1 de setembro de 2009
DIAS QUE ANUNCIAM O FIM DO VERÃO
Não tem ideia definida de quando surgiu esta história da silly season, este tempo propício a disparates, coisas tontas. Claro que José Sócrates, com aquele ar emproado que se lhe conhece, disse, há dias, que disparates de verão são coisas com as quais não vale a pena perder tempo, que nem merecem comentário.
Mas não é isso, agora, que o traz ao teclado. Tão só que hoje começou Setembro. Se bem que o Verão ainda vá continuar por uns dias, Setembro já é um alívio, tal como lhe dizia o pai nos dias que antecediam o Verão: “em Setembro voltamos a ser gente!”
Foi assim que hoje amanheceu. Já é Setembro e tudo já é bem diferente diferente, porque Agosto, o mês verdadeiramente idiota, acabou ontem.
E até muito diferentes já estão os Agostos em Lisboa. Antigamente Lisboa, em Agosto, era quase um deserto, que permitia histórias como aquela que um dia leu: “ A cidade está a ficar deserta. Com um pouco de sorte, não teremos outro remédio senão apaixonarmo-nos um pelo outro. Até que a rentrée nos separe.”
Mas agora Lisboa em Agosto está como sempre!
As pessoas agora fazem férias faseadas, ou, simplesmente, deixaram de ter dinheiro para irem de férias. Já não há mais Agostos em Lisboa, Agostos que permitiam ao Eça, em carta ao Ramalho, que lhe falava das termas e das praias por onde andava, dizer que nada chegava à sombra de um quarteirão de Lisboa.
Mas hoje é Setembro.
A macia transparência do ar. Prelúdios de Outono.
E já cheira a mosto.
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