Sócrates e Santana comprometeram-se muito em relação a muitas coisas. E fizeram-no ao vivo e em directo. Isso bastou para o debate ter sido bom.
Sócrates encenou um papel que foi um papelão: esteve muitíssimo bem em termos de imagem e de agressividade. Menos bem esteve o Santana quer em imagem quer em conteúdo.
Sócrates terá gastado 40% do tempo a dizer mal e 60% a falar das suas medidas. Santana esteve 60% a dizer mal, 20% a defender-se e só 20% a falar do seu programa. No entanto, Sócrates foi muito menos concreto do que Santana. O problema de Sócrates é o "como": apresenta objectivos bonitos mas não diz "como".
Sócrates ganhou, tendo embora a sua vantagem diminuído um pouco na segunda parte do desafio.
Os jornalistas escolheram boas perguntas e colocaram-nas utilizando os termos mais certeiros. Foi pena não terem chamado ao debate nenhum, absolutamente nenhum assunto de política internacional: nem os fundos da União Europeia, nem o Tratado Constitucional, nem o Iraque, nem a entrada da Turquia na U.E., nem Portugal e o seu papel na Nato, nem a política dirigida às comunidades emigradas (será que algum dos dois grandes partidos já pensou nisso?), nada. É como se o próximo governo não fosse ter Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Assembleia da República não tivesse de se debruçar sobre esses assuntos importantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário