30 de abril de 2008

Sete gatos


Há pessoas que falam dos direitos dos animais. E há as que fazem por isso.
Este é um blogue de pessoas que lançaram mãos à obra para fazer a diferença.
Aqui.
E a partir deste momento nos nossos links.

(Foto roubada aos Sete Gatos dos Quintais)
mais uma… fresquinha… hoje é dia : (depois paro, prometo)

a propósito de um inquérito sobre dialectos que temos na mediateca, ela diz :

- este tipo de coisas faz-me rir. qualquer dia deixamos de falar francês. a língua francesa não tem o valor que deveria ter. já reparou que agora os cartazes são todos em inglês… é uma vergonha, vai ver que daqui a 10 anos já não falamos francês... acha que estou a ser demasiado pessimista?

- sim.
(mas esqueci-me de dizer-lhe que isso é impossível pois até os franceses aprenderem a falar inglês é capaz de demorar um século... não sei se ela levaria a coisa a bem ou a mal, mas talvez não visse o inglês com tão maus olhos)
acho que a minha vida anda mesmo a depender do tempo. para hoje anunciam, outra vez, neve. chove a cantaros e o céu esta cinzento rato. não tenho planos para hoje à noite, mas tenho muita vontade destes 5 dias de ócio que se seguem.

fui almoçar com a r. ela fez uns filetes de pescada recheados com salmão e um creme de alho com ervas finas que estavam muito bons. antes de sair do trabalho liguei-lhe a dizer que estava a chegar : « iztou chêgando » disse eu na brincadeira (porque ela é brasileira), mas se calhar a frase foi mal empregue. demorei 5 minutos e quando a porta do elevador se abriu no 4° andar senti logo o cheiro da comida… a porta de casa estava aberta… ela deixa sempre as portas abertas… almoçamos, conversamos sobre livros, sobre línguas e quando chegou a hora de me vir embora, chamo o elevador e enquanto espero, leio um “recadinho” (o diminutivo no seu pior) estrategicamente colocado ao lado do botão a dizer qualquer coisa como “é favor fechar a porta de casa enquanto cozinha. os vizinhos não são obrigados a suportar o cheiro dos seus cozinhados. por favor respeite as regras.”

que gente insuportavel!
agora já nem podemos abrir a porta de casa 5 minutos que sejam. este é o país onde não se pode estender a roupa a janela mas cujos habitantes vão fotografar a roupa estendida à janela do vizinho… é o país onde não se pode fazer churrascos na varanda de casa, mais vai-se as casa dos outros comer churrascos… muita teoria tem esta gente... não será isto tudo uma grande hipocrisia ? não haverá coisas mais importantes em que pensar ou sou apenas eu que estou de mau humor porque o dia está cinzento?

em todo o caso a última vez que estivemos em lisboa a jantar em casa de uns amigos franceses, ela disse “eu não poderia voltar a viver em frança. pararam no tempo. os franceses pensam que são os melhores, fazem coisas sem sentido só para serem diferentes porque na verdade não conseguem ser os melhores”.
eu tenho vontade de assinar por baixo... pelo menos hoje.

Atentai e dizei!

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Qual o local de Lisboa que nos proporciona esta vista?

o meu mercedes é maior que o teu

ou efeito 'san gimignano dos pobres' da festa das cruzes


hoje acordei ao som da alvorada da festa das cruzes.
à distância a que ouvia, parecia uma arruada de zés pereiras.

a festa das cruzes é uma festividade muito popular por estas zonas do alto minho.
ao que parece, a sua origem vem da tradição da paragem, durante a procissão da ascenção, nas 14 cruzes das estações da via sacra que por esta altura do campeonato religioso estavam ornamentadas de flores (com convém para celebração da primavera).
das cruzes das estações da via sacra ter-se-à passado para os próprios andores da procissão terem as ditas cruzes ornadas de flores e daí para uma festividade
autónoma em algumas zonas do país.

