Estava a ver o caso mal parado e tinha a certeza que tinha que vir trabalhar amanhã. Neste momento, já não tenho certeza o que é muito bom.
Como encravar o motor de uma bimby:
500 gramas de farinha tipo 55 sem fermento
5 ovos
(tenho de comprar outra farinha para fazer massa fresca que esta não funciona muito bem)
será que se o motor ficar muito tempo encravado queima?
30 de abril de 2007
100 passos
entre a casa de peppino impastato e a de gaetano badalamenti são 100 passos.
percorri-os pela primeira vez numa tarde de janeiro, com um siroco gélido que lavava os passeios e levantava os vestidos. recordo-me dum céu pesado e da estrada branca que cortava o campo a todo o seu comprimento, do mar até às primeiras pedras do monte pecoraro.
100 passos, 100 segundos.
experimentei contar e pensar em peppino. quantas vezes passou em frente das persianas de don tano, quando ainda não sabia como tudo terminaria. pensei em peppino, com os punhos dentro dos bolsos, em frente daquela casa, perdida com os seus fantasmas.
finalmente pensei em como é fácil morrer nos confins da sicília.
(claudio fava, “cinque delitti imperfetti”, mondatori 1994)
criado numa família de mafiosos (um tio era o capo cesare manzella), ainda adolescente rompeu com o pai e inicia uma luta contra o poder da mafia na sicília que só acabou na noite de 8 para 9 de maio de 1978 com a sua morte.
foi assassinado pelos mafiosos que o colocaram sobre uma linha de comboio para parecer suicídio.
estava a meio da campanha eleitoral para a câmara de cinisi, onde concorria pela lista da 'democrazia proletaria'. mesmo após a sua morte, os seus concidadãos elegeram-no para o município da sua cidade natal.
um pouco porque na mesma noite foi encontrado o corpo de aldo moro, e pela força que a mafia tinha e tem na sicília, a sua morte foi abafada para além das portas da sua cidade.
no entanto, o seu exemplo e os frutos do seu trabalho na rádio aut, nos movimentos cívicos e políticos fizeram crescer inúmeras organizações que lutam contra a mafia.
passados quase 30 anos do seu assassinato, a memória de peppino impastato é cada vez mais viva.
dos cerca de 2000 amigos que o acompanharam ao cemitério ao som do 'a whiter shade of pale' até aos larguíssimos milhares que hoje enchem as ruas de itália a seguir o seu exemplo, vão quase 30 anos de intensa luta contra o poder da máfia em italia.
os modena city ramblers dedicaram-lhe uma das suas mais famosas canções.
marco tullio giordana realizou, em 2000, um excelente filme que arrecada a fatia de leão dos 'david' desse ano e recolhe prémios em veneza, cannes são paulo, bruxelas e é o candidato italiano ao óscar e aos globos de ouro de melhor filme estrangeiro.
sobre ele se fizeram entretanto inúmeros pequenos filmes ou programas televisivos e imensa literatura se escreveu.
aqui a cena dos 100 passos
e
aqui a cena final com os amigos a passarem em frente á sua casa e novamente em frente às persianas de don tono e o funeral ao som dos procol harum, numa mistura de imagens reais e cinematográficas.
a prematura morte de peppino não impediu que o seu exemplo continuasse a luta contra aqueles que barbaramente o assassinaram
no dia 5 de março de 2001, a justiça italiana finalmente condenou a 30 anos de prisão o seu assassíno, vito palazzolo,
um ano mais tarde, em abril de 2002, gaetano badalamenti foi condenado a prisão perpétua.
peppino vive !!!
percorri-os pela primeira vez numa tarde de janeiro, com um siroco gélido que lavava os passeios e levantava os vestidos. recordo-me dum céu pesado e da estrada branca que cortava o campo a todo o seu comprimento, do mar até às primeiras pedras do monte pecoraro.
100 passos, 100 segundos.
experimentei contar e pensar em peppino. quantas vezes passou em frente das persianas de don tano, quando ainda não sabia como tudo terminaria. pensei em peppino, com os punhos dentro dos bolsos, em frente daquela casa, perdida com os seus fantasmas.
finalmente pensei em como é fácil morrer nos confins da sicília.
(claudio fava, “cinque delitti imperfetti”, mondatori 1994)
giuseppe (peppino) impastato é hoje, provavelmente, o maior símbolo da luta contra a mafia.
criado numa família de mafiosos (um tio era o capo cesare manzella), ainda adolescente rompeu com o pai e inicia uma luta contra o poder da mafia na sicília que só acabou na noite de 8 para 9 de maio de 1978 com a sua morte.
foi assassinado pelos mafiosos que o colocaram sobre uma linha de comboio para parecer suicídio.
estava a meio da campanha eleitoral para a câmara de cinisi, onde concorria pela lista da 'democrazia proletaria'. mesmo após a sua morte, os seus concidadãos elegeram-no para o município da sua cidade natal.
um pouco porque na mesma noite foi encontrado o corpo de aldo moro, e pela força que a mafia tinha e tem na sicília, a sua morte foi abafada para além das portas da sua cidade.
no entanto, o seu exemplo e os frutos do seu trabalho na rádio aut, nos movimentos cívicos e políticos fizeram crescer inúmeras organizações que lutam contra a mafia.
passados quase 30 anos do seu assassinato, a memória de peppino impastato é cada vez mais viva.
