31 de março de 2007

Obrigado, Pinamonti!

Termina hoje o contrato de Paolo Pinamonti, director do Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC) desde 2001. Não sou um especialista, mas foi claro que o TNSC deu um salto qualitativo monumental nestes anos. Pinamonti sai sob uma chuva de aplausos, após uma série de episódios que levam a uma demissão miserável perpetrada por um amanuense que não deixará rasto. Pinamonti anuiu, mesmo assim, a continuar ligado ao TNSC até ao final da temporada, de modo a que a transição de direcção do teatro aconteça sem estragos de maior.

Vejo ópera desde a adolescência e acostumei-me a ir avaliando a qualidade das produções a que assisto. Pinamonti foi uma janela aberta, que nos pôs a ver e a fazer do melhor que se faz em qualquer parte do mundo. Não é este o espaço para enumerar o que foi feito –
outros o fizeram já de modo competente e claro. Limito-me a recordar momentos que não esquecerei. Dos mais recentes, um Werther (Massenet) extraordinário que me fez comprar outro bilhete para a matiné de domingo após ver essa produção numa quinta feira; jóias como uma Ariadne auf Naxos (Richard Strauss), ou uma Charodeika (Tchaikovsky) menos representadas; um Orfeu e Eurídice (Gluck) em primorosa versão de concerto; voos arrojados na música contemporânea como o incrível Neither (Morton Feldman) ou, ainda este ano, um Wozzeck (Alban Berg) superior no CCB. Isto, claro, sem falar dessa revolução que nasceu o ano passado e se está a desenvolver com a força de um ciclone – a Tetralogia do Anel de Wagner, encenada por Graham Vick, que tornou o TNSC numa referência mundial, e à qual mesmo críticos mais exigentes reconhecem mérito apesar dos riscos e pontos fracos. Na próxima quarta feira estreia Motezuma, de Vivaldi. É “apenas” a estreia moderna de uma peça perdida até há pouco tempo. Estreia mundial. De um dos maiores compositores da história. Cá. Em Lisboa. Não é em Londres, Nova Iorque, Berlim ou Viena. É aqui.

Paolo Pinamonti, obrigado. Volte sempre. Enquanto existir um melómano em Portugal este país será também seu.

O Sporting!


Que os benfiquistas me perdoem:)

O Palácio Flor da Murta

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Foto: Arquivo Municipal de Lisboa, 1950....

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In Almanaque Diário de Notícias de 1955

Nota 1: D. Maria Rita, filha de D. Luísa Clara de Portugal, que nasceu e morreu em data que se ignora. Foi monja do Convento de Santos, em Lisboa, e conhecida como a «Flor de Murta» (http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/joao5.html )

Nota 2: O Palácio foi parcialmente demolido.

PIQUENIQUE

Faz muitos anos que não ía a um piquenique. Amanhã vou recordar e comemorar dois aniversários.
Espero que a previsão do tempo não engane. Cada um leva uma coisinha; eu vou levar um
lombo de porco recheado com ameixas, já está temperadinho, à espera de ser cozinhado.
Espero divertir-me, vão pessoas de várias gerações, algumas ainda não conheço. Não há
dúvida que foi uma excelente ideia, é saudável eu gosto pouco de me sentir fechada preciso
de ar livre. É bom mesmo para festejar...

Pequenos anúncios

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Estes anúncios eram simples e directos. Os talheres no género Christofle...no prédio da Padaria saldavam-se sapatos de todo o tipo e no cimo da Rua da Alegria tínhamos a Madame Virgínia.
Gosto dos quilos a voarem da gorducha e apressada senhora, da Madame Tula, das Coroas e dos caminhões. E da analogia com as urtigas e do Pintasilgo inimigo dos intermediários.

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(nas imagens mais pequenas podem clicar e aumentar)




















Dentalina!

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Esta pasta dentífrica, confesso desconhecer.
Mas se a existia registada, decerto que era tão boa que até era pirateada.
Estou a ver montes de Dentalina a ser vendida na Feira do Relógio à molhada!
Afinal, tratava-se da MELHOR! Qualquer dia alguém escreverá sobre a importância de se ser a melhor das marcas:)

Confidências femininas


Era o título desta rubrica, da ABC de 1922. Conselhos a mulheres, que escreviam a Madame Dentelle, para resolver os seus problemas de beleza e de saúde.
Os pseudónimos escolhidos pelas leitoras eram do melhor: Maria Caracha, uma moreninha, uma beiroa, serigaita...e também alguns homens: o descrente (que sofria de maleitas de amor) , o José Joaquim que queria o seu cabelo de volta e o Manuel Maria que o começou a recuperar.

