31 de outubro de 2005

Afazeres

Ando extremamente ocupado a tentar debelar mais uma infestação de Ctenocephalides spp, que é apenas uma maneira fina de dizer pulgas. E agora é a dobrar, no Locky e na Sassi...


Estou cheio de comichão!
Vale a pena ir espreitar estas tirinhas


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Sol e chuva

E chuva e sol. Tolerância, logo sorna.

Gosto da chuva a lavar tudo, para depois sermos aquecidos pelo sol.

Amanhã tocarão os sinos em Lisboa, para comemorar os 250 anos do terramoto de 1755.

Ainda bem que não aconteceu às cinco da manhã...


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Bom dia:)


( o Gasel continua em débito. E O Zumbido também . E a Vinagre.)

Chazinhos e vinil

Trabalhar em dia de ponte tem as vantagens inerentes à ausência de trânsito. Tem, como desvantagem, que poucos apreciam o nosso esforço, para além dos que, refastelados em chaises longues, pensam que há sempre um parvo que resiste, há sempre um parvo que diz não... enfim, não é exactamente isto, but you catch my drift.

Se eu me interessasse por futebol teria talvez motivos para um longo post sobre empates e afins. Como, francamente, nem sequer estou seguro dos resultados da Jornada, direi que o ponto alto do dia de ontem foi alagartar-me no sofá a ouvir discos de vinil. Saudosista, dirão alguns. Errado. Melómano com uma costela audiófila. Isto porque, ao contrário do que geralmente se pensa, a qualidade acústica de um bom disco de vinil, tocado num bom gira-discos (e eu sou o feliz possuidor de um Thorens da década de 80 que me foi amorosamente passado por um amigo ainda mais audiófilo do que eu) arruma para um canto todos os CDs, passados e futuros. Quem não acredita, experimente a passar, por exemplo, o Concerto de Colónia do Keith Jarrett, em simultâneo, no gira-discos e no leitor de CDs – e a saltar entre um e outro. Previno que esta experiência pode ser muito traumatizante, levando a que nunca mais se olhe para um leitor de CDs da mesma maneira.

É claro que os CDs mudaram o mundo, pela portabilidade e resistência. Mas o vinil, é outra coisa.

E ouvir o Blade Runner em vinil, ao mesmo tempo que se passa os dedos na capa e lá fora chove...

para os meninos do blog

aqui fica um link para um belo blog

O CROMO DOS CROMOS

O Morcego (parte II)

As dúvidas ficaram desfeitas. Por mais credibilidade que se desse aos atentos trabalhadores (só alguém muito fora do seu perfeito juízo estaria ali a brincar com a polícia), depois de revolver a casa da velhota, nem uma barata se vira fugir à invasão policial. Até as gavetas e portas da mesa-de-cabeceira foram abertas (seria impossível, mas, com o que já se viu nesta profissão!). Do roupeiro as poucas roupas que vieram para fora, não traziam “brinde” e debaixo do velho sofá da sala, não cabia a mão de uma criança. Raios, seria este um assaltante com dotes de invisibilidade? Não fora a sagrada família, cuidadosamente mantida num altar, no canto do quarto e seria de desconfiar se a senhora não se dedicaria às Ciências do Oculto e algum espírito teria então entrado sem se fazer convidado.
- Avozinha, parece que nada tem a temer. Se alguém cá esteve não mexeu em nada e saiu sem que o pessoal da obra se tenha apercebido – disse o Almeida à locatária.
- Antes assim, filhos, antes assim – respondeu ela, aliviada mas em tom pouco convincente – mas e se ele volta?
Era compreensível o receio da velhota. Aquele local era na realidade bastante isolado e a partir do final da noite, muito pouco movimentado. A pobre criatura nem telefone tinha e se gritasse, mesmo que fosse na rua, só com muita sorte alguém lhe poderia valer. Estava visto que a senhora não teria descanso nos próximos dias e alguns indícios davam a entender que alguém tentara mesmo entrar lá dentro. A situação foi colocada às instâncias superiores que determinou a uma agente feminina que permanecesse em casa com a senhora, durante essa noite e ficou deliberado que os carros da área passariam naquela zona com frequência para se inteirarem da situação. A mulher ficou mais aliviada e logo ali fez questão de oferecer um café ou um chá aos Guardas que por ali passassem. Mais não podia fazer, afirmou ela, como forma singela de agradecimento pela prontidão dos cívicos. Ficou assim combinado.
*****
- Maravilha este Frango!
- Podem crer, em especial porque há muito que não me sentava para comer desde que ando neste turno. Parece que as ocorrências esperam a hora da “janta”.
- Bem, sendo assim, vamos retomar a patrulha. Passamos pela casa da velhota para ver se está tudo bem com ela.
Ao sentir a viatura policial parar à porta, a dona da casa e a agente abriram a porta, convidando os polícias a entrar.
- Entrem, entrem se fazem o favor. Já jantaram? Aqui a menina vai jantar comigo. Ia agora começar a aquecer a comida. É simples, mas de boa vontade – convidou a velhota.
- Obrigados, minha senhora. Nós comemos sempre antes das sete da tarde, quando começa a escurecer. Depois, quase sempre não há tempo. Já cá canta – agradeceu Almeida, dando umas palmadinhas no seu proeminente estômago – viemos só ver se estava tudo bem. Se houver algo de estranho, aqui a nossa colega informa pelo rádio e nós vimos logo.
- Mas então têm de tomar um cafezinho. Faço questão – replicou a velhota enquanto ia empurrando os polícias para o interior da casa.
O pessoal, não querendo fazer a desfeita à simpática avozinha, lá entrou e esta mandou-os sentar na sala.
- Vou só por a água a aquecer e aproveito para pôr a sopa ao lume.
Depois de executada esta tarefa, a senhora veio para a sala e lá continuou a tagarelar com os agentes, lamentando-se do isolamento em que ficara desde que a zona das Laranjeiras fora invadida por uma série de empreendimentos habitacionais. Qual não é a nossa surpresa quando, enquanto ouvíamos pacientemente a nossa idosa anfitriã, do interior da cozinha ouve-se um estrondoso ruído de tachos a cair, secundado de um sonoro e “dorido” FODASSE!!.... A reacção foi imediata. Como se o sofá tivesse um dispositivo de ejecção, saltámos todos, precipitando-nos para a cozinha. Ali, junto ao fogão, um velho conhecido nosso, o “Necas do Alto”, estava estatelado no chão, agarrado ao seu pé direito, guinchando de dores.
- Não me bata “Sô” guarda… ai o meu pé!... Ai minha mãezinha! Ai o meu pé – gritava o meliante com uma voz misturada de terror e dor.
- Anda cá meu “melro” – o Almeida pegou-lhe pelo colarinho e levantou os seus quarenta e poucos quilos como quem levanta um gato do chão – de onde saíste tu meu sacana? Quando entraste? Melhor, por onde entraste tu?
A janela da cozinha continuava fechada e o único acesso era através da sala. Era fácil de concluir que aquele tipo tinha ali estado desde sempre.
- Onde estavas tu meu safado? Onde estavas escondido? Ainda há pouco saíste da “pildra” e voltaste ao mesmo! Bem que me tinham dito que já tinhas voltado para o Alto dos Moinhos! Mas onde estavas tu meu rafeiro?
- Ai o meu pé! Não me bata, ai o meu pé que está a arder!... – continuava o desgraçado, ignorando as perguntas e sacudidelas do portentoso Almeida.
Perante tais queixas, não foi difícil de resolver o mistério. Olhámos todos para o pé, depois para a grande cafeteira caída junto ao fogão, o chão, todo molhado com água fumegante e finalmente, reparámos na chaminé, daquelas antigas, com uma caixa de saída volumosa e com aqueles ferros que outrora eram usados para pendurar enchidos. Alguém se aproximou desta e concluiu o óbvio: O Necas entrara na casa e ao aperceber-se da presença da polícia, a sua limitada mas experiente massa encefálica, transmitira a ordem ao seu corpo franzino, para se esconder no seu interior e aguardar o melhor momento para abandonar o local sem problemas. Não contara com aqueles factores que tornam o crime igual a qualquer outra actividade praticada pelo pacato e comum mortal: a imperfeição e o imprevisto. E os imprevistos foram vários; a persistência dos trabalhadores da obra, a vontade de ajudar a pobre senhora, que permitiu a permanência de uma agente junto a ela e por fim, um inconveniente fogão, ligado, com uma panela de sopa e uma cafeteira de água a ferver. Ao sentir o desconforto do calor gerado a seus pés, a um passo de se transformar em presunto fumado, ao tentar sair, mergulhara o seu pé na água em ebulição e a partir daí, terminou a sua tentativa de fuga. O Necas, pulara da chaminé para a panela. A partir desse dia, juntou ao seu “nome de guerra” o justo cognome de “O Morcego”.