dos cerca de 2000 amigos que o acompanharam ao cemitério ao som do 'a whiter shade of pale' até aos larguíssimos milhares que hoje enchem as ruas de itália a seguir o seu exemplo, vão quase 30 anos de intensa luta contra o poder da máfia em italia.
os modena city ramblers dedicaram-lhe uma das suas mais famosas canções.
marco tullio giordana realizou, em 2000, um excelente filme que arrecada a fatia de leão dos 'david' desse ano e recolhe prémios em veneza, cannes são paulo, bruxelas e é o candidato italiano ao óscar e aos globos de ouro de melhor filme estrangeiro.
sobre ele se fizeram entretanto inúmeros pequenos filmes ou programas televisivos e imensa literatura se escreveu.
aqui a cena dos 100 passos
e
aqui a cena final com os amigos a passarem em frente á sua casa e novamente em frente às persianas de don tono e o funeral ao som dos procol harum, numa mistura de imagens reais e cinematográficas.
a prematura morte de peppino não impediu que o seu exemplo continuasse a luta contra aqueles que barbaramente o assassinaram
no dia 5 de março de 2001, a justiça italiana finalmente condenou a 30 anos de prisão o seu assassíno, vito palazzolo,
um ano mais tarde, em abril de 2002, gaetano badalamenti foi condenado a prisão perpétua.
peppino vive !!!
o serpão
o serpão é provavelmente a erva aromática mais utilizada em fajão.
estranhamente é quase desconhecida por quase toda a gente que dali não é.
durante muito tempo andei á procura desta erva que aromatiza principalmente o cabrito assado e a chanfana (e no geral os pratos de carne feitos no forno) em fajão (e em tempos o bucho, quando isso se fazia por lá)
um dia destes falarei de algumas receitas em que esta deliciosa erva (da família dos tomilhos), se utiliza.
por hoje, aqui vai a imagem da dita num vaso do terraço da casa dos meus pais.
espero também falar brevemente de uma outra, aparentemente da mesma família (a avaliar pela forma das folhas) mas com um cheio mais citrino (o que poderá levar a crer tratar-se de serpão-laranja ou serpão-limão, nomes dados por aquelas zonas àquelas variedades do serpão) e que o meu pai me deixou numa caixa de fósforos cheia de sementes.
estranhamente é quase desconhecida por quase toda a gente que dali não é.
durante muito tempo andei á procura desta erva que aromatiza principalmente o cabrito assado e a chanfana (e no geral os pratos de carne feitos no forno) em fajão (e em tempos o bucho, quando isso se fazia por lá)
um dia destes falarei de algumas receitas em que esta deliciosa erva (da família dos tomilhos), se utiliza.
por hoje, aqui vai a imagem da dita num vaso do terraço da casa dos meus pais.
espero também falar brevemente de uma outra, aparentemente da mesma família (a avaliar pela forma das folhas) mas com um cheio mais citrino (o que poderá levar a crer tratar-se de serpão-laranja ou serpão-limão, nomes dados por aquelas zonas àquelas variedades do serpão) e que o meu pai me deixou numa caixa de fósforos cheia de sementes.
29 de abril de 2007
A praça da Figueira
Pois é, descobri que tinha a Ocidente Encadernada. Um parco mas suculento volume. Dei logo de olhos, além da ponte para o amigo Manuel, nesta gravura da praça antes da remodelação, que aqui ainda se previa apenas para um futuro imediato.
O cronista conta a história deste mercado, que foi ocupar o espaço do Hospital de Todos os Santos, ardido em 1755. Da constante evolução das necessidades de consumo da cidade, que implicaram sucessivas ampliações. Lugares de fruta, hortaliça, caça e ainda outras indústrias. Em 1849, foi fechado com portas e grades de ferro nas oito entradas. E relembra as festas populares que aí se realizavam, com bailes e decantes "à procura de palmitos com os seus versinhos coxos", ao "engodo das sortes onde muitos ainda julgam ler o seu destino futuro".
Um artigo um pouco nostálgico, a bem da civilização mas" bem hajam os que não esquecem os folguedos dos seus antepassados. Caminhe a civilização , mas não extinga de entre os povos usos e costumes que a não contrariam e a alegram a eles. "
Parece que foi o que aconteceu com as festas de Lisboa.Igual sorte não teve o mercado, demolido que foi. A Praça da Figueira ainda agora parece um espaço sem sentido.
Percebe-se porquê. Falta a "praça".Para visualizar a gravura, é clicar nela e ampliar.
O cronista conta a história deste mercado, que foi ocupar o espaço do Hospital de Todos os Santos, ardido em 1755. Da constante evolução das necessidades de consumo da cidade, que implicaram sucessivas ampliações. Lugares de fruta, hortaliça, caça e ainda outras indústrias. Em 1849, foi fechado com portas e grades de ferro nas oito entradas. E relembra as festas populares que aí se realizavam, com bailes e decantes "à procura de palmitos com os seus versinhos coxos", ao "engodo das sortes onde muitos ainda julgam ler o seu destino futuro".
Um artigo um pouco nostálgico, a bem da civilização mas" bem hajam os que não esquecem os folguedos dos seus antepassados. Caminhe a civilização , mas não extinga de entre os povos usos e costumes que a não contrariam e a alegram a eles. "
Parece que foi o que aconteceu com as festas de Lisboa.Igual sorte não teve o mercado, demolido que foi. A Praça da Figueira ainda agora parece um espaço sem sentido.
