30 de novembro de 2006

Crime e Redenção

Apesar de tudo, e apesar de ter visitado a ignota Éfeso - esse malfadado local onde se terá finado a mãe de Cristo, e onde uma dúzia de mal-iluminados inventaram um ou dois dogmas idiotas (no século V, note-se) - o Papa redimiu-se e visitou a Mesquita do Sutão Ahmed, mais conhecida por Mesquita Azul. Consta que foi bem recebido pelo Imã e que até terão subido os dois, ao minarete, em alegre cavaqueira. Não se sabe se entoou o típico chamamento dos crentes...

Apesar de tudo, até o Carlos há-de reconhecer que toda esta visita é única e excepcional!

os 100 melhores vinhos de 2006, segundo a wine spectator

como todos os anos acontece, a wine spectator acaba de publicar a lista dos 100 vinhos que escolheram como os melhores do ano de 2006.

como de costume, a presença portuguesa é pouco mais que simbólica.
mesmo dando de barato que esta lista é feita pelos jornalistas de uma revista americana e que poderá reflectir os gostos dominantes nos enólogos e consumidores americanos, não deixa de ser sintomático que dos mais de 13 000 (!!!) vinhos analisados para estes 100 escolhidos, apenas 3 tenham sido produzidos em portugal.
a classificação dos portugueses é:
18º quinta do vale meão, douro, 2004. um score de 97 e um preço de usd $60
47º quinta do crasto, douro reserva old wines 2004. um score de 93 e um preço de $35 usd
97º Symington, altano reserva (touriga francesa/touriga nacional) 2003. um score de 91 e um preço de $18 usd (sim!!! um preço de 18 dólares no retalho americano.....)

ainda assim não deixa de ser um progresso.
há uns anos, os únicos vinhos portugueses que entravam nestas listas eram os vinhos do porto.
neste momento já conseguimos 3% em vinhos de mesa.

mas o que mostra também esta lista é que vinhos considerados de excepcional qualidade estão à venda no retalho americano a preços mais baratos que algumas surrapas são vendidas em portugal.
com o equivalente a uma nota de 20 euros (26,2 usd) podemos escolher entre 33 (!!!) vinhos considerados entre os 100 melhores de 2006.
se pensassem um pouco melhor na política de preços, talvez os produtores portugueses não se chorassem tanto por causa dos excedentes

aqui podem ver o que alguns dos responsáveis pela lista acham dos melhores vinhos

Raio de Luz

Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.


Burgueses somos nós todos
ó literatos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos


Burgueses somos nós todos
por nossas mãos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.


Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.



Mário Cesariny

isto já é um caso clínico

questionado sobre uma sondagem em que se perguntava a alguns portugueses se concordavam com a independência da madeira e com a nova lei das finanças regionais, o senhor alberto joão afirmou (depois daquelas coisas normais tipo 'não confio nas sondagens feitas em portugal') que o facto de 60% dos portugueses não concordarem simultâneamente com a independencia e concordarem com a aplicação da nova lei se devia a que 'esses tipos' que 'queriam ser donos da madeira' mas 'não queriam pagar para a ter' eram 'uma coisa feia' que ele não iria dizer.

conclui-se destas declarações que o senhor alberto joão, que quer ser dono da madeira e não quer pagar para isso, é o tal chulo que ele não quer dizer por ser uma palavra feia.

isto para além de precisar de tratamento psiquiátrico...


mas isso é lá com ele e com o sistema de saúde da madeira

29 de novembro de 2006

Best Of

Fica nomeado o querido Gasel para fazer o best of do blog, ou organizar a melhor maneira de o fazer. Tenho dito.
T

O novo James Bond- licença para ui, ui

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Não sou muito dada a filmes de James Bond. Sempre achei graça à vida do seu criador, mas nem nunca consegui ler os filmes ou ver os livros:) Se bem que os livros sejam cheios de efeitos especiais e os filmes aborrecidos como tudo. Eu sei, estou a brincar a trocar tudo e não tem graça..
Mas este Daniel Craig tem um je ne sais quoi que me encanta. Voz e visual. Sexy como tudo. Um olhar que me dá um certo frisson. Acho que não é a menopausa a chegar. Mas o novo James Bond faz-me pedir licença para respirar fundo. E eu nem gostava de louros.
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Enigma

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Que teatro ou cinema é este?Que eléctrico passava por aqui?

Pós Diz que disse:
Enigmas resolvidos, passa a explicação:

Localização
Rua da Palma/Rua da Mouraria

Data
1866

Pertencente a Francisco Viana Ruas, é inaugurado em 1866 o Teatro do Príncipe Real, em homenagem ao futuro rei Dom Carlos.
Dois pobres e uma porta, em 3 actos e, Muito padece quem ama são as comédias apresentadas na inauguração.
Em 1906, Palmira Torres é a actriz principal da peça A Severa, de Júlio Dantas.
O regime republicano altera-lhe o nome para Teatro Apolo.
Agulha em Palheiro, primeira revista original após a instauração da República, é aqui representada logo em 1911.
Apesar dos inúmeros sucessos, o teatro foi demolido em 1957.
In Revelar Lisboa

o creminoso volta sempre ao local do creme...


hoje, o papa foi a éfeso.


de acordo com a tradição, éfeso foi o local para onde a mãe do cristo foi depois da sua morte e onde o joão baptista tratou dela até que faleceu também.

igualmente por ali passou o romano convertido em são paulo.

de acordo com a história, no dia 22 de junho do ano de 431, foi ali celebrado um dos primeiros concílios da história da igreja cristã.
foi a este concílio, e seguramente por ter sido naquele local, que veio àquelas cabeças peregrinas a ideia abstronça de declarar a maria, virgem com efeitos retroactivos.

ali nasceu uma das orações fundamentais da igreja cristã, o credo (et incarnatus est de spiritu sancto ex maria virgine, et homo factus est, ou seja 'e encarnou pelo espírito santo, no seio da virgem maria, e se fez homem'.
foi um concílio com um valor, e cito as palavras do joão paulo 2, 'sobretudo cristológico' porque definiu as 'duas naturezas' do cristo: a divina e a humana.

dir-me-ão vocês: nunca mais encomendamos o catering aqueles gajos !!!! o vinho estava estragado e a sala não tinha um toldo para o sol....

a verdade é que este dogma foi um dos que esteve na origem de algumas cisões importantes da igreja cristã (quer a ortodoxa, quer a anglicana). não o único, mas um sempre presente.
o que aqueles alminhas decidiram naquele dia esteve na origem de muitos mortos e num longo rosário de tentativas de explicar o inexplicável.

hoje o bento 16 e a sua comitiva foram até lá em peregrinação...

antes tivessem ido em arrependimento.

exercício espiritual

É preciso dizer rosa em vez de dizer ideia
é preciso dizer azul em vez de dizer pantera
é preciso dizer febre em vez de dizer inocência
é preciso dizer o mundo em vez de dizer um homem