Novelas, aí!, novelas

Dizem que as novelas brasileiras fazem sucesso em Portugal. Pois os caros amigos preparem-se para o que em breve lhes cairá sobre as cabeças: uma coisa chamada América, feita por aquela senhora de mente fértil chamada Glória Perez. (Digressão: li em algum lugar, faz tempo, que essa mulher foi há tempos poetisa, da geração, senão da turma, do Chacal e demais poetas marginais. Curioso destino, o dela agora.) Bem, dona Perez gosta sempre de atrelar às suas tramas a defesa de alguma causa. Desta vez, ela saiu em defesa dos deficientes físicos. Inventou um cego que, jura a minha filha, que acompanha a novela, é mais chato que testemunha de Jeová com mau-hálito. E saiu-se também, moderna, com um recurso de metalinguagem: inventou um programa que só passa nas tevês da novela, e que dá cem por cento de audiência, onde são entrevistados deficientes que se deram bem na vida. Para exemplo e escarmento dos outros.

Sexta agora eu vi um capítulo inteirinho dessa coisa, e vi o tal programinha metalingüístico. O entrevistador, rapaz boa pinta e com entonação piedosa, falava com uma moça paraplégica que conquistou cargo alto numa prefeitura qualquer. Até aí, tudo bem: paraplégicos podem administrar, pois não? Mas o curioso é que a moça elencava outro feito, esse bastante esquisito: posou nua para fotos.

Eu fiquei aqui pensando comigo. Imagine a reação de um desconhecido, no trem por exemplo, se você, querido leitor, confessasse a ele que seu hobby é colecionar fotos de paraplégicas nuas. Posso estar enganado, mas acho que, de cada vinte, dezenove se horrorizariam com você, amigo. Sua avaliação, para eles, flutuaria entre o tarado e o debilóide. Eu mesmo, confesso, acharia você um bocado esquisito.

Porém, veja: quando uma mulher tira fotos pelada, à parte a evidente questão da grana, também tem expectativa de deixar um ou dois caralhos duros por aí. Claro; senão, para quê tirariam a foto dela? Isso vale até mesmo no caso das teratológicas - porque se pressupõe que haja um mercado, mesmo pequeno, para caras que se excitam com mulher feia.

Então essa moça há de ter tirado suas fotinhos na esperança de fazer nascer espinhas e cabelos nas palmas das mãos de alguns rapazes. Fez porque daria tesão em alguém; e esse tesão, provocado por uma paraplégica, seria uma espécie de vitória pessoal dela. Algo como "Dá pra comer uma paraplégica sim, seu preconceituoso!".

Porém, quem tem tesão vendo aleijada pelada é esquisitão.

Que país louco, o meu.

By day

Vim duma ocorrência no Bairro Alto. De dia tudo aquilo é diferente.
Vejo e convivo com as pessoas que suportam o barulho, a porrada e restante confusão, até às tantas da manhã.

Perguntam-me, inundações não é? Não..explosão de gás na casa duma senhora cubana de alguma idade, que deve ter uma história de vida fantástica, e é um ser humano delicioso. E tem amigos como os amigos devem ser.

Devem posts: o Gasel, o Orlando..O ABS continua a dever.
E muitos outros!

A verdadeira Blondie:)

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Deborah Harry at the The Bottom Line, NYC. 1977 Photo by Bobby Grossman- OvoWorks


Nada a ver, não é? A Blondie tem uma beleza perversa. Se eu fosse homem e mesmo sendo mulher, mil vezes a dita cuja...

Será a filha da Blondie?

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Ó Lau não achas que esta mocinha deve ser a filha da Blondie?

29 de outubro de 2005

E para o Orlando e maria:) Viva o MSN! E os táxis!

..A verdade é que ser anjo estava começando a me pesar. Conheço bem esse processo do mundo: chamam-me de bondosa, e pelo menos durante algum tempo fico atrapalhada para ser ruim. Comecei também a compreender como os anjos se chateiam: eles servem a tudo. Isso nunca me ocorrera. A menos que eu fosse um anjo muito embaixo na escala dos anjos. Quem sabe, até, eu era só aprendiz de anjo. A alegria satisfeitona daquela senhora começava a me deixar sombria: ela fizera uso exorbitante de mim. Fizera de minha natureza indecisa uma profissão definida, transformara minha espontaneidade em dever, acorrentava-me, a mim, que era anjo, o que a essa altura eu já não podia mais negar, mas anjo livre. Quem sabe, porém, eu só fora mandada ao mundo para aquele instante de utilidade. Era isso, pois, o que eu valia. No táxi, eu não era um anjo decaído: era um anjo que caía em si. Caí em mim e fechei a cara. Um pouco mais e teria dito àquela de quem eu era com tanta revolta o anjo da guarda: faça o obséquio de descer já e imediatamente deste táxi! Mas fiquei calada, agüentando o peso de minhas asas cada vez mais contritas pelo seu enorme embrulho. Ela, a minha protegida, continuava a falar bem de mim, ou melhor, de minha função. Emburrei. A senhora sentiu e calou-se um pouco desarvorada. Já na altura de Viveiros de Castro a hostilidade se declarara muda entre nós.


- Escute, disse-lhe eu de repente, pois minha espontaneidade é faca de dois gumes também para os outros, o táxi vai antes me deixar em casa e depois é que segue com a senhora.


- Mas, disse ela surpreendida e em começo de indignação, depois vou ter que dar uma volta enorme e vou me atrasar! é só um pequeno desvio para me deixar em casa!


- Pois é, respondi seca. Mas não posso entrar pelo desvio.


- Eu pago tudo! insultou-me ela com a mesma moeda com que teria se lembrado de me agradecer.


- Eu é que pago tudo, insultei-a.


Ao saltar do táxi, assim como quem não quer nada, tive o cuidado de esquecer no banco as minhas asas dobradas. Saltei com a profunda falta de educação que me tem salvo de abismos angelicais. Livre de asas, com a grande rabanada de uma cauda invisível e com a altivez que só tenho quando pára de chover, atravessei como uma rainha os largos umbrais do Edifício Visconde de Pelotas.


CLARICE LISPECTOR. Mal-estar de um anjo.
In Para Não Esquecer. São Paulo, Ática, 1984

This is beautiful

ontem, andava eu a deambular de site em site, quando fui parar ao thisisbeautiful
confesso que fiquei deslumbrada não só com as fotos como com o conceito,
a beleza inata de todas as mulheres não obstante o tamanho, a idade e a raça.

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"I want people to look at these photographs and accept who we really are, feel comfortable with these women and their bodies and respect them. I want people to respect life. We are your sisters, wives, daughters, girlfriends, mothers, and aunts. We all have dealt with the horror of feeling not good enough. I was bulimic once, and that ended around 20. But what this project has really taught me is that my body is mine and nobody else's. If it's a little bigger or a little smaller than other bodies, that doesn't matter. It's still mine."

Amanda Koster

O herói do carlos:)

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Afinal o Martim Moniz era um must:)
Devia ser até bastante largo para manter a porta aberta!

Era uma vez o escudo.

Ando numa de reviver o passado.
Tudo começou por causa do Viriato. Logo a culpa é do Gasel.
Agora fiquei estremecida de saudades do nosso escudo. Muito mais lindo que o Euro ou Aéreo ou como lhe queiram chamar.
Existiam as moedas de prata, níquel e cobre.
Eu adorava roubar moedas de vinte e cinco tostões ao porta moedas da minha mãe, para comprar cromos para as famigeradas cadernetas.
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Aprendia-se isto na aritmética na 4ª classe:) Isto das moedas é claro, a catrapiscar moedas aprendi sozinha.

28 de outubro de 2005

Quando a estupidez mata

Nos Estados Unidos uma criança de três anos morreu porque a mãe acha e defende publicamente que é possível tratar a infecção pelo VIH e a SIDA por métodos naturais. Isto não aconteceu no Malawi. Trata-se de uma mulher aparentemente upper middle class, boa comunicadora e que defende energicamente a sua crença irracional.

Poderão ser adiantados múltiplos argumentos para justificar a atitude da mãe: ter levado na cabeça quando era criancinha, negação patológica, conspirações do grande capital imperialista da indústria farmacêutica. A verdade é que uma criança de três anos morreu sem qualquer tratamento. Não posso garantir que sobrevivesse, apesar de um acervo de evidência que demonstra que o tratamento adequado resolve positivamente a grande maioria destas situações. Recuso-me é a aceitar que, em situações semelhantes, uma criança não seja imediatamente retirada aos progenitores e entregue a quem lhe preste os cuidados necessários.

Estou curioso de ver o que acontece ao irmão de sete anos.

Coimbra, 1970.

Cidade que eu geralmente desgosto e às vezes gosto.
Postal da Teresa M do Rosário. Amiga como só as adolescentes sabem ser.

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E por isso tudo para a minha sobrinha de Coimbra, Maria de seu nome.

Para a Cereja:)

Um postalinho que me mandaste. Na altura dum casamento qualquer de uns amigos nossos.
E dizes "todo o mundo se casa, só faltam vocês" :)

Não tem data, mas arranjaste uma imagem óptima!

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Anos 80: Benfica é vermelho!

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Gosto de ir às caixas dos papeis e recuperar memórias.

Tem-se falado muito em MRPP. Há 25 anos era assim.

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Quem reconhecer alguém, que se acuse.


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Recomendo...

Este blog...http://contra-indicado.blogspot.com/

Pelos vistos é contra-indicado, mas ainda me fartei de rir ao lê-lo.

