Soube-me pela vida! A Bola de Berlim comida na praia tem um sabor que o mesmo bolo comido na melhor pastelaria de Lisboa não tem, não pode ter, porque não tem "Boliiiiinhass!!!" a anunciá-la, nem o calor a fazer suspeitar da qualidade do creme (mas que se lixe!), nem a areia a querer entrar para a boca...Posso parecer uma alma simples demais, mas até agora foi do que melhor me soube nestas férias.
Ao mesmo tempo fico um bocado nostálgica: recordo-me sempre do mesmo bolo comido na praia da minha infância, e atrás vêm outros sabores da mesma época. Nunca mais comerei favas iguais às que a avó fazia, nem o arroz doce da mãe...só de pensar no cheiro, sinto-me em festa .
Faço parte do que também não acreditam que não devemos voltar aos locais em que fomos felizes, e há tempos agarrei no cara-metade e disse-lhe que ia provar os melhores gelados de Lisboa. Levei-o então a uma casa de esquina, na Rua Actor Vale, frente à escola primária onde andei, e que era de um casal na altura já idoso. Vendiam gelados feitos por eles, e Bolas de Berlim sempre quentinhas, que iam fazendo ao longo do dia. Quando ia buscar-me, no fim das aulas, a minha avó comprava-me muitas vezes um gelado ou um bolo, e parece que ainda estou a ver os rostos sorridentes do casal, tão simpático...
Foi pura desilusão, os gelados tinham-se tornado numa coisa intragável.
Fica a recordação boa daquele casal de sorriso tão doce quanto o que vendiam.
No fim, um aviso: as Bolas de Berlim da praia de Ferragudo recomendam-se, e bem!
Ao mesmo tempo fico um bocado nostálgica: recordo-me sempre do mesmo bolo comido na praia da minha infância, e atrás vêm outros sabores da mesma época. Nunca mais comerei favas iguais às que a avó fazia, nem o arroz doce da mãe...só de pensar no cheiro, sinto-me em festa .
Faço parte do que também não acreditam que não devemos voltar aos locais em que fomos felizes, e há tempos agarrei no cara-metade e disse-lhe que ia provar os melhores gelados de Lisboa. Levei-o então a uma casa de esquina, na Rua Actor Vale, frente à escola primária onde andei, e que era de um casal na altura já idoso. Vendiam gelados feitos por eles, e Bolas de Berlim sempre quentinhas, que iam fazendo ao longo do dia. Quando ia buscar-me, no fim das aulas, a minha avó comprava-me muitas vezes um gelado ou um bolo, e parece que ainda estou a ver os rostos sorridentes do casal, tão simpático...
Foi pura desilusão, os gelados tinham-se tornado numa coisa intragável.
Fica a recordação boa daquele casal de sorriso tão doce quanto o que vendiam.
No fim, um aviso: as Bolas de Berlim da praia de Ferragudo recomendam-se, e bem!
Concordo em absoluto.
ResponderEliminarAs "Bolas" da praia eram inigualáveis.
E pensando em outras iguarias da época...os gatos de chocolate? as sombrinhas? os cubos de marmelada embrulhados em celofane? o "ComacomPão"? a "Farinha Amparo"?
Bons tempos....
Ainda outro dia comi uma em Ferragudo:) Belo texto, Branca:)
ResponderEliminarFico sempre a pensar se tudo nos sabia muito bem na infância por ser a idade de nos maravilharmos com novidades, embora acredite que as coisas tinham um sabor hoje perdido.Gostei de ler o post:)
ResponderEliminarE os mais velhos ainda se lembram dos gelados e chocolates Rajá?
ResponderEliminarO logotipo, as embalagens e os cartazes foram concebidos pelo meu pai Carlos Rocha (1912-1992).
Vou mandar uns cartazes Rajá dos anos 50 para ver se a T acha interessante publicar.
Eu sou das que viveu a infância a ouvir "olha a bolacha americaaaaana". Nunca vi um vendedor de bolas de Berlim na praia (e acho que não era capaz de comer uma na praia!!).
ResponderEliminarQuanto às coisas saberem melhor, cá acho que é amistura de duas coisas, os produtos de base não são iguais, logo o sabor não é igual e, como a Teresa diz, a memória da infância prega-nos algumas partidas.
O ComacomPão, descobri-o em Fevereiro, se é igual ao de outros tempos não sei e... eu spu gulosa demais para comer com pão... :D
E no fim de tanta conversa fiquei a salivar por um monte de coisas que não posso adquirir por aqui... :(:(