É preciso dizer candelabro em vez de dizer arcano
é preciso dizer Para Sempre em vez de dizer Agora
é preciso dizer O Dia em vez de dizer Um Ano
é preciso dizer Maria em vez de dizer aurora



Mário Cesariny
in: manual de prestidigitação
1981

roteiro de lisboa

(aqui uma coisa com alguns anos e a precisar de actualizações urgentes... ou apagamento permanente....
com maiúsculas e tudo)


Se ao continuarmos, no Largo do Terreirinho, tomarmos a direita, podemos escolher entre o Largo das Olarias (Igreja á esquerda ‘esta ermida he da irmandade dos j. da boa sorte es uia sacram.1718’) e consequente rua, ou a Rua do Terreirinho até á do Benformoso. Se o fizermos percorremos a zona que até ao tempo de D. Manuel foi um cemitério judeu (toda a área daqui até ao Intendente) e que nunca ganhou estatuto de área recomendável a meninas candidatas a debutantes. Depois da destruição do cemitério e posterior construção de novas casas, apenas se conseguiu que fossem ocupadas por artesãos (ao tempo não muito valorizados na sua arte) que foram dando nomes ás ruas (algumas mantiveram-se até hoje – Olarias, Forno do Tijolo – outras não.) Ainda assim, a memória do oleiro Romão, da Rua da Bombarda, e dos seus púcaros perfumados de cambraia e das pastilhas de barro aromático manteve-se até há muito pouco tempo – aliás, recentemente recomeçaram a aparecer nos mercados de artesanato as peças de olaria perfumada.

Façamos agora um pequeno intervalo para a história das pedras:
Até ao Século XV existiam por aqui os cemitérios mouro e judeu. Quando em 1497, D. Manuel mandou os judeus ás urtigas, deu os terrenos ao município. Todas as pedras dos túmulos foram utilizadas na construção do Hospital de Todos os Santos, que deu de si quando a terra tremeu, regressando assim por algum tempo as pedras ao nível térreo a que estavam habituadas. Após este pequeno intervalo foram novamente utilizadas na reconstrução de Lisboa e estão agora a suportar empenas e janelas no Rossio e Praça da Figueira.
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Mas estávamos nós no Largo do Terreirinho a escolher caminho e não foi o da direita que tomámos:
Continuamos a virar á esquerda e, no sítio onde começa a Calçada dos Cavaleiros, viramos para a R. Marquês de Ponte de Lima para voltar a virar na segunda rua á direita, em frente ao antigo Convento de Santo Antão-o-Velho. Este antigo convento foi o resultado da transformação da Mesquita Grande da Mouraria em igreja cristã, com o acrescento de um convento. Esta, que foi a primeira casa no mundo da Companhia de Jesus, foi doada por D. João III e ocupada por Simão Rodrigues e mais seis acólitos em 1542 (funciona hoje como Assistência Religiosa do Exército e Serviço Histórico-Militar). Descemos então o Beco dos Três Engenhos (mesmo pequeno não cabia um, mas o nome – a rua – é bonito) até á Rua da Guia. Aqui, á esquerda, uma antiga tasca (obras recentes a sofrerem da epidemia da azulejaria branca de cloaca) ainda com latada á porta e mesa de madeira a condizer (servem refeições mas só tem um prato...). Em frente (nº 1) um prédio que deveria ser bonito se as obras de restauração não o tivessem deixado num estado lastimoso (talvez por isso estejam paradas as obras).
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Continuando para o Largo da Severa (Largo da Amendoeira (?) quando não era tão velho) temos no nº 8-A uma antiga oficina de costura de cabedais e outras peles (arranjam saias, blusões, calças e outros objectos supostamente sem cura – é só conselhos !). Ao fundo, do mesmo lado, num quase beco a merecer visita, um ferro velho. Numa ilha no largo e pertença do mesmo (já foi parte da Rua do Capelão) a casa onde nasceu (e outras coisas) a Maria Severa Onofriana, em frente á casa onde nasceu Fernando Maurício (o alter ego das gentes da Mouraria).

Adiante, na esquina da Rua João do Outeiro (espreitadela) com a do Capelão, um bom exemplo do que pode ser a recuperação da Mouraria: um prédio com janelas de guilhotina, andar de ressalto e varandas de ferro forjado. Entramos na Rua da Mouraria, fechamos os olhos para não ver o centro comercial que dá o tom ao que parece ser a ‘recuperação’ da área, e viramos á esquerda.
Parar no portal da esquadra da Mouraria (mal empregado portal para dar portagem a cívicos). O portal, manuelino, tem duas colunas laterais invertidas (!). Aqui funcionou no Século XIII o Colégio dos Meninos Órfãos, tendo sido restaurado a seguir ao terremoto para o aspecto que agora ostenta. Continuamos em frente neste misto de rua e largo do Martim Moniz para, ao fundo, subir umas pequenas escadas (não confundir com as Escadinhas da Saúde) que, contornando o antigo ‘piolho’ (Salão Lisboa) nos levam á íngreme Rua das Fontaínhas, a S. Lourenço. Reza a tradição que existia, no sítio onde hoje começa a escada, uma tasca que vendia café à seringa. O tasqueiro seringava o café para o copo e quando o cliente não tinha dinheiro, ‘chuuuupa....’.
Logo á direita (R. S. Bento Mártir), uma porta em adiantado estado de ruína com reforços em lâminas de ferro cruzadas. Continuamos a subir e damos com a Rua de S. Lourenço.

Aqui, no nº 5, Cantinho do Aziz, tasca de comida indiana (caril, chacute, matapa e, aos sábados, feijão com coco.
Aconselha-se a mesa junto á varanda sobre os telhados da Calçada de S. Pedro Mártir.
A seguir, Largo dos Trigueiros: escadas várias para vários gostos; bancos que já foram fixos; chafariz que já deitou água; Restaurante Os Galos (Typical and inexpensive – 1st. Prize, portuguese cooking) com patrão um pouco afectado e o dito prémio a não ser merecido. Continua o largo com o Beco das Farinhas (cuidado com as traves que escoram os prédios) até á Rua das ditas. Aqui pode voltar á esquerda para trás e subir o Beco das Flores (tem muitas e ainda pode levar a placa toponímica que já está no chão há muito tempo) até virar á direita para o Largo da Achada.
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A primeira vista é a do prédio de esquina do Beco da dita com o Largo da Cuja: janelas em ogiva, andares de ressalto, portas lindas. O seu restauro recente veio acabar com o crime que era um anexo com telhado de plástico ondulado que lhe estava adjacente.
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Na esquina da diagonal, um prédio semelhante a merecer igualmente restauro (saúde-se o leão á porta, num exemplo de sportinguismo louvável).

