31 de janeiro de 2010

As actualidades em Angola



Assim eram as garraiadas estudantis em Luanda e as festas do Liceu Salvador Correia nos anos 70.

Clicar para ampliar.

Associar- II

Image and video hosting by TinyPic Image and video hosting by TinyPic
(fonte: Braam.ik.org)

Qual a ligação entre as duas imagens? Conseguirão responder?

Acertou a Teresa:'Coming Home' (O Regresso dos Heróis) e um dos temas da banda sonora é o 'Strawberry fields forever' dos Beatles:)

0 Dabri e a senhora deitada

Image and video hosting by TinyPic

Agora em vez de mourejar a esfregar o chão,  a senhora nele se deita e o DaBri trata de tudo.
Belos anos 70.
Nota: A Laura tem razão, era o DABRI e não era cera:)

Associar - I

Image and video hosting by TinyPic Image and video hosting by TinyPic
(fonte: weblo.com e population domy)

Que fácil descobrir o que une as imagens. Acredito que acertarão rapidamente.

'Atlantis' um dos temas do escocês Donovan e acertou a T:)

NA ROTA DE VELHOS ANÚNCIOS

Image and video hosting by TinyPic

cais navios guindastes gruas dragas rebocadores estivadores conferentes entrepostos mercadorias descarregadas outras para carregar contentores manifestos de descarga de carga alfândega despachos carimbos verificadores burocracia espera puxam-se cordas correntes escadas de portaló roldanas metais lingadas mastros cordame sirenes vhf o rio que caminha para o mar a tarefa de conhecer o barco e o mar em que vamos cheiros gaivotas vozes gargalhadas insultos canoas fragatas quando as havia saudade qualquer pedaço de lisboa que percorra sente o rio o rio acompanha-o nunca soube desde quando um capitão de navio que lhe disse que amamos o mar porque ele não é convencional gosta do mar gosta de barcos gosta de marinheiros, os melhores contadores de histórias do mundo gosta da azáfama dos cais guarda o mar dentro dele como fazem os búzios canção do mar gosta de gin gosta de cachimbos gosta de anúncios como este rotas velhas caminhos que já não há gosta de ter alguém a possa dizer tudo isto e algo mais.

Uma série de TV

Image and video hosting by TinyPic

Identificais?
O Manuel fê-lo: Captain Scarlet!
Revista Flama, 1967

Razão de Bem Servir

Image and video hosting by TinyPic

Um must dos anos 60: os apartamentos J. Pimenta Lda. Eu quero já uma casa de 15 divisões por favor.

Os caramelos da vaquinha

Porque não os voltam a produzir de novo? Estes caramelos da vaquinha eram tão bons!

Revista Flama, 1967

Gosto

Já fiz aqui este exercício há uns anos mas vou repeti-lo.

Gosto de ir ao cinema.
Gosto das secções de cremes e produtos de higiene dos supermercados.
Gosto de dormir de meias no Inverno.
Gosto de vestir calças de ganga.
Gosto de ler e gosto de acabar livros.
Gosto de ir às livrarias ler contracapas.
Gosto de meter conversa com taxistas e com velhinhas no autocarro.
Gosto de andar de óculos de sol.
Gosto de comida de plástico.
Gosto de bacalhau com grão.
Gosto dos saldos.
Gosto de ouvir Caetano.
Gosto de caminhar.
Gosto de dormir na praia.
Gosto de dormir no autocarro.
Gosto de dormir no sofá.
Gosto de vir ver o que os outros escrevem no Dias que Voam.
Gosto de dançar com a sobrinha ao colo porque ela ri-se como uma doida.
Gosto de revistas cor de rosa.
Gosto de imans de frigorífico.
Gosto da minha sogra.
Gosto quando posso ajudar em qualquer coisa.
Gosto do google.
Gosto de usar cuecas pretas.
Gosto de cortar o cabelo.
Gosto do miradouro da Graça.

E vocês, do que gostam?

