24 de novembro de 2008

a propósito dos sítios por onde ele andou

ele, o gin, que eu bebo sem tónica que é coisa que é preciso aprender a gostar, como dizia o anúncio da dita e eu já gosto de coisas que cheguem.
 
 
louvo a celebração dos 40 anos do álbum branco, como louvo qualquer celebração duma obra prima.

tenho alguma dificuldade em escolher o melhor trabalho dos beatles. 
não que a escolha para o melhor seja muito vasta (na verdade não produziram muitos discos de originais). mas é seguramente um destes três:
revolver (talvez o melhor discos de canções de sempre)
sgt. pepper (um dos melhores discos produzido como um todo e uma espécie da 'maioridade' da música pop)
the beatles, ou o álbum branco (um disco que faz uma espécie de súmula do trabalho do pop-rock à época e abre os caminhos para o futuro. nunca a pop tinha sido tão experimental, de um modo que ainda hoje é mal compreendida: da experimentação do som (que não apenas da música), ao minimalismo, nunca a pop teve daquilo. muitos dos caminhos que se abriram foram-no com este disco e especialmente com a produção de john lennon (a de george harrison foi mais cogumelos e a de mccartney foi a revisão da matéria dada).
se a análise for feita pela importância para o actual presente da musica pop, o album branco é o melhor de sempre.
mas nestas coisas há sempre muitas condicionantes.
é daquelas coisas que nos ajudam a entrentar os 20 anos, que como dizia o outro, está longe de ser a melhor idade das nossas vidas (e para não copiar a douto gin a transcrever começos de livros, e mesmo achando que este é o mais forte de todos os começos, e porque já o transcrevi, aqui vai onde o fiz).
 
mas se discordo do gin (e da água tónica), discordo igualmente do garcia marquez: eu colocava os óculos às escuras para me levantar. mesmo que não existisse a mais pequena réstia de luz. deixei de o fazer agora na terceira (ou quarta) idade, que é quando descobrimos que algumas coisas são inuteis.

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