Percebe-se porquê. Falta a "praça".Para visualizar a gravura, é clicar nela e ampliar.
Os pequenos anúncios
Deles compuseram a capa do livro Corvos, que já referi aqui várias vezes. Estes são deliciosos. Gosto da senhora educada para ensinar menina de 27 anos...dos sofás cama feitos a domicílio...da jovem muito fina que deseja casar...da senhora detective de Porto Brandão..do universitário que carece de senhoria com coração bondoso! Olhem ampliem a imagem e leiam porque se vão rir um bocado.
Eu sempre adorei estas colunas de anúncios nos jornais. É sempre uma surpresa recheada de querermos saber o que vai acontecer a seguir!
28 de abril de 2007
Os roteiros das ruas de Lisboa
Sou uma fascinada por roteiros. Este comprei-o numa feira qualquer e está em bastante mau estado, de tão manuseado que foi..
Mudavam o nome à rua? Pois, emendava-se o roteiro. Este tem a particularidade de ter sido acrescentada a rua Norberto de Araújo.
A governação do país? Primeira página. Tudo muito simples. Era Interior e não Administração Interna. E Instrução, qual Educação. E as Colónias? Mudam os tempos, mudam as nomenclaturas. O roteiro porém arquiva todas as informações de utilidade pública. E sobreviveu.
Mudavam o nome à rua? Pois, emendava-se o roteiro. Este tem a particularidade de ter sido acrescentada a rua Norberto de Araújo.
A governação do país? Primeira página. Tudo muito simples. Era Interior e não Administração Interna. E Instrução, qual Educação. E as Colónias? Mudam os tempos, mudam as nomenclaturas. O roteiro porém arquiva todas as informações de utilidade pública. E sobreviveu.
27 de abril de 2007
Era uma vez...
Um prédio em Lisboa e derrocou por ali abaixo. Tenho a fotografia e não sei que nome dar à rua. Está ali a empalidecer e a encaracolar. Deve ter uns 20 anos.
Alguém reconhece este desvalido da fortuna?
los borbones a los tiburones
espero um dia caminhar pela madrid republicana e ver a bandeira tricolor hasteada nos edifícios por muitos jaume d'urgell
As termas
Em Junho ou Setembro era certo. Passavam parentes lá em casa, a caminho das termas. Geralmente era a Curía o destino. Eu ficava invejosa e imaginava-me com graves doenças para ir termar também. Mais velhita fui passar umas férias a Monte Real. Namorei, joguei cartas, fumei que me fartei e de água nada, mas observei o ritual( como eu gosto do termo buvette).Não me pareceu grande coisa. E as dietas do hotel, bem... Agora as termas foram substituídas pelos SPA.
Mas estas fotografias de 1930 conservam o seu encanto. Com telefone para todo o País e luz eléctrica em todos os aposentos! Maravilha!
imagem dos violentos manifestantes do 25 abril a enfrentar a polícia
roubado gentilmente ao jornal 'o público', aqui repoduzo a foto da página onde aparecem os manifestantes violentamente armados (como afirmou a polícia para justificar o ataque) em atitude de grande agressividade e a praticar disturbios quando a polícia os encontrou.
claro que após serem presentes a tribunal, estes perigosos criminosos estão com 'termo de identidade e residência'
serviço público da polícia de choque para mostrar às gerações mais novas como eram as manifestações antes de 74.
aqui
claro que após serem presentes a tribunal, estes perigosos criminosos estão com 'termo de identidade e residência'
serviço público da polícia de choque para mostrar às gerações mais novas como eram as manifestações antes de 74.
aqui
Uma Irritação!
uhh uhh
yeh yeh
faz faz
beh beh
uhh uhh
yeh yeh
faz faz
béh beh
diariamente sou atacado por uma melodia com uma batida viciante & com uma voz masculina que canta estes belos versos:
uhh uhh
yeh yeh
faz faz
beh beh
uhh uhh
yeh yeh
faz faz
béh beh
eu sei que o objectivo daqueles versos é conseguirem ficar facilmente na memória de quem os ouve... mas... OUVIR MUITAS VEZES AQUELA MÚSICA PROVOCA-ME IRRITAÇÃO! e a música (ou só o naco do refrão...) está seeeeeempreeeee a tocar nas estações do metro! BOLAS!!!
deveria ser proibido por lei por aquela música a tocar nas estações do metro!
um aparte: pensando bem... o que eu quero quando entro numa estação do metro não é ouvir música, nem ver televisão... é deslocar-me para qualquer lado, durante muitas anos as estações do metro não tinham televisões com música & eu nunca ouvi ninguém afirmar que tinha deixado de andar de metro por não existir televisão! esta mania de que qualquer espaço onde se junte mais que uma mão cheia de consumidores, ser um bom local para espetar uma televisão está a transformar os espaços públicos em meras zonas de televisões...
yeh yeh
faz faz
beh beh
uhh uhh
yeh yeh
faz faz
béh beh
diariamente sou atacado por uma melodia com uma batida viciante & com uma voz masculina que canta estes belos versos:
uhh uhh
yeh yeh
faz faz
beh beh
uhh uhh
yeh yeh
faz faz
béh beh
eu sei que o objectivo daqueles versos é conseguirem ficar facilmente na memória de quem os ouve... mas... OUVIR MUITAS VEZES AQUELA MÚSICA PROVOCA-ME IRRITAÇÃO! e a música (ou só o naco do refrão...) está seeeeeempreeeee a tocar nas estações do metro! BOLAS!!!
