6 Setembro 03
Gosto especialmente do fim: para acabar de vez com a comparação “fashion” entre democracias capitalistas e sistemas totalitários. Ao menos por respeito aos muitos milhões de homens, mulheres e crianças que os totalitaristas torturaram lentamente até à morte, roubando-lhes ainda, para além da vida, o direito a um nome ou à memória de uma sepultura.
Isto a propósito da União Soviética e do livro Koba o Terrível de Martin Amis. Que ainda diz: O inimigo do povo era o regime. A ditadura do proletariado era mentira, União era mentira, República uma mentira, Socialista era mentira e Soviética era mentira, Camarada era mentira. E revolução era mentira.
27 Setembro 03
Será que vai tudo parar na impunidade do Museu da Prescrição, na Rua do esquecimento? Eu diria que pode acontecer, não me admirava muito. Hoje nas notícias ouvi aquele moço Namora, que de repente também se transformou num opinion-maker, mas que disse umas coisas acertadas. De facto, enquanto esteve o Bibi na berlinda ninguém se chateou se havia suficientes provas para o prender e o sentimento geral era do tipo “tem que levar à grande e à francesa”. Vieram os outros, os vip e os in, e um imenso coro de questões e dúvidas começou a tomar forma.
Eu diria que pode acontecer, não me admirava muito!
Outras coisas:
Ainda a propósito do que disse há dias sobre a visibilidade dos homossexuais, li um artigo e ocorreram-me umas ideias. O que disse, sobre a “obrigatoriedade” do assumir, de se tornar visível, seria essencialmente dirigido às chamadas figuras públicas.
Em França este tema está na moda, a propósito do livro Nos Delits d’Inities de G. Birenbaum. Aborda especialmente o facto de muitos factos, de diversa natureza, serem do conhecimento de uma classe de jornalistas eleitos que os sonegam ao conhecimento público. Ora a questão é exactamente diferenciar entre a relevância pública, ou não, do facto. Se um ministro tem uma amante isso pouca relevância terá, se ela entra para as listas do PE e vai representar a França, passa a ser relevante. Se o Chirac tem um filho japonês é irrelevante, mas se ele vai inúmeras vezes ao Japão, em viagens oficiais, e isso influência as relações franco-nipónicas, passa a relevante. Passando a um hipotético exemplo português: se um determinado ministro é homossexual não-assumido, não tem relevância. Se ele faz um contrato milionário com uma empresa qualquer (sistemas informáticos, helicópetros ou submarinos), em que o presidente também o pode ser, o facto passa a ser publicamente relevante.
Isto é apenas uma opinião.
Passemos a coisas importantes:
Dei uma panada com o carro novo! A condutora, que estava mal estacionada e já tinha a traseira do carro meio escavacada, "obrigou-me" a dizer que lhe pagava o faroloim que ficou um pouco estalado.
Desconfio que o meu jardim está vivo. Está ingovernável, selvagem.. às vezes assusta-me!
Acabou o Abono de Família. Passou a ter um nome socialmente correcto e que não soa a pobreza: Prestação Complementar de Apoio a Crianças e Jovens. Ou qualquer coisa parecida!
Os estudantes não querem pagar propinas. E eu não quero pagar impostos!… Estou a entrar numa lenta revolta fiscal. Por agora limito-me a não pagar o selo da mota e a passar a via verde à candonga. Mas juro, se não me dão alguns previlégios, passo à maior e mais absoluta clandestinidade fiscal. Quero: tratamento preferêncial nas repartições públicas (passar à frente das bichas), direito de escolher a escola dos miúdos independentemente da residência, um lugar de estacionamento reservado na baixa de Faro!
Andam por aí a questionar-se sobre a minha profissão! Diria que somos os maiores criativos do mundo, muito, mas muito piores que aqueles que a T descreve… e ocorreu-me uma piada:
Quais são os maiores três desejos de um médico?
Ganhar tanto como os outros pensam que ele ganha.
Ter tantas mulheres como a mulher pensa que ele tem.
Saber tanto como ele pensa que sabe.
Passeio pelos blogs:
A bomba inteligente baldou-se ao dentista e faz referência ao meu pipi a propósito do vocábulo sporá. O médico explicador de intelectuais continua a sua saga contra os farmacêuticos. Acho que até merecem! A Bloguistica Nacional e o Mata-Mouros dedicam-se a pequenas querelas políticas. Desconfio que é o mesmo bloguista...
Começo também a ficar intrigado como é que o Alexandre arranja aquela legião de admiradoras. FInalmente descobri que o homem de Aviz é aquele tipo do Porto e da Sexologia.. sou muito nabiço!
PP: atingimos picos de audiência históricos... parecemos a TVI! Help, não sei colocar imagens.
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