(as coisas com que este gajo enche a cabeça, dirão vocês...)

mas se das cruzes das estações da via sacra se passou para andores cada vez maiores e impossíveis de transportar nas procissões; daí se passou para uns pórticos colocados em linha em frente da igreja do senhor da cruz em barcelos.
e, ao bom princípio de 'o meu mercedes é maior que o teu' (aliás um excelente livro e um excelente bar na ribeira do porto que derivou do também do excelente e defundo cova funda, que tinha uma programação musical excelente), as freguesias de barcelos, que têm cada uma delas a responsabilidade de um pórtico (e como barcelos é o concelho com maior números de freguesias do país, estão a ver o granel...), desatam a construir o seu pórtico cada ano maior e, de preferência, maior do que o da freguesia do lado.

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a avenida da liberdade torna-se assim numa san gimignano dos pobres com estruturas de madeira em vez das belíssimas torres medievais, mas sempre dentro do princípio de que o meu é maior que o teu.

afinal, size matters....

29 de abril de 2008

Efeméride

Este post é o post número 10002 deste blog.

PSD

Penso que a Manuela Ferreira Leite só se candidatou a presidente do PSD, pelo receio que uma importante ala tem de que o partido, seguindo este rumo, desapareça perdido no meio de tanta sede de poder interno.
Acho que ela sabe que dificilmente poderá ganhar em 2009, mas, mais importante, tem consciência de que o seu papel é importante para evitar o descrédito absoluto do partido.
A sua candidatura revelou por outro lado os "ódios" internos. Todos contra todos.
Todos parecendo querer ajustar contas com todos. "Ódios" (daqueles que foram "esquecidos" e emprateleirados) que nasceram ainda no tempo de Cavaco Silva quando a omnipresença deste secou tudo à sua volta dentro do PSD.

Na minha opinião, o candidato do futuro do PSD é Pedro Passos Coelho. Se eu quisesse um PSD de futuro como nova mentalidades, novo discurso, maior modernidade, votaria nele. O Passos Coelho não ganhará agora (mas nunca se sabe!...). Desde que foi líder da JSD que a sua atitude na política tem sido coerente. No entanto, não tem ainda o peso político de que o partido necessita que um líder tenha nesta altura.

Vai ser interessante e penso que nos próximos dias mais novidades surgirão.

Janelas de Lisboa

Quem disse que as flores têm que estar num vaso ou jarra?...

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Lisboa criativa :)
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Aqueduto




Sempre que por aqui passo, a caminho da Praça de Espanha ou vindo de lá para Alamada, ponho-me a pensar que quem o projectou já sabia que iam passar estradas entre os seus arcos, e ainda por cima com três vias por sentido.

Para mim, é este aqueduto é um espectáculo único. Acho deslumbrante a maneira como ele abraça as estradas que o atravessam.

A evidência

Às vezes é esta mesmo, com que me defronto profissionalmente. No meio da emergência mais dura de gerir, a generosidade e o afecto que surgem naturalmente, que acarinham e envolvem as vítimas. Discordo em absoluto da teoria dos profissionais duros e eficazes quase desumanos. Comecei o dia entre lágrimas, abraços, sentimento de perca, sofrimento e muita solidariedade.
Ainda há instituições de idosos que tratam cada um deles, com todo o respeito e merecimento com que devem ser tratados. Não há dinheiro nem honraria que chegue para homenagear este pessoal técnico todos eles, funcionários públicos. Não há palavras, só há actos. E estes dizem tudo.

saudades....

de voltar a estar aqui dentro

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já poderei ir a banhos aqui no próximo fim de semana?

Anne Sexton

tradução minha de um poema de uma das minhas poetas preferidas.