Ao lado, no começo das Escadinhas (que vão ter á Costa do Castelo, já passada) um antigo recolhimento (’louvado seja o santissimo sacramento este recolhimento he d nosa sra do emparo em ninas orfas padre nosso pelas almas 1610’). Dentro, passado o portão que se abre com pressão digital sobre trinco de alavanca, ao abrigo das colunas, uma fachada de portas e janelas várias com alturas diversas a adivinhar divisões em altura que não serão as originais. Escadaria repleta de plantas e flores.
Olhando para baixo, de sobre o banco no muro, as traseiras da Igreja de S. Cristóvão com cruz (‘anno de 1800’) incrustada.

Saímos e voltamos ao largo (chafariz, degraus para sentar e árvores a proteger do sol quando a pique) com uma inclinação generosa a pedir conversa fiada.
Por toda esta zona (tal como em Alfama) encontramos os azulejos dos três do costume (a devoção deu mesmo o nome de S. Marçal a uma zona junto ás Olarias).


Fotos do Arquivo Municipal de Lisboa

Para a Errezinha




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Rua de São Cristovão e quejandos.

Criminosos Célebres em Portugal

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O Lareco :o terrivel ladrão dos comboios.
Nome bonito não?

28 de novembro de 2006

Em tempo de Alertas

Terminou hoje – acho eu – o alerta laranja. Passadas as chuvadas e os ventos, terminadas as cheias e derrocadas, contabilizadas as pequenas tragédias individuais, o país suspira de alívio e volta à costumeira rotina. E os telejornais poder-se-ão ocupar novamente do pequenino do PSD, para descanso do Carlos!

Mas não se iludam, daqui a nada chega o Natal, as viagens e os acidentes… e logo entraremos noutro alerta. Depois vem Janeiro e, de certeza, uma enorme vaga de frio… conclusão, alerta amarelo! Lá para o Verão, hão-de vir os nossos incêndios e a habitual vaga de calor… logo, alerta vermelho! Depois chega outra vez o Outono, com as gripes e as migrações dos gansos patolas… alerta azul, de certeza. Qualquer dia nem a pacata Primevera se escapa, há-de aparecer uma extraordinária vaga de pólens – ou terríveis enxames de abelhas – e alerta-se logo o pessoal.

Com isto não julguem que acho estes alertas despropositados e desnecessários. Não, acho que são normais e têm como objectivo activar as estruturas de protecção civil necessárias para uma situação específica. Agora toda esta histeria pseudo-jornalistica – que se pega às pessoas – deixa-me completamente desatinado. Não bastava fazer os avisos essenciais, dar as notícias relevantes? É preciso ir à Regueira do Tua ou aos Palheiros do Sobral, mostrar a cabana que ardeu, a cave que se inundou, a senhora que chorou, a criança que gritou, o pobrezinho que perdeu o que não tinha…? E antecipar – ou adivinhar - que muito pior deve estar para vir?

Ainda por cima, acho que as televisões nos aldrabam… acho que elas têm oito ou nove figurantes contratados, que andam sempre com as equipas de reportagem da catástrofe, e fazem os lamentos e choradinhos que se querem ouvir. De certeza… De certeza que o homem de bigode e olhos esgazeados que geme pela cabana que ardeu é mesmo que chora pela cave que se inundou. De certeza que as 2 cabras que esturricaram em Palheiros do Sobral são as mesmas que se afogaram na cave de Regueira do Tua.

Tudo isto me perece estranho e excessivo. Não vejo nenhum sentido em todo este alarido. Está muito para além de toda a razão e lógica… É completamente surreal!

E como, assim por acaso, me lembrei do Surrelismo (Estão a ver onde quero chegar…?), aqui deixo a minha singela homenagem a M. Cesariny.

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor -- muito melhor!--
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.

Faz-me o Favor, in “O Virgem Negra”

Receita de Natal

Alguém pode argumentar que eu menti e que a receita que eu vou pôr a seguir não é de Natal. Neste exacto momento ainda não decidi que receita pôr. A verdade é que ainda nem sei se vou pôr uma receita. O proposito inicial do titulo do post era atrair os hits do google e fazer subir o nosso aglomerado de letras no ranking dos blogs. Todos gostam de ter sucesso. Mas já estou a fugir do bolo-rei ou rainha, do cabrito, e todos os outros doces afogados em oleo natural, girassol, amendoim...

A receita de Natal:

Sorrio.
Não é dificil porque às escondidas andei a beber três cervejas cobra com amendoins. Conforme penso nisto, sorrio outra vez.

"Frango com Cerveja ( que coincidencia!)

1 frango partido em pedaços pequenos
1 cebola
2 dentes de alho
1 tomate maduro sem pele (pode ser dois de conserva)
1 cerveja branca
50 gr azeite
sal

Deitar o azeite na bimby até ter as 50gr (usar a função balança), juntar a cebola, os alho, o tomate e fazer um refogado e triturar tudo uns seg.(+/-6 a Cool veloc 5, refogar tudo 8 min. veloc 1.

Refogar o frango 3min veloc 1 colher inversa, juntar a cerveja e o sal e programar 20m 100º, na mesma velocidade e sempre com a função colher inversa.

Se quiserem o molho mais espesso programar 4m temperatura varoma veloc colher inversa"

Claro que esta receita foi roubada dum site porque nao estou com o livro da bimby à frente. Fiquei com curiosidade em experimentar alem de que claramente é uma receita divertida de se fazer.


Quando me apetece ser snob, faço scones com chá... o chá faço fora da bimby.

A ver se me lembro....:

200 gr de farinha (ou 250?)
100 gr de leite
1 ovo
50 gr de manteiga
2 colheres de cha de fermento (reparem... colheres de cha)
50 gr de acuçar (ou 100?)
acho que não falta nada

15 segundos velocidade 6 e ja está
colheres da gosma apetitosa num tabuleiro untado e 200C e 10 minutos devem chegar.
Comam com guardanapo de pano e com aquelas piramides da lipton que são tão giras!!

diamanda galás - defixiones, will and testament: orders from the dead



este é um disco estranho, como 'estranha' é toda a obra de diamanda galás.
editado no final do ano de 2003 (exactamente ao mesmo tempo que um outro disco seu de que falarei um dia destes, 'la serpente canta')

é um duplo cd onde durante cerca de hora e meia de gritos guturais, melodias expressionistas, sonoridades operáticas, falas, onomatopeias e tudo o mais que vos passar pela cabeça, incluído deliciosas melodias, diamanda galás nos fala do genocídio arménio, grego e assírio perpetrado pelos turcos ao longo da década de 1914 a 1923.
com textos em turco, arménio, grego, inglês, espanhol, hebraico e assírio, torna-se importante uma leitura das traduções para que saibamos do que se está a falar.

