7 de abril de 2007
Foto de Robert Capa, URSS, 1947 (Steinbeck está no meio)
"A mercearia de Lee Chong, conquanto não fosse um modelo de apuro, era um milagre de fornecimento. Exígua e atravancada, mas no seu único compartimento quem quer podia encontrar tudo o que desejava e do que precisava para viver e ser feliz - roupas, comida, tanto fresca como em latas, álcoois, tabaco, apetrechos de pesca, máquinas, barcos, cordame, bonés, costoletas de porco. Podia-se adquirir na loja de Lee Chong um par de chinelos, um quimono de seda, uma quarta de whiskey e um charuto. Podiam-se engendrar combinações que se adequassem a todos os estados de espírit. A única comodidade que Lee Chong não possuía podia obter-se no outro lado do terreno, na Dora.
A mercearia abria de madrugada e não fechava enquanto não se despendesse a última moeda errante ou a não retirassem para o repouso da noite. Não que Lee Chong fosse usurário, não era.; mas se alguém se dispunha a gastar dinheiro , estava às ordens."
Bairro da Lata, Steinbeck
A primeira imagem que tive dos USA foi dada por este escritor. Li-o na adolescência. E surpreendentemente, era uma boa imagem, de gente pobre e com humor a viver períodos dificeís.
Porque escolhi esta foto?
Gosto do ar penetrante do escritor: é um perscrutador de almas.Notar o retrato do Vladimir a encimá-lo. No fundo Capa fotografa cruzado.E aquele burocrata à direita não é inocente na conjuntura.
Acho que é um autor a reler. Brevemente. E a perceber onde meti a minha viagem com Charley...Se o perdi até me mordo toda.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário