na reunião realizada em paris de 3 a 7 de dezembro (sim,
deste dezembro de 2012), a unesco declarou o frevo como
património imaterial da humanidade.
o frevo é, na sua essência, a música do povo do recife.
a mistura dos géneros musicais que lhe estavam nos ouvidos:
as marchas, as quadrilhas e as polcas que as fanfarras tocavam no final do
século passado.
dessa mistura de sons com os passos de capoeira que o povo
pernambucano tinha nas pernas nasceu o ‘passo’, que é a dança com que
exteriorizam o efeito que aquele ritmo tem no povo.
originalmente o frevo era apenas isso: uma banda tocando e o
povo atrás dançando.
depois, a criação de grupos fez com que as lutas entre
bairros se tornassem demasiado comuns a cada desfile de carnaval.
o frevo faz ferver.
como acontece sempre nestes casos, os desfiles organizados
com uns a dançar e outros a assistir não tardaram.
felizmente o povo pernambucano é sábio e tratou de organizar
a ‘galo da madrugada’: um imenso desfile onde todos dançam desde as 7 da manhã
até ao final do dia com uma imensidão de trios eléctricos.
estes trios começam de facto com um duo electricamente amplificado (dodô e osmar macedo) em cima duma fobica,
ou velho ‘ford a’, e sim, no ano
seguinte, em 1951, com mais um membro, os 3 a formarem o primeiro verdadeiramente trio
eléctrico.
hoje os trios não são trios e têm muito mais electricidade
em cima de enormes camiões.
mas o galo da madrugada é, sem dúvida, o garante para o
frevo continuar nas mãos, nas pernas e nas gargantas do povo.
‘atrás do trio eléctrico só não vai quem já morreu’ cantava
o caetano veloso nos idos de 60.
Que maravilha ver o frevo por cá... Quem me dera subir as ladeiras da nossa querida Lisboa aos sons dos clarins de momo (tal qual se faz em Olinda). Evoé Lisboa!!! Um abraço
ResponderEliminarAo vivo, ouvi o frevo canção, muitos na assistência atreveram-se ao pezinho de dança, o que é (quase, digo eu) impossível de travar.
ResponderEliminarevoé marcos!!
ResponderEliminara evocação de olinda fez-me lembrar o meu 'guia' na cidade e a respeitosa passagem pela casa do mestre alceu valença que ele achou como absolutamente indispensável para qualquer pessoa que passasse pela terra.
a quantidade gente em redor fez-me reconhecer que o homem é um deus em vida.