'defixiones' são os avisos colocados nas pedras tumulares da grécia e turquia para não se mexer nos restos mortais.

defixiones é um constante mexer nos mortos causados pela expansão turca e no terror e opressão causados pelos 'jovens turcos' que, ao 'abrigo' da construção da nacionalidade e da secularização do país tentaram destruir tudo á sua volta.

de regresso aos anos 80, onde a potência da sua voz e a absolutamente anormal amplitude de 4 oitavas nos faziam arrepiar a espinha, defixiones começa com uns corajosos 34 minutos 'à capella'.

este não é um disco para se ouvir enquanto se lava a loiça ou se faz o jantar.
este é um disco para se ouvir, ouvindo-o

e isso é muito bom.

a propósito da morte do cesariny

ontem jantei com um amigo.

falavamos da morte do cesariny
falavamos da falta de assunção das ideias.
do medo de chamar as coisas pelos seus nomes e de assumir o que pensamos.

ele, um antigo 'situacionista', filho ou neto dos dadaístas e dos surrealistas, falava das guerras ideologicas com os marxistas e dos locais onde nos cruzamos há umas dezenas de anos e em que ideologicamente nos combatíamos.
e voltamos a repetir a discusssão a propósito do último grande 'combate' entre os marxistas e os situacionistas, no maio de 68.
falava ele das aulas que hoje estava a dar com base dos textos do vaneigem e da completa surpresa dos putos de hoje sobre aquela forma de abordar a criação artística.
discutíamos o que hoje se fala de marx ou de engels sem se saber uma linha do que eles escreveram (tem-se uma vaga ideia que escreveram umas coisas sobre 'comunismo').
a total vacuidade de pensamento que hoje domina a sociedade.
o medo do afrontamento. a necessidade de permanente de encontrar consensos estéreis. a confusão entre combate de ideias e lutas pessoais.
e, como as conversas que gosto, e que parecem um entroncamento ferroviário onde as linhas de cruzam e se separam e voltam a encontrar para depois se separarem,
foi bom voltar a discutir por ideias assim.

ontem, por causa do cesariny, tive um jantar muito bom

27 de novembro de 2006

Nove semanas e meia

Nem foram exactamente nove semanas e meia, foram mais... o que vou contar já se arrasta quase desde o princípio de Setembro. Mas tem sido um período extraordinário, durante o qual, a minha maneira de me relacionar com mundo, com as instituições e com pessoas, foi bruscamente abalada.

Em primeiro lugar, decidi mudar a linha telefónica lá de casa. De uma linha RDIS, que é mais cara e não me dava vantagens aparentes, para uma linha analógica. Esta mudança foi também motivada pela substituição do computadpor, pois pareceu-me pouco prático andar a colocar novamente uma placa RDIS. A mudança de linha foi simples... o pior foi a consequente mudança de serviço ADSL da Telapac: o que me foi garantido ser uma simples reactivação do serviço revelou-se uma longa série de peripécias.
Em primeiro lugar, e após vários telefonemas atendidos por autómatos humanos da Linha Cliente, cheguei à conclusão que era preciso enviar um fax a solicitar nova conta de ADSL o que foi feito... Depois de muitos dias à espera, e de muitos mais telefonemas para os estranhos autómatos humanos, fiquei a saber várias vezes que "havia qualquer coisa fora do normal no meu processo mas que já tinha sido devidamente reportado". Numa das vezes perguntei se aquelas chamadas eram pagas e a voz gaguejou "Não... Bem... Estas chamadas têm um custo associado" Pois, não é bem pagar, é um custozinho associado!
Ainda tentei resolver o impasse na loja Telepac de Faro, mas aconteceu o caricato de me porem novamente a falar com um dos tais autómatos humanos... Porra, ligar para aqui já eu liguei em casa, disse. Ai, sim!, admirou-se o tótó que me atendeu... Conclusão esperta: "havia qualquer coisa fora do normal no meu processo mas só em Lisboa se podia resolver... que fosse ligando".
Um dia fartei-me e disse que era tempo demais, que não entendia a dificuldade de tão simples mudança e que queria desistir e prescindir dos serviços da Telepac. Um dos tais autómatos bem-falantes disse-me que "tinha que mandar uma fax a solicitar a rescisão e que convinha indicar o motivo..." Fiquei parvo com aquele convinha, chamei-lhe parvo a ele e mandei o fax sem indicar o motivo porque desistia da Telepac.
Tramei-me... pensava que me safava com aquela coisa nova da Vodafone mas estavam esgotados e tinha 250 pedidos à minha frente... Pra mais, Netcabo não há e a minha zona não é zona Clix ou Oni. Vi mesmo as coisas pretas.
Há 3 dias ligaram-me, como se nada se tivesse passado, para informar que ia passar um técnico cá por casa para verificar a ligação e deixar o novo username. Assim foi, e num minuto tudo se resolveu! Percebi, então, que ainda estavam a tratar do meu primeiro pedido de reactivação... Desconfio que daqui a um mês e pouco me vão desligar a coisa, quando descobrirem o meu segundo fax!
Ontem recebi a factura da conta antiga, que está suspensa desde 10 de Setembro, relativa ao mês de Outubro. Telefonei para o tal número dos autómatos e disseram-me que iam anular esta factura... Esta? Mas a conta não está suspensa? E as próximas?, gritei! Isso não sei... Eu só posso anular esta factura. Mande um fax ou um mail a explicar a situação!, respondeu.
De todo este arrastar de faxes, telefonemas e esperas, tirei um proveito: tenho certeza que nós, como cidadãos, estamos muito desprotegidos perante estes gigantes prestadores de serviços. E que isto só tenderá a piorar. Fora isto, só me restou uma enorme sensação de impotência...

Em segundo lugar, decidi também questionar determinadas normas internas de Serviço... E mais que questionar, algures em Setembro, tomei determinadas atitudes e desencadei procedimentos que contrariavam claramente as normas vigentes. Estas normas, no essencial, impõem padrões de comportamento a profissionais, no relacionamento com terceiros. Em meu entender, estas normas violam diferentes Leis da República - que já normatizam a questão - e atentam contra o mais básico das liberdades individuais.
Assim, com alguma intenção mas inocente demais, atirei a pedrada e agitei as águas. Das discussões internas iniciais - informais e acaloradas - passou-se rapidamente para instâncias e orgãos superiores, onde a "guerra" passou a ser mais formal e calculista. Quase sem dar por isso, vi-me no meio e a servir de arma de arremesso, de disputas muito mais vastas.
Na prática: solicitei formalmente a revogação na dita norma e fiz dois pedidos que contrariavam explicitamente a norma; a minha hierarquia imediata - Direcção de Serviço - deu pareceres negativos aos pedidos; os pedidos foram aceites pelos orgãos superiores; a Direcção de Serviço entrou com um processo disciplinar; a norma foi revogada com base em parecer jurídico; a Direcção de Serviço suspendeu determinadas actividades e afastou-me de algumas funções; eu contestei, do ponto de vista deontológico, esta ultima decisão...
E é assim que agora estamos, numa escalada que me parece de todo estéril... Além disto, algumas relações pessoais ficaram afectadas e tudo isto veio abanar - e destabilizar - os equilibrios instáveis que quase sempre mantém uma estrutura hierárquica de cerca de 40 pessoas. Surpreenderam-me especialmente algumas reacções individuais, por exemplo a utilização de 2 posts meus do outro blog, numa reunião formal, para me atribuir determinadas intenções...
E de todo este processo, também tirei um proveito: passei a conhecer muito mais fundo a verdadeira natureza humana... E só tenho um receio: que, quando chegar o cinzento do inverno, lide muito pior com tudo isto.