deveria ser proibido por lei por aquela música a tocar nas estações do metro!
um aparte: pensando bem... o que eu quero quando entro numa estação do metro não é ouvir música, nem ver televisão... é deslocar-me para qualquer lado, durante muitas anos as estações do metro não tinham televisões com música & eu nunca ouvi ninguém afirmar que tinha deixado de andar de metro por não existir televisão! esta mania de que qualquer espaço onde se junte mais que uma mão cheia de consumidores, ser um bom local para espetar uma televisão está a transformar os espaços públicos em meras zonas de televisões...
barranco de cegos
O mal cozinhado
A ler o Roby do Amorim, descubro o que foi o célebre Mal Cozinhado:“um labirinto de sujas, imundas tabernas, montadas em toscas cabanas de madeira, mal cobertas de colmo. Pegajosas de fumo e de azeite”. Panorama apetitoso, está visto.
Este complexo de restauração permaneceu vivo entre o século 16 ao 19.
Situava-se atrás dos Paços Reais, entre o Terreiro do Paço actual e o Cais do Sodré. Os clientes eram a gente pobre de Lisboa, muitos operários ligados à construção naval. Estas tascas não tinham mesas nem cadeiras e o petisco era peixe frito.O vinho? Ia-se buscar à Rua Cata-que Farás e o pão vinha de casa. Quem assava o peixe, sobretudo sardinhas, eram negros e negras azafamados e esbraseados, pois pudera.
Quase que apetece fazer uma viagem no tempo e ir espiolhar não é? Imagino os comensais assim, como nesta foto de Benoliel. Bigodudos e mal encarados.
Engraçado, em googlando, aparecem imensos restaurantes com este nome. A memória colectiva é uma coisa extraordinária.
Roby Amorim, Para uma história da alimentação em Portugal, Edições Salamandra)
Foto de Joshua Benoliel
26 de abril de 2007
dia 26 de abril, dia de guernica.
todos vocês sabem que na espanha nós não nos situamos como meros observadores desinteressados...
adolfo hitler, 29 de abril de 1937.
aproveitando o dia da feira franca de guernica, em que a cidade estava cheia de camponeses que vinham das aldeias para comprar e vender o que tinham e não tinham, e quando perto de 'las 5 en punto de la tarde', a legião condor dos nazis alemães fez a sua primeira incursão.
eram 4 e 45 da tarde quando o bando de heikels 11 começou a despejar bombas sobre a população indefesa a mando e para ajudar os fascistas espanhóis, que não aceitavam o governo republicano resultante de eleições democráticas.
assim foi durante 2 hora e 45 minutos.
no final, 1 654 mortos e 889 feridos estavam pelo chão das ruas de guernica. 40% da sua população.
(foto robert capa)
tal como em ocasiões mais recentes, os nacionalistas trataram de atribuir a chachina aos republicanos que terian incendiado guernica e irun..
ainda hoje o estado espanhol não reconheceu oficialmente a sua participação no massacre, coisa que a alemanha, embora só muito tardiamente, nos anos 90, já o tenha feito.
para muita gente, guernica não é mais que um quadro de picasso com hontas de enorme destaque no museu da rainha sofia em madrid.
esse mesmo madrid que até hoje nem reconheceu as culpas, nem desculpas pediu ao povo de guernica.
hoje, 26 de abril, é dia de luto e de luta em guernica.
para que nunca mais !!!!
el árbol de guernica
(esta substituiu em 2004 a que foi declarada morta e removida para dentro do jardim)
el árbol de guernica
es símbolo bendito
que ama todo vasco
con entrañable amor.
árbol santo: propaga
tu fruto por el mundo
mientras te tributamos
ferviente admiración.
la tradición nos dice
que el árbol de guernica
hace más de mil años
por dios plantado fue.
àrbol santo: no caigas,
que sin tu dulce sombra,
completa, irremisible,
nuestra perdición es.
no caerás, ¡oh roble!,
si cumple sus deberes
vizcaya. un noble abrazo
sus hijos se han de dar.
y así las cuatro hermanas
te prestarán su apoyo
para que el vasco
viva libre y en paz.
para que nunca muera
el símbolo sagrado
doblemos la rodilla
e invoquemos a dios.
y el árbol sacrosanto
vivirá eternamente
siendo el himno de gloria
de nuestra redención.
en tiempos ya lejanos,
¡oh patria siempre amada!,
de tu suelo quisieron
el árbol arrancar.
unámonos, hermanos,
y luchemos sin tregua
por defender el trono
de nuestra libertad.
roble antiguo y sin mancha:
consérvate lozano,
con primavera eterna,
con eterno verdor.
ten piedad de nosotros
y préstanos tu sombra,
pues te adoramos todos
con santa devoción.
el árbol nos responde:
"vivid apercibidos
y que yo nunca muera
debéis siempre pedir".
no deseamos guerra,
que en paz con nuestras leyes
sabias, libres y amadas,
deseamos vivir.
Queremos, ante todo,
que con la paz fecunde
la tierra que sustenta
el árbol secular.
