfarçar enquanto não vai à máquina. Estacionar o carro é mentira - ou é a quilómetros ou num descampado, poeirento ou lamacento consoante os caprichos do clima. Os transportes públicos, proverbialmente, são ainda piores, atirando-nos em espírito para Calcutá em dia de celebração religiosa. A concentração de gente tirada de um filme realista tipo Feios, porcos e maus é altíssima, excepção feita a Carcavelos, em que a taxa de tias de verniz recente permite hilariantes e esclarecedores espectáculos de uma pseudo-luta de classes, uma espécie de wrestling feminino à portuguesa.

Chega-se a casa carregado com cinquenta quilos de batatas e três réstias de cebolas que, depois, se têm de comer antes que apodreçam, dando indigestão à família toda; os brinquedos / jogos dos miúdos são descartáveis, isto é, desfazem-se ou deixam definitivamente de funcionar após os primeiros dez minutos de uso. Os enchidos "da terra", os queijos "directamente do produtor", os vinho "da lavoura" são sempre ou mais caros, ou piores, ou com sorte iguaizinhos aos da mercearia / supermercado da esquina onde teríamos ido a pé.

Creio que perpassa sobre as feiras a idealização nostálgica de um antigamente é que era bom! mas que, se tivermos memória, era um perfeito nojo e incomparavelmente pior sob todos os aspectos que o comércio contemporâneo. Só lá vão os tais saudosistas e as classes sociais dos fundos, que não têm outro remédio para sobreviver. Como dizia alguém sábio no Brasil: Pobre gosta mesmo é de luxo; quem gosta de pobreza é intelectual.

A mesma apreciação faço dos mercados ditos exóticos - souks e afins - cuja finalidade única é limpar os bolsos aos turistas incautos pela venda de pechisbeque e alimentar as populações subdesenvolvidas dos respectivos países. Sim, também já lá comprei coisas. Regateei tapetes no Turquemenistão, tendo-os comprado por dez vezes menos o preço inicial proposto, e mesmo assim tendo pago umas vinte vezes o seu valor real. E não vos conto o que foi tirá-los do país. E em Marrocos. E... não importa, porque o cenário é universal. Que vamos, sim, mas que saibamos ao que vamos. E não nos queixemos depois...

Não confundir com os nossos mercados urbanos que, por si mesmos, mereceriam um tpc próprio, nem com feiras de antiguidades, livros em segunda mão, velharias e afins. Aí a guerra é outra.

E repararão que as designações hipermercado e centro comercial não foram referidas.

PS pós-post: Um dia destes faço um post sobre o mais espectacular mercado que conheço - o Camden Market. The real thing.

O tpc foi ao mercado

Gosto de feiras, mercados, praças e afins!
Lembro-me de ir ao mercado, ou praça, com a minha avó paterna. Gostava de apreciar a organização das bancas, as frutas, hortaliças, peixe; o cativar da freguesia, os sons. Só não gostava de entrar nos talhos! Hoje a maioria desapareceu e os que existem já não são a mesma coisa.
Depois há os outros, de livros, de artesanato, da ladra, de tudo... e continuo a gostar!
Do colorido de gente e artigos, aos sons e cheiros, até à total anarquia.
Ao pensar neste tpc imediatamente fui assaltada por algumas imagens.
O ar de pânico da prima dos algarves a primeira vez que a levei à feira da ladra em Lisboa. A perfeita loucura do mercado de Stª Maria no Sal; o cavalinho de madeira que não comprei na feira da ladra de Amsterdão :’(
Ou o do Cairo, onde um feirante me propôs casamento risos.
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Sim, tal como a Maria, creio que sou uma gaja de mercados :-)

Turcos

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O homem-aranha turco

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O ET turco

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O Mr. Spoke turco

Eu e as feiras

Eu gosto imenso de feiras, do colorido, da multidão e do cheiro a algodão doce…

Lembro-me de em Fozcoa esperar ansiosamente pelos dias de feira para ir comprar uns mamarrachos de louça que depois exibia como se fossem porcelana da melhor, geralmente eram sempre bonequitos com muita cor e muito feiinhos.

Em Coimbra durante uns tempos ia vender tralhas, na feira de velharias, com um amigo meu. Vendi de tudo, roupa velha, quadros pirosos e não só. O meu amigo tinha vergonha de estar a vender coisas, por isso, sempre que passava alguém conhecido dele, ele fingia que era comprador. Eu tinha jeito para vender, e davam-me muito gozo aquelas manhãs de sábado.

Há um tipo de feiras a que não resisto, as feiras de livros manuseados, sou capaz de passar horas a esquadrinhar todos os livros que lá estão à venda e geralmente saio de lá com algumas preciosidades…

Enfim, sou uma gaija de feiras

Domingo, Junho 18, 2006

ODE AO PÃO: Pablo Neruda

Pan,
con harina,
agua
y fuego
te levantas.
espeso y leve,
recostado y redondo,
repites el vientre
de la madre,
equinoccial
germinación
terrestre.
Pan,
qué fácil
y qué profundo eres:
en la bandeja blanca
de la panadería
se alargan tus hileras
como utensilios, platos
o papeles,
y de pronto,
la ola
de la vida,
la conjunción del germen
y del fuego,
creces, creces
de pronto
como
cintura, boca, senos,
colinas de la tierra,
vidas,
sube el calor, te inunda
la plenitud, el viento
de la fecundidad,
y entonces
se inmoviliza tu color de oro,
y cuando se preñaron
tus pequeños vientres,
la cicatriz morena
dejó su quemadura
en todo tu dorado
sistema de hemisferios.
Ahora,
intacto,
eres
acción de hombre,
milagro repetido,
voluntad de la vida.

Oh pan de cada boca,
no
te imploraremos,
los hombres
no somos
mendigos
de vagos dioses
o de ángeles oscuros:
del mar y de la tierra
haremos pan,
plantaremos de trigo
la tierra y los planetas,
el pan de cada boca,
de cada hombre,
en cada día,
llegará porque fuimos
a sembrarlo
y a hacerlo,
no para un hombre sino
para todos,
el pan, el pan
para todos los pueblos
y con él lo que tiene
forma y sabor de pan
repartiremos:
la tierra,
la belleza,
el amor,
todo eso
tiene sabor de pan,
forma de pan,
germinación de harina,
todo
nació para ser compartido,
para ser entregado,
para multiplicarse.

Por eso, pan,
si huyes
de la casa del hombre,
si te ocultan,
te niegan,
si el avaro
te prostituye,
si el rico
te acapara,
si el trigo
no busca surco y tierra,
pan,
no rezaremos,
pan,
no mendigaremos,
lucharemos por ti con otros hombres,
con todos los hambrientos,
por todos los ríos y el aire
iremos a buscarte,
toda la tierra la repartiremos
para que tú germines,
y con nosotros
avanzará la tierra:
el agua, el fuego, el hombre
lucharán con nosotros.
iremos coronados
con espigas,
conquistando
tierra y pan para todos,
y entonces
también la vida
tendrá forma de pan,
será simple y profunda,
innumerable y pura.
Todos los seres
tendrán derecho
a la tierra y a la vida,
y así será el pan de mañana,
el pan de cada boca,
sagrado,
consagrado,
porque será el producto
de la más larga y dura
lucha humana.

No tiene alas
la victoria terrestre:
tiene pan en sus hombros,
y vuela valerosa
liberando la tierra
como una panadera
conducida en el viento.

RTP2: AGORA!!!! 23H00 de domingo

Quem estiver com indegistão e quiser vomitar ou for masoquista pode ir AGORA àquele canal a assistir a dois dos seres mais intragáveis da actual comunicação social e assistir à entrevista do jmf ao pulido valente. Um matreiro, outro gágá é um espetctáculo a não perder, dignos das melhores charges do Herman de outros ou do Gato Fedorento. IMPERDÍVEL!!!!!

Sábado, Junho 17, 2006

Umas e outras sobre a Copa

Assisti há pouco a vitória de Portugal sobre o Irã. Tinha visto também o primeiro jogo, com Angola, e minha impressão do time português não tinha sido muito boa; mas então assisti o jogo de Trinidad contra a Inglaterra, e ontem a horrorosa partida do México com Angola, e entendi que essas seleçõezinhas nanicas vieram à Copa apenas para enchouriçar. Um empatezinho aqui, outro acolá, e já está bom. O mau futebol dessas partidas deve-se a elas, e não às seleções mais fortes, que fazem a sua parte: atacar e atacar.

Aos sistemas defensivos radicais chamamos no Brasil "retranca" ou "ferrolho": é o espírito dos que só visam a se defender, renunciando a qualquer ataque. E é o espírito desses timecos. Parabéns aos amigos portugueses que despacharam um deles, e que se classificaram às oitavas com méritos (e com o Cristiano Ronaldo finalmente dizendo a que veio; jogou muito bem).

* * *

Aos excessos místicos do Brasil faltava pouca coisa. Uma lacuna a preenchemos agora: temos um Buda por centroavante. Ainda atende por Ronaldo, mas parece cada vez mais no Nirvana, especialmente quando dentro de campo.

* * *

Os amigos se lembram que Apolo deu a Cassandra o dom da profecia; ela, sabiamente, o recusou. O deus, enfurecido, a castigou fazendo com que mantivesse seu dom, mas sem contar com o crédito de quem a ouvisse. Assim, previu a ruína de Tróia, mas não lhe deram bola; e igualmente a ignoraram em outras previsões de gênero catastrófico (e, certamente, também não a ouviram se previu felicidades; o diabo é que felicidades não dão manchetes, nem perduram nos épicos).

Não é possível ser Cassandra quando o assunto é seleção brasileira: todas as tragédias são previstas e acreditadas - até mesmo aquelas que efetivamente venham a acontecer. Depois do acachapante futebol mostrado ontem pela Argentina contra a Sérvia, o país é unânime: se jogarmos contra eles, perderemos de setenta e dois a zero, o Messi vai fazer dez gols de bunda e não conseguiremos nem mesmo um mísero arremate ao gol. Espalhou-se o pânico. Já agora o Ronaldinho Gaúcho é um firuleiro inconseqüente, o Ronaldo foi pro céu, o Adriano não presta, o Robinho é inexperiente, o Dida é frangueiro, o Parreira sempre sofreu de Parkinson e ninguém nunca viu, oh, é o inferno.

Como esse jogo nos transtorna.

* * *

Minhas apostas para as oitavas de final:

Equador vs. Suécia
Argentina vs. México
Inglaterra vs. Alemanha
Portugal vs. Holanda
Itália vs. Austrália
Coréia vs. Ucrânia
Brasil vs. Gana
Espanha vs. França

Luis Figo

é velhinho, dizem...
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Mas esteve nos três golos até agora marcados por Portugal!

E com que classe :-)

DIA

Sexta-feira, Junho 16, 2006

TPC

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Djemaa el Fna

O meu tema é: ir à feira! Devo dizer que não vou a uma feira há anos. Costumava ir todas as semanas com os meus pais quando era puto, depois cresci e perdi esse bom hábito. Agora só vou a feiras do livro. No entanto, lembro-me bem da feira semanal, à sexta feira, no campo da agonia em Viana do Castelo, onde comprava roupa a ciganos e etc. Era a minha praça
Djemaa el Fna.