E também outro link que vi neste blog:

(Sobre o Estúdio Raposa
Um espaço da TRUCA (www.truca.pt) para a palavra falada e outras deambulações sonoras.)




Ouçam e depois diga, Eu tenho o fraco de gostar que me contem histórias. Claro que adormeço logo, a não ser neste caso em que comecei a ouvir falar na palavra "fecundar" e acordei de imediato:)

É bom espiolhar coisas giras.

Chocolate Quente e ciúme

A Bimby faz um chocolate quente delicioso. Isto garantem os meus filhos, que a acham fabulástica e capaz de fazer este mundo e o outro. Bom, fiquei ciumenta e, só para chatear, cometi uma pequena traição ao não fazer a Bola de Carne na Bimby. Eles comeram a Bola feita "por mim" e beberam o chocolate quente dela. Esta atitude foi só uma resposta às suas bimbices. Ganhou o Chocolate Quente. Que nervos!

jornal das autárquicas, epílogo (ou os melhores cartazes da campanha)

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o candidato chouriço (ou o chouriço do candidato)

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o candidato desculpem lá a casa de banho estava ocupada (ou o candidato arranja-me aí papel...)

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o candidato saul, ou o homem é de boa boca...

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o candidato prático, ou a prática do candidato
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a candidata generosa que tem uma obra que até fala... debaixo nos nossos tectos
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o candidato mistério, ou a nossa cabeça é tão confusa como o nosso cartaz
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o joão pode o quê?.. evoluir?.... pelo menos o cérebro deveria....

ESPALHE ESTA IDEIA (2): PARTICIPAR OU NÃO, EIS A QUESTÃO

[Ó T... Não há fome que não traga fartura, não é? Pois. Eu bem aviso no mirc: isto faz parte do meu quadro clínico! Quando faço alguma coisa, é para melgar mesmo até ao fim.]
A coisa que mais ouço ultimamente é:
1º Isto está mal.
2º Mas não podemos fazer nada.
Não podemos?? Ora vamos lá a ver se é assim.
Para começar, já leu bem o meu anterior post? Já? De certeza?
Pois. Então aquilo não é participar?
Participar não é só filiar-se na secção mais próxima do seu partido. Há muitas formas de participar.
Há tempos, cheguei ao meu cibercafé habitual muito zangado com o Sócrates, porque o País estava a arder e o gajo continuava calmamente em férias lá em África. Abro o Explorer para ver o mail, preparo-me para abrir também o mirc e protestar contra isto, e aí ponho-me a pensar.
Isto de mandar bocas sem fazer nada não leva a lado nenhum.
Vai daí, vou ao google e procuro o site da Presidência da República e, depois, o site do Governo (Portal do Governo). Em ambos tem lá um sítio onde se pode mandar mail.
Lá mandei o meu mailzinho, devidamente identificado - nome completo, BI, morada; bocas anónimas neste caso não dão - e muito breve. Só depois é que abri o mirc, para logo fazer propaganda desta minha quixotesca ideia.
Claro que a primeira coisa que ouvi foi:

"Ó pá, eles vão ler, rir-se e deitar ao lixo".

Aí, eu respondi, ainda mais quixotístico:

"Te garanto que, se em vez de 1 só mail, chegarem lá 2.000, eles lêem. E para a próxima pensam duas vezes".

Que se conclui desta treta toda, além da óbvia constatação de que gosto de: a) cagar sentenças; b) mudar a ordem das palavras na frase; c) inventar palavras, a golpes de pontapé na ortografia?

Bem, lá vou ter que levar o atrevimento até ao fim. Ok.

"Quando o Mundo acabar, eu não posso salvá-lo. Mas ao menos posso tentar que, na minha rua, alguém dure mais 5 minutos."
boavisteiro - 28/Outubro/2005

ESPALHE ESTA IDEIA (1): CRIANÇAS NA INTERNET

Pois, sabem, em vez das habituais tangas, apetece-me agora escrever aqui algumas coisas mais sérias.
Resulta esta crónica de uma história arrepiante que aconteceu comigo. Não me contaram, não é de ouvir dizer, não é disse que disse.
Vi com estes dois que a terra há-de comer, como diz o povo (e já agora, A TERRA QUE ESPERE!).
Vou já começar pela "moral" da história. Que são logo duas.
1ª Os pais têm que saber bem o que é a Internet.
2ª Os filhos têm que saber bem o que é a Internet.

Apanhei um susto valente quando venho a saber que um(a) jovem que conheço tinha posto na Internet fotos, nome e sei lá o que mais.
O site em questão era:

http://www.hi5.com

Por acaso, já conhecia o site em questão, que, para adultos, é bastante usado para engates.
Pelos vistos, também é muito usado por crianças e adolescentes.
Felizmente, o "caso" acabou em bem. Foram tomadas as precauções possíveis.
Só que isto não é assim tão simples... Entretanto aquela informação já circulou.
Esse site está pensado para facilitar ao máximo a criação de novos conhecimentos. Se se trata de adultos, não haverá grande problema, desde que as pessoas pensem um pouco antes de despejarem informação íntima ali, onde toda a gente a pode ver.
E se são crianças??
Pois é.
Não venho agora dizer a treta do costume: "A Internet é o Diabo! Vade retro!".
A Internet é como tudo: pode ser bem e má usada.
Mais. É praticamente impossível, hoje em dia, evitar que as crianças e adolescentes a usem.
Mas então, além de termos crises de profunda depressão, o que é que podemos fazer?
Sei o que eu já comecei a fazer, e sugiro que espalhem esta ideia.
Podemos ir às escolas que conhecemos sugerir que:
1) Se faça uma sessão de informação para pais.
2) Se faça uma sessão de informação para filhos.
Não são sessões de moralização, nem de meter medo aos miúdos. Somente uma breve conversa, de preferência informal, mas sem deixar de ser séria, com as precauções a tomar quando se vai à Internet.
Note-se que, no caso acima referido, não se tratava de "pais ausentes". Muito pelo contrário! E no entanto... aconteceu.

Já agora, como material pedagógico auxiliar, sugiro um episódio daquela série sobre o departamento de pessoas desaparecidas do FBI, cujo nome agora não recordo, que passava na RTP2. Mesmo sem passar o episódio todo, pode fazer-se uma montagem com os aspectos mais relevantes. A história falava dum jovem (12 anos, aproximadamente) que quase caíu nas garras dum pedófilo, porque descobriu que os pais com quem vivia eram pais adoptivos e pôs-se à procura dos pais biológicos na Internet. É uma história suficientemente verosímil e simples de perceber.
Outra sugestão. Não convidem para fazer isto alguém que não conhece o site em questão, ou outro similar. Os miúdos topam à légua quem está a falar por mero conhecimento teórico!

Os jovens não fazem ideia dos perigos que correm.
Neste caso concreto, um perfil (ou seja, a foto, nome, etc dum jovem), em 24 horas, tinha sido visitado 700 vezes. Sim, setecentas! E isto as que a gente sabe, note-se (pode ter havido ainda mais, sem o sabermos).
Ao percorrer a lista destes contactos, vi, por exemplo:
- Uns americanos quaisquer, que pela foto pareciam da minha idade, ou seja, 42 anos. Ora pensem: o que é que um quarentão do Illinois, ou do Corolado, ou do raio-que-o-parta, pode querer de um adolescente português?
- O site estava pejado de crianças e adolescentes, que, sendo jovens, fazem a "gracinha" de porem lá umas lindas fotos delas mesmas em biquini.

O hi5 é apenas um de muitos sites que possibilitam tal partilha de informação. Já esteve muito em voga (não sei se ainda é assim) a criação de blogs "familiares", em que o autor ou autora vai escrevendo um diário íntimo do seu dia-a-dia, com fotos e tudo.
As pessoas esquecem-se que tudo o que é posto na Internet pode, em geral, vir a ser descoberto por qualquer pessoa. O google faz maravilhas, meus amigos. Pois faz. O tempo em que era preciso "registar" o nosso site para ele ser encontrado já passou há muito...
Quem não acreditar nisto, faça a seguinte experiência.
a) Crie um blog (por exemplo, aqui mesmo no Blogger, que até é bastante fácil), com um título sugestivo e o mais original possível.
b) Imediatamente a seguir a isso (que se faz rapidamente, basta até pôr lá um post o mais singelo possível; e se calhar até basta mesmo o título), vá ao google

http://www.google.com

e faça a busca a partir desse título.
Posso garantir-vos que encontram o recém-criado blog, desde que tenha um qualquer elemento suficientemente original (título, frase citada, etc). Isto mesmo antes de darem o endereço aos vossos amigos e conhecidos.

Se já leu isto tudo e ainda não pegou no telefone para falar para a escola mais próxima (e para contar isto tudo aos seus amigos todos), só pergunto:

DE QUE ESTÁ À ESPERA??

