30 de abril de 2008

acho que a minha vida anda mesmo a depender do tempo. para hoje anunciam, outra vez, neve. chove a cantaros e o céu esta cinzento rato. não tenho planos para hoje à noite, mas tenho muita vontade destes 5 dias de ócio que se seguem.

fui almoçar com a r. ela fez uns filetes de pescada recheados com salmão e um creme de alho com ervas finas que estavam muito bons. antes de sair do trabalho liguei-lhe a dizer que estava a chegar : « iztou chêgando » disse eu na brincadeira (porque ela é brasileira), mas se calhar a frase foi mal empregue. demorei 5 minutos e quando a porta do elevador se abriu no 4° andar senti logo o cheiro da comida… a porta de casa estava aberta… ela deixa sempre as portas abertas… almoçamos, conversamos sobre livros, sobre línguas e quando chegou a hora de me vir embora, chamo o elevador e enquanto espero, leio um “recadinho” (o diminutivo no seu pior) estrategicamente colocado ao lado do botão a dizer qualquer coisa como “é favor fechar a porta de casa enquanto cozinha. os vizinhos não são obrigados a suportar o cheiro dos seus cozinhados. por favor respeite as regras.”

que gente insuportavel!
agora já nem podemos abrir a porta de casa 5 minutos que sejam. este é o país onde não se pode estender a roupa a janela mas cujos habitantes vão fotografar a roupa estendida à janela do vizinho… é o país onde não se pode fazer churrascos na varanda de casa, mais vai-se as casa dos outros comer churrascos… muita teoria tem esta gente... não será isto tudo uma grande hipocrisia ? não haverá coisas mais importantes em que pensar ou sou apenas eu que estou de mau humor porque o dia está cinzento?

em todo o caso a última vez que estivemos em lisboa a jantar em casa de uns amigos franceses, ela disse “eu não poderia voltar a viver em frança. pararam no tempo. os franceses pensam que são os melhores, fazem coisas sem sentido só para serem diferentes porque na verdade não conseguem ser os melhores”.
eu tenho vontade de assinar por baixo... pelo menos hoje.

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