31 de agosto de 2012

Gaivotas em campo de golfe

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Lá estavam elas, a tornar original um campo de golfe. Fica-se a pensar que um desporto reservado a uma minoria, começa a acolher  maior diversidade de participantes. Em assembleia, a contrastar com o verde, poderiam ser protagonistas de uma fábula do século XXI.

No Q Garden, Odiáxere

No Q Garden comprei duas árvores: um jacarandá e uma passiflora edulis
E com elas veio esta Punica Granatum Pomegrate:)


Mais este caixotinho de suculentas e diversos. Realce para os amores perfeitos:)

Pedacinhos

O produto das colectas dos pequeninos passeios que tenho feito. Andar de canadiana não é nada agradável, nem para tirar fotos, nem para galgar espaços.


Na esquina

Passámos de carro e fotografei-o. Um primo do Calimero?


29 de agosto de 2012

28 de agosto de 2012

Os nomes das ruas de Lisboa



“A toponímia lisboeta tem atravessado fases evolutivas que marcam, evitavelmente, o espírito de cada época. No século dezasseis predominavam, na denominação dos sítios e das serventias urbanas, a visão característica dos locais, e nomes, profissões ou alcunhas dos moradores. Seguia-se o espírito tradicional do século anterior. O relevo orográfico, a configuração ou a orientação da rua, a minúcia utilitária ou decorativa, o documento vegetal orientador, a categoria, profissão, cargo, nome ou alcunha, a natureza dos pavimentos, a instituição religiosa ou civil, tudo servia de útil referência para o público. Era o Público quem baptizava e crismava as artérias e os recantos cidadãos, e, como era ele, o nome era sempre inteligente. 
Chega o século XVII. A inteligência começa a obscurecer-se. Sobre os nomes postos pelo vulgo caiu o influxo da instituição religiosa, e a corte do céu espalhou-se pelas ruas da cidade nos últimos anos da centúria, com tal impetuosidade que por pouco os roteiros se arriscam a parecer urna reedição do «Fios Sanctorum». A toponímia entra a confundir-se e os Santos Antónios e os São Franciscos proliferaram, repetindo-se em bairros afastados ou vizinhos dos templos e dos conventos que os originavam.
 Com o século XVIII o exagero cresceu, e post-terremoto, quando frades e freiras dos bairros excêntricos, compelidos pela necessidade da urbanização ou tentados pelo lucro, encararam o negócio do aforamento das cercas e terras atinentes a suas casas, eram já eles quem nomeavam as novas serventias, impondo ao povo os Santos da sua Ordem. Sucedeu isso no bairro da Lapa, com as Trinas, e na «Nova Colônia», com os Beneditinos. O povo começou a ser usurpado do seu direito secular, e para os alfacinhas começaram as grandes confusões toponímicas. 
Com o século dezanove veio a sanção municipal e a usurpação definitiva da regalia popular. O bom senso das sinonímias acabava. Começava, em contrapartida, o desconchavo, a incoerência, a falta de lógica, e, para que não dizer-se, a parvoíce da homenagem. Os cunhais decorados com um rectângulo preto, passaram a pedestais de estatuas baratas: rua do Senhor Fulano, travessa do Senhor Cicrano, largo do Senhor Beltrano. Primeiro foram os generais e os políticos, depois os conselheiros e comendadores, a seguir Ou escritores, mais adiante aos revolucionários vagos e uns, ainda mais vagos, cidadãos. Vinte por cento das pessoas ilustres que se rememoram nos cunhais da cidade, são totalmente desconhecidos da população. E chegou-se a este estado de coisas. Em vez de nomes que as distingam, as ruas têm títulos que as confundem. A função designativa perdeu-se, sacrificada a urna louvaminha sem sentido nem utilidade. O disparate está tão generalizado que até do espirito das denominações se não cuida. Um exemplo. Há duas ruas novas em Lisboa que descem do Norte para a estrada dos Prazeres. Por fundo tem o Cemitério. Formam o cenário obrigatório ciprestes, cruzes e jazigos.
 Sabe o leitor conto se chamam ? 
«Gervásio Lobato» e «André Brun», os dois grandes humoristas portugueses. Os comentários dispensam-se. Pois os velhos nomes eram evocadores; localizavam, aspectos, factos e figuras, confidenciavarn minúcias da vida urbana, sugeriam quadros perdidos, e auxiliavam a investigação. Os de hoje são abstracções sem significação, homenagens sem alicerce, feitas ao sabor da maré politica. Oedipo, feito edil, semeia charadas pela cidade, arma logros a cada esquina, «partidinhas» de bom humor feitas a posteridade. O «João Vaz» de certa rua, suporão todo que é o nosso grande pintor, o do Grupo do Leão, o apaixonado das águas tranquilas do Sado. Pois não é. O João Vaz que se comemora ali, é um mestre-de-obras, construtor ou proprietário, que ergueu o primeiro prédio da serventia. Os exemplos multiplicam-se. De outros tempos ficaram nomes de uma sugestão impressionante. Dão-lhe fisionomia, pitoresco, carácter”

Pastor de Macedo e Gustavo Matos Sequeira no  livro " A nossa Lisboa"

Alheado

O quedado vendedor de soutiens. Feira da Malveira, Agosto.

