7 de março de 2009

Celulazinhas cinzentas ou a ficção de M.Poirot

E como ninguém é infalível, todos tendemos a construir verdades inabaláveis.
Neste sentido e tentando não ser fastidiosa, gostaria de referir em poucas palavras a questão da “falácia” – argumento no qual as premissas dadas para conclusão não possuem a sustentação necessária.
O entusiasmo pela questão – pois todos nós defendemos pontos de vista e normalmente acreditamos neles de modo inabalável – levou-me a encontrar um conjunto de situações que desmontam as chamadas verdades feitas. De uma lista exaustiva, escolhi alguns exemplos com que todos certamente nos temos deparado ao longo da vida.
Exemplo de falácia que apela ao sentimento:
Júlio: Estou certo que ele daria um péssimo treinador para a equipa.
Paulo: Mas ser treinador é para ele tudo na vida! Vai ficar de rastos se não for aceite.
Júlio: Ok, então penso que ele vai ser capaz de dar conta do recado.
Exemplo de falácia que apela à popularidade:
Li há dias que quase todos os cidadãos concordam com a nova lei sobre a restrição do uso de armas. Quanto a mim, tenho sérias dúvidas sobre esta matéria, embora pense que se a maioria está de acordo é porque a lei está certa.
Exemplo de falácia que apela à tradição:
Tenho a certeza de que esta forma de governação é a melhor que existe. Temos este modelo há mais de trinta anos e ainda ninguém disse que era importante mudá-lo, logo, tem mesmo de ser bom.
Exemplo de falácia que apela à lisonja
“Mas que ideia tão brilhante e inovadora! Nunca tinha assistido a uma defesa tão lúcida e eloquente sobre o pensamento de Platão. Se não se importa, vou basear o meu estudo no seu trabalho, isto é, caso me dê mais tempo do que o estabelecido para o poder terminar.”
Exemplo de falácia que apela às emoções
O novo computador, o “Magalhães”, dá-lhe tudo o que precisa. Se o comprar, todos vão ter inveja e um forte desejo de o imitar. Logo que o tenha adquirido, irá conhecer toda a força do poderoso “Magalhães”.
Exemplo de falácia que apela ao senso-comum
Eu sei que não devemos copiar em testes e exames, mas também sei que todos o fazem, portanto, acabo por achar que até nem é errado.

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