Podem falar de qualquer tipo de feiras: feira do disco, feira do livro, feira da ladra, feira dos ladrões, feira da fruta, mercados, etc, etc.



rendez-vous

museu do pão

Com este tpc lembrei-me do museu do pão em Seia, onde em 4 salas se faz uma visitinha à historia do pão, e se aprendem algumas tradições portuguesas.
Terminar a visita na esplanada do café a comer uma bela sandes de presunto e a olhar para a serra da estrela é bastante agradável.
O museu promove algumas actividades interessantes como tertúlias e exposições temporárias.

TPC: Apologia da carcaça

Sim, eu sei que o pão alentejano é o melhor do mundo. Mas existiu – existe ainda, felizmente – aquela carcaça que acabava com duas maminhas, uma em cada ponta. A forma e localização das ditas maminhas levavam a que ficasssem durinhas e crocantes, com um toque levemente torradinho e delicioso. Perante essas maminhas havia três hipóteses: chupá-las voluptuosamente, deixando o gostinho a pão espalhar-se na língua e palato; trincá-las com suavidade, em mordiscadelas delicadas; ou atacá-las com paixão, fruto de um desejo desenfreado só saciável de modo algo selvagem. A abordagem modificava-se consoante os dias, a disposição e outras variáveis que seria agora fastidioso explorar. A verdade é que as maminhas da carcaça constituiram, para gerações inteiras, uma abordagem iniciática aos pães cujas repercussões reverberam muito para além da infância.

Estou certo de ser compreendido.

Godspeed, T

E que volte feliz, repousada, e com aquele brilhozinho dos olhos reforçado pelo céu balear.
Ou canarino?
Ai, que a memória está mal...

tpc: pão

Eu sou farinhódependente, se pudesse passava a minha vida a comer pão.
O meu top five de condutos (sem contar com o clássico pão quente com manteiga) é:

  • Pão com ovo mexido
  • Pão com queijo fresco
  • Pão barrado com tomate maduro e um fio de azeite e com presuntinho
  • Pão com doce caseiro
  • Pão com fiambre e maionese

Mas para eu gostar de pão, ele deve ser mal cozido, ter côdea saborosa e acima de tudo o miolo muito maçudo.


Ultimamente ando fascinada com as BRUSCHETTAS

Aqui fica uma receitinha

Pão de cacete ou qualquer um cortado em fatias fininhas
Azeite e alho para barrar

Tomate, queijo, azeitonas, pimentos vermelhos, cogumelos

Fazer uma pasta com os ingrediente que quiser dos mencionados em cima
Barrar com ele o pão, que foi previamente barrado com azeite e alho
Cobrir com queijo e com orégãos
Meter no forno e deixar dourar.

A seguir comer quentinho e se possível com um copito de tinto


Ps: manel, és o próximo a escolher o tema.

!!

Bloomsday is observed annually on June 16 to celebrate the life of Irish writer James Joyce and commemorate the events in his novel Ulysses, all of which took place on the same day in Dublin in 1904. The day is also a secular holiday in Ireland. The name derives from Leopold Bloom, the protagonist in Ulysses, and June 16 was the date of Joyce's first outing with his wife-to-be, Nora Barnacle, when they walked to the Dublin village of Ringsend.

Estranhas coincidências! comprei o livro um dia antes!

Quinta-feira, Junho 15, 2006

Pois é..vou de férias. Ficam a tomar conta da tasca o Josef e a Maria:)
Coimbra rules.
Abeijos.

parabéns minha Barbie linda

é muito bom saber que tenho uma amiga tão linda como tu


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A Lau faz anos!

Parabéns querida enteadinha:) ainda te mando a sms da praxe. Muitos parabéns ó mais velhotinha!
Tenho saudades tuas:)
Esta senhora também manda beijinhos!
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Ulisses

Comprei hoje este livrinho no hipermercado Leclerc. Imediatamente devorei 70 páginas, mas depois fiquei entalado...Penso que não me resta mais que folhear as páginas, ler passagens....Dá
para ficar com um ideia da estrutura do livro. Agora ler de uma ponta a outra...ou eu sou de entendimento muito limitado ou o Joyce bebia demasiada cerveja preta...Mas com estudos sobre a obra, papel e caneta na mão, e umas férias de 1 ano, talvez seja posssível uma certa leitura. Um irlandês tem a tarefa facilitada.



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Notas do dia

PARABÉNS à moça da Maia que faz hoje aninhos :-)
Volta e trás os teus post’s, desenhos e humor!

À Tzinha, boooooaaa viagem! Diverte-te, descansa e… tudo o mais. risos
Mas volta, que nos fazes falta!

A todos os outros, bom resto de dia feriado!
pp: Acho que amanhã vou cortar o cabelo… informação absolutamente desnecessária lol

Pão


Hoje fotografei o que sobrou de ontem.
Uma fatia de pão alentejano e um resto de queijo. Em minha casa houve sempre pão à mesa. E nunca se deita fora. Congela-se, faz-se açorda, dá-se para dar às galinhas, o que se quiser. Deitar fora não.
O ano passado, perguntei a um amigo que mora em Espanha, o que queria que eu lhe levasse. Pão, disse ele. Comprei dois de Mafra e dois Alentejanos, muito durinhos a cheirar mesmo a pão. Ele cortou, congelou. Fez torradas para nós os três comemos.
Se morasse fora de Portugal teria muitas saudades deste pão fibroso e energético. E muito novo tipo de pão surge agora. Pão de espelta é fantástico por exemplo. Ou pão de azeitonas, miam. Mas para isso ir à Biocoop e experimentar.

Estou na dúvida se meto um pãozinho na mala. Cheira-me que nas Canárias o pão deve ser como todo o pão espanhol: sabe a palha.

Quarta-feira, Junho 14, 2006

Migas Pobres: receita da Mena, minha mãe

Ingredientes:
2 chávenas (almoçadeiras) de leite,
2 chávenas (almoçadeiras) de açucar,
6 ovos.

Batem-se muito bem os ovos completos.

Põe-se o açucar em ponto com um bocadinho de água até ficar castanho,
Retira-se do lume, junta-se com muito cuidado o leite,
Põe-se de novo ao lume até ferver.
A seguir deitam-se os ovos previamente batidos e deixa-se ferver um bocadinho até se formarem farripos

As migas servem-se polvilhadas de canela.

Bom apetite!

Tema

Talvez hoje vá experimentar fazer massa e pão na bimby. Tenho uma maquina muito fixe que me deram como prenda de casamento para fazer massa. Preparo o produto na bimby e depois começo a passa-la na maquina. Quanto ao pão, vou seguir a receita dum livro do chefe Jamie Oliver.

E vocês? Estórias de pão? O melhor pão do mundo, sem dúvida, é o alentejano.


(A produção deste tema totalmente da treta é inteiramente patrocionado pela Teresa.) :)

Frango Assado à Maricas

Para as mentes mais abertas a experimentalismos culinários, deixo aqui esta excelente receita.

Ingredientes:

  • 1 frango grande inteiro
  • 2 dentes de alho
  • 2 limões médios
  • sal q.b.
  • 1/2 cubo de caldo de galinha
  • 1 colher de sobremesa de massa de pimentão
  • 1/2 folha de louro
  • 50 grs. de margarina
  • azeite q.b.

Confecção:

Num almofariz, pise muito bem os dentes de alho, sal, o cubo de caldo e o louro.
Misture muito bem esta pasta com a margarina amolecida, um fiozinho de azeite e a massa de pimentão, reserve.
Depois do frango lavado, enxugue-o muito bem.
Esfregue o frango com a papa obtida, por dentro e por fora e ponha num tabuleiro.
Pique os limões.
Meta dentro do frango, feche a abertura com palitos.
Leve ao forno até estar assado e estaladiço.
Sirva com batatas fritas e uma boa salada.

Terça-feira, Junho 13, 2006

Natinhas do Menino Jesus

Para os dias voadorenses gulosos


Ingredientes:


1 litro de leite
300 g de açucar
3 gemas e 2 ovos
50 gr de farinha maisena
Canela em pó
Sumo e casca de laranja

Preparação:

Corte a casca de laranja fininha bem lavada. Coloque a casca de laranja no leite e deixe ferver. Noutro tacho coloque a farinha maisena com o açucar. Junto depois as gemas, os ovos e o sumo de laranja. Mexa muito bem. Adicione aos poucos o leite já sem a casca de laranja. Mexa em lume brando com uma colher de pau (se sentir que o creme está prestes a queimar levante imediatamente o tacho). Quando este ferver retire-o do lume e coloque em pratinhos ou tigelinhas. Depois de frio, polvilhe com canela em pó.

O Joseph dará sequência gastronómica.

Ananases

Lisboa está hoje com um calor entre o africano e o açoreano, com uns pozinhos de caribenho. Céu uniformemente claro, daquela claridade que aleija os olhos e pede vidros de garrafa de Pedras Salgadas, calor de bafo de bicho grande, humidade melaçosa - com cheiro a maresia na linha da costa, o que, já agora, até é simpático.

Circular entre os vários concelhos da Grande Lisboa é uma confusão. Não se sabe o que está aberto e o que está fechado. Se é possível ir à Amadora - Ikea e afins - não se deve tentar a Brisa de Carcavelos, onde somos recebidos por uns seguranças simpáticos que só se safam sem cozer porque o edifício tem ar condicionado.

Cruzei-me ainda com dois casos de rouquidão pós-marchista. A noite terá sido animada em Lisboa. Em Famalicão, como se sabe, houve literalmente molho, coitados. Eu geri as festas com uma passagem na RTP 1 (nota: gosto muito do Júlio Isidro e do José Carlos Malato. A discutir um dia destes.) e uma série de páginas de Patrimony de, como de costume, Philip Roth. Por falar neste, trata-se de um livro indispensável sobre o nosso pai. Que é como quem diz, conheço alguns aqui que merecem ler este livro. E os outros que não conheço, se calhar, também.

Nota técnica: nunca instalar um aparelho de ar condicionado sem antes cobrir rigorosamente tudo com lençóis, sob pena de uma penosa coreografia nocturna, em trajes menores e em contra-luz para os prédios adjacentes, de aspirador, panos do pó, balde e esfregona.

Uma incógnita expectante esta noite: Insen - Alva Noto e Ryuichi Sakamoto. Vamos a ver.
Coisas que me alegram a vida? Primeiro estar viva para as saborear . Outras coisas são fundamentais: o sorriso da Maria e da Joana. A felicidade dos outros. O estar na praia e só pensar no mar. O encontrar uma banca cheia de livros baratos e que ainda não li. Uma comidinha boa e um bom copo.Tudo a correr bem. Não haver doenças de ninguém. (esta rimou).A vida ser plácida, não existir stress, o rio brilhar, não existir barulho nem fumo a mais, abrir a porta de casa e receber os meus gostantes todos e todas.
Estar alegre e rir sem razão. E divertir-me porque o gato passou por cima do teclado. Advogo a pequena felicidade e sou anti grandes depressões ou euforias...É isso acho eu.

