31 de janeiro de 2009
Os livros de receitas
Reeditaram tal e qual o antigamente e bem. O preço? 75 cêntimos cada! Estes são para a sobrinha mais velha. Aconselho.
Estava eu a comprar ao mesmo tempo que um casal. A senhora disse três vezes ao marido,que eram muito giros, recebendo a resposta desabrida "para que queres tu isto?" "São giros", respondeu ela, sorrindo para mim e dissse" A senhora também gosta".
Amo-te
"Amo-te(s?) André e Bernardo.
Só podes gostar de um."
Gostei quer da informação, quer da observação.
Porta do Restaurante Escondinho no Bairro do Charquinho.
john martyn (iain david mcgeachy) 11set48/29jan09
há notícias que nos custam muito a ler.
john martyn foi um dos melhores compositores da música popular.
importante não apenas pela música que fez, como pelo apoio que permitiu a dick drake ainda produzir uma boa parte da sua música antes de se suicidar de vez (andava a suicidar-se lentamente há muito tempo, mesmo sendo muito novo). a canção que a ele dedicou tornou-se uma das mais brilhantes homenagens de um amigo.
john martyn foi um daqueles músicos que me acompanham desde o começo dos anos 70.
um porto seguro quando se procura ouvir algo mais que uns acordes colocados em sequência.
sem john martyn a música fica mais pobre.
mesmo continuando todos nós a ter a sua música.
A Bolacha da Nacional
Como uma simples bolachinha maria inspira uma obra de arte de Jorge Barradas em forma de anúncio...
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Uma imagem com 28 anos...
As pastilhas às cores
Dos benefícios da pasta de dentes Couraça, já falámos aqui. Mas este delicioso texto sobre as pastilhas de Mason não conhecia: gosto particularmente das pardas para prisão de ventre, devem ser alusivas ao evento que se pretende desencadear. Aliás acho mais. Todos os remédios deviam ser às cores, ou às pintas, em frascos lindos. Eu sei, o perigo das crianças se entusiasmarem, Mas sempre os podemos guardar num armarinho alto e fechado à chave
( deformação profissional é uma chatice!).
COME CHOCOLATES, PEQUENA
De repente telefonam: o Afonso está com escarlatina.
Pensava que já não havia escarlatina, que era uma doença do tempo das descobertas, mas, claro, isso era o escorbuto.
O Afonso é o neto e durante uma semana teve de passar algum tempo a contar histórias. Anda sempre a repetir que: histórias é muito melhor que o Canal Panda. Depois apanham-lhe a frase e telefonam a dizer que, para não haver Panda terá de ir contar histórias.
No meio das histórias para o neto, viagens de comboio até à Parede e volta, não houve muito para estas lides, um olhar rápido, deu para ver que havia coisas interessantes, a começar nos Chocolates Regina. Claro que os Chocolates Regina já não são o que eram. Acontece que ele também não.
Chegado está o tempo de, com toda a frontalidade, declarar que é um chocolatedependente. Não comer chocolate, ou não o ver por perto, fá-lo sentir emocionalmente desequilibrado, ansioso e angustiado. O chocolate torna-lhe os dias inquietos. Sabe que não pode comer, ou melhor abusar, mas a simples ideia de não ter chocolates por perto faz emergir uma sensação de desespero e raiva que aos poucos se transforma em angústia. Doce dependência?!
Ao gin-tónico, ao tinto,a o cachimbo, aos charutos consegui colocar um travão. Mas chocolates são uma outra história, interminável mesmo, pois sabe que nada vai conseguir. Acresce que não se limita a comer chocolate. Antes devora chocolate. Aquele gesto suave de partir um pedacinho, meter na boca e ficar a saborear de olhos fechados enquanto se derrete na boca, não está de modo algum ao seu alcance. Tablete aberta, caixa de bombons aberta, não há mais descanso enquanto não chegar ao ponto de nada sobrar.
Isabel Allende em “Afrodite”:
“Que mulher não terá visto as suas defesas desaparecerem perante uma caixa de chocolates. Numa viagem ao interior da Índia não consegui encontrar chocolate e sofri um tormento de privação tão grande que compreendo agora o drama dos toxicodependentes.”
No nosso imaginário o chocolate está sempre ligado ao amor.
