"Deve-se amar o perto"
"O homem chegou à lua, e ao sol
e ao fundo do mar,
e só Londres tem a população do meu país,
e nisso nem há mal...
mas quando eu vou a Barroselas do Minho
e a D. Felisbina me recebe contente
na Primavera da sua quinta,
eu só penso na D. Felisbina
e amo a sua cabeça branca.
depois vou passear pelos sítios do ano passado,
e cada folha é um universo.
Então o sol esconde-se
e é a vez dos pinheiros serem divinos sob as estrelas."
Eduardo Valente da Fonseca em "71 Poemas"
2 comentários:
Que texto refrescante, Gin, ainda para mais quando expressa de modo tão conseguido - opinião pessoal, é claro- aquilo que é o nosso sentir.
Quanto à capa, a originalidade surpreende:)
Um poema simples a respirar ternura por todos os poros. É este o Eduardo Valente da Fonseca, o das nêsperas de Outubro. Como ele já disse, o livro, por vezes, aparece nessas ocasionais feiras de livros. A última vez encontrou-os a 3,00 euros e trouxe um braçado deles que lhe serviram para oferecer aos amigos no último Natal...
"Então o sol esconde-se e é a vez dos pinheiros serem divinos sobre as estrelas".
Lindo...
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