19 de dezembro de 2006

A virose

Será que existe?
Não sei... talvez...
Será que atingiu outras pessoas para além de mim? Será mesmo uma virose?
Bem, neste momento já estão todos curiosos sobre o que estou a falar. Pois bem,, vou passar a explicar:
Quando tive a oportunidade de fazer a minha primeira grande viagem, fui contaminado por um vírus. Assim que cheguei ao aeroporto da Portela o vírus manifestou-se imediatamente e despertou em mim uma enorme vontade de viajar novamente e brevemente.
Durante as primeiras semanas, pós viagem, “ele” manifesta-se diariamente em recordações, por vezes em sonhos, mas, aquilo que mais afecta e debilita são os cheiros. Estes são terríveis, têm o dom de nos transportar a milhares de quilómetros.
Com o passar do tempo, o vírus adormece, mas não se iludam, ele está lá, adormecido, latente, aguardando o momento exacto para nos atacar. Por vezes um simples folheto de publicidade de uma agência de viagens é suficiente.
Algumas pessoas viajam tantas vezes que nem sabem daquilo que estou a falar, ou seja, o vírus está lá desde a primeira viagem, mas não se manifesta, pois é alimentado com frequência pelo hospedeiro. É como o vício da droga, alimentado regularmente.
Quando tenho a oportunidade de viajar novamente, até me esqueço “dele”, mas, assim que chego novamente à Portela, eis que ele “acorda” e diz - vamos outra vez?.


Américo

P.S. – Como a T pede-me muitas vezes para escrever e para escolher um tema, proponho o seguinte: “A virose das grandes viagens – será que existe?”

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