Su sombra bienhechora
derrame generoso
sobre el pueblo euskaldun
libre, noble y audaz.
adolfo hitler, 29 de abril de 1937.
aproveitando o dia da feira franca de guernica, em que a cidade estava cheia de camponeses que vinham das aldeias para comprar e vender o que tinham e não tinham, e quando perto de 'las 5 en punto de la tarde', a legião condor dos nazis alemães fez a sua primeira incursão.
eram 4 e 45 da tarde quando o bando de heikels 11 começou a despejar bombas sobre a população indefesa a mando e para ajudar os fascistas espanhóis, que não aceitavam o governo republicano resultante de eleições democráticas.
assim foi durante 2 hora e 45 minutos.
no final, 1 654 mortos e 889 feridos estavam pelo chão das ruas de guernica. 40% da sua população.
(foto robert capa)
tal como em ocasiões mais recentes, os nacionalistas trataram de atribuir a chachina aos republicanos que terian incendiado guernica e irun..
ainda hoje o estado espanhol não reconheceu oficialmente a sua participação no massacre, coisa que a alemanha, embora só muito tardiamente, nos anos 90, já o tenha feito.
para muita gente, guernica não é mais que um quadro de picasso com hontas de enorme destaque no museu da rainha sofia em madrid.
esse mesmo madrid que até hoje nem reconheceu as culpas, nem desculpas pediu ao povo de guernica.
hoje, 26 de abril, é dia de luto e de luta em guernica.
para que nunca mais !!!!
el árbol de guernica
(esta substituiu em 2004 a que foi declarada morta e removida para dentro do jardim)
el árbol de guernica
es símbolo bendito
que ama todo vasco
con entrañable amor.
árbol santo: propaga
tu fruto por el mundo
mientras te tributamos
ferviente admiración.
la tradición nos dice
que el árbol de guernica
hace más de mil años
por dios plantado fue.
àrbol santo: no caigas,
que sin tu dulce sombra,
completa, irremisible,
nuestra perdición es.
no caerás, ¡oh roble!,
si cumple sus deberes
vizcaya. un noble abrazo
sus hijos se han de dar.
y así las cuatro hermanas
te prestarán su apoyo
para que el vasco
viva libre y en paz.
para que nunca muera
el símbolo sagrado
doblemos la rodilla
e invoquemos a dios.
y el árbol sacrosanto
vivirá eternamente
siendo el himno de gloria
de nuestra redención.
en tiempos ya lejanos,
¡oh patria siempre amada!,
de tu suelo quisieron
el árbol arrancar.
unámonos, hermanos,
y luchemos sin tregua
por defender el trono
de nuestra libertad.
roble antiguo y sin mancha:
consérvate lozano,
con primavera eterna,
con eterno verdor.
ten piedad de nosotros
y préstanos tu sombra,
pues te adoramos todos
con santa devoción.
el árbol nos responde:
"vivid apercibidos
y que yo nunca muera
debéis siempre pedir".
no deseamos guerra,
que en paz con nuestras leyes
sabias, libres y amadas,
deseamos vivir.
Queremos, ante todo,
que con la paz fecunde
la tierra que sustenta
el árbol secular.
Su sombra bienhechora
derrame generoso
sobre el pueblo euskaldun
libre, noble y audaz.
ainda a propósito de comemorar o 25 de abril
no seu estilo monocórdico e vazio de ideias, o senhor presidente da república debitou ontem uma série de generalidades na assembleia da república.
nem uma ideia nova dali saiu.
mas também ninguém esperaria que isso acontecesse.
como de onde não sai nada é preciso espremer, lá se espremeu a ideia de que é preciso alterar a forma de comemorar o 25 de abril.
para quem olhasse aquela figura, naquele local, com aquele estilo e aquela linguagem a dizer que era preciso acabar com o que estava precisamente a fazer, soava um bocado a suicídio político... mas adiante.
uma das principais virtudes do 25 de abril, é hoje não se questionar a liberdade que temos (independentemente do discurso aparvalhado do deputado paulo rangel), e os jovens que nunca viveram a ditadura nem sequer imaginarem o que isso foi, nem o que era viver nesse tempo.
o discurso da sardinha dividida ao meio não faz o mínimo sentido hoje. e se insistirmos muito nele acabam por não acreditar no que até era verdade...
o senhor presidente da república acha que as comemorações do 25 de abril são apenas aquela coisa enfadonha na assembleia da república.
é pena que assim ache.
independentemente dos locais e das forças que governam cada município, por todo o lado a noite de 24 para 25, tem festas com imensa gente e o dia 25, mais nuns locais que noutros, tem milhares que se manifestam nas ruas.
mas, pelos vistos, não passam pelas portas do senhor presidente.
ontem, talvez respondendo ao apelo do senhor presidente, alguns jovens foram comemorar o 25 de abril para a zona do chiado.
foram recebidos condignamente pela polícia de choque.
que bela maneira de lembrar aos jovens que não viveram a ditadura, como a repressão se manifestava nas ruas.
isso é serviço público !!!
a propósito de um comentário a um post meu sobre a jcp e ricardo araújo pereira
comentou antónio fonseca a propósito do que escrevi sobre a participação de ricardo araújo pereira nas comerações do 25 de abril o que julgo ser a nota oficial do pcp sobre a matéria, profusamente enviada como comentário a todos os blogues que sobre o assunto se pronunciaram, e que transcrevo na íntegra, depois dos meus considerandos sobre a mesma:
1. seguramente o 'diário de notícias' poderia, e deveria, noticiar que a js tinha vetado o dirigente sindical proposto pela jcp.