Intercalam-se uns anúncios, vendem-se uns produtos, branqueiam-se uns, depilam-se outros, consolam-se os aflitos e está feita a rubrica. A receita é a mesma de hoje em dia.

O mundo está cheio de Madames Dentelle, afinal.

(gosto particularmente do anúncio Gilletise as suas barbas!)

Ontem como hoje


Tumultos na Câmara Municipal de Lisboa. As coisas não mudam assim tanto. Em 1915 havia até vereadores mortos em plena sessão de Câmara. Convenhamos que nos dias de hoje seria uma medida excessiva.
As emoções andavam ao rubro. Como hoje.


Viagem

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Paul Bowles e as suas malas é o cenário escolhido.
Viajadas. Vividas. Arrumadas.

O escritor em perpétuo exílio voluntário.
A fotografia diz muito mais. Um desafio interrogador. Um olhar penetrante. Como as obras e a vida dele. Este escritor parece o que escreve. E lembrei-me da foto, porque a Bertrand estava pejada de novas edições deste escritor. Vale a pena ler.


Foto de Dennis Stock, Morocco, 1952, Paul Bowles

30 de março de 2007

roy zimmerman e a ciência criacionista

roy zimmerman (não me consta que seja da família do famoso robert) começou por fazer parte dos 'the foremen', uma banda iconoclastaque gozava com tudo o que mexia, com harmonizações entre o 'working close' e o 'folk foleiro' (eu sei que folk foleiro não está classificado como estilo, mas como diria o grande octávio ' vocês sabem do que eu estou falar'. quanto ao 'working close, sou fã, como diria o scolari).

depois de ter deixado os foremen, roy começou uma carreira a solo em que foi satirizando tudo à sua volta, com particular destaque para os vários fundamentalismos religiosos e a direita troglodita.



aqui vos deixo a sua
ciência da criação nº 101


bem como
a porta para uma olhadela para o geral da sua obra

o pesto em 2 lições

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lição nº 1
'como fazer pesto como uma avó italiana'


obviamente qualquer tipo, mesmo não querendo ser italiano e muito menos avó, ficaria encantado com este título.
explorando a coisa, lá está a receita:

1 molho de manjericão (de que se aproveitam apenas a folhas, lavadas e secas)
3 dentes de alho médios
um punhado de pinhões
aproximadamente 3/4 de uma chávena de queijo parmesão acabado de moer
algumas colher de sopa de azeite extra-virgem.

e depois vem a explicação:
corta-se o alho com cerca de 1/3 das folhas de manjericão.
adicionana-se mais um pouco de manjericão, corta-se mais, mais um pouco do dito mangericão, corta-se mais, até que tudo esteja em pedaços muito pequenos.
adiciona-se os pinhões, e corta-se mais um bocado. junta-te metade do parmesão e continua-se a cortar. adiciona o resto do queijo e mais corte, até que tudo forme um 'bolo'
quando estiver nesta textura coloca-se numa tigela, e junta-se o azeite de modo a que cubra ligeiramente a 'pasta'
está pronto para ser usado quando necessário.
(eu resumi aqui o texto que ocupa um página inteira de misturas e cortes sucessivos)

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lição nº 2
como fazer pesto como uma neta italiana.


ao confrontar esta receita (gosto desta parte de confrontar receitas) com uma do livro 'o prazer das ervas aromáticas' (quintet publishing, ed. lisma), vejo o assunto resumido a isto:
2 dentes de alho
8 colheres de sopa de manjericão fresco picado
2 colheres de sopa de salsa fresca (ingrediente novo, aqui)
50 gr de pinhões
100gr de queijo parmesão ralado
150 mlo de azeite virgem extra
sal e pimenta preta, acabada de moer.
e vou citar:
'deite todos os ingredientes na misturadora eléctrica e triture até ficar com a textura pretendida'
(o resto do reduzidíssimo texto é para dizer que depois disto se mistura com a massa, adicionando mais queijo, se gostar)

lição extra:
tirando a parte de a segunda receita ter salsa, sal e pimenta (que a primeira receita diz expressamente que evita, porque o queijo dá o sal necessário), aquilo que me mostram estas duas receitas é que, se por um lado, o tempo não é desculpa para não se fazerem pratos 'teoricamente' mais demorados, o gozo que se pode ter a fazer a comida depende muito da forma como a fazemos.

informação adicional:
ontem foi este o meu jantar :a primeira receita com algumas alterações criativas por necessidade (nomeadamente ter utilizado amêndoas frescas em vez de pinhões, não disponíveis na dispensa) junto com cogumelos assados no forno (com pão ralado, alho moido, pimenta e sal)

Bertrand ao fim da tarde

" Boa Tarde, quero um livro que seja bom de ler, se faz favor.
Um romance que tenha saído agora...uma história bonita..pode ser?
Autor? Tanto faz.
Lista dos mais vendidos? Não...escolha a senhora, pode ser?
Ah..e que acabe bem!"