30 de janeiro de 2010

Uma entrada em tarde de Inverno

Image and video hosting by TinyPic

Dizem que a acústica é excelente, só sei que no interior para o qual a porta dá acesso e sem grandes movimentações, durante horas, nem tive oportunidade de confirmar a ideia, a não ser no intervalo mínimo com direito a um pequeno excerto de Bach com que fomos brindados. Por aqui gela-se em dias como o de hoje. Nada como de seguida fazer uma bela caminhada de fim de tarde em amena conversa de amigos, espreitando uma nesga de rio ao fundo. Trata-se de uma porta numa zona ainda residencial da cidade, pertencendo a mesma à Igreja da Pena.

Um belíssimo blog

Image and video hosting by TinyPic
Para todos os que amam imagens e objectos.

Um carro para a década de trinta

Image and video hosting by TinyPic

Identificais o dito automóvel?
Studebaker 1939, acertou o Pedro.

Para vencer o frio

Image and video hosting by TinyPic

Identificais?
Irene Isidro, acertou o Luís Maia.

Mahatma Gandhi: 62 anos volvidos

Image and video hosting by TinyPic
(imagem: interfaiths.com)

Mahatma Gandhi foi assassinado a 30 de Janeiro de 1948. Sobre ele muito ficará sempre por referir, 62 anos decorridos. Por isso mesmo, o registo limitar-se-á a uma simples frase de sua autoria: « A força não provém da capacidade física, mas da vontade férrea» e a um vídeo evocativo.

patinando...


hoje é provavelmente o dia em que mais nevou desde o inicio do inverno. a escada em frente à porta estava coberta de neve, e via-se a forma dos pés do vizinho que saiu antes de mim. para as pessoas que vivem nas montanhas desde sempre, os dias de neve são dias de festa, de tal forma que antes das 8h da manhã, a um sábado, estão todos a pé, em frente às suas casas de pá na mão a limpar a neve fôfa e fresca que assentou durante a noite. é talvez nestas dias que vemos mais pessoas na rua. e conversam, conversam contentes, de porta a janela. eu acho engraçado este sentimento que me parece quase infantil, mas penso que preferia ter ficado debaixo do edredon. e a caminho do carro que, ontem, precisamente por causa da neve abundante, estacionei à saída da aldeia e perdida nestes pensamentos, escorrego à porta do meu vizinho e dou por mim sentada no chão. o meu vizinho para, apoia-se no alto da sua pá e fica a olhar para mim, a sorrir, por detrás das barbas. eu levanto-me e sinto-me na obrigação de dizer qualquer coisa. sai-me um « finalmente temos neve » e ele deixa escapar uma gargalhada. continuo a descer, desta vez pé ante pé e enquanto desço, ouço a vizinha do outro lado a falar sobre as previsões metereologicas… vai haver conversa para uma manhã…

vou trabalhar. é um dia a preto e branco, como tantos neste inverno. afinal já nao vou apanhar o comboio quando sair do trabalho para ir à « cidade » mais proxima arejar as ideias. regressarei a casa, ao final da saga twilight, aos filmes emprestados pelas colegas... e certamente à correspondência tradicional... aos afazeres dos dias de neve

29 de janeiro de 2010

E POR VEZES

Image and video hosting by TinyPic
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

Davida Mourão-Ferreira em "Obra Poética"
Elliott Erwitt/Magnum Photos

Nostalgias radiofónicas

Image and video hosting by TinyPic

Na passada semana, a rever antigos cds encaixotados, encontrei algumas relíquias. Foi deste modo que relembrei a existência do francês Michel Delpech cuja fotografia aqui deixei. Apesar de não apreciar algumas faixas, foi divertida a digressão musical ao passado, lembrando interpretações como esta aqui ou esta.
Pergunto se identificam o programa, bem como os fotografados na capa postada. Penso que não se tratará de um desafio complicado...

Acertou a Carla Jané: «Luís Ferreira de Almeida e Margarida Pinto Correia, sendo o programa radiofónico "A idade da inocência"».