P.S. Acha que tenho razão? Que sou completamente paranóico? Que sou o enviado de Satanás à Terra ou, no mínimo, o concessionário do Inferno na zona da Boavista (Porto)? Apetece-lhe simplesmente insultar-me por lhe fazer perder tempo a ler esta coisa toda? Vá. Desforre-se. Deixe aqui um comentário. Ou mande um e-mail para

boavisteiro@portugalmail.pt

N.B. Não devolvemos o preço do selo, ok?

lloremos por españa.....

este triste españa foi composto pelo juan del encina para lamentar a morte do príncipe que morreu muito feliz enquanto satisfazia os incansáveis apetites sexuais da sua esposa...
morte santa e abençoada, diria eu...

respeitando o desejo no nosso nóvel amigo da sala manca, vamos todos lamentar a morte do bigode do aznar e da careca do franco, curvando-nos pela sua memória e que o senhor os tenha no seu eterno descanso.




triste España sin ventura,
todos te deben llorar.
despoblada de alegría
para nunca en ti tornar.

pierdes príncipe tan alto,

hijo de reyes sin par.
llora, llora, pues perdiste
quien te había de ensalzar.

Obviamente!

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descoberto o plano secreto de zapatero para aniquilar espanha !!!!


um notável grupo de cidadãos de uma cidade espanhola com o nome começado em sala e acabada em manca tiveram acesso a documentos classificados como extremamente confidenciais onde se revelam os principais planos de zapatero para fazer com que a espanha deixe de ser o maior e melhor país do mundo e arredores e passar a ser apenas o maior país situado geograficamente entre a frança e uma coisa pequena à sua esquerda e que agora não me lembro o nome.


1. o plano para a introdução da poligamia em espanha.

este plano consiste no subsídio a todos os homosexuais e lésbicas de espanha para que tenham um fundo de maneio para incentivar todos os seus amigos a terem sexo com eles por forma a aliciá-los para o mundo obscuro da homosexualidade.
a objectivo final deste plano é que quanto mais homens estiverem com homens, mais mulheres sobram para os que não são dessas mariquices e possam assim usufruir da almejada poligamia.
o único problema deste plano é o outro plano do zapatero de matar uma mulher por dia às mãos dos seus companheiros. mas a problema será resolvido com a prisão do assassino que será violado por todos os seus colegas de prisão, tornam-se de imediato em mais um mariconso de merda.

2. o plano para a transformação da espanha num imenso deserto
este é o plano mais ousado.
no entanto o princípio é simples:
em todas as reuniões do conselho de ministros do governo espanhol o são pedro é insultado 398 vezes para que fique irritado e não mande chuva para espanha.
o método funcionou em pleno no último ano, nomeadamente na zona de salamanca que transformou num deserto de ideias


3. o plano para a invasão de espanha por imigrantes vindos do norte de áfrica.
este plano tem óbvias ligações ao plano parea legalizar a poligamia.
como o governo de zapatero quer polígamos, mas apenas os resistentes (por razões óbvias), acordou com o governo de marrocos que todos os expulsos de ceuta e emille serão largados no meio do deserto.
os que não morrerem de fome ou de sede serão considerados suficientemente fortes para a função e terão a cidadania espanhola garantida.


4. plano para incentivar os alunos a bater nos professores.
o governo zapatero criou um rendimento mínimo garantido de 30 euros por cada pontapé num prof; 20 euros, por cada estalada; 100 euros por cada pneu furado.
o dinheiro para este fundo vem directamente do imposto revolucionário que a guarda republicana de zapatero criou para extorquir os industriais espanhóis.

5. plano para incentivar os pacientes a bater nos médicos.
o governo zapatero oferece isenção de taxas moderadores a todos os pacientes que apalparem as enfeimeiras.
medicamentos grátis aos que apalparem os enfermeiros
pensão vitalícia aos pacientes que derem uma estalada num clínico.

posteriormente serão revelados mais pormenores deste plano, que inclui uma nota escrita por zapatero num guardanapo de papel onde cria a inventona que o ex-presidente allende foi assassinado por um bando de fascistas (quando se sabe que o pinochet é um devotado democrata)

Agência Portuguesa de Revistas

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Esta foi a única caderneta de cromos que resistiu às investidas de sobrinhada e demais criançada. Muito gostam os putos de desenhar em todo o lado.

Mário de Aguiar apresenta figuras e monumentos nacionais. (cromos e adivinhas).

É uma forma de reinventar a história. Esta é dos anos 70, tem o Marcelo e tudo! E tem o nosso amigo Viriato:) Afinal não era um pau, parece-me um gládio.

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"Denodado comandante
De um punhado de serranos
Em brava luta constante
Vence os antigos romanos;
E tão grande apreensão
Acaba por lhes causar,
Que estes resolvem mandar
Assassiná-lo à traição

Recordar é sempre grato
O nome de....VIRIATO "

E vamos ao Mattoso.

Primeiro..Célticos em Porugal:

"Os autores clássicos são unânimes na afirmação de que a ampla região compreendida entre o Tejo e o Guadiana, isto é o actual Sul do território, era habitado pelos célticos. Este povo estendia ainda a sua influência para a zona ocidental da Andaluzia, para lá do Guadiana, não sendo de excluir que habitasse boa parte da Sierra Morena.....O que importa reter, é que a área actual do território português mais influenciada pelos célticos era o Alentejo e o Algarve , ou seja precisamente aquela que não costuma ser atribuída àquele povo em diversas obras de divulgação de duvidosa base científica"

Ok, celtas arrumados: não vou falar dos celtiberos nem dos célticos meridionais. É muito celta para a minha camionete. Temos então celtas mouros ao sul. Póvoa de Varzim com celtas era mito., também não faz mal sou descendente de alentejanos e minhotos)


E vamos ao tio Viriato.

A parte de não ser um mito recente , como o Gasel dizia, ok. Está documentado desde o tal Posidonio e o Diodoro. Raio de nomes.
Dizem os senhores que se trata de uma figura estereotipada, que reflecte acima de tudo as perspectivas culturais e sociais dos dois senhores de nome feio. Sem dúvida existiu. Mas o tal bom selvagem é aldrabice. Fachada atlântica não, fachada meridional sim.
Montes Hermínios para o catano.
Ou seja, associou-se intencionalmenteo senhor ao Portugal mais antigo. Porque faria isso o Estado Novo? :)
Tenho que descobrir onde está a minha caderneta de cromos da história de Portugal. Era muito elucidativa. Mas lá se vai o pastor vestido de peles a dar porrada com um pau aos romanos!

Enfim, tem imensos dados é ler a página 215 e seguintes da História de Portugal (1º volume) dirigida pelo José Mattoso. Que é excelente !!! E é sempre boa de ter numa casa, lombadas de fácil limpeza e conteúdo excelente.
Confesso o meu fraquinho pelo José Mattoso. É o historiador mais lindo que conheço.

27 de outubro de 2005

ao Despique dos Acord'Arames

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Ainsssttt
Rraaavartaara
Ribumbombimbam
Rpejavatana
Takavanakata
Vakatatakana

Iêeàáoúïiii
Natravandashi-
Vapilanga-pelágio
Pelágiopelágiopelágio
Plgm-pleugma-prole-
Proglema

Eáioeáioeáio
Erádio-eládio-erário

Lambelami-na
TrisáfiKon!!!

conjunto pais & filhos, agora com um desvio para quem não cantava mas ensinou muita gente a cantar e a ouvir.

john lomax era um notável estudioso da música popular norte-americana.

reconhecendo o seu trabalho, a biblioteca do congresso (library of congress) convidou-o para desenvolver os arquivos da canção tradicional americana (achive of american folk song).

john lomax chamou para esse trabalho o seu filho alan.

durante os anos 30 e começos de 40, pai e filho lomax gravaram dezenas de milhares de canções (literalmente dezenas de milhares, cre-se que cerca de 40 000) e histórias da tradição oral norte americana.
pela primeira vez alguém gravou a herança musical dos nativos, dos escravos e das diversas culturas que se fundiram na américa.

são lendárias as gravações feitas na prisão angola na série de discos 'negro prison songs'.
descobriram leadbelly numa prisão e mostram ao mundo o pai (ou avô) de todos os actuais cantores de blues.

por essa altura, o lomax filho
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iniciou uma série de concertos nas universidades americanas onde uns tipos desconhecidos, que davam pelos nomes de woody guthrie, leadbelly, josh white, burl ives e pete seeger, cantavam e contavam histórias da tradição oral americana, lançando assim as bases para o que se pode chamar a folk music americana como hoje a conhecemos.
cada um destes músicos teve uma notável carreira individualmente e do woody falarei mais adiante... aos lomax devemos grande parte do trabalho para aqueles músicos nos serem hoje conhecidos.

feito este trabalho nos estados unidos, alan lomax parte à conquista da europa.
amigo de a.l. lloyd, produz uma notável série de programas para a bbc sobre a musica tradicional britânica,
faz gravações em espanha (deslumbrantes as que fez dos cantos da guerra civil espanhola), italia e irlanda. grava nas caraíbas e mexico.

a partir dos anos 60 dedica-se a fazer um trabalho comparativo entre as diversas musicas num projecto chamado 'the global jukebox', um trabalho multimédia interactivo com uma base de dados para estabelecer as relações entre a dança, as canções e a história dos povos e que ainda é bastante controverso.
trabalhou neste projecto quase até à sua morte em 2002, aos 87 anos.
é, seguramente, o maior nome na história das recolhas e divulgação da musica tradicional de todo o mundo.

um caso em que o filho ultrapassou largamente o legado do pai.