Lisboetas

Lisboetas em Julho. Assim é a diversidade.

Mono

Encantam-me estes concursos populares de Verão  dos anos 30. Dar o nome a uma imagem. E na realidade, hoje em dia o chapéu de palha não passa de um mono...


A toilette de Lisboa

E eis um potente camião de limpeza urbana em 1935. Lisboa parece que fechou e foi de férias. Eu não consigo identificar o local de forma segura, embora tenha uma ideia. Alguém ajuda?

Lisboa

Se há trabalho que respeito é o do cantoneiro de limpeza. Vejo-os incansáveis e briosos, atentos a cada tarefa que executam. Se Lisboa anda menos limpa decerto não é por culpa destes profissionais. Precisávamos de ter um lixo de forma mais educada. E assim o pensava o jornalista do Magazine Civilização em 1935.


27 de agosto de 2012

Nem cá nem lá

Acho graça a este ex-libris de Heitor de Campos Monteiro. O desenho é de Jarmelo. Do primeiro sei que foi director do Magazine Civilização e dirigiu o Almanaque do Porto. Do segundo nada sei. Mas  adoro o lema: nem cá, nem lá. Retirado do Almanaque Civilização Junho de 1936.


26 de agosto de 2012

O parque

Em toda a minha vida fui só ver uma revista ao Parque Mayer. Mas ia lá jantar, comprar livros ao senhor do quiosque e ver o bulício. Ainda outro dia, lendo as cartas de meu pai datadas de 1943, pensava como deveria ter sido buliçoso e divertido este espaço. Agora é uma imensidão triste. Parece que senti de forma especial o silêncio. E os artistas que aqui já não entram.


25 de agosto de 2012

A ilha





A ilha, espaço primordial povoado pela transparência de um mar único, vaga evocação de águas matriciais,  regresso a uma infância onde tudo é novidade, aconchego materno a acolher quem a povoa em espanto.

Cores

E o tempo é de flores, cores e cheiros.


Secreto

Parece retirado do Jardim Secreto de Frances Burnett, livro que ainda hoje gosto de reler. No entanto é em Lisboa este jardim. Mesmo muito maltratado e a precisar de muitas melhorias e recuperação, é belo. Reconheceis este espaço?


23 de agosto de 2012

Perfeita

Uma certa paixão por hortênsias.


Num jardim de Lisboa

O gato que gosta de correr atrás de pavões.


22 de agosto de 2012

Família

A mãe pata e os filhos.


Singularidades de um pato

O estranho caso do pato que morava dentro de uma árvore.


Vigilante

O que guardará este cão?

21 de agosto de 2012

Regresso às aulas

No tempo em que as crianças não pareciam burros de carga a transportar material escolar...1972. Lembro-me de ter uma pasta igual.




Moda

Estas eram algumas das casas da moda portuguesa em 1972. Estais recordados?




20 de agosto de 2012

A casa misteriosa

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Sempre a imaginei, desde a infância, como cenário de um filme de mistério. Há pouco tempo, voltei ao local e continuo a encontrar-lhe traços de uma casa misteriosa que, a título pessoal, me continua a impressionar´: quem a habita? O que terá levado a imprimir-lhe traços tão distintos? «curiosity killed the cat»...

Natureza morta

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Uma ideia original, talvez um espanta-espíritos com prazo de validade. Todos os elementos se destinam ao consumo, tirando a curgete que, quando não colhida no momento certo, se aproxima de um fenómeno do Entroncamento...

O que ainda não se usava

Este anúncio sobre os aparelhos mais usados pelos consumidores portugueses entre 1930 e 1933 é muito interessante. O Ferro aparece como o mais usado...Mas entre a panóplia de outros equipamentos que hoje consideramos básicos, notamos que a maioria da população portuguesa não os tinha.
Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, 1934.


Regresso às aulas

Assim era a moda infantil para o regresso às aulas em 1972...


19 de agosto de 2012

Enxuta

Tanta escrita a precisar de o ser....


Enigma

Onde mora este anjinho? :)


O lobo e o menino

Esta diz uma coisa e faz outra...Almanaque De Lembranças, 1852



437

Cigarros 437 da Tabaqueira Nacional em 1959. Alguém os recorda?


