23 de novembro de 2006

'não foi para isto...'



'não foi para isto que os militares fizeram o 25 de abril', disse o comandante fernandes torres referido-se às razões que levam os militares a manifestarem-se hoje em lisboa.

se olharmos para os 3 pontos da discórdia dos militares com o actual governo, vemos que aquilo que leva este comandante a dizer o que disse é o seguinte:
1. a redução das despesas de saúde com os militares
2. a redução nas remunerações dos militares na reserva
3. a redução de 900 militares efectivos.

se estes 3 pontos (independentemente da justeza ou não das reivindicações) servem para estes militares, através do seu porta-voz, considerar que os objectivos do 25 de abril não estão cumpridos, a única coisa que apetece dizer a estes militares é que vão dar uma volta ao bilhar grande e se portem como homens.

mesmo considerando que o segundo ponto até poderá estar ultrapassado com a última posição do ministério das finanças que aceita as 'razões' dos militares (e que têm fundamentalmente a ver com os valores a considerar para efeitos de passagem á reforma dos militares actualmente na reserva),
mesmo considerando que o facto do actual sistema de protecção na saúde aos membros das forças armadas lhes dá garantias e benefícios que mais ninguém tem (e alargados a todos os seus familiares)
mesmo considerando que num país sem guerras há muito tempo e sem ameaças á sua soberania e à segurança nacional, a manutenção dos actuais níveis de efectivos no exército é um verdadeiro absurdo...

mesmo considerando isso tudo, os militares, pela voz do seu porta-voz acham que não foi para isto que fizeram o 25 de abril.


o que este militar nos está a dizer, é que os militares são um bando de golpistas que fazem golpes de estado a pensar na sua posição pessoal e na defesa das suas regalias.

o que este militar nos está a dizer, é que todos os militares deviam ter vergonha dele e dos que o transformaram em porta-voz.

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