Há ferrugem na minha boca
a nódoa de um beijo antigo.
E os meus olhos estão a ficar vermelhos,
a minha boca é cola
e as minhas mãos são duas pedras
e o coração,
ainda lá está,
aquele lugar onde o amor morou
mas está pregado no sítio.
Mas eu não tenho pena por estas extravagancias,
de facto o sentimento é de ódio.
Porque é apenas a criança em mim a irromper
e eu continuo a conspirar em como a matar.

Outrora havia uma mulher,
cheia como um teatro da lua
e o amor gerou amor
e a criança quando espreitou,
não se odiava nessa altura.
Estranho, estranho, o que tu fazes amor.
Mas hoje eu vagueio numa casa morta,
uma cozinha congelada, um quarto
como uma câmara de gás.
A cama é uma mesa de operações
onde os meus sonhos me cortam em pedaços.

Ó amor,
o terror,
a peruca do terror,
que a tua querida e encaracolada cabeça
era, era, era, era.


Anne Sexton


Ask for

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Eu agora convidava os voadores todos para bebermos um Porto. Mas dadas as contigências, vou beber uma meia de leite com gelo. Risos. Código!!!

28 de abril de 2008

A roda da vida

Aqueles que se sentem decepcionados com o resultado do 25 de Abril não terão sabido interpretar a História. Refiro-me à história dos últimos 50.000 anos, mais mês menos mês. Se o tivessem feito ficariam maravilhados. Afinal de contas, e ao contrário do que pensava o bom do J-J Rousseau, nós não éramos tanto "bons selvagens" mas tão somente selvagens. E, saliente-se, ainda somos. Somos na verdade a espécie mais maldosa, safada e perversa à face da Terra. Isso, aliás, explica o nosso monumental sucesso no seu povoamento - levamos tudo à frente, de modo impiedoso. É portanto um mistério e quase milagre que, ao mesmo tempo que somos capazes das piores atrocidades, consigamos ser capazes dos maiores actos de generosidade desinteressada (não falo do estado social, que esse pode ser considerado, também, uma inteligente forma de egoísmo) da arte mais sublime, das criações mais assombrosas.

O Carlos poupou-me o elencar de tudo o que de bom resultou do 25 de Abril. Independentemente da Euribor, do preço do arroz e da gasolina, das cataratas operadas em Cuba, do carjacking e da TV miserável, diga-se o que se disser, nunca tantos viveram tanto e tão bem como hoje. Os discursos sobre o "antigamente é que era bom" revelam ignorância histórica crassa. Os apelos a uma "vida mais natural" esquecem que nessa vida "natural" as pessoas morriam como tordos de doenças banais. De parto. De fome. De ignorância, de superstição, de medo e de sujidade. O 25 de Abril, se algum pecado teve, foi o de ter tardado. Os que o fizeram não deverão ser esquecidos. E isto porque é apenas uma questão de tempo (a roda da vida é mesmo assim): um novo 25 de Abril será, um dia, necessário.
O que é e onde é?


E adivinhem onde é.

Podem clicar na imagem para ampliar.

O carteiro

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Passei muito tempo à procura de uma mala de carteiro. Achava o máximo. Claro que foi na adolescência. Mas mesmo agora não desgostava de a usar. Cheiravam a cartas e a notícias frescas.
Agora os carteiros não têm graça nenhuma. Fardinhas inócuas, até parecem gente normal.
A primeira fotografia é do amigo Joshua Benoliel.
A outra é de autor desconhecido

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a propósito de balanços e a vantagem das anamnésias

os médicos costumam utilizar um instrumento de trabalho a que chamam anamnésia para que os ajude a lembrar a história clínica dos pacientes e evitar cometer erros de diagnóstico.

para os balanços sobre o 25 de abril convinha que as pessoas também compilassem uma anamnésia antes de entrar em depressão colectiva.

o que se ganhou com o dito?
pouca coisa, visto a esta distância.

e sabem porque visto a esta distância nos parece pouca coisa?
porque já nos esqueceços do que tinhamos e do que não tinhamos.

