19 de abril de 2013

Da utilidade dos marcos de correio




Arredados, cada vez mais, do quotidiano das gentes, levam-nos a estabelecer outras associações como, por exemplo, a das cabines telefónicas  ou a dos telefones que, com contador, podíamos utilizar no interior de estabelecimentos comerciais na era a.TM (antes do telemóvel).
Guardada desde uma caminhada através de Alfama, a imagem veio à lembrança a partir do post deixado pela T. As palavras gravadas traduzem a zanga das pessoas do bairro, relativamente às interdições de estacionamento, embora seja uma dor de cabeça trazer o carro para algumas zonas da cidade… Quando as coisas vão perdendo a função inicial, acabam por ser utilizadas ao sabor da criatividade. Acontece que a realidade não é só a que de imediato apreendemos em meio urbano e, mesmo cruzando a cidade todos os dias, reparo que, perto de casa, os moradores mais idosos recorrem à carrinha dos CTT que, sempre à mesma hora, estaciona no largo da aldeia ou ainda deitam a correspondência (quem sabe se para os seus mais novos a viver longe) nas caixas de correio públicas,  à porta do café ou da mercearia.
Os marcos podem não conter – como na canção romântica do tempo dos meus pais – tantas mensagens de teor vário. A maior parte de quem nos escreve, fá-lo para cobrar a água, o telefone, e não por ‘gentilezas’ várias de cariz pessoal. Quanto aos marcos de correio,  que os não deixem morrer, a fim de também servirem de interessante pretexto para dois dedos de prosa com as gerações que já trocam mensagens em tempo real e ao alcance de uma ou várias teclas.

2 comentários:

  1. Gosto do computador. Uso a internet todos os dias. Mas consigo ficar sem lá ir uns dias.
    Agora escrever ou receber cartas. Aquela coisa de abir a caixa de correio, subir as escadas a rasgar o envelope. E apreciar as palavras de quem nos escreve sem ser a cobrar a água. :D

    Quanto à caixa do correio... as portuguesas são a mias bonitas uqe já vi. Pena serem tão esquecidas até chegarem ao ponto da foto da T. :s

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  2. São bonitas, sim, quero acreditar que a da outra imagem seja reabilitada... Pelas redondezas há mais umas caixitas de correio, não marcos, à porta do lugar de hortaliças, do café, mas a população local ainda as utiliza muito :)

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