13 de junho de 2006

Ananases

Lisboa está hoje com um calor entre o africano e o açoreano, com uns pozinhos de caribenho. Céu uniformemente claro, daquela claridade que aleija os olhos e pede vidros de garrafa de Pedras Salgadas, calor de bafo de bicho grande, humidade melaçosa - com cheiro a maresia na linha da costa, o que, já agora, até é simpático.

Circular entre os vários concelhos da Grande Lisboa é uma confusão. Não se sabe o que está aberto e o que está fechado. Se é possível ir à Amadora - Ikea e afins - não se deve tentar a Brisa de Carcavelos, onde somos recebidos por uns seguranças simpáticos que só se safam sem cozer porque o edifício tem ar condicionado.

Cruzei-me ainda com dois casos de rouquidão pós-marchista. A noite terá sido animada em Lisboa. Em Famalicão, como se sabe, houve literalmente molho, coitados. Eu geri as festas com uma passagem na RTP 1 (nota: gosto muito do Júlio Isidro e do José Carlos Malato. A discutir um dia destes.) e uma série de páginas de Patrimony de, como de costume, Philip Roth. Por falar neste, trata-se de um livro indispensável sobre o nosso pai. Que é como quem diz, conheço alguns aqui que merecem ler este livro. E os outros que não conheço, se calhar, também.

Nota técnica: nunca instalar um aparelho de ar condicionado sem antes cobrir rigorosamente tudo com lençóis, sob pena de uma penosa coreografia nocturna, em trajes menores e em contra-luz para os prédios adjacentes, de aspirador, panos do pó, balde e esfregona.

Uma incógnita expectante esta noite: Insen - Alva Noto e Ryuichi Sakamoto. Vamos a ver.

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