Conversa entre senhora muito velhinha e encarquilhada e a vendedora da livraria Bertrand.
Eu estava colada ao telemóvel, para descobrir por portas travessas, o livro indicado para um amigo que não é de gosto fácil.
Como me perdi a comprar livros para mim, qual debulhadora frenética, perdi o escolhido. Mas fiquei a pensar no assunto.
Curiosamente quando perguntei se havia algo recentemente publicado de um finalista do Booker Prize, a dita cuja vendedora chamou uma rapariga que ia de saida e ela lestamente me indicou um, que se veio a comprovar ser o certo. Um despacho a miúda e com opiniões muito certas.
Donde a importância de livreiros que saibam ajudar. Sempre.

férias de Páscoa


Uns vão para Nova york..eu vou para este recanto...onde o céu é mais azul e à noite brilham
estrelas!

29 de março de 2007

Parabéns!




Feliz dia de anos Pipinho, vulgo Tiago!
A gente gosta de ti!

Eu já vi um avião.



De como as crianças conseguem sintetizar o essencial e evitar a verborreia.
Que saudades que tenho de mim.

Iscas com elas! E olha o belo cozido!

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Uma cortesia do Escondinho do Charquinho!
E vivam os amigos.
Parabéns à Mila!
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tagliatelles à truffes blanches

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matéria prima:

300 gramas de tagliatelli
30 gramas de parmesão moido
30 gramas de manteiga
azeite aromatizado de trufas brancas
300 gramas de trufas.

preparação:

cozer a massa em água abundante com um pouco de sal

à parte,
derreter a manteiga
e juntar o parmesão moido, 5 colheres de sopa de azeite e uma colher de café de paté de trufas brancas
(na ausência de paté já feito, podem cortar um pouco da trufa e desfazerem junto com o azeite)

logo que a massa esteja al dente misturar com o molho feito á parte.

cortar a trufa em tiras finíssimas, misturar, e servir imediatamente.

Enfim!

Epá, tenho andado muito distraido, ocupado, atarefado, sei lá... Sobretudo a fazer planos e pesquisas na internet, descer avenidas e cruzar ruas, downtown primeiro e uptown depois, ou então tudo ao contrário e depois logo se vê.
Pois é, amanhã vamos de viagem até New York... Há-de ser muito bom!!



Prometo dar notícias... ou é melhor não prometer?

28 de março de 2007

Servidos?

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Sopa? Claro que sim, venha a terrina. Que cremosa. Mais um bocadinho, se faz favor.

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E depois da sopa...
Há língua com esparregado? Puré não, pode ser arroz?



A vida pode ser maravilhosa!

Restaurante Jorgel, Rua Sebastião Saraiva Lima, Lisboa

ah!!!! ça ira !!!


c'est le temp des cerises

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por esta altura, nos idos de 1871, em paris, cantava-se
esta canção no meio de barricadas.

uma popular canção de amor que se tornou símbolo da revolução, por estava na moda por aqueles dias.
custa imaginar os communards a cantar isto no meio dos tiros.

muito menos se imaginar durante a repressão da semana sangrenta.
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talvez seja mais fácil de a imaginar na história do intrépido aviador porcellini rosso, com a bela gina a cantar no bar enquanto porco rosso chega de mais uma viagem aventurosa.

quando muitos anos mais tarde, também em março (o maio de 68, começou na realidade a 22 de março) as barricadas se ergueram de novo em paris, era mais
esta canção feita durante os dias quentes da comuna que se cantava e sobre a qual se faziam inúmeras peças de teatro

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que se cantaria hoje no meio das barricadas do boulevard de magenta, onde no nº 3 morou o primeiro francês, jacques nonsergent, fuzilado em paris pelos nazis alemães?

talvez o
ça ira indie/punk dos breastfeeders (uns quebequenses com sangue na guelra) para animar as hostes que dos subúrbios invadem a paris que os expulsou.


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é o tempo das cerejas.

uma coisa leva a outra
e começando, não se acaba.