As pequenas-grandes coisas

Hoje, por esta terra é feriado. Santo António, padroeiro de Lisboa (e não só). Casamenteiro, sem aspirar a casamento. Um franciscano, que afinal se chamava Fernando, e se fez António por homenagem a Santo Antão. Admirador de Francisco de Assis, por acidente terá ficado por terras de Pádua. Orador inspirado, protector dos pobres, devoto de Maria, morre aos 36 anos. O primeiro português com projecção universal.
Ser pobre por vocação e oferecer a vida à causa de ajudar os outros - Parece absurdo hoje em dia, um jovem querer para si semelhante destino. Outros tempos, outras vontades. Talvez possa ser como ele disse :
"Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças"

Ajuda ainda para hoje

Preciso da vossa ajuda. Se não me engano a feira do livro acaba hoje.

Como sou um bocado iliterado, queria que me aconselhassem livros que consideram indispensável a leitura. A tia-avó Teresa disse para eu comprar os classicos nos alfarrabistas mas bronco como sou, sei lá quais são os classicos. O unico que comprei ate agora foi um sobre o Nadir Afonso e foi para oferecer...

(tpc) coisas que me alegram os dias

Cerejas. Flores de jacarandá. O cheiro a glicínias. Ver o sol entrar pelo quarto. O cheiro a pão quente e a café. Estar numa esplanada de noite e sentir a brisa quente. Tomar café no santa cruz. A praia (nunca pensei vir a dizer isto). Sexta-feira. Melancia.Um livro que me surpreenda. Dormir em lençóis acabados de mudar. Ouvir música que me agrada. Comer uma boa refeição. Estar com os meus amigos. Pêssegos.



quais são as coisas que vos alegram os dias?

tpc: férias

Ultimamente as minhas férias são sempre ideais, quer sejam na casinha alugada na Zambujeira ou nas praias maravilha do nordeste brasileiro, a razão é simples, são passadas com pessoas com o mesmo ritmo de férias que eu.
E qual é o meu ritmo de férias?
É acordar tarde com o sol a entrar pelas janelas e a ouvir burt bacharach ou henri salvador, depois ir para o carvalhal, e ficar lá quase até de noite, ir ler um bocadinho para a esplanada do Rita, e a seguir jantar num tasco da terra, a noite é para correr os barzinhos.
São férias relaxadas feitas acima de tudo pela boa companhia mas é claro que a praia também ajuda.

Segunda-feira, Junho 12, 2006

Férias




É coisa que já não tenho, o que me dá imenso gozo.
Ir onde quero, com quem quero, ficar só ou acompanhado, ler, dormir, ouvir música, ir ao cinema et altri, mas o melhor será viajar sem destino, género atirar uma seta de olhos fechados para o mapa mundi até acertar num sítio decente (sem bola nem sócrates, nem cavaco nem marchas saloias, nem música pimba nem tv), a sítios onde o poder não incomode os viajantes, e estes se possam mimetizar com os locais e passear-se despercebidos; fugir das grandes metrópoles, fugir do inverno sem fugir à neve, fugir do verão inclemente sem fugir do deserto tórrido ou gelado, navegar águas quentes, frias, mornas e geladas, penetrar florestas navegando rios lendários, ver o Cruzeiro do Sul; enfim, ir mundo fora sem destino e desaparecer de vez sem deixar rasto. Mandar à fava o país pequenito onde os mesmos robertos e descendências nos saltam de todas as caixas faladas, escritas e mediatizadas sem que ninguém os encomende ou recomende. Viajar sem destino seguindo sempre o impulso do momento não é para todos e certamente também não é para mim. Melhor que férias de sonho é assim que sonho uma vida de sonho e sem férias...

Dia de Santos

Dia passado quase sempre de gatas. A pequenina é rápida e indomável. Qual SPA, duas horas de tubaroa por dia. Sintra em modo refresh.
Chegada a Lisboa em modo rápido, entrando a ver o Bairro da Boavista. Está engalanado de bandeiras portuguesas e a seguir estão os pombais. Alma patriótica terão os dealers que lá abundam.
A seguir vi a casa do Azinho.
Lisboa deserta. Maravilha das maravilhas. E fresca.

Férias

Era para ir de férias mas já não vou. Por isso, é capaz de ser um pouco traumatizante para mim falar delas.
As minhas férias são passadas a fazer nada. Nem a ponta de um chavelho eu me dedico a fazer tal a calanzice que me invade a mais profunda das entranhas.
Para mim, férias férias seriam aquelas em que nem nada eu faria durante o tempo que elas durassem.

Como já escrevi ali em cima, este ano, não tenho férias e gostaria de dizer um palavrão acerca disso...





Pronto, já disse o palavrão!

Ufas... como me sinto aliviado!

Os TPCê qui tão trazado!

Num faço, xôra pessoura!

tpc: As férias ideiais... ?!

(sempre) As que ainda vamos fazer ;-)

A Musa Cómica

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Fui buscar a um site irlandês esta análise das canções:

«To Die a Virgin belongs more to a time when teenagers were spotty, sexually frustrated creatures and not the carnally knowledgeable hipsters of today.»

Frase do ano!!!


«Mother Dear conjures up quaint Hovis visions, and A Lady of a Certain Age evokes that Peter Sarstedt hit from the 1960s.»

«There's clever wordplay aplenty in such songs as Diva Lady, Arthur C Clarke's Mysterious World and Count Grassi's Passage Over Piedmont, although some of the metaphors feel a bit laboured, and some of the lines verge on the verbose.»

«The Plough, however, is a beautifully told tale of a man on a quest for meaning, while the cover of The Associates' Party Fears Two proves that not even Hannon can make a silk purse out of a sow's ear.»

Pena não ter encontrado letras do álbum para pôr aqui a letra de Mother Dear.

Memórias de uma noite

Houve quem lhe tenha chamado Nemo
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Eu chamei-lhe Vanda
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E brilha, qual pirilampo :-)

Ai

coisas novas e diferentes vieram e virão

mas sempre a curtir certamente

Férias


Sou uma pessoa fácil de contentar. As férias ideais são as que vou tendo. Com as pessoas de quem gosto. E em sítios diferentes.
Prefiro que haja mar, vento e pouco calor. Com uma provisão de livros novos. De preferência o tempo suficiente para ver o senhor a amanhar o peixe e outras rotinas assim.
Este tepecê foi fácil.

Estar onde não se está (tpc)

Qualquer sítio.
Contigo.

TPC Férias

"she looks into your eyes and sees
there's something still missing"

Calexico


Escolhia este sítio.

E o deserto no fundo de mim.

Levava a Maria comigo, se ela quisesse.

Domingo, Junho 11, 2006

Joseph

O Joseph mostrou-me um link genial. O Bad Movies. Já lá tinha andado há uns anos, mas na altura não tinha condições técnicas para ver os filmes. No entanto não é disso que quero falar. Hoje o Joseph mostrou-me o link mais genial de todos os tempos. Um link em que se pode ouvir a final countdown dos Europe por artistas cambodjanos desconhecidos, Beatles cantados por cães, galinhas e ovelhas ou uma versão da love will tear us apart dos Joy Division por um japonês que canta como se estivesse a ressonar. Nunca me ri tanto. Por estas e por outras considero o Joseph o gajo mais genial de sempre. Tou a rum e coca cola...

Vanitas vanitatum, omnia escatologicum reverteris!


ESCATOLOGIA: PARTE I
"os sofrimentos da 2a. metade da Tribulação (são recapitulados, sob diferentes pontos de vista, nos 6 primeiros selos Ap 6:1-17, nas 6 primeiras trombetas Ap 8:2-9:21 e nas 7 taças Ap 16:1-21): pelo menos 2/3 da humanidade morre de fome e guerras e pestes; 1/3 da terra, 1/3 das árvores, 100% da erva verde são queimadas com fogo; 100% do mar e águas doces se transformam em sangue; 100% dos peixes morrem e os homens têm que beber sangue; os homens são atormentados por gafanhotos com poder de escorpiões (por 5 meses), são crestados pelo sol, são cercados por terríveis trevas, e são atormentados por chaga má e fétida, tudo isto fazendo com que: clamem que as montanhas caiam sobre eles, mastiguem as próprias línguas de dor, e busquem a morte, mas em vão; a natureza desmaia, há um terremoto tão pavoroso qual nunca houve, o sol e a lua e as estrelas são escurecidos, as estrelas caem, todas as ilhas e montanhas não mais são encontradas, todas as cidades caem; granizo de pedras de 45 kg cai com fogo misturado com sangue!!!"

ESCATOLOGIA - PARTE II
"Há milhares de anos que os odores associados a certas funcões menos nobres da nossa biologia têm sido continuamente vilipendiados. Já os clássicos gregos se referiam ao "fedor que aproxima o homem do bicho mais rasteiro" e aos "movimentos dos intestinos que trazem ao mundo a baixeza da nossa condição de seres contingentes e imperfeitos ". Mesmo o Cristianismo recusa a caridade a tais eflúvios: Simão o Estilita terá partido para um exílio de décadas no topo de uma coluna de pedra precisamente para expressar o seu desagrado pela falta de instalações sanitárias condignas e resguardadas na sua aldeia."

livros/textos com humor


Ordenação perfeitamente aleatória , se bem que o Quixote seja the special one
1. Os Contos do Gin Tónico - Mário Henrique Leiria
2. Le Père Ubu - Alfred Jarry
3. O Bravo Soldado Schweik - Jaroslav Hasek
4. Cândido ou o Optimismo - Voltaire
5. Les Bijoux Précieux - Diderot
6. O Manifesto Anti-Dantas - Almada Negreiros
7. Todo o Eça
8. Questiones Marxistas - Grouxo Marx
9. Frei Luís de Sousa - Almeida Garret
10. D. Quixote - Cervantes
11. Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas - Bogage
12. Margarida e o Mestre e Coração de Cão - Bulgakov
13. D. Camilo e seu Pequeno Mundo - Giovani Guareshi



Com palavras...

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Ao josef b e aos seus botões:)

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Feiffer ainda..claro está:)

Feiffer ainda

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E viva Lisboa!

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E o cheiro a sardinha assada. A caracóis. A oregãos.
A cidade está adormentada e meia tonta.
Ainda estou à espera da foto da Marcha de S Vicente que a Morgaine vai postar:)

Queequeg

Quem leu o Moby Dick lembra-se certamente do Queequeg, o simpático canibal.

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Strummer

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Broadway

"It ain't my fault
It's 6 'o'clock in the morning"
He said
As he came up out of the night

When he found I had no coins to bum,
He began to testify
Born in a depression
Born out of good luck
Born into misery
- In the back of a truck..

I'm telling you this mister
Don't be put off by looks
I been in the ring and I took those right hooks

Oh the loneliness
Used to knock me out - harder than the rest

And I've worked for breakfast
'N I ain't had no lunch
I been on delivery and received every punch...

