18 de agosto de 2010

meu querido mês de agosto, parte 2: a piscina de fajão

a piscina de fajão em agosto é uma espécie de inferno, sem ser no sentido metafórico da teologia religiosa.
é um inferno mesmo.
dos imaginados pelo dante alighieri.

por uma razão estranha que a minha capacidade de discernimento não consegue descortinar, alguns dos utentes de agosto da piscina de fajão comportam-se como uma espécie de porcos em pocilga, ou têm aquele atitude parva dos meninos cujos pais babados acham que são hiperactivos, mas que são apenas muito mal educados.
e como estão de férias, tudo lhes é permitido e exigível.
e têm alguns defeitos de fabrico:
o principal defeito de fabrico é a falta do botão do controlo do volume de som: falam aos berros para pessoas que estão a dois metros deles e contam a sua (deles) vida, como se aquela coisa interessasse a mais alguém para além deles mesmos, ou para gritarem que vão fazer mais uma 'bomba', ou para berrarem 'olha para mim', como se o mundo existisse apenas num raio de 1mt em volta do seu umbigo.
como gostam de dar nas vistas, fazem campeonatos de 'bombas', que é uma espécie de campeonato de saltos para a água para deficientes mentais.
não lhes passa pela cabeça que a água que salta para as lajes em volta da piscina as torna demasiado perigosas para quem anda por elas (especialmente as crianças que correm mais do que andam), e até para eles próprios, que saltam mais do que pensam.
tomam banho (com shampoo, claro) nos chuveiros da piscina para que todos vejam que são limpinhos (outra hipótese é pouparem água e gás em casa), mesmo que a espuma que cai para as lajes seja demasiado perigosa (a questão da estética do banho em público é coisa que não lhe cabe naquelas cabecinhas pequeninas..), e mesmo existindo balneários com chuveiro a uns 30 metros de distância onde podem fazer exactamente o mesmo, com a porta fechada.

a piscina de fajão tem o grande defeito de ser gratuita, estar limpa, ter balneários limpos, duche de entrada com água quente e de ter as suas regras de utilização escritas em português, que é uma língua não falada pelos invasores de agosto.
falta o tradutor em forma de cacete para os analfabetos funcionais.

felizmente que existem todos os outros meses entre maio e setembro para a piscina de fajão ser... uma piscina excepcionalmente bonita.

4 comentários:

Miguel Gil disse...

E eu a queixar-me do Algarve em Agosto...
Carlos, faço votos que o banzé shampoonado não te tire dos mergulhos nessa magnifica paisagem.

carlos disse...

como te compreendo miguel....

Anónimo disse...

Calma. Não há cá piscina de Fajão alguma: foi Portugal que mudou o nome para Fajão.

CMD

carlos disse...

parece que o mal ataca todos por igual...