22 de janeiro de 2007
Transversalidades e Crusoe
No domingo, por motivos profissionais, conheci um prédio construído em 1909. Tem uma vista magnífica sobre o rio e já foi um belissimo e invulgar imóvel. Retenham.
Não sei porquê hoje, acordei a pensar no Robinson Crusoe. Foi dos meus grandes heróis de infância, sobrevivendo a todas as desgraças, mesmo aos canibais glutões que o rondavam e todos os filmes que vi inspirados neste filme me decepcionaram. Penso que sei porquê: Defoe despoleta um imaginário fortissimo, assim como as gravuras que acompanhavam a versão que li em miúda.
Outro dia na abençoada Feira de Algés, encontrei um exemplar em espanhol do Robinson Crusoe.
Matei saudades . Mexe comigo aquela auto-suficiência conquistada, a amizade com Sexta Feira, a redescoberta de ser um homem.
O livro de que digitalizei estas gravuras foi ilustrado por Walter Paget e pertencia a um senhor. Manuel Borges D`Avila, Ilha Terceira, Açores. Foi vendido na Livraria Férin, Rua Nova do Almada.
O livro foi editado em Barcelona.
Tudo isto, para usar o meu primeiro parágrafo:o livro tinha uma marca, uma página de bloco de calendário de mesa. Ano de 1908/1909. Os meses de Dezembro e de Janeiro.
Tem que existir uma lógica qualquer para isto, não? Ou talvez o encanto de tudo, seja a total arbitrariedade de factos e objectos. Mas fico com a impressão, de que há algo por escrever nessa folhinha sobrevivente.
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