o que se ganhou então?

para não falar na minudência da liberdade (coisa por si só mais que suficiente, mas que os espíritos ultraliberais de hoje nos dizem que não se come),

ganhámos,
o serviço nacional de saúde (que eu não trocava pelo da maioria dos paises ocidentais); pensões de reforma generalizadas (antes, menos de metade da população portuguesa em idade de a gozar não a tinha); ensino generalizado (a quantidade de alunos que passava da 4ª classe era ínfimo e o número de analfabetos era superior a 20% dos adultos); uma aproximação notável aos índices de desenvolvimento europeus (sim .. estavamos muitíssimo mais longe do que estamos agora); o fim de uma guerra opressora para os povos que legitimamente lutavam pela sua independência,
eu sei que isto da liberdade dos outros não nos aquece, por isso eu coloco a questão em termos nacionais com o fim de um serviço militar obrigatório de 3 anos que cortava a vida a uma imensa maioria dos jovens portugueses que aos 20 anos se viam forçados a fazer um paragem que nunca sabiam se seria para sempre.

eu poderia continuar por aqui mas a presidenta acha sempre que eu faço postes muitos longos e ninguém me lê (eu acho que não leem nem os longos nem os curtos...)

e já agora, mesmo para os que acham que deviamos ter tido uma 'descolonização exemplar' como fizeram os ingleses e os franceses, aconselho-os a fazerem umas visitas turísticas ao zimbabwe, quénia, nigéria, chade, somália, sudão, congo, república centro africana.. e depois calem-se, por favor.

mas, o que eu acho ter sido o maior feito de portugal enquanto país foi, em 30 anos, ter construido pela primeira vez na sua história uma democracia, ter acabado com um império de 500 anos e que nos levou a achar que as matérias primas vinham sempre de um local garantido e eram inacabáveis; ter 'acomodado' no seu seio em cerca de um ano, um acréscimo de população de cerca de um milhão de pessoas (mais de 10% da sua população total); ter conseguido a integração europeia; ter conseguido de um modo pacífico alterar a sua moeda e adaptar-se a um mercado europeu...

isto é, portugal fez em 3 décadas o que outros países fizeram em muitas gerações e algumas guerras devastadoras pelo meio, que ajudam sempre às reconstruções.

eu podia contar algumas histórias hoje impensáveis sobre, por exemplo, o facto de nas eleições antes de 74, serem os partidos que tinham que imprimir (e custear) os boletins de voto (nos círculos onde tivessem mais de 20% dos votos tinham direito ao reembolso do custo da impressão...) e fazer chegar aos poucos eleitores (como já não se devem lembrar, apenas os chefes da família podiam votar), e que a simples entrega de um boletim de voto da oposição era um acto 'subversivo', mas isto já está muito longo e acho que a amnésia é coisa hoje devidamente alimentada pelas pessoas pera desculpar alguma reacção primária.

e já agora, a propósito de onde eu estava no 25 de abril, estava a preparar o '1º de maio vermelho'.

como podem ver isto nem era cup of my tea...

27 de abril de 2008

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Quem adivinhar quem é esta senhora, merece este fantástico livro.
Pistas:
É europeia e é actriz.


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E onde é?

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Tirada hoje por um amigo meu e enviada por MMS

Ainda...

No discurso de Cavaco Silva, na Assembleia da República, no 25 de Abril, de que só ouvi a parte final, esteve presente um dos problemas dos nossos dias. A falta de interesse dos jovens acerca das causas e consequências que a revolução teve nas nossas vidas.

