24 de março de 2005

após a ascensão, virá a semana henry purcell. haja fé !

o henry purcell foi o principal compositor na corte do carlos II, marido da catarina de bragança (a responsável por os ingleses beberem chá, pelo green park em londres e por existir o bairro de queens em nova iorque...)
na segunda metade do século 17 era, seguramente o principal compositor inglês.
foi, na minha modesta opinião, um dos melhorers compositores da história da música inglesa.

entre outras coisas excelentes introduziu os 'catch' na música inglesa.
os catch são uma espécie de cânon a 3 vozes (daí o nome, adaptado do italiano 'caccia').
purcel compôs cerca de 50 catch's que, aquando da publicação 'integral' da sua obra pela 'purcell society', foram censuradas e não incluídos (por demasiado obscenos).

o que proponha para a próxima semana é a leitura dos textos de algumas dessas canções.
lamento não poder incluir nenhum link para as ouvirem (se conseguir digitalizar o vinil que possuo com as ditas, oferecerei cópias aos interessados).

a canção de hoje vai dedicada, com a devida licença dos restantes, ao senhor do borba.


Come, let us drink

come, let us drink,
‘tis in vain to think
Like fools on grief or sadness:
Let our momey fly
And our sorrows die,
All wordly care is madness.

But wine and good cheer
Will in spite of our fear
Inspire our hearts with mirth, boys;
The time we live
To wine let us give,
Since all must turn to earth, boys

Hand about the bowl
The delight of my soul
And to my hand commend it;
A fig for chink!
‘t was made to buy drink
And before we go hence we’ll spend it
tradução de mário vieira de carvalho:
venham, bebamos,
de nada serve pensar como imbecis
na dor e na tristeza;
deixemos voar o dinheiro
e morrer as nossas penas.
louco é quem se cuida das coisas terrenas

mas o vinho e a boa carne
apesar dos nossos temores
vão encher os nossos corações de alegria, ó companheiros;
o tempo que vivemos
consagremo-lo ao vinho
pois que todos nós à terra havemos de descer, ó companheiros

passa para cá o copo
delícia da minha alma
que o meu quinhão me volte à mão;
figas para o dinheiro
ele foi feito para pagar o que se bebe
gastemo-lo antes de passar desta para melhor.

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