Até lá, Life's Good (apesar de tudo o resto!)

Chuvas em Novembro


Chove-me em casa. Na sala. Na cozinha. Caiu uma janela. No armazém está a entrar água. Entra água pelas escadas. Do telhado. Parece uma cascata.Rebentou um colector. A Rua da Prata parece um rio. E a Calçada do Carriche também. A água chega aos pneus. Caíu uma árvore. O candeeiro partiu-se. As caixas de electricidade estão a deitar fumo. Estou sozinho. Tenho medo. Quando é que esta água toda vai parar? O trânsito não anda. Tenho dois bebés no carro e estou atolada. Tenho que contar esta história pela segunda vez? Quando chega ajuda? Obrigada. Venham depressa. Não tenho força para segurar nos alguidares e retirar a água. Estou velha. Tenho crianças pequenas em casa.
Tantas vozes. Tanta situação periclitante que as chuvas agravam.
Judah Benoliel fotografou as cheias de 1945. Atentem no votai por Salazar no cartaz.
Fotos do excelente Arquivo Municipal de Lisboa

(cliquem para as aumentar: elas merecem)

a escola de fajão...

a escola de fajão acabará no final deste ano lectivo.

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até lá, a joaninha ainda espera lá fazer um estagio duma semana.

a escola de fajão tem a melhor vista da aldeia.
mas vai fechar.

não pertenço (nem a maioria dos de fajão com que falo) aos que acham que as condições pedagógicas são melhores ali do que na pampilhosa para onde terão que ir.

mas esta até nem é das piores...
e tem uma webpage feita com a colaboração dos alunos.

são uns 10... mas trabalham bem

Prendas de Natal: Dmail

Dmail
A arte de vender o que não é necessário.... Este ano, está decidido!!! Vou comprar as prendas de Natal pelo Dmail.
Aqui está a minha lista para os conhecidos do Dias :)


T – Conjunto íntimo Natalício – o correspondente feminino da tanga Pai Natal e um Pendura Mala de Mesa ( assim em vez de perder só a mala também podes perder o acessório)
Errezinha – Porta óculos gatinho – forma mais elegante de trazer os óculos sempre consigo...Rute- como é que conseguiste viver sem este acessório...e para não ficares triste levas também com um pendura malas
Manelzinha – Para cozinhares com a Bimby um avental Jane ideais para oferecer a um casal de amigos (o dele é o Tarzan...óbvio)
Carlos- O top ...enquanto torra o pãozinho pode ouvir os cantores de tuva...esta torradeira com rádio integrado!!
ABS- Para evitar tendinites, um tapete com descanso para o braço em formato de mamas:)
Morgaine- Formas para ovos estrelados em forma de coração, flor e porquinho para fazer ovinhos quando a cunhadinha for lá a casa.
Para mim mesmo...este aspirador de migalhas de vaca...é claro!!


E agora vou ter de ir tratar das encomendas...temo que os produtos esgotem para o Natal...

Mário Cesariny

Onan dos outros!...

Onan dos outros! Ó deus que dás confiança
Só a quem já confia!
E não à morrente ou garça mão que se ansa
Varonil e vazia.

O Virgem Negra, tal me descobriram
Cincoenta anos depois,
Em minha infusão estou. Tombam, deliram
Em vão quantos seguiram

Minha viagem ao nunca ser dois.
No seu andor de luto e de desgraça
O Virgem Negra passa
Maior que todos os sóis.

in: O Virgem Negra

tão amigos que eles eram....

o pequeno presidente do psd afirmou que não teve nenhuma interferência no caso que abalou a coligação dirigente da câmara municipal de lisboa.
o presidente da câmara, eleito como independente pelos laranjas, afirmou em entrevista que decidiu retirar o nome de pedro portugal gaspar dos corpos gerentes da sociedade de reabilitação urbana da baixa pombalina... após pedido de marques mendes.
igualmente informou o país que marques mendes lhe disse que a ruptura na coligação 'era um passo que tinha que ser dado'

o facto de pedro portugal ter sido apoioante de filipe menezes no último congresso do psd deve ser visto como um perfeito acaso.
a verdadeira razão é marques mendes não gostar das gravatas que ele usa nas reuniões partidárias.

é assim que se governa a câmara municipal de lisboa...

não devem ter achado estranho os brasileiros, por onde andou a semana passada o pequeno marques mendes, que esta gente se intitule a si mesma de 'laranjas', afinal o nome que o calão brasileiro utiliza para nomear os paus-mandados dos corruptos...

o mundo é tão pequeno.. e a lingua portuguesa tão rica.....

26 de novembro de 2006

Há alturas em que não conseguimos voar.
Impede-nos a dor, a tristeza, a zanga, a saudade. Porém, é também nesses momentos que (re)descobrimos a importância de quem nos rodeia. De quem nos é essencial, que nos quer bem e nos ajuda a voltar a abrir as asas.

Um beijinho para todos os que me têm apoiado e amparado para voltar a bater as minhas asas.

Como fazer um presépio: parte 3 e mais figuras















Obrigada Jorge Escalço Valadas, autor destes desenhos.
A pedido de leitores do Dias, seguem mais 4 moldes de figuras para montar o presépio: O Anjo, Nossa Senhora, São José, o Menino Jesus e um dos Reis. Divirtam-se, recortem, encham tudo de cola e de tintas. No resto já sabem. É clicar e aumentar o desenho até ao tamanho desejado.

How to set up a Nativity Scene. Templates: Angel, Joseph, Mary, Baby Jesus, Sheperd, kings

Burro (autor do milagre)



"São Régulo expulsa de um homem um demónio que tenta tomar posse de um burro (A: D. 130)


São Régulo era um bispo de Arles e Senlis. Um dia estando em Senlis encontrou um homem possesso e o demónio gritou-lhe: " Se me expulsais, permite que eu tome posse daquele burro", e o bispo respondeu "Vai". Quando o diabo ia a introduzir-se no corpo do burro, este pressentindo, fez com a mão direita o sinal da cruz no chão e o demónio viu-se obrigado a afastar-se.
Em comemoração deste milagre, representa-se São régulo tendo um burro deitado aos seus pés- O abade Corblert, Hagiografia da diocese de Amiens.


Dicionário de Milagres, Eça de Queirós,colaboração especial de Luiz Pacheco, Editora Arcádia, 1979

25 de novembro de 2006

Para reflectir

Refletir é negar aquilo em que se acredita.

