25 de agosto de 2009

Sobre os sonhos...



No passado e por motivos de estudo, tive de mergulhar em textos muito distantes no tempo, tendo verificado que parte desses relatos de ficção com ‘parentes mais ou menos afastados’ oriundos de diversas culturas e latitudes davam conta de sonhos vividos pelas personagens.
A constatação levou-me a procurar o que a literatura (mais ou menos científica, mais ou menos antiga) referia sobre o significado das experiências oníricas.
Existindo muita divagação light sobre a matéria, ainda mais surpreendida fiquei quando, há dois anos, ouvi um credenciado psicanalista da nossa praça referir, em introdução à comunicação de uma escritora que, de todos os sonhos relatados pelos pacientes , só cerca de 1% teriam importância no acompanhamento do tratamento.
Atendendo a tanto folclore literário sobre o que é sonhar, percorri ontem por mero acaso o título A History of Dreams da autoria do britânico A.J.J. Ratcliff – mais um desses tratados de seriedade discutível – adquirido em saldos de férias numa época em que me encontrava a interpretar sonhos em relatos de viagens datados da Idade Média.
Não se tratando das obras mais disparatadas sobre a matéria, não deixo de lhe conceder o benefício de uma enorme dúvida, principalmente quando me detive no capítulo (e aqui traduzo) «Sonhos enquanto pensamentos». Fiquei a 'saber' que Giuseppe Tartini compôs a sonata aqui apresentada após um sonho com o maligno (vade retro, embora o tema seja bastante audível)... Segundo o autor deste tratado sobre o sonho, a peça foi concluída de uma assentada no dia seguinte à terrífica noite em que Tartini sonhou com Belzebu…
Tudo isto me pareceu de uma estranheza tal que preferi lembrar-me de um antigo post da T sobre um interessante livrinho antigo dedicado ao tema (aí sonhava-se com coisas boas, como o chocolate)...
Por outro lado, não posso deixar de admitir que até daria jeito se tal sucedesse(não ter pesadelos, mas sonhar com tarefas quase concluídas), em particular quando os prazos apertam e só apetece ficar ao ar livre, respirar fundo e ver que tudo fica em ordem da noite para o dia.

2 comentários:

Maggie disse...

era engraçado sim, se esses sonhos pudessem ser manipulados mas a verdade é que estes tratam apenas assuntos (ainda que nao nos parecam importantes) ficam durante o nosso dia, gravados no nosso inconsciente acabando por entrar em acçao na nossa mente. eu falo por mim, mas torna-se muitas vezes assustador que o meu proprio cerebro possa ter engendrado historias tao mirabulantes e estranhas para q acabe por sonhar com elas. ainda assim, pode haver outro tipo de sonhos e esses orgulho-me de os possuir e acho q todos deviam te-los, para poderem traçar objectivos decerto diferentes consoante as idades e o estado da vida de cada um :) sonhem muito !

teresa disse...

Apreciei o comentário, filha minha :O)