8 de outubro de 2006

Cont...

- Eh pá, mas você tem aqui uma costela partida. Como é que você fez isto?
- Ó Dr. Aldemiro, nem sei. Só sei que uma mulher de volumosas formas apareceu em meu caminho e devo ter esbarrado nela. Só se foi disso.
- Desculpe estar a rir-me, mas… Isso é que foi um encontro…
- Ria, ria doutor… mas isto dói-me…
- E ela ao menos vale a dor?
- Nem por isso… É uma mulher estranha. Tem uma adoração ou fixação doentia por um fulano espanhol chamado Júlio. Anda sempre com um gato nos braços. E anda a fazer-se ao Simplício do talho…
- …ahahahah… ao Simplício rabeta…
- Pois… ainda ontem ela estava lá no talho de peito quase em cima do nariz do maricolas…
- Mmm… noto na sua voz algum ressentimento…
- Ainda tive um ligeiro caso com ela… mas não deu certo… Ela passava as noites gritar "Rulio… Rulio…", e aquele gato nunca se deu bem com o meu Speedy. Mas o pior de tudo era a obsessão dela por sessões espíritas em que dizia que falava com um tal de Anselmo… e de uma sociedade dos anjos ou que raio era aquilo.
- Bolas, meu amigo. Só lhe aparecem pessoas estranhas ao caminho… E o Renato sapateiro nunca mais lhe ofereceu flores?
- Nem me fale nisso. Tive de lhe dar dois chapadões e ameaçá-lo com a polícia. Mas vá lá que me deixou em paz e foi meter-se com o Simplício.
- Ai é… não sabia… Olhe… isto do seu pé está a ficar melhorzinho mas deixe os caixotes do lixo em paz senão ainda arranja um problema sério...

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