Emile Auguste Chartier, aka Alain



PP: Como já devem ter notado, ao fim de 2 meses, voltei a ter net em casa. Eu bastante contente. Estou mesmo muito contente... Contentíssimo!!!

Dias e factos

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Estas eram as notícias do almanaque Palhares..Tudo é casual..Os nomes são conhecidos..o Pinto Balsemão deu cabo do polícia 854.

Moda feminina



Esta era a moda feminina para 1906. Era considerada uma moda prática. Imagine-se ir trabalhar assim...Ou ir almoçar ao Escondidinho do Charquinho. Os chapéus, as penas e plumas, as peles, as luvas...
Um bom dia para todos!
(cliquem na imagem para aumentar e ver os detalhes)

24 de novembro de 2006

philippe noiret

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para muitos, ele foi o homem do cinema paraíso, ou o neruda do carteiro.

philippe noiret foi um dos melhores actores que passaram pelo cinema francês.
desde o seu começo em 53 pelas mãos da agnès varda, trabalhou com os melhores realizadores em filmes únicos.
de topázio de hitchcock à grande farra e ao não toques na mulher branca do marco ferreri, de peter yates a vittorio de sica, de tavernier a francesco rosi ou ettore scola, philippe noiret foi dos mais completos actores do cinema europeu.

morreu ontem

o cinema ficou mais pobre
muito mais pobre

Raul Lino

Apontamentos sobre a nossa casa. Desenhos e texto de Raul Lino.Plantas de arquitectura. Normas de utilização. Este livro dá prazer a reler.



(clicar para aumentar e ler)
in a Nossa Casa, Raul Lino

DIA DE NATAL - António Gedeão 24/11/1906 - 19/2/1997

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão 24/11/1906 - 19/2/1997

23 de novembro de 2006

esta é uma informação de serviço público

neste link

podem encontrar uns 70 videos dos beatles

coisas verdadeiramente históricas.
gemas de grande quilate

aparecimentos de mick jagger ou brian jones ou keith richards ou marianne faithfull

deliciem-se

vejam e escutem

e depois não digam que eu não sou vosso amigo....

Comment Ajus et Joé furent sauvées

A estória é contada aqui.
"As curandeiras - Terão reparado numa pequena estatueta portuguesa do princípio do século XX, retratando duas mulheres chinesas que seguram frasquinhos de unguentos, exposta num dos armários da primeira sala do bar-museu "Pavilhão Chinês", no nº 89 da Rua D. Pedro V, em Lisboa? O "Pavilhão Chinês" foi outrora uma farmácia e a estatueta fazia parte do seu espólio, algum do qual adquirido pelo novo dono do espaço.
Essa tosca estatueta é uma humilde homenagem a duas curandeiras chinesas que protagonizaram, em Novembro de 1911, um escândalo de contornos bizarros que abalou a então jovem república portuguesa.
Ajus e Joé, assim as chamavam os jornais da época, numa grafia aportuguesada dos seus nomes originais, eram naturais de Xangai e apresentavam-se como especialistas em devolver a vista a cegos. Os ceguinhos de Lisboa, mais as suas caixinhas de esmolas, guitarras e acordeões, acorreram aos magotes ao humilde hotel onde as chinesas se hospedaram. Naqueles tempos conturbados, o povo sucumbia facilmente à crendice e floresciam as bruxarias.
Todavia, devido talvez ao seu perfume exótico, as chinesas foram tomadas como caso exemplar pelos republicanos, adeptos ferrenhos do positivismo. Resolveram encher-se de brio racionalista e mandaram prender as duas arautas do obscurantismo numa capital que se queria um paradigma do progresso.
A Polícia, porém, deparou com tal resistência por parte dos ceguinhos - que não hesitavam em quebrar as suas guitarras nas cabeças dos agentes - e da populaça em geral, que se tornou impossível evitar um confronto. Rebentou um motim que degenerou em mortes. Estouraram bombas. As redacções de imprensa foram assaltadas. Não fora a pronta acção da cavalaria e Machado Santos teria sido linchado. O caso acaba por ascender ao Parlamento, por iniciativa do ministro do Interior. A prisão das chinesas é usada como mote em comícios e no ataque a adversários políticos. Ninguém consegue manter a serenidade.
A estatueta do "Pavilhão Chinês" é obra de Zeferino Santos, que acompanhava o pai cego nas consultas às curandeiras. O dono da antiga farmácia resolveu adquiri-la para, por graça, a colocar ao lado do anúncio de um medicamento oftálmico.
Quanto a Ajus e Joé, poucos dias depois da sua prisão foram novamente libertadas. Recusaram a extradição para o seu país natal. Algumas semanas antes, a 26 de Outubro desse ano, Sun Yat-sen proclamara a República da China. Receavam ver-se envolvidas com mais republicanos, ainda que chineses. Deixaram Portugal num navio que iria atravessar o Atlântico e nunca mais ninguém soube delas. Tudo quanto resta é uma foto de Joshua Benoliel no Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa e a estatueta do "Pavilhão Chinês".



Teatro em Lisboa



Adivinhem quem são estes actores e o que se está a construir...
É em Lisboa e o ano é 1973.


Podem clicar para ampliar e ver melhor:)

A noite do 112

.
Acordou, a meio da noite, sobressaltada, no meio de um sono agitado. Sentia-se mal… sim, de certeza que havia qualquer coisa mal. Aquela tontura, uma enorme tontura que mal lhe deixava abrir os olhos… e a dor. A dor, ali no peito… sim, mesmo no meio do peito, já tinha esfregado e a dor não tinha passado, estava exactamente na mesma. E o quarto tão escuro… até lhe parecia ouvir gemidos. Sim gemidos, alguém gemia… ou era ela? Claro que era, era ela que estava a gemer, gemia porque lhe doía o peito e já tinha esfregado mas não passava. E o quarto tão escuro que não conseguia ver nada… E a tontura que nem a deixava abrir os olhos… Se ao menos estivesse ali a filha, mas não, não estava. Já tinha gritado por ajuda mas ninguém apareceu, nada. Se ao menos a filha ali estivesse, acendia a luz e o quarto não ficava tão escuro. E a dor que não passava, cada vez pior… até tinha falta de ar, queria respirar e o ar não entrava. Estava com falta de ar, com muitas tonturas… e a dor. Tinha que fazer qualquer coisa… qualquer coisa para ter ajuda, porque ninguém vinha ajudá-la. Se, ao menos, a filha ali estivesse…
Pegou no telemóvel e ligou o 112
- Ligou para o 112… Em que podemos ajudar?
- Sinto-me muito mal, com dores e falta de ar… têm que me ajudar!
E a perguntas continuaram... qual a idade, que mais sentia, de onde ligava e por aí fora.