The Clash

Dias Que Voam

Sábado, Junho 10, 2006

Uma ligeira dor de cabeça

Caracóis, cerveja, caracoleta, picapau, sumol de ananás, Jameson, arroz doce.
Iniciámos o A. na arte de comer a caracoleta.
Como ainda estávamos cheios de fome veio-se cá para casa fazer sopa, aquecer pão e assar farinheiras. A acompanhar Jameson e Pias.
Rimos, conversámos, rimos mais, dormimos, os gatos passearam-se, bebemos, comemos e foi bom.
O meu único erro foi não ter encomendado um sumol, quando se foi buscar o vinho e o resto.
:)
E esquecer-me de tomar o KGB.

de Portugal, Camões e das Comunidades

foto de Joana Moreira, Fun Park, Julho 2004


Vigília lisboeta III: regresso à origem

Trazer o Walt a terreiro seria porventura inevitável. Já é dia e há nuvens, bem vindas. Os nossos fantasmas a estas horas recolhem-se nos cafés e nos jornais, à espera de nos espreitarem por cima do ombro. E assim é com o Walt. Senta-se ao meu lado enquanto teclo. O ar desdenhoso não me deixa ilusões: mais me valia ir lá para fora e dissolver-me na multidão.
Claro que o desafio do josefb é irresistível. Faz-me surgir, irreprimível e em cores de néon, o pedaço que ele, se calhar de propósito, omitiu e deixou oculto.

[...]
This is the female form,
A divine nimbus exhales from it from head to foot,
It attracts with fierce undeniable attraction,
I am drawn by its breath as if I were no more than a helpless vapor,
all falls aside but myself and it,
Books, art, religion, time, the visible and solid earth, and what
was expected of heaven or fear'd of hell, are now consumed,
Mad filaments, ungovernable shoots play out of it, the response
likewise ungovernable,
Hair, bosom, hips, bend of legs, negligent falling hands all
diffused, mine too diffused,
Ebb stung by the flow and flow stung by the ebb, love-flesh swelling
and deliciously aching,
Limitless limpid jets of love hot and enormous, quivering jelly of
love, white-blow and delirious nice,
Bridegroom night of love working surely and softly into the
prostrate dawn,
Undulating into the willing and yielding day,
Lost in the cleave of the clasping and sweet-flesh'd day.
[...]

Mas isto, se calhar, sou apenas eu com os meus fantasmas benévolos, em dança de roda num qualquer jardim suspenso.
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Uma noite no petisco

São quase duas da manhã. Doem-me os dedos da mão esquerda, à conta de uma guitarra espanhola feita pelo grande Grácio. Doem-me porque tenho praticado pouco.

Esta noite houve fado, Alvarinho, Don Mclean, tinto de Estremoz, Jorge Palma, cacholeira, Jobim, febras, Paul Simon, sardinhas assadas, Cat Stevens, azeitonas, Sérgio Godinho, pão alentejano, Carlos do Carmo, entrecosto, Pinho Vargas, Carvalho Ribeiro Ferreira Reserva, José Afonso, cerejas, Caetano Veloso, mousse de chocolate, Yes, café, bocas, paródia, uma vizinha a barafustar às dez e meia que amanhã tem de trabalhar, bocas, uma italiana, portugueses vários, branco gelado, anedotas, calor na frescura do terraço, bocas.


E contudo...

Bereft

Where had I heard this wind before
Change like this to a deeper roar?
What would it take my standing there for,
Holding open a restive door,
Looking down hill to a frothy shore?
Summer was past and day was past.
Somber clouds in the west were massed.
Out in the porch's sagging floor,
leaves got up in a coil and hissed,
Blindly struck at my knee and missed.
Something sinister in the tone
Told me my secret must be known:
Word I was in the house alone
Somehow must have gotten abroad,
Word I was in my life alone,
Word I had no one left but God.

Robert Frost

Sexta-feira, Junho 09, 2006

'quem diria?'

vou citar:
'o dr. correia de campos é um fanático e um tirano, que servilmente segue o pior de uma civilização fanática e tirânica'.
'o dr. correia de campos não pensa em defender a saúde pública, pensa em extirpar o tabagismo e os tabagistas'
'do alto da sua ignorância, o dr. campos manda e a carneirada que obedeça'
'para quem sofreu sem liberdade e precisa dela, isto é absolutamente repugnante e horrivel. não por acaso a linguagem de hitler serve tão bem para descrever o antitabagismo moderno'

estas são umas das muitas pérolas com que um escriba que pontualmente nos brinda em debates públicos com ar de quem acha que todos os outros mortais são estúpidos, ignorantes, incivilizados (no que é admiravelmente acompanhado pela sua excelsa esposa) brinda o ministro da saúde a propósito da recente lei de proibição de fumar em restaurantes e bares.

para o doutor pulido valente, que acha que tem direito a fazer e a dizer tudo o que lhe apetece apenas porque é de boas famílias e fala grosso (e convenhamos, a maior parte das vezes com ar de estar no meio duma ressaca monumental), esta lei é igual ás de hitler (sic) de purificação da raça alemã.

o doutor pulido valente sofre de diarreia mental e ainda ninguém lhe disse.
o doutor pulido valente sofre de desonestidade intelectual.
o doutor pulido valente é completamente parvo.

a leitura da sua verborreia na última página do público de hoje dá vómitos.
é triste, muito triste, ver alguém atacar desta maneira acéfala quando se sente privado do seu brinquedo.

os charutos do doutor pulido queimaram-lhe o cérebro.
e ele ainda não deu por isso

a criatividade não tem limites


o meu irmão mais velho sempre teve uma imaginação delirante e, mais do isso, uma capacidade de persuasão notável.

um dos seus 'momentos' foi quando conseguiu convencer um amigo, que se queixava de estar sem trabalho, que as bananas nasciam direitas e, para facilidade de transporte, era necessário dar-lhes um ligeiro toque para que ficassem com aquele aspecto curvo.


dizia ele que a então existente junta nacional das frutas tinha aberto vagas para a 'fábrica de entortar bananas'.

depois de uma longa noite em que explicava com imensos pormenores a técnica de trabalho e os métodos existentes na dita fábrica, lá foi o inocente na manhã seguinte para a porta da junta nacional das frutas à procura da vaga na fábrica de entortar bananas.

hoje, ao ler a notícia sobre as melões em forma de cubo, para facilidade de transporte, não pude evitar voltar a rir-me da cena com bem mais de 30 anos, do zé a convencer a outra pobre alma da existência da fábrica de entortar bananas...

mas até ele jamais se lembraria da fábrica de cubicar meloas....

Mayakovsky


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But Could You?

blurred at once the chart of trite routine
by splashing paint with one swift motion.
I showed upon a plate of brawny glutin
the slanting cheekbones of the ocean
Upon the scales of tinny fishes
new lips summoned, though yet mute.
But could you
play
right to the finish
a nocturne on a drainpipe flute?

1913

(para ouvir )

Para ver o o surpreendente museu de Mayakovsky




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Manhã aos papéis

...ou outra forma de dizer em frente ao computador.

Em escuta:
Boys of the Lough
Live at Carnegie Hall

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Há música que torna a vida mais feliz.
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Livros que me fazem rir, podem fazer-me chorar a seguir. O cómico muitas vezes nasce do trágico ou é dele parceiro íntimo. Lembro-me de rir às gargalhadas, eu e a minha mãe, no velório do meu pai. Por uma coisa mínima, que nos fez libertar muita tensão e fazer uma triste figura. Uma velhota que chorou, rezou, levantou-lhe o véu e disse: Bolas não o conheço e saiu toda chateada.

Há livros só para rir é certo mas ficam um pouco mais pobres, não? Acho o Sharp um bom humorista completamente feroz. Aliás o cómico tem essa cambiante de maldade pura. Eu gosto.

Livros assim que me tenham feito rir sem implicações: A Lynne Truss geralmente consegue-o. Adorei o Eats, shoots and Leaves, a conselho do doutor, vénia ,Azinho.

Adoro o Charlie , a conselho do carlos, vénia também. Acho que o desenho me faz rir com muita facilidade. Desde o tempo do Astérix e do TinTin. O Sempé. Os outros todos com que vos tenho torturado no blog.
(Reiser, Wolinsky, Gebé , Copi etc e etc).
O Montalban faz-me sempre sorrir. O José Rodrigues Migueís também. Idem para o Camilo e a Eça.
Não consigo rir com livros maus porém. Enervam-me.
E agora banho e ir trabalhar.

tpc

Com a ajuda do meu espírito santo de orelha (0 manuel) aqui fica a minha lista de livros humorísticos

O Alice no país das maravilhas do Lewis Carroll
O asno de ouro do Apuleio
Decameron do Boccaccio
Os contos da cantuária do chaucer
Historias de Cronopios e de Famas do Julio cortazar
Historia Abreviada da Literatura Portatil do Enrique vila-matas
Good bones da margaret atwood
As redacções da Guidinha do Luís Sttau Monteiro

E o sei lá da Rebelo pinto, é tão mau que me provocou gargalhadas

o do josé rodrigues dos santos também me parece interessante :P

a propósito de bairro alto, jornais e jornalistas


passei a minha adolescência no bairro alto.
entre os 10 e os 17 anos, trabalhava por lá. no 63 da rua da rosa, que mais tarde passou a 'casa da venda' do diário de lisboa.


cresci no meio de jornalistas e tipógrafos. putas, estivadores, paneleiros, marinheiros, rufias, boxeurs arruinados e tudo o que era o bairro alto nos anos 60. muita gente boa.
imensos amigos que ainda hoje me fazem custar voltar ao bairro alto e ver alguns que conheci pujantes de vida, hoje a arrastarem-se de morte.
cresci entre o diário de lisboa (onde passava no mínimo uma hora por dia), o popular, o século.
conheci por dentro a bola, o motor (ao tempo ao fundo da luz soriano), a capital (depois da cisão no lisboa), o república. também conheci o diário da manhã e o seu filho marcelista, a época. e a comissão de censura ali na rua das gáveas, com a virgem em nicho ao cimo das escadas virada para a rua.
e os prostíbulos. o 30 da rua dos mouros, e o 8 das salgadeiras, e mais da rua da atalaia, mais a pensão da rua da rosa.
a todos ia levar comida que era uma coisa que os putos que trabalhavam nos restaurantes ao tempo faziam muito.
sim. conheci imensos jornalistas a quem a aprendi a ganhar respeito com a mesma veemência com que hoje ganho desprezo pela imensa maioria dos que escrevem nos jornais. do norberto lopes ao vitor direito. do neves de sousa ao assis pacheco. do mário castrim ao mario zambujal ou ao baptista bastos.
os putos novos escritores que invadiam o diário de lisboa e o seu 'juvenil'. grande parte dos principais nomes da literatura portuguesa conhecidos a partir dos anos 70.
deram-me o prazer de perderem tempo com um puto que trabalhava num restaurante e tinha uma curiosidade do tamanho do mundo.
aprendi imenso com eles.
e os tipógrafos: o caldeira, o loureiro, o tito. um ninho de anarco-sindicalistas e comunistas
e os fotógrafos. o salvador da luz, o lobo pimentel pai, o nuno ferrari.

o bairro alto era tudo.
mas eram principalmente a vida à volta dos jornais.
uma espécie de zona franca da informação onde era possível a quem nela entrasse saber as notícias que não saíam para a rua.

o bairro alto é um local mítico.


para mim por razões que não o são para a imensa maioria.
muito do que sou devo aquela amálgama de gente.

Quinta-feira, Junho 08, 2006

Taxistas, ciganos e afins.

Vim hoje com um taxista. Trabalho / jantar.

