17 de janeiro de 2006

A Propósito do Post Anterior...

Afinal parece que não são só os apoiantes de Cavaco Silva que esperam que o próximo PR tenha influência em áreas que são do poder executivo...

Já muitas sociedadas foram organizadas por princípios que não os da ortodoxia económica dominante. Foi por causa disso que hoje, HOJE, temos uma Europa rica a ocidente e uma Europa pobre a oriente. A Europa a oriente já só faz hoje uma coisa em relação à sua experiência passada de organização económica diferente: lamenta o tempo perdido. E o facto de que as democracias capitalistas serem as sociedades com menores desigualdades sociais desde o tempo das comunidades caçadoras-recolectoras parece não interessar a ninguém...

Os países do mundo onde os mais pobres são mais ricos são precisamente os países em que os mais ricos e poderosos têm liberdade para serem ricos e poderosos. O nível de vida de uma Alemanha, Suécia ou mesmo de uma Espanha não foi conseguido com cooperativas nem com comunas: foi conseguido com empresas privadas, capitalistas, fortes e poderosas. É claro que os trabalhadores deram um contributo gigantesco e essencial. O problema foi que o contributo gigantesco equivalente, entregue nas tais economias não ortodoxas em que não havia empresas privadas, acabou por não gerar os níveis de riqueza gerados nos países que seguiam a tal ortodoxia dominante. Ou seja, O COMUNISMO DESPERDIÇOU O ESFORÇO HUMANO DE MILHÕES DE TRABALHADORES.

Aceito naturalmente a importância das forças de esquerda no sentido de se conseguir uma redistribuição da riqueza mais humanizada. Mas o milagre da produção da riqueza está dependente em absoluto de uma certa instituição e de uma certa organização: a empresa privada e o capitalismo concorrencial.

Os comunistas na Europa de Leste fizeram tudo por exterminar a religião, a começar pela Cristã. Mas têm esta coisa estranha de andarem sempre à procura de bíblias. [Da equivalência psicológica entre um comunista e um católico já ando eu para escrever um post há uma série de tempo.] Agora querem fazer da CRP uma bíblia. A CRP foi feita nas condições que foi feita e foi votada nas condições em que foi votada. E não foi aprovada por unanimidade. Será anti-democrático aplaudir algumas das revisões constitucionais e desejar, eventualmente, uma nova constituição?

Também me faz sempre muita confusão que os inimigos da religião se queixem da falta de valores. Inimigos da religião, materialistas e economicistas queixarem-se da falta de valores?? Vão fundamentar os valores em quê?? Na teoria da revolução e da catástrofe [não é catástrofe mas não vem agora a outra palavra] do Karl Marx?? Na luta de classes?? Na moral de que o pobre é bom e o rico é mau, quem se esforça fisicamente é bom, quem arrisca o que acumula é mau?? Ou vão pegar na ideia de uma moral material imanente à realidade da vida e da sociedade e que, oh fantasia!, consegue estar acima da lei da selva??

Tenho sono.

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