Zeca Afonso: o último concerto


(agradecendo ao Samuel a lembrança)

Faz hoje precisamente 27 anos que Zeca Afonso deu o último concerto no Coliseu de Lisboa. A sua saúde inspirava cuidados e, quatro anos mais tarde, num fatídico dia de Fevereiro, ao chegar à escola secundária de Mafra com o rádio avariado no carro(já para não mencionar a idade respeitável da viatura) os meus colegas ostentavam um ar pesado, como se a perda tivesse sido a de alguém muito próximo.
Não tenho dúvidas quanto à proximidade que a ele nos unia. Marcou gerações com a sua integridade e qualidade musical. Recordo uma entrevista televisiva na qual relatava um episódio na altura considerado divertido: ao passar junto a uma praia em Moçambique, despertou-lhe a atenção um grupo de pescadores a cantar e a dançar no areal tal «como tinham vindo ao mundo». Contagiado pelo ritmo e beleza das vozes, «destrajou-se», à semelhança dos cantores e, pegando na guitarra, correu para junto deles, fazendo coro e tocando acordes a acompanhar.
Quando restam canções e memórias – e será muitíssimo o que nos deixou – é bom lembrar os que partiram através de pequenos episódios sob a forma de sorrisos.

Nada como entreter o tempo

Image and video hosting by TinyPic

Onde éO Nuno acertou: Hotel da Meia-Praia e a respectiva praia.

Enquanto não começa o fim-de-semana

Image and video hosting by TinyPic

O Makangsi foi rápido: Espinho.

Outra adivinha

Image and video hosting by TinyPic
Vila Nova de Poiares, Capela Nossa Senhora das Necessidades

Reconheceis?

Image and video hosting by TinyPic

Chalets na Parede, acertou a Raquel.

Jerome David Salinger 1919-2010

If you really want to hear about it, the first thing you’ll probably want to know is where I was born and what my lousy childhood was like, and how my parents were occupied and all before they had me, and all that David Copperfield kind of crap, but I don’t feel like going into it, if you want to know the truth.

Quem era esta senhora?

Image and video hosting by TinyPic

Fotografia publica pela Revista Flama, em 1970
Anabela Chaves em 1970: acertou a teresa:)

28 de janeiro de 2010

NA ROTA DE VELHOS ANÚNCIOS

Image and video hosting by TinyPic
Este anúncio foi publicado no “Diário de Notícias” de 30 de Março de 2002.
Hoje, o mundo do pequeno anúncio é, completamente, diferente: apelam a call girls, a carl boys, a massagens a isto, aquilo e aqueloutro.
Um tempo houve que os anúncios, principalmente os do “Diário de Notícias” falavam de pessoas à procura de outras para convívio, para refazerem uma vida, pessoas invadidas por uma solidão, a que, desesperadamente, queriam fugir.

“Sou divorciada, 36 anos e dois filhos. Procuro companheiro livre, formado e culto para juntos construirmos a felicidade a que temos direito”.

“Separado, 48 anos, grande solidão, posição estável, pretende senhora para convívio”.

Fugir à solidão, tentar, ainda, uma gota de felicidade, por vezes nem felicidade é, apenas um aconchego… Que faz correr esta gente cansada? Donde vem esta gente tão só? Que sabemos nós? Que desígnios, situações, circunstâncias os levaram até aqui?
O vazio. A lucidez deste hábito. Nascer é inaugurar a solidão. Será?
Há prédios no centro de Lisboa onde apenas vive um idoso, o resto são escritórios.
Quando a pessoa se dá conta que está sozinha vai para o hospital. Não diz que está sozinho, diz que está doente. Os serviços hospitalares têm destes casos todos os dias.
E estes são os que ainda podem sair de casa. Outros, bom outros…
Quantos milhares de idosos vivem sozinhos em Lisboa? E ali? E acolá?
Saber administrar a solidão…
Perguntaram a um pastor se ele não se aborrecia de estar ali, dias e dias, com as ovelhas e mais nada.
“Não, não me aborreço porque as ovelhas às vezes bolem…”
A solidão que não pára de crescer…

“Não me deixes
Oferecer-te-ei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde nunca chove
Não me deixes
Deixa-me ser
A sombra da tua sombra
A sombra da tua mão
A sombra do teu cão
Não me deixes…

Associar para adivinhar

Image and video hosting by TinyPic Image and video hosting by TinyPic
O que terá levado à associação de imagens? Conseguirão responder?

