13 de agosto de 2012

Ter uma cidade

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Ter uma cidade , experiência renovada em cada verão, quando alguns lugares parecem estar ali para os caminhantes ocasionais. O cheiro a café começa a sair dos estabelecimentos de bairro, uma gaivota esvoaça, perdida, afastando-se do rio, somos menos a subir os degraus que  conduzem a bairros antigos, com marcas de séculos. Em ocasiões assim, os pensamentos ficam suspensos e podemos conversar com o espaço, agora desabitado. ... E porque não quero Lisboa só para mim, ficará livre para outros, durante alguns dias.

8 comentários:

  1. este restaurante, justificadamente na mosa há alguns anos, é no lugar onde funcionou uma notável loja de venda e reparação de máquinas fotográficas, absolutamente única.
    morreu com o seu apaixonado dono.

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  2. Não me consigo lembrar dessa loja, em contrapartida, recordo um restaurante vegetariano - dos primeiros em Lisboa - alguns estabelecimentos abaixo, hoje transformado num turístico (demasiado) restaurante de fados.

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  3. esse restaurante era nas instalações da cooperativa dos trabalhadores de portugal (uma das que participou activamente na renovação do movimento cooperativo que acabou com a então célebre lei 520/71 que mandou fechar todas as activas culturalmente)

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  4. a loja era talvez o único local em portugal onde se podia escolher entre várias hasselblad, leica, rolleiflex em segunda mão, comprar lentes, reparar máquinas e onde se podia falar de fotografia e de máquinas só pelo prazer de falar do que se gosta

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  5. Sim, recordo que funcionava nessa cooperativa. Quanto à loja de fotografia, lembrou-me uma livraria de nome "Astrolábio" que existiu por aqui perto durante alguns anos, era bom falar com o livreiro, mesmo sem comprar livros, via-se que gostava muito do que fazia e ganhava-se sempre com o diálogo:)

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  6. conhecido negociante de material fotográfico o Freire das escadinhas do Duque em Lisboa, e deste pintou um retrato a óleo. O Freire foi assaltado por volta dos anos oitenta e para se defender matou a tiro um dos dois assaltantes. Fala-se que por medo de represálias, do gatuno que ficara vivo, terá acabado com o negócio e vendido tudo. Tem hoje 94 anos e vive num lar perto de Lisboa.
    Sobre Mário dos Reis, Mário Pinto, o Freire das escadinhas do Duque e tantos outros há seguramente muitas histórias adormecidas.
    Memórias soltas sobre a fotografia em Portugal que restarão para sempre esquecidas devido à crueldade da indiferença. Ou não?
    Assim aqui relembro o sr. Freire com a ajuda da referência do blog da APAPhotografica. Cumprimentos

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  7. o mário pinto... :)
    conheci o mário pinto desde miúdo.
    tinha a loja ao cimo da 'conde almeida araújo', por baixo do 'contreiras' (dentista), encostado à láurea onde na cave havia a primeira grande pista de carros 'electricos' que me passou pelos olhos.
    o mário pinto, dizíamos nós invejosos, gostava muito de tirar fotos às nossas amigas adolescentes com os ombros sempre descobertos.
    mas isso eram invejas adolescentes. o homem só gostava de fotos artísticas das meninas a 3/4 e a olhar para o infinito.
    mas era um excelente fotógrafo e uma boa pessoa. hoje tem uma rua com o seu nome que parte da 'milharada' um pouco acima da casa do notário da troika.
    o mário pinto.. que boa recordação aqui :)

    caro jmsc, obrigado pela memória do sr. freire (era assim que eu o tratava, naturalmente.)
    uma vez que fui jantar àquele restaurante não conseguia deixar de pensar no lugar do balcão, a montra da esquina onde está o anuncio, e a que dava para as escadinhas. e a falta de luz permanente da loja....

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