Contou-me que é taxista há 45 anos. E explicou como dantes atestava de jornalistas no bairro alto.
Todos muito bebidos ressalva (kgb?) . Agora não. Há poucos jornais. Se dantes comprava dois jornais por dia, hoje compra o Expresso que dá para ler no mês de férias( Acho que tem razão e é interessante que o digam). Morre de saudades do Diário Popular. E da Bola.

Menina não confie em cinco tipo de pessoas: pretos, ciganos, advogados, jornalistas e taxistas

Eu anotei.

TPC

O tpc que lanço é: livros humorísticos preferidos. Daqueles que se tem de ter cuidado para não acordar os vizinhos com gargalhadas alarves. Não sou especialista no assunto e conheço pouca coisa.

Eis a minha lista:

D.Quixote - Cervantes (a obra-prima, tia, sobrinha, mãe até, do género)

Três Homens Num Bote - Jerome K. Jerome (humor inglês no seu melhor)

Balbúrdia Na Cidade - Tom Sharpe (gosto especialmente deste)

O Que Diz Molero - Dinis Machado (genial!)

E alguns clássicos, não tão explícitos em termos de humor:

Eugénie Grandet - Balzac

Eusébio Macário - Camilo Castelo Branco

A Relíquia - Eça de Queiroz
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João Gilberto

Aquarela do Brasil em repeat...ah calorzinho bom!

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He could read a newspaper and sound good.
-Miles Davis

TPC (segunda parte)

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a janela para o mundo está embaciada



ontem, a rtp1 (e imagino que os outros canais todos), estava à espera de um fascista de meia tigela à porta do tribunal de instrução criminal que, entusiasmado com tal recepção e propaganda, saía impando de satisfação.
a acéfala repórter dispara a inevitável (para uma acéfala) pergunta:
- o senhor acha que é uma perseguição política?
nem encomendada, a pergunta poderia ter sido mais feliz para a merdoso do fascista, que desenrolou a lenga-lenga do desgraçado do perseguido pela desgraça da democracia.
para além da mais que questionável oportunidade da presença das televisões, em peso, naquele local àquela hora, o que a jornalista (se o fosse) deveria ter perguntado (se tivesse cérebro) era o que pensava ele sobre as acusações de extorsão, participação no homicídio de alcino monteiro, sequestro e posse ilegal de armas.
mas não.


e lá foram os jornalistas com o cú (ou outras partes no caso feminino) aos saltos para o marquês de pombal para entrevistar mais meia duzia de fascistas a quem deram o tempo de antena que aquele bando jamais imaginou ter.

a janela para o mundo está cada vez mais embaciada.

WE'RE ONLY IN IT FOR THE MONEY (1968)


Um dos LPs que faz parte da minha lista dos melhores de sempre : We're Only In It For The Money dos Mothers Of Invention.

Musical, visual e ideologicamente, Zappa diverte-se a disparar em todas as direcções : o american way of life, os hippies de pacotilha, os Beatles ... O disco é gravado em 1967 durante os quatro meses que se seguem à muito esperada publicação de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. A capa do disco é um hilariante pastiche da capa do disco dos Beatles. E até o ídolo de Zappa - Edgard Varèse - não é esquecido musicalmente.

Paul McCartney terá dado autorização a Zappa para a paródia...

Francis Vincent

Ok, ok... TPC....

Séries a oferecer aos amigos:

Brideshead Revisited (pois, Tzinha! :-) )

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I, Claudius

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Monty Python's Flying Circus

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têpêcê (em) série

Três séries de TV que recomendariam a um amigo (porque adoro)


ER - Serviço Urgência
Sem Rasto
Murphy Brown


ou
Yes, Prime Minister
‘Allo’ Allo!
Faulty Towers


aiaiai... ou ainda
7Palmos de Terra
Perdidos
CSI (NY e LV)



e outras três que recomendariam a um inimigo

Morangos com Açúcar (é uma série?)
Mr. Bean (tb não sei se é série)
Os 3 Duques...
também não gosto do Seinfeld

Quem é este senhor?

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Uma pista..é filho doutro senhor que revolucionou o mundo musical aqui há uns anitos.

Não há ressacas de borla

Era bom não era? Então é assim. Segundo o site da KGB Portugal, o produto baseia-se na ingestão de dois tipos de cápsulas: umas vermelhas, outras pretas. As suas características são como se segue.

Cápsula vermelha:
Dextrose – 230 mg
Ácido succínico – 125 mg
L-glutamina – 125 mg
Ácido fumárico – 50 mg
Ácido ascórbico – 30 mg


Dextrose é açúcar vulgar. Dá-se na Urgência aos indivíduos em coma alcoólico por via endovenosa, mas apenas porque estes, por vezes, entram em hipoglicemia. Ácido ascórbico é a vulgar vitamina C – para dar uma ideia, o conhecido Guronsan tem 500 mg em cada comprimido (é saborosa!). Os seus efeitos antioxidantes são conhecidos, mas na ressaca nada se demonstrou. Quanto ao resto, três aminoácidos produzidos pelo próprio organismo, não existe igualmente demonstração de que façam o que quer que seja às ressacas.

Cápsula preta:
Carbono vegetal medicinal activado – 360 mg

Este é um excelente exemplo da linguagem redonda e pseudo-científica usada neste tipo de comércio para impressionar o público. A cápsula preta, dizem-nos, é constituída por 360 mg de “Carbono vegetal medicinal activado”. Em português normal isto chama-se carvão activado, e usa-se há séculos – séculos – para combater a flatulência. Vende-se em todas as farmácias e está nas prateleiras dos produtos “naturais” dos supermercados, ervanárias e afins. Se calhar dá uma ajuda a desinchar a barriga, mas não mais...

Poderíamos ainda discutir a cor das cápsulas - vermelho vivo e preto retinto - como tendo um poderoso efeito placebo. Trata-se de um fenómeno bem conhecido e há muito descrito na literatura.

Preparados porventura análogos estão comercializados nos EUA como, por exemplo um que dá pelo nome de RU21. Há ainda outro produto descrito de nome Russian Party que suspeito seja semelhante, mas não lhe encontrei o sítio.

Leiam aqui para perceberem que a vida é dura e que também neste caso não há almoços grátis.

Única forma conhecida de evitar a ressaca: não beber demais.

As minhas desculpas por acabar com as ilusões...

Só para os rapazes

António Gregório

TPC

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Em vez de um filme de Ingmar Bergman ...

Le Cancre ( Jacques Prévert )

Il dit non avec la tête
mais il dit oui avec le coeur
il dit oui à ce qu'il aime
il dit non au professeur
il est debout
on le questionne
et tous les problèmes sont posés
soudain le fou rire le prend
et il efface tout
les chiffres et les mots
les dates et les noms
les phrases et les pièges
et malgré les menaces du maître
sous les huées des enfants prodiges
avec les craies de toutes les couleurs
sur le tableau noir du malheur
il dessine le visage du bonheur.

Quarta-feira, Junho 07, 2006

Tepêcê


Eu vou fazer o tpc:) Seus preguiçosos anarquistas!!

Três séries que eu adoro: House,Serviço de Urgência e Sete Palmos de Terra:) Ah...e a Médium...E o Coupling!!! E As Donas de Casa..E quase todas. Os CSI por exemplo.

Vão mais do que três.:) E o Allo, Allo...Ai! Tantas!! Desisto. Sou uma viciada.

Três séries que eu não gosto. Hum..de repente todas as novelas. Não tenho mesmo pachorra. Especificamente acho que oferecia a quem não gostasse: Os Gatos Fedorentos todos, Os chatos dos Friends e aquela...Seinfeld , que já foi um must mas que é um aborrecimento

Que SeLeCÇão?



Você é a Selecção do Trinidá e Tobago:
Você é o mais cool possível, com uma atitude permanente de “’tá-se bem!”. Não gosta de formalismos e quer ser a alma de qualquer festa. Não liga à pontualidade, e despreza quem se leva demasiado a sério. Para si a vida é uma praia tropical, uma bebida fresca e alegria! Não existem problemas, só existem soluções e se algo correr mal, você descansa...e espera que passe. Para si ganhar é pretexto para uma festa de arromba...e perder também!

Ressaca Kaput o milagre!

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A revolução chegou à ressaca!

Atentem bem no texto:)
Obrigadas à Errezinha pelas fotos:)
E claro , aos brilhantes cientistas russos. Já cá canta na mala.
A minha dúvida é o que devo considerar a primeira e a última bebida:)


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a propósito das avaliações (II)

(não resisti...)


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que escola queremos para os nossos filhos? ou de como eu acho que deve haver responsabilização para todos os lados

este texto já aqui foi publicado em setembro de 2004.
tal como eu acho que os professores devem ser avaliados, também acho que os pais devem fazer muito mais do que fazem pela educação dos seus filhos e que têm obrigações perante a escola e os professores

durante muitos anos, habituamo-nos a olhar para a escola como uma espécie de ‘depósito’ onde entregamos os filhos ás 8 da manhã... e de ontem regressam pelo fim da tarde.

o que lá se passa é um assunto interno entre a aquela instituição e os nossos filhos, no qual não nos metemos. nem devemos

a escola tem por obrigação ensinar, educar e devolver limpo e tratado.

a ideia de participar nesse acto educativo através de uma actuação concertada com a escola, ajudando nas tarefas complementares de educação, na busca de soluções para uma melhor compreensão dos programas escolares, no apoio a tornar a escola um local mais atractivo e atraente que faça os nossos filhos sentirem-se bem nela mesmo para além do horário escolar obrigatório.. é uma coisa absolutamente chata e irritante que nos impede de ver o jogo do sporting, o final da novela, ou o ultimo dislate do senhor presidente do governo regional da madeira (infelizmente os monty phyton já acabaram, o que tornaria inutil o sr. alberto).

não podemos achar que uns senhores (ou senhoras, para o caso é irrelevante...) que recebem no começo de outubro um punhado de adolescentes, cada um com o seu passado, a sua formação, a sua cultura, os transformem por acção mágica e sólitária, num grupo de educados e cultos rapazes e raparigas.

a ideia peregrina que faz com que tenhamos a atitude de: “eu pago os meus impostos, eles têm que me educar os filhos porque eu não tenho tempo” é tão abstronça como perigosa...
quem tem que educar os nossos filhos somos nós.
mais ninguém tem essa obrigação.
é por isso, e por não termos todo o tempo do mundo, nem toda a informação para disponibilizar, que temos que nos socorrer de uns quantos tipos que fazem disso profissão, e estão autorizados a escreverem um papel no final a dizer que as crianças aprenderam o que lhes ensinaram.
mas isso não releva a nossa obrigação de educar os nossos filhos.
aqueles tipos (os professores) são nossos auxiliares nessa tarefa.
mas a tarefa é nossa.
é pois, por isso, absolutamente indispensável que o tempo dispensado com os nossos filhos tenha mais qualidade. Não precisa ser (provavelmente) mais, precisa de ser melhor.
precisamos de ir á escola a chatear aqueles tipos (os professores) para saber o que estão a ensinar; que ajuda precisam; o que podemos fazer em casa e como o devemos fazer.
precisamos de alterar a nossa aitude perante os nossos filhos e não achar que se eles tratam a escola de forma displicente, talvez não seja por serem sobredotados, ou hiper-activos... pode ser apenas por serem mal educados.. por nós
precisamos de encontrar formas de motivar os nossos filhos a lerem um livro como um objecto de prazer e não como um instrumento de tortura (e é seguramente mais fácil para nós que só temos um ou dois filhos, que para o professor que tem 30 alunos).
precisamos de educar os nossos filhos a pesquisarem, porque é a melhor forma de aprender.
precisamos de fazer com os nossos filhos sintam prazer em saber.
para isso precisamos de nos educar a nós também.
e um bom método... é fazê-lo conjuntamente com os nossos filhos.
ajuda-nos a nós e a eles.