O Morcego... (parte I)



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Assim que fora dado o alerta, todas as viaturas disponíveis na área se tinham dirigido para o local. A modesta vivenda de uma octogenária estava a ser assaltada e talvez fosse desta que os suspeitos de uma onda de assaltos em residências que assolava a área entre Sete-Rios, Carnide e Benfica fossem finalmente detidos em flagrante.
A casa parecia um castelo sitiado. O cenário, digno de rivalizar com a melhor cena de acção da terra do Tio Sam, intimidava quem passava. Quem quer que estivesse lá dentro não teria hipóteses de escapar. O exterior da casa foi percorrido por vários agentes à procura do local por onde se teriam introduzido os meliantes. Portas e janelas estavam trancadas. Nada de sinais de arrombamento, nem um vidro partido sequer. Um dos agentes decidiu-se bater à porta para confirmar se estaria alguém no interior. Havia sempre a possibilidade de ter sido uma chamada falsa, para brincar com a malta.
- Oh da casa… há alguém? – Almeida, com o seu semblante de polícia duro, era a pura imagem ainda muito usada em alternativa aos novos métodos pedagogicamente aceites contra petizes inquietos ou relutantes ao cumprimento das regras elementares de “compostura”. O homem metia mesmo respeito. As pancadas na porta mais pareciam um maço de carpinteiro a bater na madeira. Do interior, a resposta do silêncio total. O experiente cívico, deu alguns passos atrás e percorreu a área envolvente da casa com um olhar de ave rapina.
- A Central deu alguma indicação mais pormenorizada acerca da ocorrência? – perguntou ele ao colega que se encontrava a seu lado.
- Nada. Só disseram que um indivíduo se tinha introduzido para o interior da casa – respondeu o outro.
- Merda de brincadeiras – voltou o Almeida enquanto varria a área circundante procurando entre algum dos curiosos que entretanto se aproximavam, sinais que indiciassem estar por ali o autor de uma possível brincadeira. – não será caso para arrombar a porta; não me parece que esteja alguém no interior.
Os arvorados dos carros patrulha reuniram-se para decidir o que fazer. Entretanto chegara muita gente curiosa e sedenta de acção; aquele aparato policial prometia acção e eles estavam ali para testemunhar uma cena de “Hill Street” à portuguesa. De entre essa turba de curiosos, sai então uma velhinha, a dona da casa, transportando um saquinho da mercearia, não se apercebendo que a sua modesta casinha era naquele momento uma das mais seguras da cidade. Passou pela assembleia de polícias, cumprimentou-os e apontou a chave à fechadura.
- Boa tarde. É a dona da casa, suponho – disse-lhe Almeida, tentando amenizar o seu semblante pesado com um sorriso.
- Bom dia filho. Oh meu Deus…é a minha casa, é! … – a cara da idosa era uma máscara de desespero; logo ali as lágrimas serpentearam pelas rugas da sua cara, como se de riachos se tratassem – vão pôr-me fora?!... sempre vai abaixo… ai a minha casinha, que vai ser de mim!
- Nada disso, Dona – aliviou de imediato o Almeida – nada disso, esteja descansada. É que disseram que alguém tinha entrado dentro da sua casa, para a roubar. Podemos dar uma espreitadela? Parece que foi falso alarme mas queria tirar dúvidas.
- Façam favor. Podem entrar – condescendeu a velhota, aliviada, como se tivesse ouvido na voz dura daquele polícia a música celestial que deve emanar da voz dos anjos.
Entrámos todos e percorremos aquela casa, modesta mas bem cuidada pela solitária idosa. A sobriedade das únicas três divisões da residência permitiu concluir que não havia muito que roubar, além de não haver muitos sítios onde alguém se pudesse esconder. Passada revista a todas as dependências, apresentaram-se cumprimentos e desculpas pelo aparato e toda a gente se precipitou para o exterior.
Cá fora, a forma descontraída como saíam os polícias fez com que a plateia de curiosos, que mais parecia um “drive-in”, começasse a dispersar, triste por não ter assistido à detenção de um suposto bandido. Que frustração. Contudo, do prédio em construção ali mesmo ao lado, as coisas estavam mais animadas. À laia de 2º balcão, quatro ou cinco operários esbracejavam e apontavam para a casa, vociferando frases que se perdiam no eco das alturas. Estariam defraudados pelo desfecho da cena? Reclamar espectáculos à borla não é coisa muito bem vinda nas hostes policiais. Não fica bem.
- Aqueles tipos ali em cima estão a gozar o panorama – atirou o Almeida, pouco dado a mediatismos.
- Pois, vimos por causa de uma ocorrência de roubo e ainda acabamos por sair daqui com um acidente de trabalho – respondi, observando um dos trabalhadores que, ignorando os cinco andares que o separavam do solo, insistia em apontar para a casa com bastante insistência e aparato.
O Almeida “fervia” com os operários que insistiam no frenesim constante; bolas até parecia que estavam mesmo a provocar. Se algum caísse nas mãos do Almeida, as coisas não seriam agradáveis para o eleito. Foi então que um deles entra para dentro de um balde elevador e o operador da grua fê-lo descer até ao passeio. Pulou para fora e dirigiu-se à força policial com ar grave. Pelo semblante o africano não vinha desafiar a autoridade, antes pelo contrário, a sua face deixava transparecer uma preocupação e horror de quem vira um demónio.
- “Sinhô polícia, inda tá ladrão dentro dus casa” – balbuciou o obreiro no seu “criolês” atabalhoado.
- “Tás a mangar comigo” ou quê? - replicou o Almeida.
- “Virdade, a gente viu ele lá dus cima” – insistiu com firmeza o homem – meteu pelo buraco ali… e não saiu! - apontava para um minúsculo postigo na lateral da casa, que servia de respiradouro da casa de banho.
- Jovem, por ali só um rato é que passa – disse o Almeida rasgando um sorriso.
- Bem, um rato ou um tipo magro, como eu. Desde que passe a cabeça, o resto passa – alvitrei eu, tirando as medidas ao postigo e imaginando-me a entrar pelo mesmo.
- Sempre queria ver – provocou o Guarda Santos, divertido com a situação.
Não perdi tempo. Tirei o blusão, tomei balanço e pulei para o postigo. Debrucei-me para o interior e num ápice estava no interior. Passara à justa, mas comprovara a certeza das testemunhas da obra. Agora tínhamos uma dúvida. Havia marcas de pés pelo sítio por onde eu entrara, mas se as portas e janelas estavam fechadas e o presumível assaltante não saíra por ali, onde estaria ele? A malta da obra jurava a pés juntos que o tipo não saíra. Voltámos assim a rebuscar a casa enquanto que a locatária desfiava um rosário de coisas estranhas que se tinham passado nos últimos meses dentro de casa, tais como desaparecimento de bugigangas, comida, objectos fora do lugar, factos que a mesma atribuía a esquecimentos normais da idade. Uma análise mais atenta revelou pegadas de terra que saíam do quarto de banho em direcção à cozinha, terminando junto ao fogão e pareciam pertencer a um par de sapatilhas.
- Se não saiu, onde estará o “rato”?...
Estranho caso este, digno de análise atenta do perspicaz Varatojo…

(continua)

a propósito das culturas na península, ou um pretexto para falar da roza zaragoza.

rosa zaragoza é um excelente cantora catalã.
muito respeitada na sua terra e com imensos créditos no meio da chamada world music (deu um concerto memorável, há uns anos em oeiras, no âmbito do festival da tradição musical europeia... creio que na mesma noite dos altan), tem quase toda a sua carreira feita com base na divulgação das músicas das culturas ligadas às 3 religiões monoteístas (brevemente falarei de um seu disco sobre a erótica mística... não que eu seja de misticismos, mas a parte do erotica interessa-me).
tendo alguns discos com musica sefardí e outros da tradição andaluz, junta aqui neste disco

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canções cristãs (nomeadamente do llibre vermell de montserrat), sefardís e andaluses.

porque o joaquin diaz é, na minha opinião, a maior autoridade na matéria, aqui segue uma crítica sua a este disco:

La idea de una Edad Media en la que tres culturas - la cristiana la hebrea y la musulmana - convivieron e intercambiaron ocasionalmente parte de su bagaje es para la mentalidad de nuestros días hermosa y ejemplar.