Se existe alguém que consegue ficar indiferente ao chocolate, esse alguém não merece o ar que respira. Ou melhor: terá que consultar um médico pois está gravemente doente.
Gostava que vissem os olhos do neto quando ouve a palavra mágica: chocolate? Ele não diz chocolate, diz “colate”.
As memórias de infância têm chocolate espalhado por todos os cantos. Lembra as sombrinhas de chocolate, coelhos de chocolate, carrinhos e, imagine-se, cigarros de chocolate. Os fundamentalistas hoje partiriam a loiça toda, apelariam ao Vaticano se fossem confrontados com o drama, o horror, a tragédia de as criancinhas comerem cigarros de chocolate. Lembra-se da Fábrica de Chocolates “Favorita”, ali em Sapadores, estão lá agora a construir um condomínio fechado. O aroma do chocolate a impregnar as ruas do bairro e tudo à volta ,o perfume do chocolate enquanto caminhava para o Liceu Gil Vicente ou para a casa da avó na Rua Senhora do Monte, tempos de uma Lisboa triste e pobre com miúdos a contentarem-se com o cheiro do chocolate. Lembra-.se, também, da “Regina”, da fábrica chocolates “Vianense” em Viana do Castelo, assim com uns chocolates mais para o baratucho.
“Força é a capacidade de partir uma tablete
de chocolate em quatro partes com as própria mãos –
e depois comer apenas uma dessas partes.”
Judith Vorst, poetisa norte-americana
Ferdinand para concretizar o pedido de casamento a Marília meteu o anel de noivado dentro de um grande ovo de Páscoa e deu-lhe enquanto jantavam no pequeno restaurante do bairro. Ferdinand sabia que Marília era doida por chocolate e mal lhe desse o ovo ela o abriria imediatamente e encontraria o anel. Sonhara, vezes sem conta, com o momento em que, abrindo o ovo, ela se deparava com o anel. Mas Marília nessa noite não estava para chocolates. Sorriu, agradeceu e pôs o ovo de lado, adiantando que o comeria ao deitar. Ferdinand ficou sem saber o que fazer, ainda insistiu duas ou três vezes, mas Marília não estava mesmo para chocolates. Ter de dizer o que estava dentro do ovo de chocolate tornou-se uma inevitabilidade.
A realidade não é feita de príncipes encantados e cinderelas e os sonhos, sonhos mesmo, tornarem-se realidade, só nos contos de fada. Isso aprendeu Ferdinand nessa noite e também que os sonhos são apenas isso e o melhor é deixá-los ficar como estão.
“Bendito chocolate que, depois de ter corrido o mundo
no sorriso das mulheres, encontra a morte num beijo der-
retido e saboroso dos seus lábios.”
- Brillat Savarin, gastrónomo francês
Cientistas americanos garantem que o chocolate faz bem ao coração e pode reduzir o risco de ataques cardíacos.
A associação entre a substância do cacau e a diminuição da pressão arterial é conhecida há cerca de vinte anos, mas nenhum estudo havia sugerido até agora, segundo a cientista Diane Becker, que o consumo diário de pequenas quantidades de chocolate poderia ser tão positivo para os cardíacos.
Mas lá está o pormenor das “pequenas quantidades” de chocolate, o que não permite qualquer possibilidade de chegarmos à gula, esse terrível pecado mortal…
Um outro estudo revela que o chocolate negro melhora o funcionamento das artérias, segundo um estudo publicado que confirma as virtudes medicinais do cacau para o sistema cardiovascular já evidenciadas em outras investigações. Sem estimular o consumo exagerado de chocolate, outra vez as quantidades, os pesquisadores da Universidade de Yale, no Estado de Connecticut, julgaram que os resultados do seu estudo são suficientes para justificar outras pesquisas num período mais longo e com pessoas escolhidas aleatoriamente."Nesta amostra de cerca de quarenta adultos com boa saúde, o consumo quotidiano de chocolate negro por um curto período resultou numa melhoria do funcionamento celular das artérias e pensamos que um estudo clínico mais demorado poderia mostrar mais efeitos positivos", explicaram os médicos.
“Amem o chocolate loucamente, sem complexos nem
falsa vergonha. Lembrem-se que sem um toque de
loucura não existe homem sensato.”