E acertou o Pedro: a associação existente encontra-se no tema «I want to marry a lighthouse keeper» , interpretado por Erika Eigen e que faz parte da banda sonora
aqui:

O estranho caso do Antoninho

Image and video hosting by TinyPic

Image and video hosting by TinyPic

Este postal da Judith para o Antoninho é muito suspeito. Desfaz~se em desculpas, justificando como criancice. Mas será que li bem e vejo a palavra testamento? Quem me ajuda a transcrever a letra da Judith?

Reconheceis?

Image and video hosting by TinyPic

No postal diz: Pousada do Moranzel, Ria de Aveiro.

A Sopa Delícia

Image and video hosting by TinyPic

A Maggi é melhor porque quem diz Maggi diz Nestlé.
Assim era em 1961, Crónica Feminina

À beira-mar

Image and video hosting by TinyPic

É bom regressar à pequena casa onde se passou tanto tempo na juventude. O mar parece ressoar no seu interior o que, para quem vive longe de qualquer bulício, começa por estranhar o som ampliado no silêncio das horas de descanso. Num primeiro momento, o barulho das ondas gigantescas parece intruso que tudo invade, acabando por se converter em canção de embalar. Dentro de casa fechada ao longo de meses, o hálito da maresia tudo abraça sendo precisas muitas horas de lenha a crepitar para atenuar esta invasão marítima (os próximos visitantes irão reclamar por não ter ficado lenha de reserva...). O pequeno excerto de Sophia pareceu, melhor do que quaisquer palavras, caracterizar um cenário tão cheio de memórias:
Casa branca em frente ao mar enorme,
Com o teu jardim de areia e flores marinhas
E o teu silêncio intacto em quem dorme
O milagre das coisas que eram minhas.


Sophia de Mello Breyner Andresen

27 de janeiro de 2010

Para os experts dos carros

Image and video hosting by TinyPic

Identificais?
O António Lino acertou:
Lamborghini Espada

TAMBÉM PELO PRAZER DAS CAPAS

Image and video hosting by TinyPic
Elogio da Ginja - Tratado afectivo-gastronómico-literário
Paulo Moreiras
Capa: Paulo Moreiras
Noctivaga Editores
Leiria, Novembro 2001

"- Com elas ou sem elas!"
Eis o habitual pregão que se anuncia mal pousamos no balcão de uma qualquer tendinha, para bebermos uma deliciosa ginginha."

Outro carro

Image and video hosting by TinyPic

O Liís Tavares acertou: Mercedes-Benz 600. E Saloon acrescento eu, porque a legenda o reza.

Os belos anos 70

Image and video hosting by TinyPic

Reconheceis?
J.A.Aldeia acertou:
Parece-me ser o encenador Carlos Avilez, fundador do Teatro Experimental de Cascais-

Linda no meio de verdes campos

Image and video hosting by TinyPic
(agradecendo à Teresa a fotografia)

Tão simples e bonita, a contrastar com o verde dos campos. Conseguem localizá-la? Fica junto à A6, à saída de Évora para Lisboa.

Ao sol

Image and video hosting by TinyPic

Opinavam sobre canções em 1970.
Reconheceis?
Pista: São os dois pessoas que escrevem...
O J. A Aldeia acertou na Maria Teresa Horta e o Fernando Beça Moreira acertou no Torcato da Luz. Ambos foram jurados num concurso cantigueiro da Figueira da Foz de 1970.. 

26 de janeiro de 2010

Outro carro

Image and video hosting by TinyPic

Image and video hosting by TinyPic
O quarto carro mais caro existente nos anos 70 em Portugal.
Adivinhais?

Disse o Pedro Ferreira e assim se finalizou a polémica:

É um Bentley.

Vejam o radiador:
No RR, o radiador é triangular no seu lado superior e tem o logo RR escastrado.

No carro da foto, o lado superior do radiador é arredondado e o logo está em cima - é um B com uma asa.

No RR, o simbolo da "Lady" é mais alto e tem duas asas.

Quem será?

Image and video hosting by TinyPic
(fotografia: nostalgie.fr)

Já nem me lembrava do representado. Acontece que, há dias, ao procurar cds antigos para renovar o 'stock' (consciente de que é perigoso conduzir de 'phones'), esbarrei com uma colectânea de um programa radiofónico de 80-90, muito ao jeito de uma qualquer rádio nostalgia. Entre as músicas seleccionadas, figurava uma deste senhor. Foi então que surgiu a ideia de aqui postar uma fotografia a fim de verificar se o reconhecem. Por motivos óbvios, indicarei posteriormente de onde foi retirada a imagem Quem é este senhor? Conseguirão responder?