Poupar os livros

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A durabilidade de um livro para alguns será coisa efémera, ou que pouco releva. Para outros um assunto mais sério e a analisar.
Lembro-me de forrar religiosamente todos os anos os livros e cadernos escolares. Mas isso é outra matéria.
E de usar umas capinhas, para poupar os livros que lia.
Mais tarde deu-me na veneta encadernar livros policiais. A Agatha era toda vermelha às pintas brancas.
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O Edgar Wallace em flores verdes bolas pretas, chita com rosas azuis para o Dickson Carr. Escondia os meus queridos policiais, através das coloridas chitas. Muito mais padrões se seguiam. Era uma parafernália de cor a estante policial. Mas dava jeito, sobretudo para evitar que a Vampiro, Xis e a Escaravelho se desfizessem. E é isto.


27 de março de 2007

Férias no Campo

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Um livro lindo, que pertencia à minha mãe. Numa letra linda de menina, escreveu :Maria José, 1932.
Nunca o conheci com capa, mas era dos favoritos dela. Sobreviveu-lhe.
Era de autoria de Mário Gonçalves Viana e com ilustrações de Mamia Roque Gameiro. Editado em 1931.


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O livro conta a história das férias de verão, que dois netos vão passar com a avó. Uma das netas é Maria Teresa e outro Antoninho. São dois nomes de filhos da minha mãe. Terá sido coincidência?
Entre lanches quase melhores que os de Enid Blyton, histórias com moral e retalhos de vida no campo, há uma espécie de tranquilidade que nos aquieta a alma.

Bem que merecia uma reedição. Este vou mandar encadernar para oferecer a alguém que o merece.

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a josé agustín goytisolo

a 19 de março de 1999, josé agustín goytisolo punha termo à sua vida.

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goytisolo fazia parte daquele grupo de escritores catalães anti-franquistas, adeptos do comunismo ou seus 'compagnons de route', noctívagos inveterados, amantes dos copos, da comida e das mulheres.
autor de uma obra fascinante, (bajo tolerancia e taller de arquitectura, li-os com a avidez de quem descobre algo de novo) goytisolo deve o seu mais famoso poema á infeliz circunstância da sua mãe, julia gay, ter sido morta num bombardeamento dos fascistas espanhóis à cidade de barcelona.

no aniversário da sua morte,

aqui podem escutar a sua voz a dizer o poema que dedicou a sua mãe:

a canção que paco ibanez imortalizou (com o poema adaptado)

a versão heavy dos los suaves


e aqui o poema lindíssimo do jovem a sua mãe

Vontade

Quando tiverem vontade de queimar e explodir tudo à vossa volta...

Quando tiverem vontade de salvar o mundo...

Quando não tiverem vontade, vão para uma esplanada com amigos beber cervejas e apostar para que lado vai tombar a balança...

depois do zé maria e do josé castel-branco, o cadáver de salazar ganha o seu primeiro concurso

é sabido que salazar não gostava de eleições.

não sei se por um problema de alergia na pele ou se por uma outra qualquer razão relacionada com o facto da sua maezinha nunca o deixar sair à rua ao domingo (dias mais recomendado para eleições), a verdade é que o merceeiro de santa comba nunca se propôs a votos nas 4 décadas de ditadura (também por alguma razão era uma ditadura. não devemos brincar com coisas sérias).

numa manobra absolutamente vergonhosa, sem a autorização do cadáver morto, e aproveitando o facto do dito cadáver já não se poder mexer, a rtp promoveu um concurso onde, ao contrário do big brother, os concorrentes não se encontram fechados numa casa, mas num misto de cemitérios, panteões, ar livre e em parte (e estado) incerta, era possível, pela primeira vez na história, votar na ossadas do vimieiro.

amantes de concursos com votações telefonicas de valor acrescentado (eu acho mesmo que quando estão perante uma chamada de valor acrescentado acham que aquilo quer dizer uma chamada importante), os portugueses desataram a dar aos dedos e votaram mostrando quem eram os seus melhores 100 compatriotas de todos os seus mais de 900 anos de história, isto partindo po princípio que a nossa história começou no condado portucalense.

(não estranhem ver actores da novela 'morangos com açúcar', futebolistas com 20 anos ou um pouco mais, dirigentes desportivos, fadistas, cantores, videntes, escritores, humoristas, e até gente que vocês nunca ouviram falar.
e quem dizer nunca ter ouvido falar, também poderia ser nunca ter existido: votar no mito da padeira de aljubarrota é o mesmo que votar no príncipe valente para o melhor britânico de sempre.

acho estranho que alguns dos portugueses tenham entrado em estado de choque com o facto do salazar ter ganho o teleconcurso.
eu acho apenas patético.


aqui vão os 100 mais para os portugueses:
(tal como com as páginas da necrologia, felizmente não encontro lá o meu nome....)