No podríamos sin embargo dejar de mencionar las innumerables ocasiones en que esa convivencia (con su correspondiente contigüedad y azarosa tangencia) fue causa de graves disputas y de irreparables enemistades. La base que igualaba indefectiblemente a las tres culturas era su raíz religiosa y el sistema monoteísta en que se asentaban sus creencias desde el punto de vista medieval cabría añadir que las tres estuvieron durante largos y difíciles siglos en intermitente crisis -de crecimiento de confianza - a consecuencia de la cual se generó una admirable capacidad creativa y una espléndida evolución poética y musical.
Rosa Zaragoza ligada por vocación y por talento artístico a los tres mundos sintetiza en este trabajo lo que ha visto y oído en ellos consiguiendo no sólo una obra primorosa de alto rango sino una innovación estética que es como un puente impalpable tendido hacia aquella creatividad siempre pendiente siempre inconclusa del medievo.

atchimmm

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(a pedido de algumas famílias ;-) )

LLORANDO

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Yo estaba bien por un tiempo
volviendo a sonrire
luego anoche te vi
tu mano me tuco
y el saludo de tu voz
te hable muy bien y tu
sin saber
que estado llorando por tu amor
llorando por tu amor
llorando por tu amor
luego de tu adios
senti todo mi dolor
sola y llorando llorando llorando
no es facil d’entender
que al verte otra vez
yo este llorando
Yo que pense que te olvide
pero es verdad es la verdad
que te quiero aun mas
mucho mas que ayer
dime tu que puedo hacer
no me quieres ya
y siempre estare
llorando por tu amor
llorando por tu amor
tu amor se llevo
todo mi corazon
y quedo llorando
llorando
llorando
llorando
llorando
llorando
por tu amor

Words and music by Roy Orbison & Joe Melson,
performed by Rebekah del Rio


A gerência strikes back

26 de outubro de 2005

Ainda sobre Viriato

Não concordo, de modo nenhum , com a opinião do Carlos de que Viriato é apenas um mito. As referências à sua existência são antigas - desde o século I a.C. - e suficientemente variadas para se poder por em causa a sua real existência. O que é verdade é que, desde sempre, a sua existência foi mitificada pelas mais diversas razões... como dizem alguns, o que é notável em relação aos Lusitanos e Viriato, é como se conseguiu escrever tanto com base em tão poucos factos.
E este são os dados que dispomos:
Viriato, provavelmente, nasceu em território Lusitano a sul do Tejo, em zonas já sujeitas a grandes influências urbanas/comerciais do sul (cartaginês/romano). Provavelmente, estes grupos lusitanos tinham tido um papel algo importante nas II Guerras Púnicas e já se encontravam relativamente integrados na Bética romana. Não foi, seguramente, um bárbaro pastor do montes Hermínios - nem devia fazer a mínima ideia onde estes ficavam - e, quando tomou parte nas Guerras Lusitanas (155-138 a.C.), não foi para resistir ao invasor romano mas sim para disputar territórios a ocupar. Deve-se notar que estas guerras decorreram, quase totalmente, na actual Andaluzia e Extremadura espanholas e não a norte do Tejo.
Viriato, aparentemente, teve uma papel importante como chefe Lusitano, na fase final desta guerras. A campanha de Servílio Cipião, em 139 a.C. e que levou à morte de Viriato, encontra-se bem documentada.

A casa Albuquerque



Há muitos anos que cobiço a montra da loja Albuquerque. É nessas alturas que desejo mais ser magra e espantosamente alta. Porquê?

Os chapéus senhores e senhoras!
Feitos à medida. se disso precisarmos.
Hoje fiquei triste. A casa Albuquerque parece-me fechada e para sempre.

Uma vez, há muitos anos, armei-me de tomates e comprei lá um boné às pintinhas. Gostava tanto desse meu boné.

Agora nem boné nem Casa Albuquerque. O que terá acontecido ao senhor?

Esgravatei os vidros à procura de indícios...Zero!

Tudo amontoado e o sol contra mim. Amanhã volto ao ataque.
Aqui há nesta zona abençoada, há outra loja que adoro.

Vão ver:)

As casas comerciais.



Das primeiras lojas com que me deslumbrei em Lisboa, eram as inúmeras casas Ferrador. Ainda outro dia citei o slogan.

Mas hoje fui muito satisfeita, à espera de encontrá-lo afixado .E fotografá-lo. Nada. Renovaram, inovaram...
Fica só a ferradura....Desde 1931.

Mas continua a parafernália de lingerie, meias e demais tralha.

Até sabonetes, cremes, roupa de criança e etc e tal.

Vendedoras com ar de tias atentas, atendem a clientela. Esta também não mudou muito. Continua a precisar de pedir para saber do que precisa. Hipermercados não é com estas mulheres, maioritariamente, ajoujadas de sacos de compras. Mas pintadas e alegres.

E é de alegria que falam estas casas. Talvez daquela ideia do Estado Novo, que precisamos de ter os interiores asseados e sem ser rotos. E se formos atropeladas e tivermos que ir para o hospital? Além disso umas boas meias são um bom complemento de um sapato prático.

E deixo-vos com a minha Loja Ferrador, da Morais Soares.

Perdoem ao carro, não sabe o que faz! Não se estaciona em frente a um monumento, mas esta zona é mesmo assim.
(por isso moro nela)



Cravas

Por acaso, as meninas e meninos que sugeriram musica, podiam, se faz todo o favor, de fazer assim uma listinha num post dos albuns que sugeriram até à data?
Vá lá, não custa nada! Vocês sabem que não custa nada! O que é que custa?

(podem ficar a dever-me porrada, comigo vocês têm crédito! :):))

Post a pedido

Os post a pedido são sempre coisas estranhas. Estou anestesiado. A boca mexe e eu não a sinto. É grave?

Trabalho!

Vocês não imaginam o trabalho que vou ter para fazer a lista de TODOS os albuns de musicos que já sugeriram!!

Blue valentine - Tom Waits

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Ouvi este álbum pela primeira vez em 1995, e desde esse dia que de pessoa que ouvia basicamente música dos tops passei para a categoria de ouvidinho de veludo a quem não agrada a maioria das coisas que ouvia antes.
Foi o fim da minha fase (longa) de ouvinte de musiquinhas autocolantes. É claro que ainda tenho fases em que o pé me foge pró chinelo (ainda sei de cor as cançonetas da minha adolescência).
Mas ouvir o Blue Valentine e acima de tudo ouvir o Tom Waits foi como abrir uma porta às músicas que se entranham em nós.

este disco devia ser ensinado nas escolas

roberto mendes fez um grande trabalho de pesquisa sobre o samba do recôncavo baiano.

desse trabalho resulta este disco (ou melhor, estes discos).


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o samba do recômcavo tem o nome de chula (manifestamente influênciado pela dança portuguesa e a sua mistura com os ritmos africanos) e é uma espécie de samba de roda.

se nas zonas mais urbanas é quase impossível encontrar estas músicas, nas zonas mais rurais de santo amaro e chachoeira ainda é possível descobrir muitos grupos que o cantam.

este samba é diferente do agora mais famoso (quer o do rio ou o dos trios eléctricos da baía).
a base está nas violas e as percussões são fundamentalmente feitas por palmas.
a chula tem igualmente um ritmo diferente do samba 'tradicional'.

um dos grandes méritos deste trabalho notável é que que o roberto mendes decidiu editar um cd duplo.
no segundo disco tem as gravações originais com um grupos de chuleiros da comunidade de são brás, no recôncavo. que começa com a explicação (ou o abstract) da matéria a dar:
"é isso aí, minha gente. vai falar valentim da burrinha; iniciei chegando numa burrinha de itapema, com um professor chamado orlando; daí eu tava com uma base de 16, 17 anos, comecei com um violão de um rapaz chamado zé (...) agora não tem viola; hoje em dia nós estamos ensaiando com um violão, somente".
depois defilam os sambas tirados da burrinha ("ô minha burrinha é, boa de sela é"), o samba xareu, o samba corrido, o samba do pagode (este mais popularizado agora). tem cheganças, tem partidas, tem romarias, devoções e namoros.

no outro pode ouvir-se a tradução que ele fez das músicas que ouviu e aprendeu.
e onde conta com a colaboração baiana de caetano veloso (santamarense famoso), jussara silveira, margareth meneses, grupo barra vento e nico assumpção.

como o nosso abs diz, serviço público puro e duro !!!


este disco devia ser ensinado nas ecolas

a propósito de mouros e celtas, ou de onde vêm os lusitanos



ontem, no poste sobre a conquista de lisboa e a mistificação do 'acto' do martim moniz, alguém comentou sobre a limpeza étnica na futura capital, e posteriormente sobre os povos que originaram os actuais portugueses.

convém esclarecer algumas coisas:
tirando o facto de a conquista de lisboa ter sido uma carnificina notável (coisa um bocado normal naquela época), os 'mouros' conquistados e sobreviventes ficaram na sua quase totalidade a morar em lisboa.
aconteceu assim em lisboa, como aconteceu nas restantes cidades 'reconquistadas''.
em boa verdade, os habitantes da lisboa 'moura' eram descendentes de habitantes, de há muito tempo, da península e não mouros originários do norte de áfrica.
o que se passou foi que, com a conquista, se converteram à cultura e religião muçulmana.
os 'reconquistadores' sabiam isso muito melhor do que parece saber-se hoje.
lisboa é tão moura como fenícia, ou visigótica, ou celta, ou ibérica.
o que se passa em lisboa e no sul, passa-se no norte de portugal.
achar que os do norte são celtas e os do sul são mouros é uma ideia tão abstronça quanto estulta.
qualquer leitura, mesmo pouco atenta, pela história da ocupação do rectângulo torna claro que a mistura de povos neste espaço foi sempre imensa.
os do norte não são celtas por haverem gaitas de foles em trás os montes.
nem a gaita de foles é um instrumento celta.
é um instrumento que os povos de origem celta também tocam.
(aliás o conceito de música celta é outra abencerragem estranha: sabemos tanto o que os celtas tocavam ou cantavam.... como não sabemos o que os lusitanos cantavam...)


