7 de julho de 2009

COISAS DO SÓTÃO

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Pegou-lhe e receou, a todo o momento, que se desfizesse.
A Colecção Vampiro, terá sido, da biblioteca do pai, das primeiras coisas que memorizou, pois os livros estavam todos numa só estante, silenciosamente alinhados. Gosta das saudades que tem do pai, gosta de o lembrar, sentado num “maple” a ler, o cheiro dos cigarros “Unic”, tabaco negro, sem filtro.
Esta capa corresponde ao nº 1 da “Colecção Vampiro” e, necessariamente, teria de ser de Agatha Christie: “Poirot Desvenda o Passado” , o título em inglês. é“Five Little Pigs” e está dedicado a Stephen Glanville, um velho amigo de Agatha. A tradução é de Edison Ferreira Santos e a capa de Cândido Costa Pinto, a primeira de dezenas e dezenas de maravilhosas capas que este surrealista fez para a colecção.
Está referido que o livro foi composto nas Oficinas Gráficas de “Livros do Brasil Lda”, na rua da Rosa, em Lisboa, mas sem indicação da data de impressão. Contudo, pela listagem de todas sa obras publicadas na Colecção, que a editora fez inserir no seu nº 500, fica-se a saber que foi Abril de 1947.
Este nº 500 da “Colecção Vampiro”, “Quem Matou o Almirante, obra conjunta de Agatha Christie, Dorothy L. Sayers, G.K. Chesterton e outros, saiu em Março de 1989.
Comprou-o por mera curiosidade, pois já há muito deixara de os comprar, concretamente quando as capas passaram a ser uniformes, deixaram de ter arte.
“Ficou sentada, imóvel, até que a porte se fechou. Depois disse: - O senhor é muito inteligente, não é?
Poirot não respondeu.”

3 comentários:

Teresa disse...

Tenho ideia de este n.º 1 da Colecção Vampiro ter chegado a valer muito dinheiro.

T disse...

Sim.Dantes era quase impossível de encontrar.

gin-tonic disse...

Sim, houve um tempo em que se praticaram algumas loucuras com os livros da Vampiro, este em especial, precisamente por ser o primeiro. Nos inícios da década de 80 chegaram a oferecer-lhe 40 contos pelo livro. Mas há valores que o dinheiro não cobre…
Sobre esta coisa das bibliotecas de família foi publicado no “Público” de domingo um belíssimo trabalho de Paulo Moura sobre Laureano Barros um homem que em Portugal reuniu a mais valiosa biblioteca privada da segunda metade do século XX e que após a sua morte está a ser leiloada no Porto.
Quando acabou de ler o artigo sentiu um nó a asfixiá-lo…