Arredados, cada vez mais, do
quotidiano das gentes, levam-nos a estabelecer outras associações como, por
exemplo, a das cabines telefónicas ou a
dos telefones que, com contador, podíamos utilizar no interior de
estabelecimentos comerciais na era a.TM (antes do telemóvel).
Guardada desde uma caminhada através de Alfama, a imagem veio à lembrança a partir do post deixado pela T. As palavras
gravadas traduzem a zanga das pessoas do bairro, relativamente às interdições
de estacionamento, embora seja uma dor de cabeça trazer o carro para algumas zonas
da cidade… Quando as coisas vão perdendo a função inicial, acabam por ser
utilizadas ao sabor da criatividade. Acontece que a realidade não é só a que de
imediato apreendemos em meio urbano e, mesmo cruzando a cidade todos os dias,
reparo que, perto de casa, os moradores mais idosos recorrem à carrinha dos CTT
que, sempre à mesma hora, estaciona no largo da aldeia ou ainda deitam a
correspondência (quem sabe se para os seus mais novos a viver longe) nas caixas
de correio públicas, à porta do café ou
da mercearia.
Os marcos podem não conter – como
na canção romântica do tempo dos meus pais – tantas mensagens de teor vário. A
maior parte de quem nos escreve, fá-lo para cobrar a água, o telefone, e não
por ‘gentilezas’ várias de cariz pessoal. Quanto aos marcos de correio, que os não deixem morrer, a fim de também
servirem de interessante pretexto para dois dedos de prosa com as gerações que já trocam
mensagens em tempo real e ao alcance de uma ou várias teclas.
Gosto do computador. Uso a internet todos os dias. Mas consigo ficar sem lá ir uns dias.
ResponderEliminarAgora escrever ou receber cartas. Aquela coisa de abir a caixa de correio, subir as escadas a rasgar o envelope. E apreciar as palavras de quem nos escreve sem ser a cobrar a água. :D
Quanto à caixa do correio... as portuguesas são a mias bonitas uqe já vi. Pena serem tão esquecidas até chegarem ao ponto da foto da T. :s
São bonitas, sim, quero acreditar que a da outra imagem seja reabilitada... Pelas redondezas há mais umas caixitas de correio, não marcos, à porta do lugar de hortaliças, do café, mas a população local ainda as utiliza muito :)
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