
(imagem: blog garatujando)
Há pouco relembrámos, entre colegas de idades próximas, os jogos de infância e de juventude. Vieram-nos à memória diversos passatempos como o jogo da macaca desenhado a giz no chão, o «mata» (este ganhando as preferências da maioria) jogado com ringue de borracha – objecto que não voltei a ver – a «rolha», jogada a horas tardias, entre amigos, no areal da praia de Carcavelos (não havia os medos de hoje e ainda bem que algumas praias da Marginal se encontram, actualmente, tão iluminadas como estádios)…Quanto a este último, esquecíamos a idade já quase «respeitável», pois estaríamos na casa dos vinte, regressando aos tempos de total despreocupação. Alguém lembrou ainda os «cinco cantinhos», a «linda falua» a corda e o jogo do elástico , bem como alguns brinquedos perfeitamente datados que perderam o protagonismo de outrora. Longe vão os tempos em que no exterior das escolas se jogava ao berlinde (aprendi em tempos idos com os meus alunos a expressão « jogar ao guelas») ou com piões de madeira (o arco já não é do meu tempo, embora vagamente o recorde).
Onde vivi e atendendo ao facto de a população infantil ser quase toda formada por elementos masculinos, soube ainda – caso contrário ficaria fechada e aborrecida dentro de muros – o que eram os «carrinhos de rolamentos» em que andávamos divertidos (nunca percebi a parte mecânica nem assisti ao seu fabrico).
Já na adolescência e com os amigos de férias, os maiores passatempos eram os matraquilhos e jogar, tardes a fio, ao «king» , desperdiçando belos dias de sol ao ar livre.
Pensando nos tempos actuais povoados de medos – alguns potenciados pela imprensa e tv – e não sendo fundamentalista quanto aos «males dos jogos de computador» desde que devidamente doseados e bem seleccionados, dá que pensar o facto de muitas crianças não saberem hoje o que é brincar ao ar livre, subir às árvores e fazer algumas esfoladelas nos joelhos. Há sempre a tendência – em todas as gerações – para se pensar que «o nosso tempo foi o melhor» embora, tentando alguma imparcialidade na matéria, dê comigo a pensar que muitos miúdos desconhecem (com as perdas inerentes) o prazer de aprenderem sozinhos a andar de bicicleta (depois de várias quedas) de patins (os meus, herança materna, ainda tinham rodas de ferro com pequenas esferas no interior que por vezes tinha de apanhar pelo ringue, ficando mascarrada de óleo) bem como de poder andar pela rua até ao cair da noite sem os receios que hoje – de modo mais ou menos justificado – a todos perseguem, embora – e aqui sem consultar estatísticas – pense que numa época em que muitas das notícias eram silenciadas, as mais tristes ocorrências não seriam do conhecimento generalizado.
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