Quando ele nasceu, seu pai achou por bem lhe atribuir nome de apóstolo e de descobridor. João Cabral. Um menino predestinado? Talvez. Talvez, venha dai a poesia intrínseca, capaz de transformar a pobreza das gentes em riqueza essencial para a alma.
O menino com nome de apóstolo e de descobridor honrou em vida suas duas joias de origem. Apostolou poesia sertaneja. Universalizou a dignidade humana com traços fiéis do Brasil mais profundo. Descobriu que podia ser muitos, sendo um só. E traduziu em seus versos o olhar que faltava para preencher de vigor o que o mundo só enxergava pela janela da tristeza e da dor.
Há cem anos nascia João Cabral de Melo Neto. Poeta brasileiro que desenhou, como poucos, o sertão em suas linhas tortas e certeiras.
Vinícius de Moraes (esquerda) e João Cabral, em Paris, 1964.
Foto de Pedro de Moraes para o livro "100 anos de poesia".
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