Curiosamente, no dia anterior, enquanto trazia os meus filhos para passarem o fim-de-semana comigo, conversámos acerca das diferenças entre os doze e quinze anos deles e os meus doze e quinze anos. E falei com eles acerca do distanciamento deles em relação ao mundo que os rodeia (e a culpa é minha também). Eu, com a idade deles, já ligava às eleições, aos partidos, já via debates televisivos e gostava de ler os jornais, embora, admita que havia muita coisa que escapava ao meu entendimento.
Os miúdos hoje estão cheios de consolas, jogos, msn's, wrestlings. Claro que a maior parte dessas coisas são-lhes impingidas por nós, pais (e aqui reside a minha culpa), para que eles se entretenham e nos "deixem em paz".

Por outro lado, penso que a memória colectiva do 25 de Abril foi ficando manipulada pelos partidos, que a deixaram de respeitar e a usam conforme lhes dá jeito, conforme estão no poder ou na oposição.
Talvez por isso, o 25 de Abril seja cada vez mais um feríado e não um dia de reflexão sobre o que ainda falta fazer para que a mudança que ele previa se concretize.

No dia 25 de Abril, à noite, em casa dos meus pais, tive oportunidade de ter uma conversa muito interessante com a minha irmã e o marido, com a minha filha mais velha que tem 18 (filha da minha actual mulher), e o meu filho mais velho (15 anos)acerca do 25 de Abril mas também acerca da guerra colonial, isto a propósito da série do Joaquim Furtado que passa no canal 2 da RTP. Houve perguntas, respostas, considerações e foi bastante interessante. No fundo, fez-me sentir culpado por não ter mais conversas assim em que uma geração que parece distante do que a rodeia possa sentir que a nossa história recente ainda tem muito por descobrir.

Agradecimento público!

"Este ruizonlas é aquele do post do Benfica e dos professores, estou agora a compreender.
Esta conversa parecia-me familiar.
Fica-lhe muito bem esse rigor ético.
Sobretudo é condizente com as asneiradas que tenho aqui lido escritas por si.
Não concordo a 100% com o autor, mas merece todo o meu respeito. O que não é o seu caso."

Queria muito agradecer este comentário à pessoa que o produziu!
... há lugares assim, que eu gostava que nunca desaparecessem...

onde é esta belíssima barbearia?


26 de abril de 2008

25 de abril de 2008

Lisboa, 25 Abril 2008

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Provavelmente a individualidade mais fotografada hoje nas comemorações na Avenida da Liberdade
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ps: e sim, parece-me que Abril valeu a pena!

A blusa de merino e a cicerone

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Hoje inverti os percursos da Carris. Apeteceu-me. Na João XXI, uma senhora de muita idade e com bom ar, está de costas viradas para o sentido do trânsito em que chegará o autocarro. Estranho e sento-me ao lado dela. Não tarda" Sabe, a minha casa estava com 22º. E agora esta caloraça. Nem consigo enfrentar o sol de frente. Passaram já 4 autocarros mas não sei se era o 56. Pus esta blusa de merino, que quase não aquece, mas já estou afogueada"
Penso eu, corada como um tomate por causa do sol, com muito bom ar está ela.Mas continuando
" Agora reparo, mas a senhora vem à fresca (
olhar reprovador).Avisa-me quando chegar o 56?".
O autocarro chega, encaminho a senhora da blusa de merino e sento-me.
Atrás ouço vozes felizes. Sotaque nortenho cerrado.
" Eu acho que o Homem Águia, a estátua é por aqui. A Gulbenkian, estão a ver?"
Eu não resisto, como boa poveira e indico onde é.
"Obrigada, a senhor é a nossa cicerone! Onde é aquele teatro que aparece muito na Televisão, com uns homens muito jeitosos? " Eu continuo a explicar. Não os poupo. Mesquita e tudo.
Saio e despeço-me. Acenamo-nos mutuamente.
Quando chego ao trabalho, tenho este e-mail do A: a garrafa foi o presente dele de anos. Mas agora estou a babar-me a olhar para as favas.É aguentar . Afinal só faltam 6 horas e tal...

Portugal, Lisboa, 25 de Abril de 1974

Uma dia que voou como todos os outros.
Fica a memória.