2. não me parece comparável, o veto a pedro frias que, sendo dirigente do sindicato dos enfermeiros e membro da cgtp/in é, igualmente, membro da jcp e destacado subscritor da candidatura de jerónimo de sousa à presidência (como basta a consulta à página da jcp na internet para ficar esclarecido sobre estas questões), com a de uma pessoa da qual não se conhecem, neste momento, quaisquer ligações partidárias.
3. ficamos a saber, pela nota do pcp, que a jcp não vetou a presença de ricardo araújo pereira, mas apenas que 'não aceitou' o seu nome numa reunião da comissão organizadora ,onde cada voto contra tem o valor de um veto, já que o consenso é obrigatório.
4. ficamos a saber que a jcp apresentou como alternativa a actriz e sindicalista joana bastos, igualmente conhecida pelas suas ligações ao pcp e à comissão de apoio à candidatura de jerónimo de sousa.
5. também ficamos a saber por esta nota, que o pcp teria muito gosto em ver o seu ex-militante nas comemorações do 25 de abril a descer a avenida, desde que a falar estivesse o enfermeiro pedro frias que, no dizer dos jovens do pcp, 'iria incendiar com o seu discurso'
6. não estou aqui a negar o direito das pessoas seram do partido que entenderem e defenderam o candidatos que escolherem, mas questiono a oportunidade da jcp apresentar militantes seus como nomes 'unificadores' e depois lamentar-se dos outros partidos não aceitarem tão generosas sugestões.
7. repito o que disse: os dirigentes da jcp são autistas e nem os interesses do seu partido sabem defender e muito menos a célebre política da 'unidade na acção', que para a miopia da jcp significa apenas 'unidade sob a nossa direcção e com a nossa política de interesses'.
assim não vão longe...
segue agora o comentário de antónio fonseca que é, na essencia, a nota do pcp sobre a matéria:
"O que apareceu no DN é absolutamente mentira, aqui segue o esclarecimento:
PCP esclarece notícia do DN
Quinta, 19 Abril 2007
A propósito da notícia do DN hoje publicada sob o título «PCP veta "Gato"» o PCP entende esclarecer que só por absoluta inexactidão, ou declarada má fé, se pode atribuir ao PCP, como é intenção da peça, a atitude de veto de Ricardo Araújo Pereira a propósito da intervenção de um jovem em representação de organizações juvenis na iniciativa de comemoração do 25 de Abril. A propósito da noticia do DN hoje publicada sob o título «PCP veta “Gato”» o PCP entende esclarecer o seguinte:
● Só por absoluta inexactidão, ou declarada má fé, se pode atribuir ao PCP, como é intenção da peça, a atitude de veto de Ricardo Araújo Pereira a propósito da intervenção de um jovem em representação de organizações juvenis na iniciativa de comemoração do 25 de Abril.
● Em rigor o que se pode afirmar é que esta questão, a exemplo do que sucedeu com a inviabilização do acordo sobre o “Apelo” dos promotores, é expressão da atitude dos que, no quadro da comissão promotora, agiram para impedir nas comemorações quaisquer referências ou juízos críticos à acção do governo do PS.
● Na actual situação – de agravamento dos problemas dos jovens e em particular dos jovens trabalhadores, que a recente lei sobre trabalho temporário veio acentuar, e de que a acção de luta de jovens trabalhadores de 28 de Março foi expressivo testemunho – a JCP apresentou e defendeu, desde o primeiro momento, por razões de actualidade política, a proposta (que chegou a ser consensualizada embora com a ausência da JS) de um jovem dirigente sindical (Pedro Frias) para a referida representação. É na sequência do desacordo manifestado já em momento posterior pelo representante da Juventude Socialista a esta proposta que o nome de Ricardo Araújo Pereira é apresentado e defendido (três reuniões mais tarde) pela JS e o BE. Perante o desacordo destas organizações àquela proposta foi ainda adiantado em alternativa, por iniciativa da Interjovem o nome de Joana Bastos para eventual consideração.
● Foi a falta de consenso entre as várias organizações juvenis – indispensável no processo de construção de decisões da comissão promotora das comemorações do 25 de Abril – que inviabilizou o acordo necessário para a referida escolha.
● O sentido que o título do DN e a peça que o acompanha pretende atingir é assim manifestamente tendencioso. Com igual «rigor» o DN poderia ter titulado “PS(ou BE) veta jovem sindicalista”.
● É assim absolutamente falso que o PCP tenha “vetado” o nome de Ricardo Araújo Pereira. Para o PCP, a presença de todos quantos, como Ricardo Araújo Pereira, e tantos outros designadamente dos meios artísticos e culturais, se queiram associar às comemorações de Abril é sinal de uma desejável manifestação de vontade democrática de participação e de afirmação dos valores de Abril.
António Fonseca
Rio de Mouro"
25 de Abril
Eu sei que hoje já é dia 26.
Sei que tinha pensado fazer, na véspera e dia, uma foto-reportagem… mas nem sempre as coisas correm como idealizamos.
Porém, ainda imbuída do espírito e porque Abril de 74 foi decididamente uma revolução invulgar, sem o "normal" derramamento de sangue que as acompanha e porque a canção pode ser uma arma… também de música se fez Abril.
Deixo-vos a 1ª senha do movimento e que é, sem dúvida, uma das músicas da minha vida.