a propósito das avaliações

discutia eu na segunda feira, ao jantar, com um grupo de amigas professoras, a magna questão da participação dos pais dos alunos no sistema de avaliação global dos professores.

retirando aqueles pequenos pormenores dos professores usarem a argumentação 'agora quem nos vai avaliar são os pais dos alunos', 'mas o que sabem eles para nos avaliar?' ou ainda 'os pais estão-se nas tintas para a escola e só lá vão quando os filhos chumbam', a discussão sobre este assunto é um dos mais sensíveis para aquela classe (antes tinham sido outros, que é sempre necessário achar que o mundo está contra eles..).
quando eu argumentava que a avaliação dos pais é uma pequena parte da avaliação global, que mesmo que existam alguns pais que exercam avaliação vingativa, o conjunto das avaliações é o mais determinante e, ainda assim uma parte do conjunto dos elementos determinantes para a avaliação global, que é importante chamar os pais a participarem na escola, respondiam-me elas: 'mas onde é que já se viu isto?. alguma vez os doentes avaliam os médicos?'

eu respondia: se não avaliam, deviam avaliar.

mas a verdadeira resposta vem agora do colégio de médicos de clínica geral britânico.
este colegio está a negociar com o governo britânico, de forma voluntária e por sua iniciativa, um sistema de avaliação tripartida (por médicos, enfermeiros e pacientes), que resultará numa classificação de 1 a 3 estrelas.
de acordo com os médicos britânicos este sistema de avaliação dará mais confiança aos pacientes e obrigará os clínicos a um maior empenhamento na qualidade e variadade dos serviços prestados.

quem tem confiança nas suas qualidades nunca tem medo de ser avaliado.
seja por quem for.

Amores platónicos

Arthur Christopher Orme Plummer
Born:Toronto, Ontario, Canada on 12/13/1927
Professions:Actor, director

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Podre de bom todos os dias:)
E acho que deveria ter tido melhores papeís na vida...(para além do Capitão Von Trapp:)
Três memórias de filmes:
Blow up de Antonioni e o rosto de David Hemmings quando descobre o crime ... Lady From Shanghai na cena dos espelhos (sim adoro o tio Orson) e o capitão Von Trapp da Música no Coração, que lindo e que sexy, que riqueza de homem, que excelentes diálogos.
E agora tepecê: Três séries de TV que recomendariam a um amigo e outras três que recomendariam a um inimigo.
Não há cidade que eu visite em que não vá espiolhar o mercado. Até sobrevivi ao odor do mercado de Peixe no Mindelo. Isso diz alguma coisa (sou uma sobrevivente).
Um mercado explica-nos sobre como a vida é vivida num determinado espaço. E sobre quem lá vai também. Os legumes são um espelho fiel do sol e das boquinhas que os devoram.
Eu gosto de ir à Praça. Agora é mais o biológico. Mas das recordações que tenho de infância, chega-me sempre o cheiro da carne, da banca do peixe, dos coentros, do cheiro a hortaliças e legumes frescos. Vendedoras de aventais com bolsos e cheios de moedas. Troco que era dispensado ao tostão. Umas eram muito velhinhas e eram essas que a minha mãe preferia. Mãos grandes e grossas, muito curtidas pelo trabalho, mãos de vida nada fácil.
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Eu carregava o cesto orgulhosamente, até ficar demasiado pesado. Se me portasse bem, era recompensada com tremoços e pevides, bons como os que existem a norte de Lisboa.
Quando estava na faculdade e regressava a Leiria, logo a seguir a sair do Expresso da Rodoviária ia a correr para o antigo mercado deSantana e comprava tremoços, pevides, alho francês e alfaces. Sabiam muito diferente dos que eu comia em Lisboa:)
É muito bom estar vivo e muito bom saborear o que se come.
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Se fosse uma selecção de futebol presente no Mundial, qual seria?

Você até tem um certo jeito, e de vez em quando faz um brilharete; mas geralmente anda um bocado à nora. A organização não é o seu forte, você confia em absoluto no instinto. Você é pão-pão queijo-queijo: tudo ou nada! Acha sempre que vai conseguir ter tudo, mas, aqui entre nós, ou fica lá muito perto ou dá uma monumental barraca.

risos! Também não contava com esta... bom, pelo menos torço pela equipa certa

;-)

3 FILMES entre muitos outros

O Sétimo Selo: Ingmar Bergman;
Os Sete samurais: Akira Kurosawa;
Era uma vez no Oeste: Sérgio Leone.
Desculpas pelo atrazo

complexo calimero

Você é a Selecção de Itália:

Acima de tudo...estilo, é o seu lema. Até pode perder, mas é sempre com pose. Se ganhar não é muito espalhafatoso, gosta de ser olhado com respeito e alguma reverência, gosta que lhe elogiem a táctica, como se ela saísse de um oráculo sagrado qualquer. Sempre atento á moda, gosta de se sentir capaz de conquistar o mundo, e se por acaso não o consegue você amua e diz que a culpa não foi sua! Entre o glamour e o complexo calimero, você é a chamada rica prenda!!!!



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"é uma injustiça!!!!"

Terça-feira, Junho 06, 2006

Quiz

Contava com tudo menos com isto :|

Você até tem um certo jeito, e de vez em quando faz um brilharete; mas geralmente anda um bocado à nora. A organização não é o seu forte, você confia em absoluto no instinto. Você é pão-pão queijo-queijo: tudo ou nada! Acha sempre que vai conseguir ter tudo, mas, aqui entre nós, ou fica lá muito perto ou dá uma monumental barraca.

a brand's world cup já começou


o campeonato mundial de futebol é, também, uma espécie de campeonato mundial das marcas.
as maiores marcas mundais (com algumas notaveis excepções que nunca se associaram a estes eventos, p.e. a general electric, agora ge money, e uma das marcas com maior reconhecimento mundial) vão estar a competir.
este ano as 15 marcas candidatas ao título são: adidas, anheuser-busch budweiser, avaya, coca-cola, continental, deutsche telekom, emirates, fujifilm, gillette, hyundai, mastercard, mcdonald’s, philips, toshiba e yahoo!,
parte da nata das marcas mais valiosas do mercado mundial.


com uma audiência esperada superior a 30 000 000 000 (trinta mil milhões) de tele-espectadores, mesmo que muitos serviam para adicionar a cada jogo (o mundo não tem tantos habitantes...), são muitos consumidores concentrados num pequeno ecran de televisão.
mesmo fora dos estádios e dos ecrans de televisão, a aposta nas transmissões para largas audiências através de monitores gigantes fez mobilizar criatividade e fundos de uma forma nunca vista, com a cereja no cimo do bolo: a reconstituição do estádio olímpico de berlim na potsdam platz num recinto para mais de 10 000 pessoas.
as marcas esperam, naturalmente, receber em notoriedade o que investem em publicidade e marketing.
de acordo com alguns estudos, mais de 40% dos consumidores têm mais confiança em marcas que apoiam acontecimentos desportivos de dimensão continental ou mundial.
e muitas marcas continuam com esse efeito, mesmo depois de terem deixado de ser patrocinadoras oficiais:
das 10 marcas com maior reconhecimento como patrocinadoras oficiais do mundial, 2 não o são: a nike, que figura em terceiro lugar da lista com 31% de reconhecimento, e a samsung, em 10% com 11% de reconhecimento.
mas mesmo fora da lista dos patrocínios oficiais, a nike não está fora do mundial.
muitas selecções jogam com o seu equipamento, e uniu-se à google para fazer frente à dupla adidas-yahoo!.


a notoriedade de uma marca é o seu bem mais precioso.
ser reconhecido pelo símbolo; ser lembrada quando se sente a necessidade de um dado produto ou serviço; fazer com que o consumidor se sinta parte da imagem que transmite, são bens com valor muito contabilizavel.

o campeonato mundial das marcas já começou.
a ele voltarei para ver quem passou aos quartos de final...

John Stagliano

E tomo a deixa do Joseph. John Stagliano, também conhecido por Buttman, tem já um genial espólio de filmes que acho que devia entrar para o arquivo da Livraria do Congresso americana. Alguém disse que ele é o Woody Allen do mundo porno, ao que o Joseph ripostou que é mais o Xarzenega. Há edições portuguesas das suas obras. Tive acesso a umas 7 ou 8, mas só fixei os seguintes 3 títulos.

Bundas de Ipanema I

Bundas de Ipanema II

Bundas de Ipanema III

No seu catálogo também figuram excelentes filmes sobre mamas DESTE tamanho.

3 Filmes TPC ( The Final Edit )

Pois... a pressa é inimiga de ... quase tudo. E não é que me esqueci daqueles filmes que andavam a marinar no inconsciente ? Que vergonha ! Nem parece meu ! Fazer quatro ( 4 !!!! ) vezes um TPC ...

1. F For Fake ( 1974 ) - Orson Welles
2. Space Is The Place ( 1974 ) - John Coney
3. A ZOO : A Zed & Two Noughts ( 1985 ) - Peter Greenaway


( No próximo post : o que a LIBIDO manda ver - Deep Throat, The Devil In Miss Jones ... os do Buttman deixo para o Manuel ... )

TPC

vou tentar reduzir-me a três filmes, mas como dizia esse grande deus dos desgraçadinhos chamado Calimero, é uma injustiça.
O breakfast club do john hughes, o “grande” realizador dos filmes para teens dos anos 80 com metade do Brat Pack, a outra metade entrava nos Marginais.
Os marginais e o Rumble fish do Coppola, que me fizeram comprar os livros da S E Hinton e ter uma desilusão, porque os filme eram milhões de vezes superiores aos livros,dos marginais ficou também o meu primeiro contacto com a poesia do Robert Frost, com a frase do johnny “stay gold, ponyboy”
o Pillow book do Peter Greenaway, é um filme poema, belíssimo e que me fez descobrir uma escritora que me delicia, a Sei Shonagon.
Com isto tudo de me reduzir a trêsquatro, vieram-me não sei quantos mais filmes à cabeça. Repito, é uma injustiça.

