este mês morreu gaston lenôtre, criado, segundo o próprio ' à base de natas e manteiga'.
seguramente para a maioria de vocês este nome não vos diz nada e talvez esperassem que, a falar de falecidos, viesse aqui falar do joão aguardela (um nome que será fundamental daqui a uns anos quando se olhar melhor para o seu trabalho nos megafone, na linha da frente ou n'a naifa). da tereza coelho já falou toda a gente.
gaston lenôtre é o 'papa' da doçaria francesa. se os franceses tivessem um césar para suas cenografias doces, seguramente gaton lenôtre o receberia anos a fio.
é famoso o reconhecimento público da ministra da cultura de frança que lhe chamou 'embaixador das delícias'.
piere hermé, hoje o mais mediático pasteleiro francês, e provavelmente o melhor em actividade, aprendeu com ele desde os 14 anos e reconhece hoje que a ele deve tudo, por ter sido ele a moldar-lhe o gosto pela perfeição.
a sua influência chegou a todos os cantos do mundo: foi ele que começou nos anos 60 e tranformar em leveza aquilo que eram os pesados bolos que dominavam a confeitaria mundial.
e chegou, naturalmente, a barcelos de uma forma directa através de uma das suas maiores criações: o macarron (nome que igualmente deu a uma das suas casas, la villa macarron).
há uns tempos falava aqui da confeitaria colonial como um dos segredos mais bem guardados de barcelos.
hoje, ao saber tardiamente da sua morte, ocorrida no dia 8 deste mês, comi um delicioso macarron e agradeci á dádiva celestial.
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