- Brillat Savarin, gastrónomo francês
Teun Van de Keuken, um jornalista holandês de 35 anos pediu a um tribunal de Amsterdão para ser condenado por comer chocolate. Diz ele que ao comer chocolate está a contribuir para a escravidão infantil nas fazendas de cacau da Costa do Marfim e, ao mesmo tempo é uma oportunidade de forçar a indústria de cacau e de chocolate a tomar medidas mais duras para acabar com o trabalho infantil. A Costa do Marfim é o maior produtor mundial de cacau e é acusado por grupos internacionais de direitos humanos de usar crianças como escravas nas plantações.
Estima-se que 40 a 50 milhões de pessoas no mundo vivem do negócio do cacau. Na Costa do Marfim ou no Gana as crianças estão à mercê de pequenos agricultores. A Organização Internacional do Trabalho. admite que 132 milhões de crianças trabalham na apanha do cacau.
“Veneza é como comer uma caixa inteira de bombons de
licor de uma só vez.”
- Truman Capote
“Chocolate” é um delicioso filme de Lasse Hallstrom, um conto de fadas, delicioso pelos chocolates mas também – e não é aspecto de somenos – pela Juliette Binoche. Disse já não lembra quem, que é um filme para comer com os olhos.
“Fábrica de Chocolate” é um filme de Tim Burton, mas não tem Juliette Binoche.
“Como água para chocolate” é um filme de Alfonso Arau, mas também não tem Juliette Binoche. Por sua vez o Tom Hanks, na pele de Forresrt Gump, sentado num banco à espera de um autocarro diz: “A vida é como uma caixa de bombons. Nunca sabemos o que nos espera…”
Mas seria imperdoável falar de chocolate e não trazer um pedacinho da “Tabacaria” do Álvaro de Campos. E fiquem a saber que não há um único problema que um chocolate não resolva:
“Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso, e ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida!”
30 de janeiro de 2009
Onde é?
Dizei!
Anónimo Anónimo disse...
Jardim António Feijó, junto à igreja dos Anjos. A foto é tirada da Rua Palmira
30 Janeiro, 2009 22:33
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Blogger gin-tonic disse...
Está tudo perto e bem localizado. Mas pelas escadas parece-lhe que se trata da Rua Palmira que fica junto ao Jardim dos Anjos e da Rua Álavro Coutinho, rua onde estava o "Colégio Académido" e agora é uma repartição do Serviço de Fronteiras
A chuva escorre
E alguém adivinha que loja era esta.
Pista: Das primeiras lojas de velharias ou objectos vintage de Lisboa.
Loja Rés-Vés em Campo de Ouriquw
A Lhéngua: segunda língua oficial do país
Tenho o direito a ser igual sempre que a diferença me inferioriza; e tenho o direito a ser diferente sempre que a igualdade me descaracteriza.
Boaventura Sousa Santos
Fez ontem dez anos que o mirandês, utilizado nos concelhos de Miranda do Douro e Vimioso, foi considerado língua oficial ao ter sido reconhecido pela lei 7/99 de 29 de Janeiro.
Consciente de que muitos terão contribuído para a sua valorização, ficam duas referências tendo presente que, para além delas, outros têm vindo a ser igualmente responsáveis pela preservação desta marca identitária:
Amadeu José Ferreira traduziu Astérix e diversos clássicos da literatura para a segunda língua oficial do país; os Galandum Galundaina perpetuam, desde 1966, a música tradicional mirandesa, ficando a trasncrição parcial de um dos temas que interpretam:
Nós tenemos muitos nabos
a cozer nua panela,
nun tenemos sal nien unto
nien presunto nien bitela
Mirai qu'alforjas, mirai qu'alforjas
uas mais lhargas, outras mais gordas
uas de lhana, outras de stopa.
[...]
... mas é tão fácil!
A escultura aqui apresentada serve de pista para um outro post, o da colorida ave imponente... é que fica mesmo do outro lado da rua.
Duas perguntas: 1-onde se encontrará (já que há uma pista) o animal cuja designação de urogalo pedi emprestada ao poema?
2- onde se pode ver actualmente esta curiosa escultura?
"Volta do Duche, Sintra", acertou a Rosarinho.
