2 de agosto de 2006

Vieste p@ra ser o meu livro

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Fim de tarde na FNAC. O cronista espera por alguém. Repara num título e numa capa incomum. Folheia. Começa a ler. O seu encontro está atrasado. Quando chega, já o cronista despachou setenta e tal páginas. Menos de vinte e quatro horas depois as 144 páginas estão viradas compulsivamente.

Um homem e uma mulher. Por obra do acaso, estranho, ele envia-lhe um email. Ela responde. No espaço de dois anos, este homem e esta mulher trocam emails. Trocam confidências e ternuras. Trocam insultos e impropérios. Põem em causa o meio pelo qual se tocam, tentam ultrapassar a maquinaria técnica de uma relação cibernáutica.
No espaço de dois anos, Rita e Eduardo, uma jornalista e um assessor, escreveram a história de Rute e de João. Eduardo nunca soube o que Rita ia escrever. Rita nunca sabia como Eduardo responderia.
Um livro escrito a 4 mãos, no vazio, de olhos vendados,. Sem combinações, sem enredos estipulados, sem um fim definido, Rita e Eduardo construíram um livro que põe à prova a inevitabilidade do tecnológico, de um amor que se ergue entre bites e bytes.
Um dia Eduardo disse: "Acaba o livro, escreve o último email". E ela assim fez.

(Nota retirada do site da editora, aqui).


Uma das melhores surpresas a que este cronista teve acesso nos últimos tempos. A demonstração de que continua a haver talento por aí, neste caso com dois nomes: Rita Marrafa de Carvalho e Eduardo Águaboa.
Continuemos atentos.

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