19 de dezembro de 2006

para todos ou só para alguns?

o cardeal francis arinze, prefeito da congregação para o culto divino, escreveu para os presidentes das conferências episcopais de todo o mundo sobre uma das questões teóricas mais importantes para os católicos e para os seus rituais.
por alturas da consagração do vinho (que corresponde ao sangue de cristo e tal..), o oficiante diz:
"... será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados'
em tradução do missal em latim da liturgia catolica romana que diz:
"...qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum"


de acordo com o francis arinze, que se socorre das instruções do liturgiam authenticam, as traduções do latim para as diversas linguas devem respeitar mais o original, dando voz aos sectores mais conservadores da igreja que acham as versões nas linguas nacionais saídas do concícilio do vaticano II demasiado liberais.
assim, cristo não terá morrido para a salvação de todos, mas apenas de alguns: os que fizerem para se salvar.

isto de ser salvo sem ter que rezar aos santos, anjos e arcanjos é coisa que nunca se viu...
estão de parabéns os ultraconservadores que ganham assim mais uma batalha, para juntarem à próxima que é a autorização para celebrarem a missa em latim nos seus países (actualmente apenas no vaticano, ou na presença do papa, é possível).

os descendentes do bispo lefebvre agradecem de joelhos e mãos postas.

não sei se a próxima preocupação teórica seja com o 'ite, missa est' que está longe de querer dizer que vão em paz que a missa acabou.
sendo que a principal questão teorica está na tradução do vocábulo latim 'missa' querer dizer 'celebração' ou 'missão'.

para aqueles que agora vão celebrar o nascimento daquele que julgavam que tinha morrido por todos, desenganem-se:
os acólitos do bento 16 acabam de nos informar que ele apenas morreu por alguns.


espero que não se tenha dado ao trabalho de ter morrido por mim

não iria aguentar o fardo

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