3 Filmes TPC ( The Director's Cut ... )


Não há nada como deixar um tema em banho-maria a ser processado no subconsciente ... Afinal, afinal, o que eu queria mesmo dizer era algo como isto :

1. Forbidden Planet ( 1956 ) - Fred M. Wilcox
2. Profondo Rosso (1975 ) - Dario Argento
3. Tetsuo [ Iron Man ] ( 1988 ) - Shinya Tsukamoto
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'o alentejo tem população equivalente às regiões periféricas do deserto do sara'


assim.

a seco.

este era o título que encimava uma notícia sobre a conferência 'ambiente e desertificação' que está a decorrer em évora.
para sustentar tal afirmação, um especialista, especializado nestas coisas do ambiente, dizia que em algumas zonas do alentejo a densidade opulacional oscila entre 1 e 20 habitantes por quilómetro quadrado.
tirando o facto de nalgumas zonas da finlândia, ou do canadá, ou na totalidade da australia, a coisa ser igual e ninguém andar a comparar densidades populacionais do ponto de vista matemático... queixam-se os senhores de nada ser feito para alterar a situação nem se pagarem estudos para estudar a desertificação (a questão básica: pagar estudos para..).
igualmente foi alertado para o perigo de projectos de regadio como o do alqueva destruirem os ricos barros de beja...
sejamos claros:
que porra interessa aos alentejanos a merda dos ricos barros de beja ou do raio que o parta, se o projecto do alqueva conseguir fixar milhares de pessoas nos empreendimenos que ali se podem desenvolver e os ricos barros de beja não coseguem fixar ninguém?
comparar o alentejo com o sara é fazer com que ninguém jamais os leve a sério, digam o que disserem.

o que transparece destas comunicações é a mentalidade tacanha dos que querem insistentemente provar os estudos que fizeram, mesmo que a vida já tenha feito a agulha há muitos anos atrás.
queixar-se da desertificação dos solos e blafesmar contra a água do alqueva, é cientificamente desonesto e pessoalmente idiota.
em tempos queixavam-se que o investimento do alqueva era absurdo porque a albufeira demoraria 10 anos a encher. por acaso encheu-se no primeiro inverno, em que teve de fazer descargas (coisa sobre qual também reclamaram porque tinham que reclamar...)
depois da albufeira cheia (a tal que só fazia mal) queixam-se dos empreendimentos que lá se vão realizar porque vão poluir as águas.

a única coisa que apetece nestas alturas é mandá-los levar no cu (coisa que não farei porque provavelmente até me agradeceriam a lembrança).

igualmente do lado dos que defendem os empreendimentos para o alqueva, as unidades de medida são um bocado ambivalentes.
de acordo com estes, o alqueva tem 1150 quilómetros de margens, o que é uma extensão superior à costa portuguesa.
custava muito dizer que para os 1150 do alqueva se consideram todos os acidentes da margem e para a costa portugues foi uma medida feita em mapa?
é que não precisavam deste argumento para a sua defesa... todos sabemos que aquilo é enorme...
também se queixam estes do preço exorbitante pedido pelas casas na aldeia do alqueva e comparam-nas ao preço de um apartamento na avenida da liberdade.
tirando o facto de não haver 'apartamentos' à venda na avenida da liberdade, espanta-me que estes senhores condiderarem numa frase que aquilo é uma zona muitíssimo valiosa... e na frase seguinte se queixem que há mais gente a achar o mesmo.

o têpêcê das fitas

As Fitas da minha vida são muitas!
Mas como a Tzinha pediu três... cá vão:
In the Name of the Father - Jim Sheridan, 1993
Apocalypse Now (versão completa)
The Great Escape - John Sturges, 1963

PP: denoto aqui uma tara com o Apocalypse, não!? ;-)

Fitas com carimbo no passaporte

O modo de pegar nisto é vário. Opto, assim, por uma infância e pré-adolescência africana de que, para além dos filmes do Cantinflas, do Joselito e da Marisol, me ficaram na memória:

The Maltese Falcon, de John Huston. Os bons hábitos começam cedo.

A Man Called Horse, de um tipo de cujo nome não me lembro, mas com um Richard Harris em grande.

Woodstock, de Michael Wadleigh. Por tudo, claro.

Há mais, claro. Mas a T disse três.

3 fitas

3 é impossível escolher. Mas lá vai. Estes 3 impressionaram-me muito na altura. Mas também me impressionou um filme como o "fim de semana no ascensor" do Louis Malle ou os filmes do Vincente Minneli ou do Orson Welles ou do Nicholas Ray e mais uns milhentos. Hoje em dia aprecio muito o expressionismo alemão (Murnau, Fritz Lang, etc). E onde ponho O Vale Era Verde, do Ford ou o Ladrões de Bicicletas do Sica? E a mamalhuda do Amarcord?

Laura - Otto Preminger

Esplendor na Relva - Elia Kazan

Senso - Luchino Visconti

(acrescescento a este post o meu filme preferido de sempre, que já me esquecia, o Bitter Victory do Nicholas Ray)

(volto a reformular: tb há um filme de um espanhol, o victor erice, chamado "espírito da colmeia", "spirit of the beehive", que gosto muito)

isto não tinha fim, que se quilhe. ponto final

E o Ghost And Mrs. Muir!!!!

3 filmes....

he os 3 filmes do dia são:

apocalipse now (versão completa)
1900
amarcord

amanhã seriam talvez
citizen kane
couraçado potenkine
leopardo

depois de amanhã...

querem mais 3?
ou mais 300?
TRêS FiLMeS

assim de repente:

uM: Apocalypse Now - Never get out of the boat; I Love the smell of napalm in the morning; O coronel Walter E. Kurtz; o almoço de apresentação da missão a um Martin Sheen perplexo; etc...

DoiS: Blue Velvet - a minha 1ª entrada no estranho mundo de David Lynch.

TRêS: Kilas, O Mau da Fita, talvez o primeiro filme português que vi no cinema.

E finalmente tepecê.

Três filmes de que se lembrem ,volta e meia. Que tenham entrado e deixado raízes. Independentemente da vossa razão.
Podem ser aqueles que têm vergonha de se lembrar.
Vale tudo, só não vale não fazer este tepecê:)

Biografia do filme


"Mark Cousins é incapaz de escrever seja o que for sobre a História do Cinema sem a tornar fascinante"
Sean Connery

Ou

"Esta é a biografia do filme contada em tom apaixonado, na perspectiva dos próprios cineastas."

Comprem e leiam já agora.É um livro bom para ter junto ao sofá e para nos deliciarmos com ele:)

Pormenores

Passei pela Praça da Figueira. Peço ao motorista para ir mais devagar para ver.
À volta duma vaca, um grupo de indianos a dançar. Elas de sari, eles de túnicas, cheios de jóias a cantar e a bater palmas. Tudo à volta do dito animal. Foi bonito de ver.

Um amigo meu oferece-me um livro. Traz dois e diz: escolhe um. Os embrulhos eram em papel pardo e com colagens. E eu fico indecisa entre a História do Cinema e o novo livro da Agustina. Escolho o primeiro. Gostei do ritual e guardei papel dos embrulhos.

Ontem sonhei que estava no Rock in Rio a comer caracóis. Estranho não?

Hoje continua este calor desgraçado. Mas como acordei agora estou fresca que nem uma alface.
Abeijo-vos.

livros, coisas e loisas

Este fim de semana foi cansativo mas bom. Na sexta fiz anos e jantei com o meu grupo de amigos, e depois fomos regar a noite a cerveja, whisky e tequila. Sexta, sábado e domingo andei a saltitar entre a fnac e a feira do livro manuseado de taveiro, é claro que me desgracei, de Henry Miller à Margaret Atwood passando por Al Berto, Assis Pacheco e mais uns quantos, tudo veio parar ao meu saco. É claro que ainda lá ficaram mais uns livrinhos “olhados” para futuras idas.
Isto tudo sob um mood estranho, em que parece que vivo para os fins-de-semana, estou farta do que faço, ando completamente desmotivada…enfim…deve ser o calor..ou não.

don't step on it...

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Segunda-feira, Junho 05, 2006

3

As três melhores bandas de sempre para mim são:

Beach Boys

Velvet Underground

Gang Of Four


Pronto, tinha de dizer isto ou rebentava.

Ask

Alguém sabe qual é a música por detrás deste anúncio? Lembro-me bem de a ouvir, mas não sei...será beach boys já fase final? Que é pelo menos inspirada em beach boys é.

Parabéns, Ricardo !



Uma modesta sugestão de trajo masculino para a tua festa de aniversário ... quanto ao trajo feminino, não sei ... ( onde é que elas poderão usar a meia ... ? )

o óbvio parece ter sido finalmente decidido

de acordo com as informações publicadas pelo 'público', os serviços de oftalmologia dos hospitais de são josé e dos capuchos irão ser fundidos.
para quem não conheça os dois hospitais em questão, pode parecer um caso semelhante aos das maternidades que terão que ser encerradas.
o que me espanta neste caso dos serviços de oftalmologia é ela não ter sido tomada há 50 anos.
o hospital de são josé e o dos capuchos (e, já agora, o instituto gama pinto) distam um do outro... a distância do jardim do campo dos mártires da pátria, aka campo de santana.
é possivel ir, sem esforço irreparável, ao pé-coxinho de um hospital ao outro.


por muito que possa custar às pessoas que moram na zona e aos saudosistas de um qualquer tratamento bem sucedido, a existência num perímetro de uns míseros 3 km, do hospital de são josé, são lázaro, desterro, santa marta, arroios, miguel bombarda e d. estefânia, só pode mesmo apoiar com todas as forças da sua inteligência a concentração (ou o fecho) de serviços (e hospitais) e a especialização de cada uma destas unidades de saúde.

a ver vamos, como diria o cego
A vida pode ser muito injusta!
De repente perdemos contacto com alguém com quem convivemos diariamente durante 4anos, naturalmente dizemos, porque a vida nos leva a isso. Não faz mal. Amanhã telefono-lhe, ou prá semana.
De repente liga-nos uma colega da faculdade e diz, nem queiras saber... fulana faleceu. Parece que nos foge o chão.
Achamos sempre que temos tempo; se não for hoje é amanhã. A porra é quando amanhã já não dá.

Raios

Pronto. Não consigo deixar de postar clips. Alguém me dê um tiro ou me mande para uma clínica de desintoxicação.

To publish or not to publish

DIVAGAÇÕES
I
Comprei na FNAC uma antologia de Haiku ...em francês.
Traduzo-te um de Kimura Toshio ( 1956 - ) :

eclipse da lua -
lamento
este haiku que me escapa

E pedes-me tu que eu escreva um livro ... quando ando, desde há uns tempos, a pensar numa forma literária como o haiku. Se Borges dizia que o mundo está destinado a acabar num livro, a plasmar-se num livro ( será que foi ele ? ), então o meu suposto livro está destinado a ser um haiku. Um só ... 17 sílabas ... que digam tudo o que mil livros poderão dizer ... Um haiku que seja como aquelas palavras mágicas que criam mundos inteiros ... um haiku que sugira livros inteiros em 17 sílabas. Como vês, esta canícula não me faz bem. Desperta o alquimista que há em mim. Em busca de uma pedra filosofal ... o haiku perfeito, um poema borgesiano que é ele mesmo e todos os outros ao mesmo tempo. Mais que chegar ao fim desta busca, é a viagem, o percurso que me parece interessante ... uma pitadinha de Corto Maltese.

Esta antologia de poesia japonesa veio relembrar-me esta ideia do haiku ... e depois, fiquei também um bocado siderado pelo prefácio à antologia ... mas isso fica para um dia destes.

II

Kahlil Gibran (1883-1931) : não sei se conheces ... libanês de nascimento, viveu nos EUA e escreveu em inglês e árabe.

