19 de agosto de 2009
Coisas do Sotão
Ao sótão já foi buscar um exemplar da “Seara Nova”, de “O Tempo e o Modo”, hoje é dia da “Vértice” e assim se completa o ciclo das revistas que o ajudaram na sua formação cultural e política.
Se a “Seara Nova e “O Tempo e o Modo” tinham as suas redacções em Lisboa, a da “Vértice” situava-se em Coimbra.
Uma particularidade interessante destas três revistas residia no facto de, qualquer delas, para além da revista em si, dedicar-se à publicação de livros em colecções criteriosamente seleccionadas. Foi graças à “Vértice”, que Manuel Alegre publicou “A Praça da Canção”, na “Colecção Cancioneiro”, onde também Fernando Assis Pacheco e João Carlos de Vasconcelos publicaram os seus primeiros livros de poesia.
Este é o número mais antigo da “Vértice” que possui o nº 258 e é de Março de 1965, sendo Director e proprietário Raul Gomes e editor Mário Braga.
Neste número, José Cardoso Pires, Baptista-Bastos e Joaquim Namorado abordam a obra de Alves Redol ao mesmo tempo que são publicados dois inéditos de Redol e a capa é uma ilustração de Pavia para uma edição de “Gaibéus”.
O sumário completa-se com notas de leitura e críticas, a livros, filmes, peças de teatro, a publicação de inéditos de Romeu Correia (duas cenas da peça inédita “Bocage”) e “Doze Elegias”, também inéditas,de José Carlos de Vasconcelos.
Este número custou 10$00 e na contracapa há uma citação de Sófocles: “Um bom médico não entoa fórmulas mágicas quando o mal reclama bisturi.”
Na 2ª página prestava-se a informação que a revista fora Visada pela Comissão de Censura.”
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2 comentários:
o mário braga é um injustamente esquecido autor.
recordo a surpresa da leitura do 'pequeno' quatro reis.
Era 'puto' e 'atrevido'.
Gostava de conversar com Alçada Baptista e Felicidade Alves! Refiro-me aos cadernos O Tempo e o Modo!... a falar sempre com os mais velhos,... tentar aprender cá fora o que não ensinavam lá dentro!...
Sei que não fica cá ninguém p'ra semente mas, lamentei que Alçada já tivesse 'alçado' para o outro lado!(...)
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