Rua Angelina Vidal

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Aqui houve porta, janelas, gente e vida. Agora está emparedado, para evitar itinerantes sem-abrigo, a aguardar não se sabe o quê.
Há graffitis, lixo acumulado e uma enorme sensação de decadência. São dois edifícios,um com varandim a que pertence a ex-porta supracitada e o verde mais ao fundo, na Rua Angelina Vidal mesmo ali a Sapadores.
O céu acompanha o edificado neste caso. Sombrio.
Esperemos que ao menos à Bia, à Mary e à Carla a vida corra bem.

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26 de março de 2007

Para o senhor Bic

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O rei da Toyota, Don Gasolin, teve a gentileza de ceder esta páginazita.
As escadas são as Escadinhas da Saúde (informação do Carlos), junto ao fecho do antigo Arco do Marquês de Alegrete. A lápide que lá existia em 1930, incluía a definição dogmática da Imaculada Conceição e era de 1618 , referida por Vieira da Silva, no seu livro A Cerca Fernandina, como fazendo parte do espólio da dita cuja cerca.

Para saberem mais sobre Lisboa e lerem um livrinho do José Augusto França é irem aqui e downloadarem. É à borla. Cortesia do Instituto Camões e indicação de D. G.

Os grandes portugueses

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Que se trata dum passatempo, ninguém contesta. Nem que existiu uma evidência suprema de votos numa figura suprema do Estado Novo, odiada por muitos e que julgávamos definitivamente morta e enterrada.


E ressurge porquê? Muito obviamente, como foi dito, pela contestação à realidade social, económica e política portuguesa. Pelo ignorância do que foi o Estado Novo. Porque temas como a Guerra Colonial e os mecanismos de repressão existentes estão completamente esquecidos. Por último, a responsabilidade imensa dos intelectuais de esquerda nesta questão. Nem vou falar da medonha prestação de ontem da senhora do PCP, porque me incomoda o fígado.
De tanto se falar em fascismo, sem explicar e conhecer o que foi o Estado Novo, tornou-o um lugar comum sem sentido.
Em vez disso existe uma nostalgia duma realidade segura e calma, onde tudo era previsível.

Trata-se de um resultado dum concurso mas também uma advertência ao senhor primeiro ministro e à esquerda portuguesa. Muito séria e que deve ser levada em conta. Não gostaria de ouvir chamar mentecaptos aos portugueses, que votaram Salazar neste passatempo . Nem o penso aliás.
É sintoma que algo está profundamente mal e não é no reino da Dinamarca. Desespero,pobreza, insegurança e uma enorme apreensão em relação ao futuro.

A nova casa

Que mil tesouras, pentes, escovas, secadores se gastem antes do vosso amor terminar.
Que dez mil litros de champô biodegradável sejam gastos, que mil toneladas de cabelos de todas as cores sejam por vós tecidos no tapete por onde vai correr a vossa vida.

25 de março de 2007

Parabéns!

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Parabéns caros Rui e melhor cabeleireira do mundo.
A oferta simbólica é este belíssimo conjunto da tupperware, indispensável a um novo casal.
Felicidades aos montes! Aguardamos as fotos com mascarilhas.

Casório

Pois foi. Lá me casei com a melhor cabeleireira do mundo (o que uma pessoa faz para ter cortes de cabelo grátis). Foi num domingo pela manhã que, sem nada para fazer, resolvemos enfrentar a chuva e pimbas. Quer dizer... o pimbas foi mais à noite mas de manhã os pingos da chuva faziam... talvez pling... talvez puac... não me lembro muito bem porque era muito de manhã e muito de manhã todos os barulhos me fazem confusão.
De noitinha fomos até ao Palácio Seteais e houve lá engarrafamento, pelo que só conseguimos abandonar o local já os relógios marcavam meio-dia.

Um dia destes coloco aqui uma foto do casamento com umas tiras pretas em cima dos olhos para não sermos facilmente reconhecidos para todos vocês (não) verem como foi.

P.S.: Eu sei que não têm nada a ver com a minha vida..... mas se a T pode colocar fotos de crianças louras vestidas de verde... eu também posso colocar uma foto...

Ai Mouraria! (parte 1)

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Mouraria intrincada, barulhenta, a cheirar a fritos, conversas trocadas,suja mas muito suja,repleta de lixo, grandiosamente bela, das velhinhas afáveis que fazem conversa a par de marginais feios porcos e maus.
Como não é possível desejar aquele bairro diferente?
Aconselho a todos a darem lá uma voltinha a pé. É que lá tudo toca a alma: para o bem e para o mal.

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