Vou tentar fazer-te a tradução do início de The Madman (1918) :

" Perguntas-me como me tornei um louco. Foi assim que aconteceu : um dia, muito antes de muitos deuses terem nascido, eu acordei de um sono profundo e descobri que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu tinha feito e usado em sete vidas. Corri sem máscara através das ruas apinhadas , gritando : ' Ladrões, ladrões, malditos ladrões ! '

Homens e mulheres riam-se de mim e alguns correram para suas casas com medo de mim.

E quando cheguei à praça do mercado, um jovem, de pé no cimo de uma casa, gritou : ' Ele é um louco.' Levantei os olhos para o ver ; e, pela primeira vez, o sol beijou a minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijou a minha face nua e a minha alma estava inflamada de amor pelo sol e eu já não queria as minhas máscaras. E, como num transe, gritei : ' Abençoados, abençoados os ladrões que roubaram as minhas máscaras ! '

E assim me tornei num louco.

E na minha loucura, encontrei quer liberdade quer segurança ; a liberdade da solidão e a segurança de não ser entendido, pois aqueles que nos entendem escravizam algo em nós.

Mas que não fique eu muito orgulhoso da minha segurança : até um Ladrão numa cadeia está seguro de outro ladrão. "

Eu acho que que josef B devia sacudir a preguiça e escrever um livro. Estes são excertos dum email que ele me mandou. E quem presenteia assim os amigos, tem a responsabilidade imensa de se fazer chegar a mais gente.

Clássicos

No JN de hoje tem crónica do Viegas a defender a leitura dos clássicos na escola. A questão para mim é: que clássicos? Os Maias? O Amor de Perdição? Os Lusíadas? Ninguém lê esses livros na escola! Andam os putos com aqueles livrinhos de resumos...Ler os Maias? Era preciso não só gosto pela leitura como as férias grandes! Se querem dar a ler Eça não é muito melhor o Mandarim por exemplo? Tem muito mais piada que os Maias e é um pequeno livro. Do Camilo há o Eusébio Macário...E quanto aos Lusíadas é melhor isolar um pequeno excerto, como a Ilha dos Amores (sim, os catraios estudantes só pensam em punheta), e estudar...E ainda há excelentes livros de contos...escolher um bom conto, como é de leitura rápida pode ser que estimule a ler outros....Eu acho que O Que Diz Molero era uma boa ideia para se ler na escola...

No entanto...o importante é ter ideias para criar o gosto pela leitura, devia ser uma cena tipo o clube dos poetas mortos, mas é utópico...Acho que não há grandes soluções....Uma coisa é certa: acabem com a análise textual e gramatical dos textos e tentem fazer ver aos alunos as imagens que os textos evocam, como na ilha dos amores...
Este calor é uma seca e enjoativo.Cola-se às pessoas.
Depois duma sexta feira a aboborar no rock in rio, um waters que nunca mais acabava e eu morta de sono, um sábado a acordar tarde, um almoço nos Meninos do Rio, receber um belissimo livro sobre cinema, um jantar porreiro, um domingo outra vez a aboborar de serviço. Este fim de semana não rendeu mesmo nada. Ainda por cima me telefonam no domingo, a sorver caracóis e caracoletas.
Isto é uma grande injustiça, ah pois é.Não estou muito bem disposta. Não estou não. À cautela trouxe o carrinho de rodas para ir à Feira do Livro:)
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Ao menino Ricardo!

És lindaaaaaaaaaaa!

Para além de ser um ícone radiofónico o tipo é o paradigma do novo Homem. O ideal do mulherio (isto em termos gerais...). Canta como se fosse uma mulher. É doce. Querido. Ajuda nos trabalhos domésticos. Não é propriamente o gajo dos Motorhead...Gosto dele. Assim. Domesticado. Terno. O Tony Carreira, se este fosse "good looking". Um Querido.

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Domingo, Junho 04, 2006

Money Jungle

Este é daqueles míticos álbuns. Já o conhecia da rádio. Agora é meu. É soberbo mesmo. Disco de cabeceira!!!

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Sábado, Junho 03, 2006

3 de Julho de 1883 - 3 de Junho de 1924

Sexta-feira, Junho 02, 2006

Políticas

Ando a entupir o dias com clips. Prometo que tão cedo não ponho aqui clips.

a ouvir o velhinho santana no rock in rio.
modus trabalhandi.

Country

Agora com o calor sabe melhor ouvir música country, sobretudo quando o artista revela "dotes" inesperados. Um clássico.

Resposta do Ciberdúvidas à nossa dúvida

Tema
As formas “chinchada” e “xinxada


Pergunta/Resposta
Xinxada ou chinchada? A propósito de falarmos no assalto às árvores de fruto que praticávamos na infância, qual a grafia correcta para esta palavra? Existe mesmo ou é só calão? Muito obrigada.

Teresa

Esta palavra não se encontra dicionarizada. Por exemplo, Guilherme Augusto Simões, no Dicionário de Expressões Populares Portuguesas, regista chincha com o sentido de «bola de futebol» e «rede de malha apertada usada no rio», acepções com as quais “chinchada” não parece relacionar-se dire(c)tamente. O Novo Dicionário Compacto da Língua Portuguesa de Morais (10.ª edição revista) também inclui chincha, significando «rede pequena de arrastar», «barco empregado na pesca com essa rede», «[essa] modalidade de pesca», «pechincha» e «relação carnal». Contudo, a forma “chinchada” e a expressão “andar à chinchada” ocorre em buscas no Google com o significado que a consulente apresenta. No ‘corpus’ CetemPublico surge apenas o seguinte contexto: «Um descontrolo súbito, enquanto andava à chinchada no quintal de um vizinho, leva-o a atirar um vaso ao dono dos figos.» A provar-se uma relação etimológica ou morfológica com chincha, a forma correcta ou mais adequada seria “chinchada”.
Carla Viana

Brrummm!


Não ultrapassa os 45 km, nas descidas, e faz um barulho semelhante aos cortadores de relva e tractores.
Que interessam essa minudências..É o ideal para aqueles que ainda não têm idade para conduzir um carro, os inaptos por falta de perícia e ainda para quem foi retirada a dita cuja carta:)
Para ler mais AQUI
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Para o carlos e para o azinho:)

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Do vosso amigo Tony Carreira!
Imparável,do Olympia ao Bombeiros Voluntários do Cacém:)
E obrigada ao Américo pela digitalização de imagem:)

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Vivam as férias!!!


Fuerteventura aqui vamos nós:)

(só dia 16....). Mas já faltou mais!

HAPPY BIRTHDAY, MARIA !

Porque o sublime é indizível

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Todos ao Largo de S. Carlos, Domingo, pelas 20:00h.

Está a ser feita História da Música em Portugal.

Quinta-feira, Junho 01, 2006

Parabéns Maria!!!!

Quero ver o que pagas ao pessoal!

Deixo-te aqui esta muzka para ouvires com muita atenção!!

É já amanhã!!

Quem morará dentro de casa?




















Ó T... imagina lá as intimidades caseiras...

Mesa de jantar





Fim de jantar. Quando o candeeiro estava mais baixo.
Depois de tudo comido e bebido. Nem migalhas sobraram.
Estou mesmo nostálgica hoje.
Está bem,talvez faça um jantarinho lá em casa por estes dias.

Prá Maria

Como a Maria faz anos amanhã, antecipo já a minha prendinha.

Creio que a intensidade, beleza e lirismo deste clip se coaduna com o universo aliciano da Maria.

Parabéns só amanhã.

Modos de imagens em Veneza

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Deve ser um cheiro que anda no ar. Apetece viver férias. Descansar. Ter tempo para fazer nada. Deambular. Cheirar o mar.

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Deu-me assim a modos que, uma nostalgia de Veneza. Da habitada, da roupa estendida, da mercearia da esquina,das janelas abertas, do autocarro das águas, daquela luz, do que se esconde. Dos turistas não. São uma verdadeira praga.

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Onde será o último andar onde mora o Comissário Brunetti? Tento sempre descobrir. O tal andar construído clandestinamente e com uma vista fabulosa.
E deu-me para mergulhar em fotografias das minhas férias de 2004.

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O autocarro a deslizar pelas águas...Viva a carris veneziana. Cheios e turbulentos.
A roupa estendida corada pelo sol.
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Quem morará dentro de casa e como estará decorada?
Imaginar as intimidades caseiras é uma mania.Tenho um fraco imenso por fotografias de portas e de janelas.Sobretudo as abertas!
E estou cheia de vontade ver coisas novas....
Vontade de pegar nas malas e ir arejar...

o mercado dos vinhos está a mudar. muito


o clube de vinhos do continente anunciou esta semana, no âmbito da feira de alimentação e bebidas que está a decorrer na exponor, que vai iniciar a venda de vinhos em primor.

não sei, em rigor, que marcas irão comercializar nestas condições (espero saber amanhã quando visitar a dita feira).

a venda de vinhos em primor (prática muito comum em frança) consiste na comercialização de vinhos (de marcas conhecidas ou não, mas sobretudo bem conhecidas) ainda na sua de estágio, em garrafa ou barrica.
este é um método com reconhecidas vantagens para todos os operadores.
para o produtor, que pode garantir a sua venda ainda antes de lançar no mercado a colheita em questão.
para a distribuição, porque antecipa a venda e o negócio, antecipando-se á concorrência.
para o consumidor, que pode garantir colheitas a que talvez não conseguisse chegar por indisponibilidade logística ou de preço.

obviamente que tem riscos, para todos, esta aposta no 'mercado de futuros' (para utilizar uma expressão bolsista).
se o vinho sair muito bom, ganha o consumidor e perde, eventuamente, o produtor e a distribuição porque o preço já estava fixado e o produto vendido, não sendo possivel inflaccionar em função da procura.
se a colheita sair má... o consumidor arrisca-se a pagar coelho por lebre (normalmente nunca se aplica, nestes casos, o princípio do gato por lebre...).
mas, regra geral todos ganham.

os vinhos vendidos nestas condições não são vinhos 'de risco' (pelo contrário) e os produtores têm, como compensação, uma antecipação de receitas.
se todos respeitarem as regras deste mercado de futuros, todos ganharão.

sejam bem vindos os vinhos em primor

Hoje é Dia da Criança.

Sim, eu sei que stress, dia disto, daquilo e daquele outro... Mas este é especial!

Entre outras coisas, deve lembrar-nos as situações revoltantes a que algumas crianças por todo o mundo ainda são sujeitas. Deve recordar-nos que há crianças a quem não é permitido brincar, sonhar... ser criança.
Por isso desejo a todos que não percam contacto com o seu lado infantil e que não deixem de sonhar!
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Caracol na Lusa Atenas

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Fotografia gentilmente cedida pelo josef.
Afinal há coisas boas na Lusa Atenas:)
Feira do Caracol "Gastronómica"
Desde o Hélix Aspersa ao Hélix Pomatia
Esplanada "Taberna" (no parque) Coimbra

Tony

Ia postar aqui uma fotografia do Tony Carreira. Fui ao site oficial dele e eis o que me aparece:


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Penso que isto diz tudo sobre o artista

Bashô

Li este livro. É um livro de viagens. Que se passa numa viagem? Nada. Montes, rios, ermidas, flores...O que é fascinante é que isto é uma viagem, mas uma viagem pela alma do Bashô....e oh que alma! Um dos melhores livros de sempre.

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