o espaço actualmente ocupado por portugal, por ficar no extremo da europa, serviu como tampão para todos os povos que se deslocavam do frio centro da europa em busca de melhores terrenos e climas.
chegados ao atlântico paravam porque a água estava fria e ainda não tinham sido informados do truque de caminhar sobre as águas....
e aqui ficaram.
e aqui se misturaram.
se se derem ao trabalho de, por exemplo, visitar odrinhas. facilmente verificarão a quantidade de cemitérios de vários povos que se foram sobrepondo.
como qualquer escavação por esse país fora, de norte a sul, pode facilmente confirmar a amostra

ontem falava do mito do martim moniz.
hoje posso falar do mito do viriato.
a diferença é que se o martim moniz existiu, o viriato na serra da estrela é invenção pura e dura. o homem terá habitado na estremadura espanhola e no alto alentejo.
mas deu jeito à ideia de 'um povo, uma nação' e com o símbolo a viver no seu ponto mais alto, na sua estrela.

somos, de facto, um povo e uma nação (coisa não muito comum na europa). mas este povo nasceu de muitos povos.
aqui se misturou. aqui se tornou numa coisa nova.
os celtas, os iberos, os visigodos, os mouros, os iberos, os lusitanos. todos, mas todos, se misturaram.
todos, mas todos andaram por norte e por sul.
eu não sou lusitano por toda a minha família, incluindo eu, ter nascido no espaço geográfico a eles atribuido...


falar de celtas a norte e mouros a sul é da família do 'no norte trabalha-se e no sul coçam-se tomates'.

falar de celtas a norte e mouros a sul é não perceber a ponta dum corno da história da ocupação do rectângulo.

falar de celtas a norte e de limpezas étnicas a sul é... ok, não vou dizer...

Shirley Horn 1934-2005


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Uma das grandes vozes do jazz seguiu sexta feira passada para outras paragens. Pianista emérita mas, sobretudo, cantora extraordinária. De uma subtileza e de uma sabedoria raras, colocou o jazz vocal ao nível do melhor canto que alguma vez se produziu. Ganhou prémios, encantou amantes da música. Ficam os discos. Pormenores da sua vida e obra, aqui, por exemplo.

Quem não conhece, oiça e deslumbre-se.

No Brasil 64% disseram não à interdição de venda de armas de fogo.

O Brasil é o segundo país com maior número de mortos por balas: 35.000 é o balanço, por ano.

Diz Dénis Mizne do grupo "Sou da Paz": Perdemos não porque os brasileiros gostem de armas . Perdemos porque os brasileiros não têm confiança na polícia e no governo".

Arrepiante a situação, não? Quantos dos mortos não serão crianças e menores...

Estava a pensar se a situação aqui em Portugal um dia será assim.

Agradeço ao Le Monde ter sempre notícias interessantes para eu ler!
Claro que fui lá buscar estes dados.

25 de outubro de 2005

Instantâneo de Copenhaga

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Completamente perdido, perto de Kongens Nytorv, à procura do Centro de Congressos.

ainda em mood velvet goldmine

"The world is changed because you are made of ivory and gold. The curves of your lips rewrite history."


Ultimamente ando a lembrar-me muito do velvet godmine, ainda não sei bem porquê.
É um filme belíssimo, uma espécie de conto de fadas num mundo glam com personagens de ficção baseados em artistas reais, como David Bowie, o Iggy Pop e o Lou Reed.
É a história do jornalista Arthur Stuart que na década de 80 tem que descobrir o paradeiro do polémico cantor de glam rock Brian Slade.
A realização lembra um bocado o citizen kane :um jornalista investiga factos, entrevista pessoas que viveram próximos do personagem principal e intercalam-se diversos flashbacks com a actualidade.
Não é um filme que agrada a todos, a maioria assusta-se com a abordagem assumidamente gay do filme.
O que me encanta neste filme do Todd Haynes é que o que me parece que o filme transmite é muito mais do que a reconstituição da época, é acima de tudo uma emoção, um delírio visual onde o sonho, a lembrança e a vida real se misturam sob o som genial da banda sonora

Este filme entranhou-se bastante em mim, não só pela sua beleza mas porque está ligado a momentos muito bons da minha vida, sim, 1998 foi um ano excelente, nesse verão fui conhecer o país dos meus sonhos, a Escócia.
E lá conheci um dos actores :P (hehehe, veio ao de cima o meu lado teen)..
Para além disso a banda sonora deste filme foi companheira de miliuma noites de esbórnia alcoólica cá em Coimbra.
Para mim e para as minhas amigas o “baby’s on fire” é um hino.

Agora e em directo.

Estranha a sensação de ver um ancião a arrastar-se penosamente agarrado à mulher. Retocados, maquilhados, acondicionados, é dificil vê-los a ter dificuldade em andar tanto a pé, e a subir e descer escadas intermináveis. O contraste é acentuado pela rapariga loura, fresca e bonita que caminha a lado do casal, com ar determinado e rápido.

Mais me sinto perplexa quando o vejo a enunciar o seu manifesto político, com uma voz hesitante e titubeante,a trocar palavras, bochechas descaídas, olhos encovados. Encosta-se ao púlpito e tenta poupar-se nas perguntas complicadas. Ele conhece as suas limitações. Este é um homem que deveria estar a descansar. A ler os seus livros. A gozar a vida. Porque continua a desejar protagonismo? Porque o empurram para a ribalta? Que imagem de Portugal é esta que querem dar?

Só me apetece dizer palavrões. Achar patético. E ter solidariedade por quem, por alinhamento à esquerda ou disciplina partidária, terá que votar neste homem que já foi.

Quem não vota nele, sei eu quem é.


(Manifesto político de Mário Soares aos jornalistas.
A rapariga bonita é a Amaral Dias filha:)


disquinhos para ouvir no outono

richard hawley - Coles Corner (aconselhado para quem gosta de vozes como a do scott walker)

Daniel melingo – santa milonga (tango, tango, tango)

micah p. hinson - micah p. hinson & the gospel progress (é bom, é muito bom)

kronos quartet & asha bhosle - you've stolen my heart (os kronos quartet em modo bollywood com a voz maravilha da Asha Bhosle)

mia doi todd – manzanita ( muito muito bonito)

para acabar de vez com uma das maiores mistificações da nossa história

é mais ou menos nesta porta que reza a lenda....


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martim moniz se entalou para que os soldados cristãos entrassem para conquistar o castelo de lisboa.

é, obviamente, uma das maiores mistificações da história de portugal.

hoje, a empresa de gestão de equipamentos e animação cultural da câmara municipal de lisboa (adoro estes nomes compridos que ajudam a escrever postes...) recriou por duas vezes a conquista de lisboa aos mouros.
uma na perspectiva dos sitiados.
outra na perspectiva dos sitiantes.

tudo isto com dois actores que estarão no papel de afonso I e no do chefe mouro, acompanhados dos alunos do primeiro ciclo das escolas da zona.
a intenção é, para além de comemorar a conquista de lisboa em 1147, ensinar de um modo vivo a história aos jovens alunos.

espero que desta vez não insistam com as criancinhas na mistificação histórica do martim moniz e da porta entalada.

se entalou, foi a mão.
e se morreu foi seguramente por outros motivos.

ikea?!...

Nada como uma incursão (rápida?!) na hora de almoço ;-D

Preparava-me eu para adquirir, uma vez mais, os chocolatinhos do costume
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...fui presenteada com esta bela caixa de bolachasImage Hosted by ImageShack.us

Palpita-me que mais pela caixa que pelo seu recheio. risos
Brigada Tzinha!
Servidos?

Top de vendas da Fnac

Gosto sempre de espeitar o top de vendas da Fnac. Dos livros claro está.

Em primeiro lugar, o novo Harry Potter. Depois a Conspiração, do Dan Brown (hipotética prenda de Natal para a sobrinha de Coimbra).

Por apenas 4 euros e 46 cêntimos, o grande livro do Sudoku. Sandokan!!! Sandokan!!

Em quarto O confessor do Daniel Silva.

A seguir o Eldest. Já o vi, não me pareceu grande coisa.

Em sexto novamente para a Maria...Dan Brown "Anjos e Demónios".

Ou seja, consumimos Dan Brown com fartura, jogos e livros da área do fantástico. Será o melhor termo? O HP é um caso àparte. Terei que ler este último, emprestado pelo colega da sala do lado.

Para mim o Sudoku é de um hermetismo total:) Sou burra mesmo ou def como dizem:P

Sobre o autor descendente de portugueses e americano, o tal de Daniel Silva, apresentá-lo como sucessor do Graham Greene e do John Le Carré é muitissimo exagerado. Mais superlativo nisso ainda . Peguei no livro, folheei e pensei, porra outra Dan Brown e a merda dos problemas do Vaticano.