Trata-se de Michel Delpech e acertou a Teresa:)

Uma curiosa estátua

Image and video hosting by TinyPic
(agradeço à minha amiga Teresa M. o envio da imagem)

Esta estátua original encontra-se em... conseguirão responder?

Trata-se da estátua "Conquistador" de Jorge Pé-Curto na área de serviço de Montemor-o-Novo e acertou a T.

Tão novo

Image and video hosting by TinyPic

Adivinhais?
O Paulo acertou: José Jorge Letria, enquanto estudante de Direito e baladeiro.

Que carro era?

Image and video hosting by TinyPic

Monteverdi 375.
É um carro suiço, disse o Pedro.

Image and video hosting by TinyPic

BLUES DA MORTE DE AMOR

Image and video hosting by TinyPic

já ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos,
depressões sincopadas, bem graves, minha querida,
mas afinal não morri, como se vê, ah, não,
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz,
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.

a gente sopra e não atina, há um aperto
no coração, uma tensão no clarinete e
tão desgraçado o que senti, mas realmente,
mas realmente eu nunca tive jeito, ah, não,
eu nunca tive queda para kamikaze,
é tudo uma questão de swing, de swing, minha querida,
saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber,
e eu não me arrependi, minha querida, ah, não, ah, sim.

há ritmos na rua que vêm de casa em casa,
ao acender das luzes, uma aqui, outra ali.
mas pode ser que o vendaval um qualquer dia venha
no lusco-fusco da canção parar à minha casa,
o que eu nunca pedi, ah, não, manda calar a gente,
minha querida, toda a gente do bairro,
e então murmurarei, a ver fugir a escala
do clarinete: — morrer ou não morrer, darling, ah, sim.

Vasco Graça Moura, em "Antologia dos Sessenta Anos"

A ilustração é a capa do 2º vol. de "Living Chicago Blues" da Sonet Records

25 de janeiro de 2010

Um ar alheio

Image and video hosting by TinyPic

Identificais?
Acertou o Rui: Samuel Beckett fotografado por Bruce Davidson.

Quem eram?

Image and video hosting by TinyPic

E só vou aceitar como certo a quem acertar nos dois:)
Carson Mc cullers e George Davis, um seu namorado e editor americano.


Fotografada por Cartier Bresson:)

A CIDADE É A EXPERIÊNCIA QUE DELA TEMOS

Image and video hosting by TinyPic
Neil Diamond já não vai ter mais desculpas para mnão levar flores à Barbra Streisand, ela que também se queixara que não mais ele lhe cantara canções de amor.
Isto é uma maneira, como outra qualquer, de começar o texto em que vos quer dizer, lembrar, que no Mercado da Ribeira já se pode voltar a comprar flores.
A Barbra e o Neil vêm atrelados, mas o que ele quer mesmo dizer é que tu, e tu, poderão voltar a levar flores para casa, ou para oferecer. Mais ainda: quem não tem a quem enviar flores – o que ele não acredita… – que ofereça flores a si próprio. É bonito e, por vezes, faz bem gostarmos de nós próprios.
Há mais ou menos uma década, estupidamente, enviaram o mercado de flores, que havia na Ribeira, para o MARL, lá para o cu de Judas. Ficaram as floristas dos ramos de casamento, das coroas para funerais, onde não apetece ir porque faltam ali centelhas de vida e são umas careiras-de-alto~lá~com-o~charuto.
Há dias leu uma história. Alguém dizia que no Verão de 59, recorrendo à sua incipiente colecção, gravara uma cassete para dar à namorada. Estava lá “You’ll Never Never know” dos “Platters. O tempo levou-lhe a namorada e as músicas. Nunca recuperou a namorada, mas as músicas foram voltando ao longo dos anos.
Sabe-se, as músicas voltam sempre, tal como as flores ao Mercado da Ribeira.
Passem por lá. Sintam as cores e o cheiro das flores, depois quando chegarem cá fora, agora que um sol, ainda tímido, já começa a romper as nuvens cinzentas, podem ir até à beira-Tejo, uma certa maneira de refúgio do findar da tarde, ouvir o grito das gaivotas e sentir aquele cheiro a mar que é o que aquele rio é: um mar!
Os encantos da conversa inútil têm destas coisas: já não sabe se veio pela flores no Mercado da Ribeira, se pela canção da Barbra e do Neil.
Veio pelas duas, claro.

