7 de junho de 2006

Não há cidade que eu visite em que não vá espiolhar o mercado. Até sobrevivi ao odor do mercado de Peixe no Mindelo. Isso diz alguma coisa (sou uma sobrevivente).
Um mercado explica-nos sobre como a vida é vivida num determinado espaço. E sobre quem lá vai também. Os legumes são um espelho fiel do sol e das boquinhas que os devoram.
Eu gosto de ir à Praça. Agora é mais o biológico. Mas das recordações que tenho de infância, chega-me sempre o cheiro da carne, da banca do peixe, dos coentros, do cheiro a hortaliças e legumes frescos. Vendedoras de aventais com bolsos e cheios de moedas. Troco que era dispensado ao tostão. Umas eram muito velhinhas e eram essas que a minha mãe preferia. Mãos grandes e grossas, muito curtidas pelo trabalho, mãos de vida nada fácil.
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Eu carregava o cesto orgulhosamente, até ficar demasiado pesado. Se me portasse bem, era recompensada com tremoços e pevides, bons como os que existem a norte de Lisboa.
Quando estava na faculdade e regressava a Leiria, logo a seguir a sair do Expresso da Rodoviária ia a correr para o antigo mercado deSantana e comprava tremoços, pevides, alho francês e alfaces. Sabiam muito diferente dos que eu comia em Lisboa:)
É muito bom estar vivo e muito bom saborear o que se come.
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