O sr. Marciano é um senhor de trinta e alguns anos, muito simpático e preocupado com o conforto dos passageiros, até nos abriu as portas nas entradas e saídas e queria ser ele a apertar os nossos cintos, para garantir que viajávamos em segurança. O táxi é novo, equipado com GPS e ar condicionado. No tablier tem adaptado um computador portátil, para que os seus passageiros possam comodamente assistir a um DVD, se assim desejarem. Também tem instalada uma webcam, não sei muito bem para quê.
Os dois telemóveis tocaram sem parar e recebeu no mínimo 50 mensagens escritas, às quais respondeu prontamente enquanto conduzia. Não quis perceber se, enquanto fazia isso, olhava para os telemóveis para a estrada...
No computador instalado no táxi tem uma quantidade enorme de músicas. Quando entrámos, tirou-nos logo a pinta e escolheu a selecção musical que lhe pareceu mais adequada para satisfazer as clientes. Assim, fizemos mais de 100 quilómetros ao som de Tony Carreira. Perguntou algumas vezes se a música estava a gosto e referiu que escolheu aquela música porque ser calma. Na viagem de regresso, já estava mais à vontade, portanto escolheu de acordo com os seus próprios gostos: músicas africanas, incluindo kizombas e músicas românticas de fazer chorar as pedras da calçada.
Foi uma viagem agradável, mas ao sr. Marciano não correu como era de esperar, porque é daquelas pessoas que gostam de conversar e não teve muitas oportunidades para isso.
Na parte lateral do carro, tem o número de telefone dele e o desenho de um marciano, um boneco verde, cabeçudo de olhos enormes.
O sr. Marciano faz publicidade aos seus serviços na rádio local e parece que faz viagens muito em conta para Lisboa.
Se quiserem o número de telefone, é só dizer.
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