24 de janeiro de 2009
Vamos a Belém
1)- Ainda esboço um sorriso quando lembro o actor Mário Viegas a improvisar como futuro candidato à presidência da república. Referindo-se ao seu “antecessor” à época – o “futuro ex-presidente, como lhe chamava” - , salientou a visão premonitória da então primeira-dama, actriz desde a adolescência quando, ao representar o Auto Pastoril Português de mestre Gil , proferiu a frase: “Vamos a Belém!”.
2)- Esta tarde e em Belém, com intuitos diversos de os de vir algum dia a ser primeira-dama, ao aproximar-me da irresistível fábrica dos pastéis, encontrei este grupo de Viana do Castelo, tendo trocado saudações amistosas, sobretudo quando se aperceberam serem alguns dos meus mais queridos antepassados oriundos de Paredes de Coura, de onde alguns dos músicos e bailadores também eram naturais… “já agora, se quiser ajudar com alguma coisinha para o rancho, obrigada e bom ano, estamos aqui para cantar as Janeiras…”
3)- A conversa no táxi de volta ao comboio foi para mim um exercício do que não é a fulanização, a idade não nos traz só falta de vista ou alguma perda de reflexos, dá-nos igualmente uma munição quase inesgotável de doses de paciência (quando será que criam um Nobel dentro da modalidade “pachorra”?), tendo começado por ouvir o motorista referir-se com ódio de estimação aos “preguiçosos dos professores que não querem ser avaliados, se já se conhecem e têm amizades e inimizades, paciência, trabalho é trabalho e conhaque…” (avaliar “amigos” e “nem tanto” é quase incestuoso, como afirma uma amiga). O motorista fez questão em louvar o seu inabalável conhecimento sobre a actualidade, pois não dispensa o “Correio da Manhã” – desconhece os dois semanários mais vendidos, mas esses também “não interessa nada, não contam as verdades” – acabou à despedida a dar a mão à palmatória, dizendo: “já estou a ver que não posso acreditar em tudo o que vem nos jornais”…
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3 comentários:
Foi uma ida a Belém muito rica em episódios.
Cá em casa os irresistíveis pastéis de nata voaram antes da meia-noite (e eu a pensar que ia congelar meia-dúzia).
O grupo de Viana do Castelo contagiou pela boa-disposição.
Será que o taxista, que tudo, tudo sabia sobre os professores e a escola, começará a ler outros jornais?
Rosarinho,
O homem fazia questão em apontar o Canadá como exemplo, o que considerei fantástico... também respirei de alívio quando me apercebi que, apesar de tão esclarecido e interventivo, já cá vivia há anos e ainda não estava recenseado, apetece-me fazer uma citação: "porreiro, pá!"
(por cá também já dizimámos os pastéis de Belém)
Adenda:
os pastéis do "Gregório", não longe de "chez toi", também não ficam aquém, não é preciso congelar:)
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