“Lembro-me de tudo o que me ensinaste
Aprendi a rir, e aprendi a chorar
Aprendi a amar e aprendi a mentir
E pensaste que eu podia aprender
A dizer-te adeus”.

Image and video hosting by TinyPic

Vinte razões para ler um livro

Image and video hosting by TinyPic
Uma bela leitura de fim-de-semana, pois um texto que a brincar ‘diz’ coisas sérias é sempre bem-vindo.
E assim regressei a tempos em que, com um livro à frente, dava umas boas gargalhadas (desta vez sem testemunhas, embora isso já tenha acontecido em transportes públicos).
Tentando não ser exaustiva, aqui vai uma ideia geral de um livrinho para uma convidativa tarde de sábado.
Como dez razões para odiar o nosso tão especial país (nunca utilizo propositadamente a expressão este país dado ser também o meu) o jornalista António Costa Santos aponta as seguintes: 1. O país dos queixumes; 2. A falta de auto-estima; 3. O desinteresse pela cidadania; 4. A resistência à mudança; 5. A mania dos doutores; 6. O caciquismo; 7. A burocracia; 8. O desprezo pelo rigor; 9. A inveja por desporto; 10. A impunidade da incúria.
Razões para o grande e eterno amor por este torrãozinho serão as seguintes: 1. A tolerância e a delicadeza; 2. O desenrascanço; 3. O voluntarismo; 4. O verbo arranjar; 5. A língua-pátria; 6. A inocência; 7. Hospitalidade e generosidade; 8. As nossas crianças; 9. Os comes e bebes; 10. A paixão pelos versos.
E para deixar um aperitivo a quem se interessa pelo tema e pelo estilo, aqui vai em primeiro lugar uma das ‘notas negativas’ dadas pelo jornalista e, de seguida, uma das suas avaliações positivas:

A inveja por desporto (excerto)
O senhor professor tem a certeza de que casaco em francês se diz 'casaque'? A minha prima, que vive em Paris, acho que diz 'manteau'… Mas também se pode dizer 'casaque'. Olhe lá, venha mas é aqui à secretária mostrar-me o seu caderno, para eu verificar se também sabe tanto de francês quando toca aos trabalhinhos de casa. Ou seja, para não se armar em esperto.
Aprendemos que não se deve ser saliente. Quanto mais normativo, mais fácil é viver, sobreviver e chegar a uma posição. As posições em Portugal são para os espertos, que não fazem ondas […]


Os comes e bebes (excerto)
Come-se que é uma maravilha em Portugal. Não é só nos restaurantes mais célebres, como nos mais ignotos e na generalidade das casas particulares, se descontarmos os lares em que anda tudo a fazer pela vida e só há tempo para mandar vir uma pizza. Mas, mesmo nesses, quando o stress abranda, ou fazem ponte no escritório, registam-se patuscadas que podem atingir o puré com almôndegas para as crianças, enquanto os adultos se atiram a umas favas com chouriço mouro que… que já iam.
António Costa Santos, 10 Razões para Amar e Odiar Portugal, Guerra e Paz, Lisboa, 2009

O céu violeta



Saio à meia-noite, rapidamente chego a casa e mais depressa ainda vou dormir. Às seis da manhã acordo por uma coisa qualquer e olho para o céu violentamente cor de violeta recortado entre as cantarias brancas dos prédios vizinhos.
Volto a adormecer fixada na cor, vantagem da janela de persiana aberta e sonho uma data de sonhos sem sentido mas bons.
De manhã no táxi, entre sol radioso, ouço os Fischer Z, enquanto o motorista toca bateria no volante, trauteamos os dois, para descobrir que nunca chegaremos a Ídolos. É bom estar viva, caramba:)

Reconheceis?

Image and video hosting by TinyPic

Revista Flama, 1968

Edu Lobo, acertou o Luís Patrício.