Um tom bronzeado é sempre notado


E assim de um dia para o outro, muito mais.

Amanhã vou aparecer super bronzeada! Que ansiosa que estou por parecer desportiva:)
Clicar para aumentar.


25 de Abril

"Eu a comandar um esquadrão de carros de combate pela Avenida da Liberdade abaixo... havia de ser bonito".
- Fernando Salgueiro Maia para Baptista da Silva, ambos oficiais da 9ªCompanhia de Comandos "Os Fantasmas", Moçambique, 1968. - in O Dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e um Retrato.


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Fotos de Alfredo Cunha, O Dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e um Retrato

24 de abril de 2008

Amodorrada

Estou um bocado na retranca com a vida. É daqueles dias, em que não apetece mesmo ir trabalhar. E muito menos pensar, que amanhã também o farei.
O que eu queria mesmo, era ir passear e apanhar sol, modorrar sem fazer nada. Mas verdade, terei sábado e domingo para isso. Ai feira da Ladra, que não me escapas este fim de semana.
Entretanto, num deslizar entre fotos, adivinhem que rua de Lisboa é esta.
Fácil não é?

Talvez almoce bacalhau. Ao menos isso.

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the cock parade

(eu sei que este título pode levar a dúbias interpretações, mas jamais me passaria pela cabeça fazer trocadilhos com cocks nesta casa tão selecta)


lisboa teve direito à sua cow parade.
atenta às novas formas de intervenção urbana, barcelos decidiu avançar com o seu bem mais precioso, os galos, e fazer a sua cock parade.
na verdade, cows e cocks até podem ter algumas conecções...
do cock gaudi ao cock amadeus, passando por alguns mais interventivos como o 'levanta-te e canta' dedicado às diversas opressões, a cock parade de barcelos inundou as ruas.


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a parade é mais extensa, mas eu poupo-vos os olhinhos...

(e sim, hoje e dia de colonial que amanhã é feriado)

Para a J a adoradora de letreiros

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Estranhamente, descobri que esta era a rua das Casas de Noivas...
Temos que organizar o casamento a alguma vítima!
Que rua é??

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Cheira a feriado, faz sol e apete ir cheirar as tasquinhas.
Também puxam por mim os caracóis !

E ir comprar favas, pois, estas já acabaram.

23 de abril de 2008

necrofilia barcelense

já vos tinha falado desta estranha atracção dos barcelenses pelas notícias das mortes dos outros.

um dia destes, estava eu a beber um café, e chega um senhor de fato e gravata vestido e deixa ficar em cima do balcão uma série de folhas a4 cercadas a preto com as fotos e as cruzes do costume.
a senhora que estava ao balcão 'correu' a ver, provavelmente, se a sua foto não estava lá.

hoje, a caminho de fotografar o cruzeiro do senhor do galo (sobre o qual prometo falar um dia destes), deparo com uma loja que tem estado fechada nos ultimos dias.

se fosse noutro local qualquer, a porta estaria cheia de publicidade a supers, hipers, discounts e outras pragas. juntamente com um amontoado de facturas.

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em barcelos a ausência da loja dá direito a uma recepção de mortos e falecidos e notícias de missas de 7º e 30º dias.
tudo trajado a preto e mais escuro.

as boas vindas dos mortos no regresso ao trabalho para provar que pior que regressar de férias é ter a sua foto numa folha a4 debruada a preto.

A Camisa Almourol

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Bela camisa, a Almourol. Nem parece de manequim da Rua dos Fanqueiros.

Vimos para si


Esta rubrica divulga utilidades domésticas dos anos 70. Os preços, as casas comerciais e o tipo de utilidades são tudo matéria de estudo, de reflexão e motivo de um sorriso total.
Podem clicar para ampliar e escolher a novidade que vos aprouver.

















- Tem livros do Hercule Poirot ?

Vou direita aos livros da Agatha Christie e mostro-lhe onde se
encontram.

