9 de janeiro de 2007

os investidores especulativos são das pessoas mais acéfalas do mundo


já todos nós lemos notícias sobre as reações das bolsas mundiais após as eleições em algum país.
normalmente, a seguir às eleições, descem porque ganhou a esquerda e têm medo das medidas anti-capital e descem porque ganhou a direita e têm medo das medidas populistas.
passados uns dias está tudo na mesma porque as eleições não alteram em nada o mercado de capitais e toda a gente já sabe isso há muito tempo.
é o mesmo com um qualquer atentado terrorista, um tsunami no sudoeste asiático, um tufão no japão, um presidente que adoece, a véspera do anúncio do número de sempregados nos estados unidos: durante uns dias a coisa desce para subir aos seus níveis normais passado uns tempos.

mas se estas variantes são exógenas, e por isso passíveis de uma maior surpresa ou ataque na susceptibilidade de quem sabe que está a negociar especulativamente e não sobre o valor real das empresas sobre as quais detém títulos (a maioria dos investidores - não digo a maioria do capital investido - jamais leu os relatórios trimestrais dessas empresas), que dizer das notícias nos jornais de economia?
essas são escritas, ou a pedido, ou, nos poucos casos que o não são, por gente que se move e convive no meio dos investidores.

esta semana o financial times publicou um pequeno comentário onde dizia que 'a administração da portugal telecom e os seus donos não se deverão sentar á mesa das negociações por menos que 11 euros por acção'
resultado: num dia as acções da pt dispararam e já estão a 10,10 euros

mas o que é que o comentário do financial times disse que toda a gente já não sabia?
não é claro para toda a gente que o preço que a sonae oferece nem para 2ºs saldos serve?
(e isto mesmo depois da pt ter oferecido os 0,45 euros por acção após o anuncio da opa... antes disso era mesmo uma oferta insultuosa....)

claro que agradeço a atenção do financial times em indicar o preço mínimo que eu sempre disse porque venderei os meus míseros papeis virtuais.


mas os investidores não precisavam de ser tão acéfalos e seguidistas
...

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