19 de dezembro de 2009

O Natal do papá

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Depois de abrir os olhos e a mente, ergueu-se lentamente para se sentar na beira da cama. Depois de respirar com força, o coração batia muito depressa e as suas pernas levaram-no rapidamente à grande sala ao lado.
Ali estavam! Havia tantos que as botas que deixara na noite anterior em frente à chaminé desapareciam debaixo do montão de pacotes grandes e pequenos, todos embrulhados em papéis multicolores com fitas brilhantes.
Devagar, sentou-se no chão e começou a abri-los, e invariavelmente, com cada revelação, os seus olhos enchiam-se de lágrimas e um calafrio percorria-lhe a pele.
Descobriu, à vez, soldadinhos trovadores, uma garrafa de gargalhadas, um espelho contra o orgulho, livros que desvendam o passado, um ramo de oliveira voador, um bálsamo que faz adoecer todas as doenças, um espanta-saudades, uma flauta que canta ao respirar, um porta-canetas e felicidade, montões de mimos e milhões de outras maravilhas, entre elas uma escova especial para barbas compridas geladas que forma jóias luminosas com os cristais de neve.
O Pai Natal era realmente feliz. Então, sentado em frente à imensa montanha de embrulhos abertos e papéis rasgados, fechou os olhos e agradeceu a todas as crianças do mundo esses maravilhosos presentes.

Remi Champseix in Público, 23 de Dezembro de 2001

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