Sei que tinha pensado fazer, na véspera e dia, uma foto-reportagem… mas nem sempre as coisas correm como idealizamos.
Porém, ainda imbuída do espírito e porque Abril de 74 foi decididamente uma revolução invulgar, sem o "normal" derramamento de sangue que as acompanha e porque a canção pode ser uma arma… também de música se fez Abril.
Deixo-vos a 1ª senha do movimento e que é, sem dúvida, uma das músicas da minha vida.
Armazéns do Minho
A passear-me por Alvalade, não resisto a fotografar os Armazéns do Minho. Aquelas fardetas, cada qual do seu género, entusiasmaram-me bastante. Mas a loja parece próspera e apresenta uma profusão de indumentárias de pasmar. Gosto sobretudo da elegância dos enchimentos das formas femininas, que esvoaçavam lentamente. Hoje com a ventania que está devem estrebuchar furiosamente. E é isso. Ainda é bom passear por Lisboa.
25 de abril de 2007
A drogaria
Para a formiga desterrada lá longe, a fotografia através da montra de uma verdadeira drogaria alfacinha. Até tem Chanel em boião de vidro. E nem é caro. Tudo se pesa, tudo se compra. Haja clientes.
Note-se a bela balança.
33 anos
Eu ainda andei à procura de textos e coisas assim. Arranjei umas fotografias de cravos, e do Salgueiro Maia. Depois desisti.
A verdade é que, por cada ano que passa, fico mais siderado. O que sinto sobre o que aconteceu há trinta e três anos é, para mim, cada vez menos exprimível por palavras. Nem sequer dizer "obrigado" me parece fazer justiça àqueles homens.
Cada um de nós, individualmente, é responsável por aquilo que nos foi entregue há trinta e três anos. Honremos essa responsabilidade.
A verdade é que, por cada ano que passa, fico mais siderado. O que sinto sobre o que aconteceu há trinta e três anos é, para mim, cada vez menos exprimível por palavras. Nem sequer dizer "obrigado" me parece fazer justiça àqueles homens.
Cada um de nós, individualmente, é responsável por aquilo que nos foi entregue há trinta e três anos. Honremos essa responsabilidade.
Pouca Sorte com Barbeiros
"Ao tempo em que eu chupava o meu primeiro cigarro clandestino, a Campo de Ourique, namorando uma loirinha da mansarda em frente, e a barba começava a dar-me a aparência dum fruto peco, descobri à Rua Ferreira Borges o maior de quantos barbeiros jamais me assentaram a mão nas faces: o Rego. Dessa vez tive barbeiro para um ror de anos, uns bons dez. (...)
Tinha o Rego uma filha casadoira, bem comportadinha, coitada, um modelo de virtudes a Campo de Ourique. Com uns arzinhos de sonsa, quem te vê não quebras um prato, deu-lhe para se apaixonar perdidamente por um vizinho, homem casado e, ao que parece, muito sério (todos nós somos sérios até à primeira), com laboratório de análises químico-farmacêuticas à referida Rua Ferreira Borges; e um belo dia à hora em que as fábricas do bairro apitavam e ela devia levar o almoço ao pai, num cabaz, fugiu com o homem das pipetas. Uma menina tão bem comportada. Nesse dia o Rego -barbeiro jejuou, coitado, e nunca foi possível averiguar que destino levou o cabaz com o almoço: os dois ternos amantes foram talvez comê-lo, em mavioso piquenique, para o Parque Silva Porto ou as furnas de Monsanto.
O caso provocou muita emoção. O Rego chorava, metaforicamente falando, ao meu pescoço, que me roia e danava interiormente por eu não ter aproveitado a garota. (...)
O Rego-barbeiro , coitado nunca mais se refez do abalo: ainda durou coisa de dois anos(....)
Lentamente afundou-se . A pele cerosa. Cuspia sempre, muito engasgado. Dava dó vê-lo. Tinha qualquer coisa no insófago(...) e uma tarde morreu serenamente, sem dor, de inanição, como ainda hoje se morre a Campo de Ourique.
Foi uma grande perda para mim, mas como o cabelo não parou de me crescer, comecei logo a procurar outro barbeiro(...) "
In Leah e outras histórias, José Rodrigues Migueís ,Estúdios Cor
Foto : Cortesia do Arquivo Municipal de Lisboa
Tinha o Rego uma filha casadoira, bem comportadinha, coitada, um modelo de virtudes a Campo de Ourique. Com uns arzinhos de sonsa, quem te vê não quebras um prato, deu-lhe para se apaixonar perdidamente por um vizinho, homem casado e, ao que parece, muito sério (todos nós somos sérios até à primeira), com laboratório de análises químico-farmacêuticas à referida Rua Ferreira Borges; e um belo dia à hora em que as fábricas do bairro apitavam e ela devia levar o almoço ao pai, num cabaz, fugiu com o homem das pipetas. Uma menina tão bem comportada. Nesse dia o Rego -barbeiro jejuou, coitado, e nunca foi possível averiguar que destino levou o cabaz com o almoço: os dois ternos amantes foram talvez comê-lo, em mavioso piquenique, para o Parque Silva Porto ou as furnas de Monsanto.
O caso provocou muita emoção. O Rego chorava, metaforicamente falando, ao meu pescoço, que me roia e danava interiormente por eu não ter aproveitado a garota. (...)