Eram quatro e vinte da manhã e a enfermeira mal conseguia ler a revista. O turno estava calmo e controlado e, dali a pouco mais de 3 horas, já estaria bem longe dali. Pena era o frio, que era bastante… e ter tanto sono.
Tocou o telefone e ela atendeu
- Está lá…
- Bom dia… estamos a ligar do CODU!
- Sim…
- É sobre a doente Maria dos Anjos…
- Sim?
- A senhora sente-se muito mal, está com toracalgia e dispneia… era bom irem ver o que se passa e colocar O2, talvez.
- A dona Maria dos Anjos?
- Sim, a vossa doente da cama 22… É que ela ligou aqui para o 112!

CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) – Central onde são atendidos e filtrados os telefonemas para o 112, e de onde são dadas as instruções às equipas médicas do INEM.

Receita de filhós

“Receita de Filhós

Para litro e meio de farinha, duas dúzias de ovos e umas pitadas de canela em pó; todo o líquido que for necessário para amassar isto, deve constar de sumo de laranja doce, boa e madura.
Depois de preparada a massa, ligue-se ou amasse-se o mais que for possível, e deixe-se depois levedar por espaços de quatro ou cinco horas, para que a massa se torne bem flexível e macia.
Em seguida estenda-se sobre uma mesa, que deve ter sido untada com azeite, a fim de que a massa não se pegue à madeira. As proporções que se vão estendendo para recortar as filhós, deve ser pouco mais grossa que uma moeda de cinquenta centavos.
Ao lume ponha-se um tache de arame ou frigideira, que tenha suficiente altura, cheio de azeite para ir cozendo as filhós, devendo calcular-se a porção de azeite pela massa que houver feita; para o que fica mencionado, basta um litro.
Estando o azeite em boa fervura, deitam-se só as filhós que cobrem a superfície do azeite, para não se pegarem umas às outras; logo que a filhós empola e core a face que está sobre o azeite, vire-se do outro lado. Depois de prontas, vão-se passando por calda de açucar e passando-as depois para a barrica.
É facultativo afogar tudo isto num cálice de vinho de Porto.”

Receita culinária de filhós ou filhoses de 1918: façam-se as devidas adaptações. O resultado parece-me bom!

In Almanaque Palhares de 1918

'não foi para isto...'



'não foi para isto que os militares fizeram o 25 de abril', disse o comandante fernandes torres referido-se às razões que levam os militares a manifestarem-se hoje em lisboa.

se olharmos para os 3 pontos da discórdia dos militares com o actual governo, vemos que aquilo que leva este comandante a dizer o que disse é o seguinte:
1. a redução das despesas de saúde com os militares
2. a redução nas remunerações dos militares na reserva
3. a redução de 900 militares efectivos.

se estes 3 pontos (independentemente da justeza ou não das reivindicações) servem para estes militares, através do seu porta-voz, considerar que os objectivos do 25 de abril não estão cumpridos, a única coisa que apetece dizer a estes militares é que vão dar uma volta ao bilhar grande e se portem como homens.

mesmo considerando que o segundo ponto até poderá estar ultrapassado com a última posição do ministério das finanças que aceita as 'razões' dos militares (e que têm fundamentalmente a ver com os valores a considerar para efeitos de passagem á reforma dos militares actualmente na reserva),
mesmo considerando que o facto do actual sistema de protecção na saúde aos membros das forças armadas lhes dá garantias e benefícios que mais ninguém tem (e alargados a todos os seus familiares)
mesmo considerando que num país sem guerras há muito tempo e sem ameaças á sua soberania e à segurança nacional, a manutenção dos actuais níveis de efectivos no exército é um verdadeiro absurdo...

mesmo considerando isso tudo, os militares, pela voz do seu porta-voz acham que não foi para isto que fizeram o 25 de abril.


o que este militar nos está a dizer, é que os militares são um bando de golpistas que fazem golpes de estado a pensar na sua posição pessoal e na defesa das suas regalias.

o que este militar nos está a dizer, é que todos os militares deviam ter vergonha dele e dos que o transformaram em porta-voz.

A nossa casa- um projecto de Raul Lino


Raul Lino preconizava o bom gosto na construção das casas simples. Acreditava que era possivel educar o gosto, criando valores estéticos e graus de exigência em termos urbanístico. Em 1920 expressava a esperança, que daqui a umas gerações o povo português se modificasse e exigisse casas bonitas e bem planeadas.
Se ressuscitasse, acho que teria um AVC fulminante. Mas vamos recordar os seus projectos e os desenhos das suas casas ideais.

22 de novembro de 2006

Uma história deliciosa


© Carlos Costa - Fotografia do Portugal dos Pequenitos, Casa de Macau

"O Pátio das Flores Rubras

Pouca gente terá conhecimento da história assaz pitoresca que está por detrás da construção da casa típica de Macau do Portugal dos Pequenitos, em Coimbra. Durante a concepção desse projecto do Antigo Regime, ficou encarregado do plano da casa de Macau um arquitecto que nunca estivera no Oriente. Para levar a cabo a tarefa, e na impossibilidade de até lá se deslocar, consultou afanosamente arquivos fotográficos respeitantes àquele longínquo território português. A sua escolha, no entanto, não foi feliz. Tomou como inspiração para reproduzir em pedra certa fotografia que mostrava um edifício de estilo acentuadamente chinês. O pobre arquitecto ignorava que se tratava de um famoso lupanar da zona mais libertina da Cidade do Santo Nome de Deus: o Pátio das Flores Rubras (Hong Hua Yuan). Este lupanar, que deliciou gerações de chineses e portugueses, foi incendiado em 1947, como consequência de uma intrincada história de vingança entre duas seitas rivais. Dos seus escombros resta apenas, na rua aonde se situara, a pedra fronteira gravada com três caracteres chineses sobre a tradução portuguesa, ainda em grafia antiga: "Páteo das Flores Rubras". No entanto, por ironias do destino, e para que fossem iniciadas de bem cedo as crianças portuguesas nos inefáveis mistérios do Oriente, a reprodução da sua fachada iria sobreviver, fiel, muito longe dali, em Portugal, no Portugal dos Pequenitos."

Este texto é retirado do blog Dragon`s Quest . A autora é Okawa Ryuko .
Um blog bem escrito e ilustrado (umas aguarelas e desenhos que apetecem) e cheio de histórias interessantes. Vão lá e vejam tudo, que vale muitissimo a pena.

A máquina de costura Singer

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Loja de máquinas Singer e fábrica de gravatas A. Mariano & Irmãos no 1º andar
Foto de Joshua Benoliel no Arquivo Municipal de Lisboa


A minha mãe tinha uma Singer destas antigas. No tempo em que a modista vinha a casa para fazer a roupinha para todos. A roupa remendava-se e era passada de irmão pra irmão. Não havia Zara nem HM, os reis da roupa descartável...


In Almanaque Palhares de 1918

Olá! Estou de regresso.

