30 de novembro de 2011
Fernando Pessoa: celebrando a vida
Coisas que não esquecem: o professor de Literatura, conhecido poeta, nascido no mesmo dia em que Pessoa nasceu, ter referido o facto de este grande nome da Literatura, mesmo em tempos difíceis, ser detentor de uma noção dolorosamente lúcida de que viria a ficar na História da Literatura. Celebrar Fernando Pessoa na data da sua morte é lembrar que pertence ao restrito grupo de imortais por mérito próprio «Tenho mais pena dos que sonham o provável dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é a música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível têm a possibilidade real da verdadeira desilusão».
Transcrição: Livro do Desassossego
Imagem: Fotobiografias século XX, direcção de Joaquim Vieira (Fernando com 12 meses de idade, no ano em que faria nascer Alberto Caeiro)
29 de novembro de 2011
28 de novembro de 2011
27 de novembro de 2011
Sul
Uma manhã límpida a lembrar o verão . Parece ter-se chegado a outro país. No jardim, ao longo da ria, um mercado de roupas como tantos por aí. Poucos metros à frente, a praça, de onde espreitam cores e aromas de frutos e de legumes, aprazível sobrevivência de grandes espaços tradicionais.
Pelo jardim, uma senhora passeia-se com uma colorida arara amarela e azul poisada no ombro, sem que os transeuntes lhe dediquem notória curiosidade, o que leva a crer ser a presença habitual. Reparo que a ave é mais obediente do que a criança que a acompanha. Dois amigos conversam e trazem consigo um cão de nome Sushi que fazem questão em chamar por diversas vezes (a escolha afigura-se insólita).
Sento-me na esplanada a ler o jornal e a afugentar a irrequieta vespa, atraída pela garrafa já vazia de sumo de pera, a anteceder o café. Estranho a visita deste inseto hostil, visto estarmos a caminho do inverno. Salva-me a interessante reportagem que leio, votando ao esquecimento zumbidos e receios.
À frente apetece conversar com as gaivotas percebendo que, pela placidez apresentada, decerto terão sido alimentadas com generosidade pelos tripulantes das traineiras “antes conversar com gaivotas do que contar corvos” - penso a sorrir.
22 de novembro de 2011
Panchões
Um singelo anúncio a uma fábrica de panchões em Macau...Bonito, não?
E não se esqueça, não conserve os panchões acesos na mão.
E não se esqueça, não conserve os panchões acesos na mão.
21 de novembro de 2011
Detalhes de uma cidade
Sempre com a pouco nacional preocupação da pontualidade (não é qualidade, nasci mesmo assim...), acabo por chegar a um compromisso de trabalho cerca de trinta minutos antes da hora combinada, o trânsito na cidade é sempre imprevisível. Não gostando de ficar parada, à espera, decido caminhar um pouco , aproveitando o momento. É então que reparo num painel de azulejos. A zona não será das mais bonitas, pois aqui a cidade não se olha, vaidosa, no espelho do Tejo, distante do retrato que dela o poeta pintou a tal «rapariga descalça e leve, descendo degraus até ao rio». Em que rua se avista este painel ? Saberão responder? (desconheço se a T, fotógrafa atenta a detalhes, já o terá aqui deixado)
20 de novembro de 2011
19 de novembro de 2011
Visitez le Portugal
Visitez le Portugal, cartaz publicitando o turismo, autoria de Mattos Chaves (se bem decifrei a assinatura), 1939. A coincidência desta data com o início da Segunda Guerra Mundial, faz-me pensar em todos os que no nosso país procuraram refúgio para salvar a vida. Em vez de turismo, asilo.
Clicar para ampliar a imagem.
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Casar e casinha
Pois é verdade, quem casa quer casinha, como dizia o Lapinha nos anos 70. Mas em 1950, quem queria casa económica, tinha primeiro que casar! Diário Popular.
Atómico
Reinava o ano de 1950. Era compreensível existir um pudim atómico, que provocava explosões de entusiasmo. Era mesmo?
18 de novembro de 2011
Lactários e Creadeiras
Associação Protectora da Primeira Infância/Lactários e Creadeiras, oferta do Zé e da Nelia Cotrim da lojinha ao mercado de Santa Clara.
Fotos de Miguel Gil.
Fotos de Miguel Gil.
17 de novembro de 2011
Português Suave
Após a extinção do ‘suave’, apresenta-se agora a extinção do
‘Português’.
Para alguém que, como eu, tem o estúpido gosto de fumar e se
iniciou exactamente pelo ‘Português Suave’, esta notícia é catastrófica,
equivale-se às medidas da tróica. A propósito, porque é que anda toda a gente a
escrever tróica com ‘k’?
Nesta terra em que se vai perdendo as referências
identitárias, excluir a Torre de Belém da imagem gráfica dos maços de tabaco é
mau sintoma.
Pior de tudo é que o ‘Português’ se vai passar a designar ‘LM’.
Podiam ter escolhido algo menos impessoal, a não ser que seja uma referência
invertida à chanceler alemã MerkeL.
Máquina registadora
Hoje nos restaurantes, esplanadas e cafés implantou-se a irritante moda de apresentar um ‘talão de consulta de mesa’ em vez da devida factura. Apesar de o talão ser produzido por software obrigatoriamente licenciado pela DGI, o mesmo esclarece que ‘não serve para IRS’.
Vem isto a propósito de, sentado no pequeno tasco de Lisboa,
o Tascardoso, ao Príncipe Real, ter dado de caras com esta antiga máquina
registadora, tendo a curiosidade de mostrar ao ‘freguez’, de forma clara,
legível e directa a importância que vai pagar e, obviamente, com a função de
registar o dinheiro que vai entrar na caixa.
Não cheguei a perguntar a razão de ter sido colocada uma
foice sobre legenda.
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