O Rego-barbeiro , coitado nunca mais se refez do abalo: ainda durou coisa de dois anos(....)
Lentamente afundou-se . A pele cerosa. Cuspia sempre, muito engasgado. Dava dó vê-lo. Tinha qualquer coisa no insófago(...) e uma tarde morreu serenamente, sem dor, de inanição, como ainda hoje se morre a Campo de Ourique.
Foi uma grande perda para mim, mas como o cabelo não parou de me crescer, comecei logo a procurar outro barbeiro(...) "
In Leah e outras histórias, José Rodrigues Migueís ,Estúdios Cor
Foto : Cortesia do Arquivo Municipal de Lisboa
Portugal visto pelos outros
No Almanaque Hachette, que se apresentava como uma enciclopédia prática e popular, Portugal era visto assim em 1907. Engraçado o prognóstico para o futuro. Há 100 anos atrás.
E a importância dada à língua portuguesa e ao império colonial.
Clicar na imagem para conseguir ler. Ah e vê-se Zamora no mapa!
E a importância dada à língua portuguesa e ao império colonial.
Clicar na imagem para conseguir ler. Ah e vê-se Zamora no mapa!
25 de Abril, sempre.
Todos os anos passa mais um . Pensamos que podia ter corrido melhor ou ter acontecido pior.
O caso é que é mais um ano. Trinta e três já, a conviver com a liberdade de pensar e dizer. Por maior que seja o desencanto com a conjuntura actual, o 25 de Abril continua a ser uma data mágica.
E no fundo falta-nos o encanto da primeira vez, do dia mais puro, daquele de todas as interrogações. Aquele em que aconteceu o desejado de forma inesperada. Uma qualquer nostalgia irrompe. O que veio depois nunca foi igual. Nunca será nem corresponderá ao sonho.
De qualquer forma é a nossa data. Em que começámos a viver. Ou pelo menos para os que concebem a vida a par da liberdade.
25 de Abril sempre.
O caso é que é mais um ano. Trinta e três já, a conviver com a liberdade de pensar e dizer. Por maior que seja o desencanto com a conjuntura actual, o 25 de Abril continua a ser uma data mágica.
E no fundo falta-nos o encanto da primeira vez, do dia mais puro, daquele de todas as interrogações. Aquele em que aconteceu o desejado de forma inesperada. Uma qualquer nostalgia irrompe. O que veio depois nunca foi igual. Nunca será nem corresponderá ao sonho.
De qualquer forma é a nossa data. Em que começámos a viver. Ou pelo menos para os que concebem a vida a par da liberdade.
25 de Abril sempre.
24 de abril de 2007
morto e enterrado
Os Vampiros
No céu cinzento Sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Consta que todas as minhas canções de embalar pertenciam ao repertório do Zeca. Esta era uma das preferidas, e muitas vezes adormeci ao som da voz do meu pai a cantá-la.
23 de abril de 2007
Dia do Escoteiro
hoje, cerca de 28 Milhões de escoteiros estão no activo mas muitos mais estão hoje de parabéns.
A Horta do Tomé
Era uma vez outro livro. A Horta do Tomé. Era didáctico e pretendia explicar a tratar da terra e das plantas. Segundo o autor, quem o soubesse fazer, nunca seria verdadeiramente pobre. Por isso, o exemplo dado era da horta do Tio Salomão (que até era vegan).
O elogio da terra e dos seus produtos e o apelo à ruralidade, foi de facto uma das características do Estado Novo. Que agora está a ser ressuscitado pelos ambientalistas, com outras fundamentações.
Eu honestamente confesso: adorava ter uma horta como a do Tio Salomão e aprender como o Tomé aprendeu.
Obrigada VV:)
Clicar para ampliar nas imagens pequeninas.
Traga Balas
Desta feita, é o VV que me presenteia com uns regalos para digitalizar.
O primeiro deles, é o livro infantil "Aventuras do Traga- Balas" de Maria Figueiredo e ilustração de José Félix, editado pela Parceria António Maria Pereira em 1938.
Traga-Bolas era um bandido brasileiro rival deo célebreLampeão.
Porquê este nome? Porque ao acertarem-lhe com as balas na boca, ele engolia-as. Este livro é a sua história e a da sua família. O bem é recompensado e o mal castigado.
22 de abril de 2007
Para o Senhor Bic
Para o caríssimo vizinho do lado:
"A meio caminho entre Xabregas e Chelas encontra-se do lado esquerdo, uma casa setecentista de boa aparência,se bem que muito mal conservada e que serve hoje de habitação a numerosas famílias.
Sobre cada uma das janelas que encimam os dois elegantes portais, vê-se uma pedra de armas, ao gosto do século XVIII, onde está lavrado o brasão da familia Portugal, com o respectivo elmo, mas sem timbre"
Luiz Ferros Ponces de Leão
Portas e brasões de Lisboa, Edição da CML (1965?)
A Papelaria Palhares
Acho bonita esta publicidade. A pequena nota de rodapé "esta loja fica junta ao "Rendez Vous des Gourmets", não confundir com a da esquina".
E depois o senhor, un monsieur comme il faut, com a sua caneta Excelsior, a que não suja a algibeira! Pelas fotos que vi, lembra-me um pouco o proprietário da Papelaria e pai do meu amigo P.
E é uma loja arrojada: enviavam pelo correio a caneta, acrescendo de de 10 centavos para portes!