A oferecerem-me um livro desta listinha, por favor, comprem o HP:)

Mas porque é que as pessoas compram a merda do Dan Brown? Vou ver outros tops para me consolar. Eu sei, cada qual gosta do que gosta, vou entrar numa de politicamente correcta.
(às vezes custa muito exercer ). E eu também comprei o Código, xiu!!!

dick gaughan, ou uma mão cheia de terra

este disco:


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só não é um heargasm porque o termo se apropria mal.
é apenas um disco fantástico.
de uma força enorme.

dick gaughan fez parte dos five hand reel até finais de 1978, altura em que começou uma espécie de desintegração mental e física com mergulho profundo no alcoolismo e outras coisas igualmente pouco recomendáveis.

quando finalmente se livrou de tudo isso, tinha a obrigatoriedade contratual de fazer um disco para a topic.

lançou-se de cabeça no projecto e fez um album histórico.

handfull of earth foi votado como album do ano pela melody maker e, em 1989, foi votado album da década por um painel de críticos e pelos leitores da folk roots (a bíblia dos amantes da folk) como o álbum da década.

dick gaughan é um dos muitos excelentes múscicos que a escócia nos oferece.
este disco são 12 canções excelentes.

todas.

este disco é obrigatório.


mesmo !

um simples gesto pode mudar o curso da história. ou dar-lhe um novo rumo.

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no dia 1 de dezembro de 1955, uma senhora de 42 anos chamada rosa lee parks recusou levantar-se do lugar que ocupava no autocarro da cidade de montgomery, alabama, para que um branco se sentasse no seu lugar. como era mandatorio. es este lhe exigia.
os pretos tinham que dar lugares aos brancos, como se estes estivessem todos grávidos, fossem deficientes mentais, coxos ou paralíticos.

a senhora lee parks foi presa por este acto de insubordinação e pagou uma multa de 14 usd.
a sua prisão originou um boicote de 381 dias a todo o sistema de transportes públicos da cidade por parte da população negra.


à cabeça desse boicote estava um reverendo baptista local, martin luther king jr.
estas leis vinham desde a recontrução pós-guerra civil e obrigavam à separação das raças em todos os lugares públicos dos estados do sul (escolas, restaurante, transportes públicos, bancos públicos em jardins) e a proibição dos negros se instalarem em muitos bairos ou ocuparem algumas profissões nos estados do norte.
esta luta durou 9 (nove) anos até que em 1964 foi aprovada a civil rights act, uma lei federal que acabava com a discriminação racial nos lugares públicos dos estados unidos.

no entanto, este acto também levou a que a senhora lee parks e o seu marido jamais tenham tinho possibilidade de encontrar trabalho na cidade de montgomery, mudando-se dois anos depois para um estado do norte.

naquela manhã de 1955 em que a senhora rosa se recusou a levantar-se do seu lugar do autocarro fez-se história.
esta noite morreu uma parte dela com a morte da senhora lee parks.

morreu a dormir.

num merecido descanso.

The sleeper has awakened.

"A beginning is a very delicate time. Know then that it is the year 10191. The known universe is ruled by the Padishah Emperor Shaddam IV, my father. In this time, the most precious substance in the universe is the spice melange. The spice extends life, the spice expands consciousness, the spice is vital to space travel. "

(isto dito pela Virginia Madsen é uma maravilha)

Acordei cedo porque adormeci de livro na mão. Ferradissima. Mas não de meias ferrador nos pés. Também não vou correr Portugal de lés a lés.

Adormeci aliás satisfeita: A Maria foi ao pediatra e teve certificação de garantia, cresceu 4 cm e aumentou quilo e tal. A tubaroazinha vai de vento em popa. As tias avós conseguem ser muito monótonas

Agora estou acelerada. Sentada ao pc vejo o vizinho da frente a vestir uma bela camisa e o que suponho que seja uma gravata. Será uma entrevista de emprego? Geralmente ele passa a noite agarrado ao computador. Do meu quarto,vejo a luzinha a brilhar entre as cortinas e a persiana mal corrida.Ops, até já saiu. Boa sorte vizinho !

Diversos: alguém a consultar antigas páginas do blog disse: o ABS no início postava muito mais. Reportamo-nos a 2003. E é bem verdade. Faz favor portanto de escrever, Roubar um bocadinho às medicinas e zás, aqui uns textitos. Fazem falta.

Graças aos reis dos templates do blog, colocou-se um sistema alternativo de comentários, o do próprio blogger. Se bem se lembram, o anterior sistema que tínhamos antes do Haloscan, antes de morrer de vez deu sinais parecidos aos de ontem. Por isso, "antes dois sistemas de comentários no blog, que um que só produz folhas brancas". Continuemos a comentar no Halo, fica o do Blogger para emergências . Obrigada ao MM e Pipinho:)

"A terrible purpose awaits us, Mother. This vast organism we call humanity is about to reinvent itself from the ashes of its own complacency. The sleeper has awakened. Anything that tries to stop it will be crushed."

Às vezes sonho que estou em Dune. Hoje foi uma dessas noites de certeza. E citando o Barão Vladmir Harkonnen: "The spice must flow".

Os filmes que dormem connosco são as imagens e vozes que amamos. São muito poucos. E engraçado conheci uma pessoa que nasceu em Quelimane. Fiquei a olhar para ela, super embevecida.Não tinha nada ar de africana: era branca como eu. Isto para falar de novo em sonhos.

Que post tão emaranhado:)

"Paul: What do you call the mouse sign on the second moon?
Stilgar: We call that one, Muad'Dib.
Paul: Could I be known as Paul Muad'Dib?Stilgar: You are Paul Muad'Dib."

24 de outubro de 2005

Em família (II)

Hoje estive de banco e cheguei a casa já depois das nove, cansado e cheio de fome. Enquanto, sentado, comia e descansava, pedia que alguém me fosse buscar, lá acima, um agasalho, qualquer coisita: um não podia, que estava a estudar... outro também não, que estava na casa de banho... o outro ainda que também não, que mesmo agora tinha de lá vindo.
Acabado o jantar, uma vez que ninguém me ligava, fui buscar o tal agasalho. Chegado lá acima, encontro o Manel que sorri e me diz - Ena, pai... lá levantaste o rabo para fazer qualquer coisa!

Em família (I)

Pai, assim não posso viver!! - Disse-me hoje a minha filha, de olhos aflitos, suplicantes.
Farto de (quase) nunca atender (à primeira) as nossas chamadas, no sábado à noite confisquei-lhe o telemóvel. Com a promessa de ser por uma semana...

mais uma bimbyce

A fabulosa bimby fez, este fim de semana, massa para pizza, massa para pão, strogonof, arroz basmati e sopa. Só não fez ginginha, coitada ainda não está preparada para tal. A ginginha fui mesmo eu que a fiz, mas está fortissima, credo. A próxima fase vai ser pô-la a fazer marmelada.

conjunto pais & filhos, ou a continuação da matéria dada

ewan mccoll foi um dos maiores nomes da música popular no reino unido.

nenhum outro músico teve tanta influência em várias gerações de músicos folk nas ilhas britânicas. a força que hoje conhecemos na música folk a ele se deve principalmente.
foi, juntamente com a.l. lloyd, respensável pela divulgação do imenso espólio da música tradicional britânica e iniciou o que veria a ser chamado de renascimento folk.
os seus recitais por quase todas as universidades britànicas despertaram na juventude um imenso gosto por aquela música.
nomes como os faiport convention, incredible tring band, steeleye span, watersons, richard thompson, sandy denny e centenas de outros excelentes músicos talvez nunca tivessem existido como tal.
a influência do ewan mccoll no reino unido poderá ser comparado à de josé afonso em portugal (quer na divulgação da musica popular, onde o ewan foi bem mais importante, quer na intervenção política)
grande parte do meu interesse pela música escocesa vem do seu 'classical scotish ballads' (onde canta acompanhado da sua mulher peggy seeger, por sinal meia-irmã de pete seeger), disco descoberto na cave da buchholz há umas dezenas de anos.
este disco
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tirando o pretenciosismo do nome, é indispensável para conhecer a sua obra.
e um mais que excelente disco.

do seu primeiro casamento, ewan mccoll teve, além de outros filhos também músicos, kirsty mccoll.

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kirsty começou a sua carreira numa obscura banda chamada 'the drugg addix', cujo primeiro ep tinha cações com nomes do tipo: gay boys in bondage, addington shuffle, special clinic e glutton for punishment.
teve os seus pontos mais altos ao cantar para os pogues a melhor canção de natal jamais feita (fairytale in new york), e o seu disco 'kate'.
dona de uma voz poderosa, faltou-lhe no entanto um reportório à altura da voz que tinha.
estando claramente melhor nos registos punk-folk que nos poppy onde pantanou algumas vezes (o que é tanto mais estranho quanto o facto do seu marido, steve lillywhite ser um dos mais importantes produtores da música pop/rock). não deixou de realizar obras bem acima da média.
nos anos 90 era bem mais famosa que o seu pai.
lembro-me a nóticia no público a anunciar a morte do 'pai de kirsty mccoll' e pensar que aquilo dito assim era mais ou menos o mesmo que dizer que o pai do joão soares se ia candidatar à presidência da república.


malhas que a comunicação tece...

infelizmente para ela, sobreviveu muito pouco tempo à morte do pai.