Acabei de ver na Cinemateca “A Rosa Púrpura do Cairo” de Woody Allen. Acho que é a quarta vez que vejo este filme no cinema. O WA é para mim um dos grandes pedagogos do cinema. Suponho que haja quem aprenda a fazer cinema com ele. Mas é sobretudo o aprender a ver cinema que me encanta nos filmes dele. Mas isto é uma coisa difícil de explicar. É como se... É... Bem, nos filmes do WA é fácil sentir que notámos em certos intangíveis inefáveis e incognoscíveis que foram lá poisados e apurados só para aqueles que sabem ver cinema. Os filmes estão bem escritos e bem interpretados e isto qualquer pessoa percebe. Mas para além disto, os filmes de WA estão bem filmados. E o que é escolhido para ser mostrado, foi escolhido intencionalmente e com arte. Mas é melhor tentar não falar muito disto, não quero ser científico nem taxonómico porque em arte não há nada pior do que a pornografia.
Eu gosto muito de cinema. E de ir ao cinema. Lembro-me de ver em casa numa televisão pequena e ao longe um dos filmes da Guerra da Estrelas e não achar grande piada, nem sequer de compreender no meio daqueles lasers todos qual o lado da Força que estava a ganhar e qual estava a perder. Já na sala de cinema, oh maravilha!, foi outra coisa. Para mim cinema é para ser visto no cinema. Tem de ser no escuro e tem de ser em grande. Mesmo em relação às televisões maiores. Cinema é no cinema.
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