17 de agosto de 2012

Lindas abóboras

Comprei um caixote de abóboras em formato pequeno. A cozinha ficou animada. Por cinco euros na Feira da Malveira.


A loja

Uma maravilhosa loja na Malveira.

Aimer

No cais do Ginjal.

16 de agosto de 2012

Hospitaleiro apesar da ortografia...

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Uma mensagem hospitaleira, apesar do deslize ortográfico... Talvez consigam identificar o letreiro que saúda quem por aqui passa.

Lavradeira


Lavradeira do Porto, em traje domingueiro.
Há 110 anos.

14 de agosto de 2012

A vida é boa se nós a fizermos!

Assim dizia Almada Negreiros no Zip-Zip em  presença  que ficou célebre e é um dos grandes momentos da televisão portuguesa. Esta foto de Augusto Cabrita documenta o encontro de Almada com o pequeno marçano que lhe admira a obra. Ele sorri e conversam. Era o ano de 1969. e a  simplicidade acompanha o génio. Que será feito deste rapaz e lembrar-se-à ele deste encontro?


13 de agosto de 2012

Um catavento

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Detalhes que apetece fotografar, atendendo a que se afastam do comum catavento do galo com os pontos cardeais. Não longe da capital, aqui pelo concelho, ainda há locais que não são conhecidos da generalidade, pois encontram-se isolados e o acesso só se torna possível a quem vive por cá e, através de caminhadas, vai cada dia descobrindo os pormenores.

Ter uma cidade

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Ter uma cidade , experiência renovada em cada verão, quando alguns lugares parecem estar ali para os caminhantes ocasionais. O cheiro a café começa a sair dos estabelecimentos de bairro, uma gaivota esvoaça, perdida, afastando-se do rio, somos menos a subir os degraus que  conduzem a bairros antigos, com marcas de séculos. Em ocasiões assim, os pensamentos ficam suspensos e podemos conversar com o espaço, agora desabitado. ... E porque não quero Lisboa só para mim, ficará livre para outros, durante alguns dias.

12 de agosto de 2012

Profissões esquecidas



"Mas o leitor sabe em que se ocupavam as cristaleiras, qual o seu mester, o seu ganha-pão? Sabe o que elas representavam no dia-a-dia da cidade, no alívio e boa disposição das famílias, na conservação da saúde pública? Ah! não sabe não! Percebemo-lo perfeitamente. O lindo nome por que eram qualificadas nada lhe diz, e se teimosamente se puser a cogitar na sua significação, ao considerar a sua musicalidade, a sua composição de jeito poético, será enganosamente levado, sem querer e sem chegar a qualquer resultado, por caminhos bem diversos daqueles que calcetados pela vil materialidade, o conduziriam prosaicamente e de metro no bolso, a alcançar a verdadeira acepção do formoso vocábulo. Cristaleiras—vamos dizê-lo sem mais aquelas — eram as mulheres que tinham por modo de vida dar os clistéis aos enfermos, ou, como hoje dizemos, dar os clisteres. Aí tem. Eram, por outras palavras, as mulherinhas que deitavam as ajudas, as mezinheiras que ainda se arrastaram até ao século passado, mas com o ofício ampliado e sem serem oficialmente reconhecidas. Que as outras, as de outros séculos, eram-no. Tinham até regimento aprovado pela Câmara, como qualquer outro ofício"

Assim explicam Pastor de Macedo e Gustavo Matos Sequeira no seu saboroso livro "Anossa Lisboa" o ofício de Cristaleiras. Não conhecia esta obra e ando sorridente a lê-la. Comprada ontem na Anchieta à Telma e ao Paulo,
E não resisto a mostrar-vos a capa do mesmo, autoria de Valença. O desenho da cristaleira esse é de Rocha Vieira.

A tempo

Quer estar a horas no clube, no teatro, no banquete? Assim desenhava Emmerico Nunes em 1925 este anúncio à Gillette.


11 de agosto de 2012

Uma questão de maridos

E ainda Stuart de Carvalhais...
A sátira : revista humorística de caricaturas, 1911. .Retirado da Hemeroteca Digital da CML:)
Diz assim a legenda:
A Matilde, que  se divorciou há seis meses, acaba de  ser apanhada em flagrante adultério pelo segundo marido.
E com quem?
Com o primeiro!


Made in Germany

Made in Germany por Leal da Câmara na revista Miau! N.º 4, 1916.
Muito modernos estes antigos...Retirado da Hemeroteca Digital da CML:)


Sempre despreocupada

Sempre achei que o Tampax era coisa das décadas de 60/70...Até que descobri os anúncios de 1947 em revistas portuguesas. Que jeito dava jogar golfe nos dias incómodos do mês...:)


Fado

Assim era a capa da revista Voga em 1947. Uma capa de luxo: Amália e Virgílio Teixeira no filme o Fado.