- Não! Eu disse do Hercule Poirot , não disse Agatha Christie…

?

o relato vichyssoisent de uma conferência na biblioteca de barcelos


ontem houve uma excelente conferência da biblioteca de barcelos com uma viagem pelo mundo da música.

se eu fosse o paulo portas continuaria por aqui e diria que tinha almoçado com o conferencista e que tinha comido um créme vichyssoise.
mas a verdade é que o almoço combinado não de pode realizar (o convite da organização subiu mais alto e há bem mais marés que marinheiros) e também não pude assistir à conferência porque tinha que trabalhar.

mas revi um amigo de longa data de quem muito gosto e sobre o qual já aqui, indirectamente, escrevi.

é, talvez, o principal responsável pela recente vinda da enorme coleção de discos de fado para portugal.
é responsável por uma pequena editora cheia de pequenas pérolas.
e vai ser o responsável pela programação de música do futuro museu da fundação oriente !

muitas pérolas se prometem para breve.


e tenho a certeza que a conferência foi excelente.
mesmo sem lá ter estado.
Que fecha esta porta?

morreu o xico rodrigues

terá morrido uma certa forma de ser esquerda?

o meu percurso político nunca se cruzou com o de francisco martins rodrigues.
no entanto, sempre (sempre, isto é, desde 69/70) acompanhei o seu percurso teórico, já que o seu percurso organizativo depois do pcp neccesitava uma quase árvore genealógica das organizações 'soi-disant' marxistas-leninistas:

a fap que dá cmlp, que dá carp-ml, que dá orpc-ml, que dá udp e pcp (r) e acaba para ele no 'luta operária'.

no entanto, alguns dos seus textos, que me chegavam em impressões de stencil (e que recentemente ainda descobri na arrecadação onde tenho o que resta da minha biblioteca), sobre a luta de classes em portugal ou a via pacífica e a luta armada, eram dos documentos mais lidos pela minha geração (aquela pequena parte que se interessava por essas coisas) e muito discutidos por um grupo que eu integrei por essa altura na biblioteca 'operária' do caramão da ajuda e onde pontificava um dos futuros fundadores do mrpp (o tal quarto elemento que nunca é mencionado), que era comensal do tal restaurante da rua da rosa onde eu trabalhava nessa altura (até 1970).
mas mesmo colateralmente, sempre me interessei pelo percurso 'único' do xico rodrigues.

do estigma da fraqueza nos interrogatórios que procurava compensar com uma 'fidelização' obstinada aos princípios teóricos, mesmo que para mim fossem 'neo-revisionistas', como se chamava ao tempo...

estou a imaginar o imenso que se vai escrever sobre ele e sobre os episódios das suas lutas com o cunhal, a morte do pide, as amizades com o joão pulido valente (a quem deixou de falar porque este foi visitar um amigo capitalista que estava no hospital) e o rui d'espiney (a quem nunca deixou de falar mesmo sabendo que tinha imensas amigas capitalistas) ou o ostracismo a que se votou.

a morte do xico rodrigues é uma espécie de fim de ciclo.
mas um ciclo que já tinha morrido há muito tempo, e ainda ninguém lhe tinha dito.

22 de abril de 2008

Um homem feliz

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É salutar observar o olhar de intenso júbilo do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa em 1979. Aquilino Ribeiro Machadarodeado pelas belas candidatas a Miss Portugal. Os anos 80 espreitavam, ora atentem na roupinha. Mas linda mesma, é a expressão beatífica do maior da cidade. Até o bigode se revirou mais e se tivesse um banquinho até o subia!
Vivam as misses!

Contexto


Encontrei esta fotografia por mero acaso. Minto! Procurei-a baseada num palpite e o facto é que a encontrei.!

Alguém me explica e enquadra a imagem (onde, quem e porquê)? Porque é um MUST!
Claro que se nela clicarem a aumentarão.
1973