Nestes dia de maré-baixa ainda mexo. Devagar, devagarinho... e muito lento. Por vezes é quase imperceptível o movimento, mas é certo que mexo.
Juro que todos os dias me sento, no sofá, aí pelas seis ou sete da tarde, e me ponho a pensar: o que é que hei-de ali contar?... qualquer coisa gira e cativante, para além dos meus sombrios pensamentos recorrentes... E não me sai nada! Nada mesmo, juro!
Sinceramente não sei se não se passa mesmo nada ou se, pura e simplesmente, me esqueço do que se passou! Também, será pouco importante.
Entretanto, li uma coisa que gostei: ...Involuntariamente, regride-se no tempo e olha-se para trás, com uma espécie de calma saudade comovida..., diz-nos a lolita. Estou nessa, quer pela idade, quer pelo estado de espírito. Será a tal ternura dos quarenta?
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