As virtudes dos Pickles de Matosinhos
Outro maravilhoso reclame da Ilustração Portugueza de 1905, da autoria de Valença um discípulo de Bordalo.
Onde se encontra esta ave imponente?
"Esta ave foi avistada no Parque de Valenças em Sintra. Penso que agora se chama Parque da Liberdade." Está certo, Rosarinho:)
O Urogalo
[...]
O urogalo vive solitário e livre e
a solidão e a liberdade condição de vida
podem custar a vida àquele que vive
Mas isso não importa importa só
precisamente isso e nada mais que isso
que seja solitário e seja livre e assim viva
a vida de quem vive não de quem vegeta
e que o seu coração seja capaz da solidão
e que levante o canto em liberdade
e que ao cantar a solidão seja cidade.
Ruy Belo,Transporte no Tempo
29 de janeiro de 2009
Dedicada ao Gin.
VV disse...
Não é para mim mas é o Mercado de Arroios ! :)
29 Janeiro, 2009 22:11
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Blogger Luís Bonifácio disse...
para mim também é
um ano
faz hoje um ano.
aos poucos, sem se dar por isso, há rotinas que se entranham.
até a habituação a esta chuva interminável.
mas há as facilidades a que nos habituamos.
as novidades que aproveitamos.
falta-me muita coisa.
mas raramente falo que que me falta.
interessa-me o que tenho, que é com isso que vivo.
mas, de repente, lembrei-me que fazia hoje um ano.
Mirai
E acertai.
Aqueduto das Aguas livres.
Não sei se ainda está aberto ao publico. A entrada faz-se, ou fazia-se por campolide.
ALA
29 Janeiro, 2009 20:15
Parte final do Aqueduto das águas livres, mesmo antes de entrar na mãe de água das amoreiras. Foto tirada quando se sobe para o terraço da mãe de água.
Dez anos
A cidade vista por uma personagem queirosiana
Assim, meu Jacinto, na Cidade, nesta criação tão antinatural onde o solo é de pau e feltro e alcatrão, e o carvão tapa o Céu, e a gente vive acamada nos prédios como o paninho nas lojas, e a claridade vem pelos canos, e as mentiras se murmuram através de arames - o homem aparece como uma criatura anti-humana, sem beleza, sem força, sem liberdade, sem riso, sem sentimento, e trazendo em si um espírito que é passivo como um escravo ou impudente como um histrião... E aqui tem o belo Jacinto o que é a bela Cidade!
Eça de Queirós, A Cidade e as Serras
As gémeas
Era o ano de 1969 e a as Gémeas deliciavam as raparigas! Lanches e jogos de lacrosse. E muitas intrigas femininas:)
28 de janeiro de 2009
Por dentro...
Que espaço é?
É a entrada do restaurante Buenos Aires, por sinal um dos melhores e mais charmosos de Lisboa. Fica nas Escadinhas do Duque, perto do Largo do Carmo.
Adivinhais
O nome desta rua?
Rua Olivério Serpa.
Se bem me lembro, há alguns meses atrás, a T. também aqui deixou uma foto bem curiosa (feita entre carros parqueados), de uma esplanada nesta zona :)
O fotógrafo fotografado
Toni Frissell photo of an American tourist, Gertrude LeGendre, photographing boats in Lisbon, Portugal.
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PHOTOGRAPHER / CREDIT: Toni Frissell
DATE: 1945
Bela rua...
Como se chama?
Se for a rua que vem da Mata de Benfica e vai dar à estação de combóios de Benfica, penso tratar-se da Rua das Garridas.
Sonhando com outras paragens e com dias de sol
Em casa e perto de uma outra praia, com tanta chuva e nevoeiro lá fora, apetece fugir para outras paragens, mas com o sol e o mar apresentados na imagem. Certamente não seria este o momento ideal. A que destino me refiro? Conseguem identificar o local?
Mocas e Daniel Silva acertaram: "forte da Berlenga, Berlengas".
Pompadour
Lindo este anúncio dos anos 20 de Ary D´Almeida. Dão vida a espartilhos e cintas, até apetece dançar! Os melhores, mais resistentes e mais elegantes! Revista Eva 1925
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Alunos de Apolo.