Livra! Estava a ver que não conseguia entrar. Bom dia a todos e obrigada T. Este meu interregno teve a ver com diversas circunstâncias alheias à minha vontade, como se costuma dizer, e já tinha saudades. Faço já um mea culpa por não ter cumprido, ainda, a minha promessa de uma óptima "bola"ou de uns quindins, mas hei-de cumprir em breve, tal como hei-de trazer algumas receitas elaboradas com muito carinho pela miss Bimby.
Ah! E tenho que falar também da fantástica Nespresso que o JP adquiriu. Vi as obras de Arte da nossa Tuxa, com uma policromia fantástica. Tenho de conseguir algumas peças, rapidamente. Beijinhos a todos.
Um PS para o Carlos: o JP comprou um CD do grupo L'Arpegiatta, tem canções do séc. XVIII, em crioulo, da Universidade de Coimbra, é muito bom (já deves conhecer), tem a Llorona etc. e é cantado pelo grupo The King's qualquer coisa que eu não me lembro agora, como de costume.

l'harmonie des nations ou la grande bouffe da música?



não fora a quantidade imensa de chuva que tem caído nos últimos dias, e certamente todos já teriamos notado a água que corre no triângulo belém-chiado-av.de berna pelas lágrimas dos melómanos portugueses.

a harmonia das nações veio de nantes, onde há muitos anos rené martin inventou este conceito de concentração num reduzido número de dias de um imenso número de concertos dedicados a um tema na música a que para simplicar chamaremos de 'clássica'.


o conceito não faz mais que transportar para este mundo da música o que monterey e woodstock fizeram nos anos 60 e todos nós assistimos pelo menos num fim de semana do nosso verão.
com um bilhete de conjunto, podemos escolher todos ou parte dos concertos e viver uma espécie de imersão musical durante 3 dias.
nos últimos anos a festa da música (nome que adoptou em portugal) tem vindo a aumentar o número de concertos e de visitantes.
desde os 27 000 bilhetes para os 72 concertos dedicados a bach no primeiro ano, até aos 51 000 bilhetes e 115 concertos do ano passado, foi sempre a crescer.

ao contrário dos que, principalmente a norte, agora aplaudem a decisão de 'acabar com os privilégios de lisboa' (mas as gentes do porto e arredores não têm vida própria?... têm sempre que viver a sua vida e gerir o seu pensamento em função dos inimigos do sul?), esta questão coloca-me algumas dúvidas.

a minha questão fundamental é saber se o 'atascanso' musical ao estilo 'bar aberto' em que, aproveitando a oportunidade nos alimentamos para a época.

se nos festivais pop/rock a concentração num fim de semana de vários concertos pode diminuir o custo relativo de cada banda que ouvimos, uma vez que o custo de montagem do palco e de toda a estrutura que envolve o concerto é diluída pelos vários grupos, no caso das 'festas da música' a questão não é relevante, uma vez que as estruturas das salas de concerto estão instaladas, havendo apenas a considerar os custos de divulgação diluidos e as sinergias encontradas pela concentração.
no entanto, e tal como acontece nos festivais pop/rock de verão, a atenção da a cada um dos concertos é drasticamente reduzida, relativizando assim a oportunidade de juntar toda aquela gente num único fim de semana de concertos.
todos nós que já estivemos nesses festivais encontramos intervalos para fazer as mais variadas coisas em alturas que estavam a tocar bandas que, em outras ocasiões estariamos uns tempos na sala á espera do começo do concerto.
na festa da musica o assunto é o mesmo.
a simultaneidade e quantidade de concertos, além de fazer perder muitos por não termos o poder da ubiquidade, faz-nos ouvir muitos deles com a atitude de quem está a ouvir mais um.

se o facto de existirem estas concentrações, em termos de divulgação e de foco de atenção pela comunicação social e consequentemente pelas pessoas é uma vantagem, esta grande farra de música (enquanto fruição da dita) já não me parece tão vantajosa assim.

do meu ponto de vista, em vez de chorarem pelo fim do 'bar livre' anual do ccb, todos deveriam exigir que essa quantidade de concertos fosse diluida no ano, com vantagens para os músicos (que são melhor escutados) e para os ouvintes (que os escutam melhor).

21 de novembro de 2006

o presépio de fajão

destes santos sei-lhes os nomes.
alguns são meus familiares.
outros nem por isso.

mas todos de fajão.

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esta é a adoração do menino na capela da senhora da guia pela mão de
guilherme filipe.

o menino ninguém o conhece.
não havia quem devesse ser retratado.

foram os adultos.
os que tinham fajão nas veias

receitas para um natal doce: coscorões de fajão

a matéria prima:

1 kg de farinha
8 ovos
50 gramas de fermento de padeiro
(ou uma colher de sobremesa de fermento em pó)
160 gramas de manteiga
300 gramas de açucar
1 dl de leite
1 dl de azeite
sal

o fabrico:

se usar fermento de padeiro, desfaça-o primeiro em água tépida.

coloque num algidar a farinha, o açúcar, o sal, o fermento e os ovos já batidos.
mexa com uma colher de pau e adicione o leite, a manteiga e o azeite amornados.

mistura-se bem tudo, retira-se do algidar e sova-se vigorosamente até que forme uma bola que se solta da mesa.

volta-se a colocar no algidar e tapa-se com um cobertor.
guarda-se em local quente para ajudar a levedar.

para verificar se já está levedado, pressione a massa com um dedo (ou a mão). se a massa recuperar a sua forma inicial, está levedada e com a elasticidade necessária.

retirem então pequenas porções que se estendem o mais finamente possível.
fritam-se em óleo (ou azeite, se preferirem) bem quente em frigideira (sertã) funda.


depois de escorridas polvilham-se com canela e açúcar.


(opções mais modernas e de influência lisboeta:

adicionar um pouco de vinho do porto, raspa de laranja e um pouco de sumo na mistura da massa)

Receitas de marmelada, geleia e jeropiga






Tanto tipo de marmelada..branca, de laranja de limão...Clicar na primeira imagem para ampliar.

O Arroz

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O arroz é um elemento fundamental na cozinha portuguesa.
Quem não gosta de um arrozinho ?
Aqui seguem alguns preceitos culinários sobre como fazer arroz.

Bommmm Diaaaaaa !!!

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Enfeites para a árvore de natal ou cheirinhos bons para dentro do guarda roupa.

a velha 'ponte nova' de porto da balsa voltou a ser a mais nova... porque a nova ponte foi ceira abaixo


nasci em terras de xisto
à beira do rio ceira
em lugar de balsa sem porto
numa serra onde o açor pousou
em leito de feno dormi
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cresci na terra do sargaço
correndo em lameiros verdejantes
ouvi o sopro dos ventos
junto ao correr das levadas
vi noite sem luar
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ouvi historias de bruxaria
lendas de lobisomens
de almocreves e mouras encantadas
vi sementeiras e colheitas
nas malhas de debulhas

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saltei fogueiras de rosmaninho
acendi o madeiro de natal
cantei janeiras pelo povoado
cheirei alecrim e loureiro
bebi chá de sabugueiro

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(serra do açor, fernando 'ventoinha'/real companhia)